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Fábio Seixas

Automobilismo e pitacos sobre tudo o mais

Perfil Fábio Seixas, 38, é jornalista com mestrado em Administração Esportiva

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Tag Archives: relato

Alonso, pole no braço e no pé

Por Fábio Seixas
07/07/12 11:49

A F-1 de hoje tem tecnologia avançadíssima, tem regras complicadas, tem politicagem, tem frescuras cada vez mais irritantes.

Mas Alonso mostrou neste sábado que dois elementos lá da pré-história da categoria ainda fazem a diferença: braço bom e pé pesado.

Ainda bem.

Foi assim: últimos instantes do Q3 em Silverstone, chuva apertando e ele tinha feito as duas primeiras parciais piores do que Webber. Tudo perdido? Não para Alonso.

Com muita, mas muita habilidade, o espanhol tirou 3 décimos de segunda no último trecho da pista e cravou a pole position.

É a 21ª pole da sua carreira, encerrando um jejum que vinha desde Cingapura-2010.

Merece aplausos.

Um alento para um sábado que viu tanto mimimi.

Na manhã inglesa, na terceira sessão de treinos livres, a água deu uma trégua. Com pista seca, deu Alonso, 1min32s167. Button ficou a 0s153, seguido por Grosjean, Vettel, Raikkonen, Hamilton, Maldonado, Pérez… Bruno foi o 11º. Massa, o 16º.

Foi quase inútil. Porque o treino classificatório começou daquele jeito: chuva em alguns pontos de Silverstone, mas asfalto seco em outros. Resultado: todo mundo saiu com pneus intermediários.

A surpresa do Q1 foi Button, que não conseguiu avançar. Até vinha numa volta boa na última tentativa, mas foi atrapalhado por uma bandeira amarela _Glock estava atravessado em plena reta. Ficou fora.

Além dele, dançaram Petrov, Kovalainen, Glock, De la Rosa, Karthikeyan e Pic.

Lá na frente, deu Vettel, com 1min46s279, 0s055 melhor que Hulkenberg. Maldonado foi o terceiro, seguido por Pérez, Alonso, Schumacher, Kobayashi, Grosjean, Bruno e Ricciardo. Massa passou em 13º.

No intervalo entre o Q1 e o Q2, começou a chover forte. 

Quase todo mundo foi à pista com pneus de chuva. A exceções foram Ferrari e Williams, que acharam que dava para encarar com intermediários. Tempo jogado no lixo. Foi só sairem à pista para voltarem logo depois pros boxes e desfazerem a besteira.

A chuva apertava, apertava, apertava… E veio bandeira vermelha. Treino interrompido.

A paralisação durou 92 minutos. Um exagero.

No momento da bandeira vermelha eu já achei errado. Mas ok, até aceito o argumento de que a drenagem não estava dando conta em alguns pontos da pista.  

Agora… Parar tudo por mais de uma hora e meia por conta de uma chuva que não era um temporal… Os carros são feitos de açúcar? As avós dos pilotos estavam trabalhando de comissárias? A Palmirinha assumiu o lugar do Bernie?

Ah, saudades da F-1 sem mimimi. (Vou dar um gás na seção na próxima semana.)

O treino só foi reiniciado às 15h07 locais, 11h07 de Brasília, faltando pouco mais de 6 minutos para o final do Q2.

Fila na saída do pit lane, todos pra pista, uma disputa acirradíssima… E Hamilton levou a melhor: 1min54s897. Hulkenberg ficou em segundo, a 0s659. Depois vieram Schumacher, Webber, Grosjean, Massa, Raikkonen, Maldonado, Alonso e Vettel.

Os cortados, Di Resta, Kobayashi, Rosberg, Ricciardo, Bruno, Vergne e Pérez.

“Estava tranquilamente passando, mas veio uma bandeira amarela na última volta. Não dei sorte, vamos ver amanhã”, disse o brasileiro da Williams à TV Globo.

Veio então, enfim, o Q3, a definição da pole. 

Na primeira sequência de voltas, Alonso se impôs com 1min53s699. Massa então derrubou para 1min53s549. O espanhol respondeu com 1min52s544. Webber fez 1min51s793.

Aí foi a hora do show: Alonso mandou 1min51s746, desbancando o australiano por 0s047.

Na segunda fila saem Schumacher e Vettel. Massa e Raikkonen compõem a terceira fila. Depois, Maldonado e Hamilton.

Daí para trás, algumas revisões por conta de punições em Valência e trocas de caixas de câmbio. Grosjean é o nono, seguido por Di Resta. E Bruno larga em 13º.

Favorito para a corrida? Vou ter que mudar meu pitaco de ontem. Depois do que fez hoje, Alonso parece inalcançável, faça chuva ou faça sol.

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Silverstone, 1º e 2º treinos livres

Por Fábio Seixas
06/07/12 11:58

Os trabalhos em Silverstone começaram de forma tipicamente inglesa, como deve ser por todo o final de semana.

No molhado.

Hamilton, nesta sexta, em Silverstone (Ben Stansall/France Presse)

 

Amanhã, sábado, as chances de chuva são de 80%. No domingo, 40%. Parece pouco? Bom, para hoje, a previsão era de 30%. E choveu bem…

Pela manhã, com pista encharcada, deu Grosjean. Ele assumiu a ponta da folha de tempos pouco antes da metade da sessão e não foi superado por ninguém.

A quilometragem foi das mais baixas. O piloto que mais voltas completou foi Kobayashi: 19.

O tempo do francês, 1min56s552 _para efeito de comparação, o melhor tempo no primeiro treino do ano passado, em Silverstone, foi 1min46s603, de Webber.

Ricciardo ficou em segundo, a 0s275, seguido por Hamilton, Pérez, Massa, Webber, Kobayashi, Schumacher. Bruno não testou: foi novamente substituído por Bottas, que ficou em 13º, duas posições à frente de Maldonado.

Na segunda sessão, em cenário idêntico, deu Hamilton: 1min56s345. E, para mim, pintou o favorito.

O inglês é muito bom de chuva. Foi nessa condição que venceu lá mesmo em Silverstone, em 2008, naquele que considera o maior triunfo da carreira.

(E aquela foi mesmo uma pilotagem heróica, com mais de 1 minuto de vantagem para o segundo colocado, Heidfeld.)

Mas voltando a 2012: Kobayashi foi o que mais andou _16 voltas_ e ficou em segundo, a 0s129. Depois vieram Schumacher, Rosberg, Pérez, Button, Kovalainen, Raikkonen, Hulkenberg e Alonso. Massa foi o 15º. Bruno ficou em 17º e terminou o treino com uma batida, após aquaplanar na Becketts.

Hamilton, que vinha com discursos confiantes nesta semana, tem motivos de sobra para sorrir. E os torcedores certamente não se importarão se vier mais água pela frente no final de semana.

Eles são ingleses, afinal.

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Alonso, vitória do melhor do ano

Por Fábio Seixas
24/06/12 10:59

Alonso comemora a vitória em Valencia (Kai Försterling/Efe)

 

Corrida na casa do principal patrocinador, presidente da equipe observando de perto, pressão por todos os lados.

Um dos pilotos larga em 11º. E vence.

O outro sai em 13º. E termina em 16º.

Alonso e Massa viveram um domingo de opostos em Valencia. Vitória do espanhol, GP desastroso para o brasileiro.

Ok, Alonso teve sorte com abandonos de adversários. E Massa foi acertado por Kobayashi. Mas até isso é preciso relativizar.

O bicampeão ganhou porque fazia uma boa corrida desde sempre. Assim, estava no lugar certo, lá na frente, quando Vettel e Grosjean tiveram problemas.

Massa até largou bem, mas depois passou a despencar posições. E só foi acertado pelo japonês porque estava ao lado dele, lá no pelotão do fundo, disputando posição.

É aquele velho ditado que acho que acabei de inventar: as circunstâncias, é a gente que faz.

Uma corrida boa em Valencia.

Na largada, o grande nome foi Grosjean _mais uma pra série “frases que nunca imaginei escrever”. Saiu bem e passou Maldonado, fechando a primeira volta em terceiro. Vettel, sem sofrer ameaças, cruzou com 1s9 sobre Hamilton.

Os dois ferraristas também largaram bem. O top 10 na primeira volta, Vettel. Hamilton, Grosjean, Kobayashi, Maldonado, Raikkonen, Hulkenberg, Alonso, Di Resta e Massa. Bruno era o 14º.

Vettel logo começou a abrir vantagem. Na quinta volta, já tinha 7s6 sobre Hamilton, que não tinha um ritmo forte nem sossego: Grosjean estava a 0s5. E apenas 12s separavam o inglês de Schumacher, 13º colocado.

Na nona volta, Grosjean cansou de esperar. Colocou o carro ao lado da McLaren de Hamilton e, por fora, fez a ultrapassagem. Uma belíssima manobra do francês, digna de aplausos.

Na 11ª, começaram os pits, com Button e Pérez. Massa parou na seguinte.

Na 13ª, Raikkonen repetiu o feito do companheiro. Após uma batalha acirrada com Maldonado, quase tocando roda, superou o venezuelano e assumiu o quarto lugar. Logo depois, foi a vez de Alonso deixar o piloto da Williams pra trás.

Hamilton, Kobayashi, Maldonado, Raikkonen e Hulkenbeg pararam na 14ª _e o finlandês ganhou a posição do japonês. Alonso parou na 16ª. Vettel (lembram dele?) e Grosjean pararam juntos, na 17ª.

A corrida ficou boa. Muito boa. Porque parte dos pilotos estava com pneus novos, mas muita gente ainda estava com os compostos da largada. O resultado: pelotão compacto, muitas ultrapassagens… e enrosco.

Na 21ª, Kobayashi tentou passar Bruno onde não havia espaço. Errou na avaliação. Pior para o brasileiro, que teve o pneu traseiro direito furado e precisou passar nos boxes.

Os comissários, porém, não pensaram assim. Puniram o brasileiro, provavelmente por avaliarem que ele fechou a porta. Discordo completamente, mas enfim…

Só na 24ª, Di Resta parou nos boxes. “Você provavelmente é o único numa estratégia de uma parada”, avisaram o escocês pelo rádio.

Quatro voltas depois, lambança. Vergne cometeu uma barbeiragem incrível ao tentar passar Kovalainen e voou pedaço de pneu por toda a pista.

Safety car. E correria para os boxes.

Hora, portanto, do já tradicional vexame da McLaren nos boxes. A equipe se embananou com o pneu dianteiro esquerdo de Hamilton. De novo. Ele retornou em sexto.

Não sei detalhes, mas algo muito sério deve ter sido modificado nos boxes da McLaren entre 2011 e 2012. Minha moçada do churrasco faria uma serviço melhor.

A relargada veio na volta 34. O top 10, Vettel, Grosjean, Alonso, Ricciardo, Raikkonen, Hamilton, Rosberg, Schumacher, Webber e Maldonado. Massa era só o 14º. Bruno, o 21º.

Show de Alonso.

O espanhol partiu pra cima de Grosjean e, com a faca nos dentes, assumiu a segunda posição. 

E o que já parecia ótimo melhorou: o espanhol tornou líder instantes depois _com problemas, Vettel começou a se arrastar pela pista.

Desespero no pit wall da Red Bull, delírio nas arquibancadas de Valencia. Irritado, Vettel jogou as luvas no chão. Compreensível. Até o safety car, ele tinha mais de 40s para Grosjean, a prova parecia ganha.

Ao mesmo tempo em que Alonso subia à liderança, Massa enfrentava problemas com Kobayashi. Os dois se tocaram, de novo com um brasileiro se dando pior. Com o pneu dianteiro direito estourado, o ferrarista precisou passar nos boxes.

(Kobayashi dirige um tanque? Em tempo, ele foi punido com a perda de cinco posições no grid de Silverstone.)

Lá na frente, Grosjean não deixava Alonso desgarrar. Na 40ª volta, apenas 1s4 separava os dois. Hamilton era o terceiro.

Mas o dia era de Alonso. Na 41ª, de novo, um adversário seu ficou pelo caminho. Justamente Grosjean, vítima de um problema elétrico.

Faltando 15 voltas, o top 10 tinha Alonso, Hamilton, Raikkonen, Maldonado, Hulkenberg, Di Resta, Pérez, Button, Rosberg e Petrov. Bruno era o 14º. Massa, o 18º.

A três voltas do fim, Hamilton errou e Raikkonen não deixou por menos. Fez uma belíssima ultrapassagem, garantindo o segundo lugar.

Corrida encerrada? Longe disso.

Porque Maldonado partiu para cima de Hamilton e, após alguns quase-toques, os dois se tocaram de verdade. O inglês abandonou, o venezuelano ainda conseguiu cruzar em décimo.

Schumacher agradeceu. O terceiro lugar caiu no seu colo. A sorte que faltou ao alemão nas últimas provas, apareceu agora. Foi seu primeiro pódio desde a vitória no GP da China de 2006.

Na linha de chegada, 6s4 de Alonso para Raikkonen.

Massa, como já dito lá em cima, foi só o 16º. Bruno ficou em 11º.

O espanhol tornou-se, assim, o primeiro piloto a vencer duas provas nesta temporada. Encerrou a sequência de vencedores diferentes. Mas ok, 2012 já está na história.

Um pódio de campeões em Valencia. Dez títulos.

Com o resultado, Alonso tem agora 111 pontos, na liderança do Mundial. Webber tem 91. O terceiro é Hamilton, com 88, seguido por Vettel, com 85.

No Mundial de Construtores, a Red Bull tem 176. A McLaren, 137. A Lotus, vejam só, tem 126. E a Ferrari tem 122.

Não é coincidência Alonso ter sido o primeiro a ganhar dois GPs neste ano.

É o piloto que mais vem brilhando neste ano. Num Mundial tão equilibrado, já pode ser apontado como um dos favoritos ao título.

E ainda está indefinido quem será seu adversário.

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Hamilton, para arrancar aplausos

Por Fábio Seixas
10/06/12 16:50

Grosjean, Whitmarsh, Hamilton e Pérez no pódio de Montrel (Luca Bruno/AP)

 

Hamilton já fez corridas excepcionais na F-1.

Mas a de Montreal, neste domingo, ganha um lugar especial nessa galeria.

Porque foi na base da garra, da vontade acumulada, do grito engasgado. Do “contra tudo e contra todos”. Incluído, aí, o péssimo trabalho de boxes da McLaren.

É a 18ª vitória do inglês e a primeira no ano. O que significa a extensão do recorde histórico. Sete pilotos venceram as sete primeiras etapas deste campeonato.

Números sensacionais para a melhor corrida do ano, até agora.

A largada aconteceu sem sustos, com poucas mudanças de posições. Ao fim da primeira volta, o top 10 tinha Vettel, Hamilton, Alonso, Webber, Rosberg, Massa, Di Resta, Grosjean, Schumacher e Button.

O destaque foi Massa, pressionando Rosberg desde as primeiras curvas e fazendo a ultrapassagem na terceira volta. Uma agressividade que não se via dele há tempos.

Mas a alegria durou pouco.

Três voltas depois, colocou tudo a perder. Talvez por excesso de empolgação, o brasileiro rodou na curva 1. Caiu para a 12ª posição. Na oitava volta, outro susto: nova escapada de traseira, passou a milímetros do Muro dos Campeões.

Mais atrás, Bruno também deve ter cometido algum erro. A TV não mostrou, mas, de repente, ele despencou para 19º. Esperemos as explicações após a prova.

A saída da Ferrari para Massa foi tentar fazer algo diferente e chamá-lo para os boxes, na 13ª volta. Ele trocou os supermacios pelos macios.

Di Resta e Schumacher entraram na volta seguinte, também colocando os pneus amarelos. Na 16ª, Button entrou, fazendo a troca inversa.

Lá na frente, Hamilton grudou em Vettel. Chegou a dar o bote. Mas não houve duelo: logo depois, o alemão entrou e fez sua primeira parada.

Hamilton teve uma volta para pisar fundo. E deu certo.

Na 17ª, ele foi para os boxes. E, ao voltar à pista, era o líder, à frente de Vettel.

A coisa, então, ficou sensacional. Porque foi a vez de Alonso acelerar tudo o que podia, fazer o pit e voltar na liderança, na 19ª volta.

Mas Hamilton não estava a fim de deixar o espanhol lá. E, na 20ª, ultrapassou o ferrarista numa manobra belíssima: ousada e cheia de técnica.

Ou seja. três trocas de liderança em seis voltas. Um GP dos mais bacanas.

Na 21ª, o top 10 tinha Hamilton, Alonso, Vettel, Raikkonen, Kobayashi, Pérez, Webber, Rosberg, Grosjean e Maldonado. Massa era o 11º. Bruno, o 18º.

(E, importante: com Raikkonen, Pérez e Maldonado ainda com os pneus macios da largada, dando indicações de apenas uma parada.)

O segundo trecho da corrida viu um Hamilton acelerando muito forte, inalcançável. Cravou volta mais rápida em cima de volta mais rápida e, na 32ª, tinha 3s3 sobre Alonso. Um refresco, enfim.

Entre a turma que largou com os macios, Maldonado foi ao boxes. Ou seja, apenas Raikkonen, quarto, e Pérez, quinto, arriscariam uma parada. E ambos seguiam o plano à risca, com chances de entrar na briga pelo pódio.

Tudo começou a ficar mais claro na 41ª volta, quando Raikkonen entrou. Pérez parou na 42ª e voltou à frente do finlandês. Ambos, porém,  estavam a mais de 25s de Vettel. Precisariam de um erro do alemão para brigar pelo pódio.

Falando em alemão, outro, um heptacampeão, manteve sua sina de azares nesta temporada. Com a asa traseira aberta, e travada, Schumacher abandonou o GP na 45ª volta.

Na 50ª, Hamilton tinha 2s6 sobre Alonso e foi para sua segunda parada. A McLaren, para variar, se atrapalhou na troca de pneus, para desespero de sua namorada pussycat.

(Um grande mistério desta temporada é o que aconteceu com os mecânicos da McLaren, antes símbolo de eficiência.)

Montreal, então, começou a desconfiar de uma parada só para Alonso e Vettel. Estratégia arriscada, mas que significava a única chance de ficarem à frente de Hamilton. Não havia muito escolha, pois.

A dez voltas do fim, Alonso tinha 2s8 sobre Vettel, que tinha 3s2 sobre Hamilton. Era tudo ou nada.

Na 62ª, Hamilton embutiu em Vettel e fez a ultrapassagem. Não por coincidência, o alemão entrou nos boxes na mesma volta.

Ficou entre Alonso x Hamilton. A sete voltas do fim, só 0s3 os separavam, com o inglês mais rápido na pista. Não deu para o espanhol, por mais que ele tentasse com todas as suas armas.

Na 64ª, Hamilton fez a ultrapassagem e reassumiu a ponta. Sem pneus, Alonso ainda teve que se conformar em ser ultrapassado por Grosjean, Pérez e Vettel nas voltas finais.

O top 10 na linha de chegada, Hamilton, Grosjean, Pérez, Vettel, Alonso, Rosberg, Webber, Raikkonen, Kobayashi e Massa. Bruno foi o 17º.

Como se fosse para premiá-lo pela ótima corrida, Hamilton assumiu a ponta do Mundial. Tem, agora, 88 pontos, dois a mais do que Alonso. Vettel, em terceiro, tem 85. Depois surgem Webber, com 79, e Rosberg, com 67.

No Mundial de Construtores, a Red Bull tem 164 pontos, contra 133 da McLaren, 108 da Lotus e 97 da Ferrari.

Parabéns ao Hamilton. Um piloto que já foi tantas vezes criticado aqui, por seus súbitos descontroles, hoje voltou a mostrar seu talento. Merece aplausos.

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Webber, vitória e recorde histórico

Por Fábio Seixas
27/05/12 10:56

Seis provas, seis vencedores diferentes. A F-1 de 2012 bate um recorde histórico.

Webber, Alonso e a festa em Mônaco (Tom Gandolfini/AFP)

 

A vitória em Mônaco foi de Webber. Antes dele, Button, Alonso, Rosberg, Vettel e Maldonado já haviam vencido GPs neste ano.

Nunca a categoria havia visto tanta gente diferente celebrando. E é irônico que a quebra da marca de 1983 tenha vindo com Webber, que reclamou dessa diversidade no começo da semana.

Acho que agora ele não vai chiar, né?

Enfim, foi a oitava vitória do australiano, a primeira desde o GP Brasil do ano passado.

Ao seu lado, no camarote real, Rosberg e Alonso.

Uma prova morna, sem ultrapassagens, em que o grande atração foi o nervosismo pela espera de uma chuva que nunca veio.

O agito ficou quase todo na largada, com um enrosco entre Schumacher e Grosjean. Eles tentaram dividir a primeira curva, sobrou vontade, mas faltou espaço. Resultado, um toque entre os dois.

Pior pra Grosjean, que ficou na contramão e, com a suspensão traseira esquerda detonada, teve de abandonar. Mais atrás, Maldonado também acabou no guard rail.

Safety car.

O top 10 na primeira volta, Webber, Rosberg, Hamilton, Alonso, Massa, Vettel, Raikkonen, Schumacher, Hulkenberg e Bruno.

A relargada, na quarta volta, foi mais tranquila. Webber manteve a ponta, sem ser ameaçado por Rosberg. Logo atrás, tudo como estava.

Começou então o trenzinho. Todos muito próximos, mas com poucas tentativas de ultrapassagens. Na décima volta, Webber tinha 1s4 sobre Rosberg, que tinha 1s3 para Hamilton. Entre Alonso e Massa, apenas 0s5 _e o espanhol segurava atrás de si um fila compacta até Hulkenberg.

Começaram, também, conversas mais firmes sobre mudanças no tempo. Na 13ª volta, o engenheiro de Raikkonen o alertou sobre a possibilidade de chuva “dentro de 15 voltas”. Virou o assunto nos papos via rádio. 

(E, confesso, passou a ser a minha torcida, na expectativa por mais agito na pista, já que ninguém passava ninguém.)

Na 28ª volta, enquanto todo mundo esperava a chuva, Rosberg entrou nos boxes e colocou os pneus macios. Só o desespero puro explica: seus supermacios estavam no bagaço, no limite da segurança, e não dava para esperar a chuva.

Outros também não conseguiram esperar. Webber, Hamilton, Raikkonen, Bruno e Hulkenberg pararam na 29ª. Na 30ª, Alonso. Na 31ª, Massa.

Vettel, então, assumiu a ponta. Com os mesmos compostos macios da largada.

Ou seja, com condições de adiar sua parada, colocar os pneus de chuva junto com todo mundo e, assim, mandar a vitória pro bolso.

Mas não deu certo. Até caiu uma garoa, na altura da 39ª volta, mas nada que demandasse pneus de chuva.

Vettel aguentou até a 45ª volta, mas precisou entrar. Foi bem, mesmo assim. Retornou em quarto, com supermacios para 33 voltas.

Ordem reestabelecida lá na frente, portanto. Na 48ª volta, o top 10 tinha Webber, Rosberg, Alonso, Vettel, Hamilton, Massa, Schumacher, Vergne, Di Resta e Hulkenberg. Bruno era o 12º.

Na 62ª volta, aleluia! Uma ultrapassagem. Com dificuldades com os pneus, Schumacher foi superado por Vergne.

Cinco voltas depois, um quase aleluia! Guarda-chuvas foram abertos no principado, mas a água que caiu não foi suficiente para ensopar o asfalto.

Lá na frente, a coisa também ficava mais interessante. Com pneus desgatados, Webber reduziu o ritmo e o primeiro pelotão ficou embolado. Faltando sete voltas para o fim, apenas 3s1 separavam os seis primeiros colocados.

Vergne parou para colocar os intermediários, mas a aposta não se pagou. Na 75ª volta, ele girava 13 segundos mais lento que os líderes. Bom para Bruno, que, com isso, entrou na zona de pontos.

Webber cruzou a linha de chegada com 0s6 sobre Rosberg, que impôs 0s3 sobre Alonso. Vettel foi o quarto, seguido por Hamilton e Massa. Fechando a zona de pontos, Di Resta, Hulkenberg, Raikkonen e Bruno.

Com o resultado, Alonso lidera o Mundial, com 76 pontos. Webber e Vettel têm 73. Hamilton tem 63. Rosberg, 59. Bruno, com 15, é o 13º colocado no campeonato. Massa, agora com 10 pontos, é o 14º.

Nos Construtores, a Red Bull tem 146 pontos contra 108 da McLaren.

Tudo continua embolado na luta pelo campeonato. Mas Massa tirou um peso dos ombros.

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Maldonado, vitória histórica

Por Fábio Seixas
13/05/12 11:10

Não acontecia havia 29 anos: cinco pilotos de cinco equipes vencendo os cinco primeiros GPs da temporada.

Aconteceu hoje em Barcelona.

Maldonado celebra a vitória histórica em Barcelona ( Dimitar Dilkoff/AFP)

 

Maldonado, da Williams, venceu a quinta etapa do campeonato, dando a primeira vitória na F-1 ao seu país e igualando um recorde que vinha desde 1983.

Naquela ocasião, os vencedores foram Piquet (Brabham), Watson (McLaren), Prost (Renault), Tambay (Ferrari) e Rosberg (Williams).

Agora, antes do Maldonado, venceram Button (McLaren), Alonso (Ferrari), Rosberg (Mercedes) e Vettel (Red Bull).

Mas tem mais…

Não acontecia havia 25 anos: Ferrari, Williams e Lotus, três das principais equipes da história da F-1, dividindo um pódio.

Aconteceu hoje em Barcelona.

Porque Alonso e Raikkonen ficaram em segundo e terceiro.

A última vez que esses três times haviam subido juntos ao pódio foi em Mônaco-87, com Senna, Piquet e Alboreto.

Sorte? Acaso? Maluquice?

Não. A vitória de Maldonado foi no braço.

Na largada, é verdade, ele não curtiu a pole por mais de alguns metros. Foi ultrapassado por Alonso antes da primeira curva e teve de se conformar com a segunda posição. Raikkonen fez parecido com Grosjean e pulou para terceiro.

Massa foi muito bem, saindo de 16º para 11º. Bruno, 17º no grid, ficou na mesma. Hamilton, lá atrás, saiu de 24º e fechou a primeira volta em 19º.

Quem mais se ferrou foi Pérez, com um pneu furado após um toque _aparentemente, de Grosjean. Caiu para último, colocou os duros e começou a fazer os melhores tempos na pista.

Foi a senha para o resto da moçada.

Na 7ª volta, Webber abriu a primeira janela de pits, trocando também para os duros. Vettel fez o mesmo na volta seguinte. Kobayashi entrou na 9ª. Rosberg e Di Resta pararam logo depois, mas colocaram os macios. Button e Alonso foram com os duros. Os dois pilotos da Lotus, com os macios.

Na 13ª volta, um enrosco polêmico. Schumacher tentava ultrapassar Bruno no final da reta e, na opinião deste blogueiro, cometeu um erro grosseiro de cálculo. Encheu a traseira do brasileiro, e ambos abandonaram.

Pelo rádio, o alemão chamou o brasileiro de “idiota”. Nesta, era melhor ter ficado quieto.

(Alguém pode argumentar que Bruno mudou de trajetória. Achei que foi uma defesa legítima, honesta, mas entendo quem pense diferente. E, vai lá: se os dois erraram, nesta Schumacher errou mais)

Enquanto isso, Hamilton parava nos boxes. E, pra variar, veio uma lambança. Passou por cima de um pneu, ao deixar o pit, aparentemente sem danos ao carro.

Na 17ª volta, o top 10 era Alonso, Maldonado, Raikkonen, Grosjean, Rosberg, Vettel, Button, Kobayashi, Di Resta e Vergne. Massa continuava em 11º, sem conseguir passar o francês nem com reza braba.

O brasileiro só deixou de ver a traseira da Toro Rosso na 24ª volta, quando o rival entrou nos boxes.

Sim, boxes. Já era hora de novas paradas.

E Alonso, então, se deu mal. Maldonado parou na 25ª e acelerou feito um louco na pista. Alonso entrou na 26ª. E o venezuelano voltou à liderança, 6s8 à frente do espanhol.

Massa e Vettel também receberam más notícias. Foram punidos por ignorar bandeiras amarelas, provavelmente no choque entre Schumacher e Bruno, e tiveram de cumprir drive-through.

Lá na frente, Maldonado abria para Alonso: 7s2 na 30ª volta.

Foram necessárias três voltas, e pneus mais lixados, para o espanhol começar a reagir. Na 33ª volta, ele reduziu a margem para 6s7. Na seguinte, para 6s5. Na 35ª, para 6s1.

Na 37ª, a folga caiu para 5s6. Ou seja, Alonso tirou 1s1 em cinco voltas.

Três voltas depois, um susto. Pérez acertou um mecânico nos boxes, sem gravidade. O pior prejuízo foi o abandono da corrida para o mexicano.

Na 42ª volta, Maldonado fez seu terceiro pit, e a equipe se embananou no pneu traseiro esquerdo. Pista livre para Alonso pisar fundo e tentar dar o trocou no venezuelano.

Não deu. O espanhol voltou à pista 3s1 atrás, babando pra tentar a vitória nas 20 voltas restantes.

Na 46ª, Alonso cravou a melhor volta da prova até então e, aproveitando-se do bloqueio de Raikkonen a Maldonado, tirou 1s8. Três voltas depois, apenas 0s9 separava os duelistas.

(E, para o Brasil, uma cena emblemática na 53ª volta. Massa levou uma volta. Recebeu bandeiras azuis para deixar os líderes passarem, entre eles seu companheiro de equipe…)

Faltando dez voltas para o fim, Alonso continuava sua perseguição a Maldonado, com o mesmo 0s9 separando-os. Muita gente achava que ele passaria, eu incluído.

Não passou. Maldonado soube conservar bem os pneus e cruzou a linha de chegada com 3s1 sobre Alonso, que teve 0s6 sobre Raikkonen.

Completando o top 10, Grosjean, Kobayashi, Vettel, Rosberg, Hamilton, Button e Hulkneberg.

Massa, com a falta de combatividade, com a punição por ignorar a bandeira amarela e com o vexame de levar uma bandeira azul, terminou em 15º. Ficou feio pra ele.

Com o resultado, Vettel manteve-se na ponta do Mundial, com 61 pontos. Alonso tem os mesmos 61, mas está em segundo porque o alemão obteve posições melhores nas corridas até agora. Hamilton tem 53. Raikkonen, 49. Webber soma 48.

No Mundial de Construtores, a Red Bull tem 109, contra 98 de Mclaren e 84 de Lotus.

Tudo apertado, tudo muito disputado, tudo muito imprevisível. Assim que é bom.

E que ninguém duvide de um sexto vencedor daqui a duas semanas, em Mônaco. Candidatos não faltam.

A F-1 versão 2012 é das melhores dos últimos tempos. As estatísticas estão aí para não me deixarem mentir.

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Vettel, e 2012 já é histórico

Por Fábio Seixas
22/04/12 10:52

Deu Vettel no GP do Bahrein.

E o Mundial de 2012 já é histórico: o início de campeonato mais equilibrado em 29 anos.

Quatro pilotos de quatro equipes venceram as quatro primeiras etapas.

Não acontecia desde 1983, quando Piquet (Brabham), Watson (McLaren), Prost (Renault) e Tambay (Ferrari) venceram em Jacarepaguá, Long Beach, Paul Ricard e Imola, respectivamente. Em 2012, Button (McLaren), Alonso (Ferrari), Nico (Mercedes) e Vettel (Red Bull) venceram em Melbourne, Sepang, Xangai e Sakhir.

Naquele ano, diga-se, houve um quinto vencedor de uma quinta equipe na quinta prova: Rosberg, da Williams. Do jeito que a coisa vai, é bem capaz que 2012 iguale a marca.

Com a Lotus, por exemplo, que colocou dois pilotos no pódio. Raikkonen foi o segundo e Grosjean (sim, é verdade!), foi o terceiro.

É a 22ª vitória de Vettel na F-1, o que o iguala a Damon Hill como o 11º piloto na estatística.

Uma corrida boa. Com mais pit stops do que eu gostaria, mas ainda assim com belas ultrapassagens.

(Há quem goste de corridas cheias de pits. Eu não. No momento em que os pilotos começam a se aproximar uns dos outros, no momento em que os duelos começam a se insinuar, surgem as plaquinha de “box” no pit wall. Houve disputas? Houve, algumas muito boas. Mas eu prefiro corridas puras, abertas, sem interferências externas. Perdoem a divagação, talvez eu esteja querendo demais…)

Para a largada, 23 dos 24 pilotos optaram pelos pneus macios. Só Kobayashi, o mito, foi com os médios. Vettel saiu bem e manteve a ponta, seguido por Hamilton e Webber. Os dois ferraristas deram show. Alonso pulou de nono para quinto. Massa, de 14º para oitavo.

O top 10, Vettel, Hamilton, Webber, Grosjean, Alonso, Button, Raikkonen, Massa, Rosberg e Pérez. Bruno, outro que largou bem, cruzou em 11º.

Na terceira volta, Massa partiu pra cima de Raikkonen e o ultrapassou. Subiu para sétimo. Mas não durou muito. Três voltas depois, levou o troco.

Enquanto isso, Grosjean virava o nome da primeira parte da corrida. Na quarta volta, deixou Webber para trás e assumiu o terceiro lugar. Na sétima, passou Hamilton e torno-se o vice-líder.

O festival de pits começou na oitava volta, com Ricciardo. Na nona, Button, Massa e Rosberg pararam. Na décima, Hamilton, Alonso e Webber. Na 11ª, Grosjean e Vergne. Vettel e Raikkonen pararam na 12ª…A ideia básica era trocar os macios pelos médios. Mas, com tanto agito, houve alguma confusão. 

A McLaren errou com Hamilton. Atrapalhou-se no pneu traseiro esquerdo. De novo. A impressão é que houve um troca-troca de mecânicos da McLaren e da Ferrari entre 2011 e 2012…

Na saída, o inglês ainda levou um chega pra lá de Rosberg. O quase acidente valerá uma investigação para os dois após o GP.

Ao fim da primeira janela de pits, na abertura da 15ª volta, o top 10 era Vettel, Grosjean, Raikkonen, Webber, Button, Hamilton, Alonso, Rosberg, Massa e Pérez.

Raikkonen tornou-se, então, o piloto a ser observado, virando tempos melhores que Vettel e Grosjean e aproximando-se da dupla. Na 21ª, embutiu no companheiro de equipe: 0s7.

E veio mais pit stop. Na 23ª, Button, Rosberg e Massa mantiveram o triozinho da primeira janela de pits e pararam juntos. Na 24ª, Webber, Hamilton, Alonso, Maldonado e Schumacher pararam _na saída, Rosberg espremeu Alonso pra areia, outro incidente que será investigado após a corrida.

(Acredite: a McLaren se embananou de novo no pit de Hamilton, um inglesinho contra esse mundão todo…)

Enquanto isso, quase um detalhe numa corrida com tantos pits, Raikkonen passava Grosjean para assumir o segundo lugar.

Na 25ª, o finlandês parou. Na seguinte, Vettel e Grosjean.

O top 10, à esta altura da prova, tinha Vettel, Raikkonen, Grosjean, Webber, Di Resta, Button, Kobayashi, Rosberg, Alonso e Massa. O escocês da Force India e o japonês da Sauber, em estratégias à parte da concorrência: tinham parado apenas uma vez até então.

E formou-se um trenzinho interessante: Alonso-Massa-Hamilton. O espanhol mais lento que todo mundo, e Massa hesitando em tentar a ultrapassagem.

Lá na frente, Raikkonen partia para cima de Vettel. Na 35ª, grudou no alemão e começou a dar seus botes.

Na 37ª, mais uma janela de pits: Rosberg e Hamilton pararam. E desta vez, milagre, a McLaren não ferrou seu piloto. Na 38ª, Button, Alonso, Pérez e Schumacher pararam. Na 39ª foi a vez de Massa. Que se deu mal: perdeu a posição para Hamilton. Na 40ª, os dois líderes pararam: Vettel e Raikkonen, que saíram com os pneus médios. Por fim, Grosjean entrou na 41ª.

Fim dos pits, 16 voltas de corrida sem interferências até a bandeirada. É a isso que me refiro quando critico o excesso de pits. Sobra muito pouco de corrida pura, franca, aberta.

O esperado duelo pela ponta, que se ensaiou no terceiro trecho da prova, por exemplo, não aconteceu. A maior notícia foram os abandonos de Button e Bruno.

O top 10 na bandeirada: Vettel, Raikkonen, Grosjean, Webber, Rosberg, Di Resta, Alonso, Hamilton, Massa e Schumacher. Sim, os primeiros pontos do brasileiro da Ferrari no ano…

Com o resultado, Vettel é o novo líder do Mundial de Pilotos, com 53 pontos. Hamilton é o segundo, com 49, seguido por Webber, com 48. Button e Alonso têm 43.

Entre os Construtores, a Red Bull tem 101, contra 92 da McLaren e 57 da Lotus.

O equilíbrio tá bacana. Tá? Mas deixaram a Red Bull chegar…

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Rosberg, num GP estratégico

Por Fábio Seixas
15/04/12 05:57

A F-1 tem um novo vencedor. O 103º da história da categoria.

Rosberg comemora a vitória em Xangai (Diego Azubel/Efe)


 

Rosberg fez uma pilotagem perfeita, contou com um erro nos boxes da McLaren, e venceu nesta madrugada o GP da China.

Levou 111 provas para isso. E encerrou um jejum incômodo: de zero ponto nesta temporada, pulou para 25.

Um resultado com pitadas históricas. A equipe Mercedes não vencia uma corrida na F-1 desde o GP da Itália de 1955, com Fangio. E Rosberg tornou-se apenas o segundo filho de campeão mundial a vencer na categoria, seguindo os passos de Damon Hill.

Button foi o segundo colocado. Hamilton completou o pódio.

Uma corrida estratégica. Pneus esfarelando, muitíssimos pits e pouca disputa na pista, lembrando o início do ano passado.

Depois de provas tão boas na Austrália e na Malásia, o GP da China decepcionou um pouco. Principalmente partindo de um grid tão interessante.

Na largada, Rosberg disparou na frente, sem ser ameaçado.

A largada em Xangai (Liu Jin/AFP)

Schumacher demorou um pouco pra sair, mas manteve a segunda posição. Button foi bem: pulou de quinto para terceiro.

O top 10 ao fim da primeira volta: Rosberg, Schumacher, Button, Raikkonen, Hamilton, Pérez, Kobayashi, Alonso, Webber e Massa. Bruno, que deu um totó no compatriota na largada, ganhou duas posições, cruzando em 12º.

Não houve muita emoção nas primeiras voltas, nem com a liberação do uso da asa traseira.

Na sétima volta, Webber parou nos boxes para trocar os pneus macios pelos médios. Deu certo. Na oitava, ele cravou o melhor tempo até então.

Pronto, outros começaram a fazer o mesmo. Na nona volta, Kobayashi parou para trocar os pneus. Na décima, Hulkenberg. Na 11ª, Raikkonen e Hamilton _e o inglês, que colocou os macios, se deu melhor na acirrada dividida na saída dos boxes. Button, Grosjean, Di Resta e Maldonado pararam na 12ª.

Schumacher e Alonso pararam na 13ª, e logo depois o alemão abandonou. “O câmbio quebrou, estou fora da corrida”, disse, pelo rádio.

Não, não foi exatamente isso. O replay mostrou o mecânico da roda dianteira direita indo ao desespero no momento em que o alemão deixou os pits. Alguma coisa estava mal apertada ali. Ficou pelo caminho.

Líder, Rosberg entrou na 14ª volta. E Pérez voltou à ponta de uma corrida, o que durou até a 16ª, quando foi sua vez de colocar os médios.

Massa, que largou com os médios, assumiu a liderança. Mas demorou demais para fazer o primeiro pit. Demais, demais. 

Um erro. Enquanto girava em 1min44s, a concorrência estava em 1min42s. Só entrou na 19ª volta. Voltou em 14º lugar. Começava a se desenhar o fiasco do pit wall ferrarista…

Ao fim dos pits, na 20ª volta, o top 10 era formado por Rosberg, Button, Hamilton, Raikkonen, Alonso, Webber, Kobayashi, Grosjean, Vettel e Pérez.

Na 22ª, Webber abriu a segunda janela de pits.

Sim, pit stops de novo. 

Hamilton parou na 23ª. Button, na 25ª. Depois pararam Kobayashi, Alonso, Raikkonen, Vergne, Kovalainen, Bruno…

Massa seguia na pista, numa estratégia diferente, de apenas dois pits. Na 30ª volta, Alonso encostou nele. “Faster than you?”

Não, desta vez a Ferrari explicou melhor a situação. “Fernando está numa estratégia diferente. Deixe-o passar”, disse o engenheiro. E o espanhol passou.

Button, na China (Mark Baker/AP)

Lá na frente, Button, de pneus novos, voava e se aproximava de Rosberg. Enquanto o alemão insistia em permanecer na pista, virando 1min43s, o inglês era o mais rápido, na casa de 1min41s. E a diferença entre eles ia despencando.

Rosberg só parou na 34ª, quando sua folga para Button já tinha caído para 14s. E o inglês assumiu a ponta.

McLaren e Mercedes passaram então a fazer contas. Na 37ª volta, Button tinha 8s sobre Rosberg. Os dois parariam. A vitória parecia nas mãos do inglês.

Parecia.

A McLaren só não contava com o erro no pit. O rapaz da roda traseira esquerda se embananou, e o inglês perdeu um temporal. Mais: perdeu, naquele instante, qualquer chance de vitória.

Rosberg venceria sem esse erro? Provavelmente, até porque fez um pit a menos e, mesmo assim, soube conservar bem os pneus. Mas, claro, o problema nos boxes da McLaren deixou sua vida menos difícil. 

Na 42ª, Massa parou. Era quinto, voltou em 14º. Que bela estratégia, não?

Faltando dez voltas, Button era apenas o quarto, a 26s3 de Rosberg. Entre os dois Raikkonen e Vettel. Não, não daria mais para ele.

Na 48ª, o finlandês errou e foi superado por Vettel e Button. Na 52ª, Button ultrapassou o alemão. O bicampeão ainda perderia duas posições, para Hamilton e Webber, na penúltima volta.

O top 10 na chegada, Rosberg, Button, Hamilton, Webber, Vettel, Grosjean, Bruno, Maldonado, Alonso e Kobayashi. Massa foi apenas o 13º.

Sobre os brasileiros, duas considerações…

Bruno fez uma corridaça. Largando em 14º, chegou em 7º, à frente do companheiro. Parabéns. Quanto a Massa, largou em 12º e chegou em 13º. É preciso dizer mais alguma coisa sobre a estratégia dele e da Ferrari?

Com o resultado, Hamilton assume a ponta do Mundial, com 45 pontos. Button tem 43. Alonso, 37, seguido por Webber, com 36, e Vettel, com 28. Rosberg é o sexto, com os 25 conquistados hoje.

No Mundial de Construtores, 88 para a McLaren, contra 64 de Red Bull e 37 da Ferrari.

A Mercedes está no páreo? Para lutar pelos títulos, não. Para vencer eventualmente e incomodar, sim.

E que venha (infelizmente) o Bahrein.

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