Deu Vettel no GP do Bahrein.
E o Mundial de 2012 já é histórico: o início de campeonato mais equilibrado em 29 anos.
Quatro pilotos de quatro equipes venceram as quatro primeiras etapas.
Não acontecia desde 1983, quando Piquet (Brabham), Watson (McLaren), Prost (Renault) e Tambay (Ferrari) venceram em Jacarepaguá, Long Beach, Paul Ricard e Imola, respectivamente. Em 2012, Button (McLaren), Alonso (Ferrari), Nico (Mercedes) e Vettel (Red Bull) venceram em Melbourne, Sepang, Xangai e Sakhir.
Naquele ano, diga-se, houve um quinto vencedor de uma quinta equipe na quinta prova: Rosberg, da Williams. Do jeito que a coisa vai, é bem capaz que 2012 iguale a marca.
Com a Lotus, por exemplo, que colocou dois pilotos no pódio. Raikkonen foi o segundo e Grosjean (sim, é verdade!), foi o terceiro.
É a 22ª vitória de Vettel na F-1, o que o iguala a Damon Hill como o 11º piloto na estatística.
Uma corrida boa. Com mais pit stops do que eu gostaria, mas ainda assim com belas ultrapassagens.
(Há quem goste de corridas cheias de pits. Eu não. No momento em que os pilotos começam a se aproximar uns dos outros, no momento em que os duelos começam a se insinuar, surgem as plaquinha de “box” no pit wall. Houve disputas? Houve, algumas muito boas. Mas eu prefiro corridas puras, abertas, sem interferências externas. Perdoem a divagação, talvez eu esteja querendo demais…)
Para a largada, 23 dos 24 pilotos optaram pelos pneus macios. Só Kobayashi, o mito, foi com os médios. Vettel saiu bem e manteve a ponta, seguido por Hamilton e Webber. Os dois ferraristas deram show. Alonso pulou de nono para quinto. Massa, de 14º para oitavo.
O top 10, Vettel, Hamilton, Webber, Grosjean, Alonso, Button, Raikkonen, Massa, Rosberg e Pérez. Bruno, outro que largou bem, cruzou em 11º.
Na terceira volta, Massa partiu pra cima de Raikkonen e o ultrapassou. Subiu para sétimo. Mas não durou muito. Três voltas depois, levou o troco.
Enquanto isso, Grosjean virava o nome da primeira parte da corrida. Na quarta volta, deixou Webber para trás e assumiu o terceiro lugar. Na sétima, passou Hamilton e torno-se o vice-líder.
O festival de pits começou na oitava volta, com Ricciardo. Na nona, Button, Massa e Rosberg pararam. Na décima, Hamilton, Alonso e Webber. Na 11ª, Grosjean e Vergne. Vettel e Raikkonen pararam na 12ª…A ideia básica era trocar os macios pelos médios. Mas, com tanto agito, houve alguma confusão.
A McLaren errou com Hamilton. Atrapalhou-se no pneu traseiro esquerdo. De novo. A impressão é que houve um troca-troca de mecânicos da McLaren e da Ferrari entre 2011 e 2012…
Na saída, o inglês ainda levou um chega pra lá de Rosberg. O quase acidente valerá uma investigação para os dois após o GP.
Ao fim da primeira janela de pits, na abertura da 15ª volta, o top 10 era Vettel, Grosjean, Raikkonen, Webber, Button, Hamilton, Alonso, Rosberg, Massa e Pérez.
Raikkonen tornou-se, então, o piloto a ser observado, virando tempos melhores que Vettel e Grosjean e aproximando-se da dupla. Na 21ª, embutiu no companheiro de equipe: 0s7.
E veio mais pit stop. Na 23ª, Button, Rosberg e Massa mantiveram o triozinho da primeira janela de pits e pararam juntos. Na 24ª, Webber, Hamilton, Alonso, Maldonado e Schumacher pararam _na saída, Rosberg espremeu Alonso pra areia, outro incidente que será investigado após a corrida.
(Acredite: a McLaren se embananou de novo no pit de Hamilton, um inglesinho contra esse mundão todo…)
Enquanto isso, quase um detalhe numa corrida com tantos pits, Raikkonen passava Grosjean para assumir o segundo lugar.
Na 25ª, o finlandês parou. Na seguinte, Vettel e Grosjean.
O top 10, à esta altura da prova, tinha Vettel, Raikkonen, Grosjean, Webber, Di Resta, Button, Kobayashi, Rosberg, Alonso e Massa. O escocês da Force India e o japonês da Sauber, em estratégias à parte da concorrência: tinham parado apenas uma vez até então.
E formou-se um trenzinho interessante: Alonso-Massa-Hamilton. O espanhol mais lento que todo mundo, e Massa hesitando em tentar a ultrapassagem.
Lá na frente, Raikkonen partia para cima de Vettel. Na 35ª, grudou no alemão e começou a dar seus botes.
Na 37ª, mais uma janela de pits: Rosberg e Hamilton pararam. E desta vez, milagre, a McLaren não ferrou seu piloto. Na 38ª, Button, Alonso, Pérez e Schumacher pararam. Na 39ª foi a vez de Massa. Que se deu mal: perdeu a posição para Hamilton. Na 40ª, os dois líderes pararam: Vettel e Raikkonen, que saíram com os pneus médios. Por fim, Grosjean entrou na 41ª.
Fim dos pits, 16 voltas de corrida sem interferências até a bandeirada. É a isso que me refiro quando critico o excesso de pits. Sobra muito pouco de corrida pura, franca, aberta.
O esperado duelo pela ponta, que se ensaiou no terceiro trecho da prova, por exemplo, não aconteceu. A maior notícia foram os abandonos de Button e Bruno.
O top 10 na bandeirada: Vettel, Raikkonen, Grosjean, Webber, Rosberg, Di Resta, Alonso, Hamilton, Massa e Schumacher. Sim, os primeiros pontos do brasileiro da Ferrari no ano…
Com o resultado, Vettel é o novo líder do Mundial de Pilotos, com 53 pontos. Hamilton é o segundo, com 49, seguido por Webber, com 48. Button e Alonso têm 43.
Entre os Construtores, a Red Bull tem 101, contra 92 da McLaren e 57 da Lotus.
O equilíbrio tá bacana. Tá? Mas deixaram a Red Bull chegar…