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Fábio Seixas

Automobilismo e pitacos sobre tudo o mais

Perfil Fábio Seixas, 38, é jornalista com mestrado em Administração Esportiva

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Tag Archives: pílulas

Pílulas do Dia Seguinte

Por Fábio Seixas
23/07/12 10:22

Puniram o Vettel. Levou 20 segundos, caiu de segundo para quinto. Revi algumas vezes a manobra. E recebi, de alguns internautas, a dica abaixo. Em 2003, Schumacher passou Trulli exatamente no mesmo ponto, da mesma forma. Não foi punido. Até onde sei, as duas cenas, ainda que separadas por nove anos, são de um mesmo esporte, a F-1. O que, no mínimo, mostra incoerência e inconsistência da FIA. Mantenho minha opinião: eu não puniria Vettel;


Só mais um toque sobre a polêmica. No fundo, tanto faz pra mim se Vettel foi segundo, quinto ou 18º. O que me interessa no caso é a mensagem que a FIA passa para os pilotos e os efeitos que ela pode ter daqui pra frente. Ao punir o alemão, a entidade diz “comportem-se, sejam robozinhos, não façam graça”. É isso. A FIA quer um esporte sem graça. Todos andando nos trilhos, sem espaço para o arrojo ou a inventividade. F-1 com mimimi, enfim;

Para Domenicali, Alonso não tinha o melhor carro de Hockenheim, o que só aumenta o tamanho de seu feito. “Ele está no seu pico de performance. Está num grande momento e vamos tentar manter este momento pelo máximo de tempo possível. Não temos ainda o melhor carro. Fernando teve que fazer 67 voltas em ritmo de qualifying”;

Massa: “Fernando precisa de mim. Em um campeonato como este, é muito importante ter os dois carros na zona de pontuação”. Aí é que mora o busílis. É essa a maior pressão a que o brasileiro será submetidos nos próximos meses. Eu diria até que é isso que vai definir sua permanência na equipe. Mas Massa terá que melhorar. Muito. Enquanto Alonso tem 154 pontos e lidera o Mundial, o brasileiro soma 23 e é o 14º. Enquanto Alonso acumula seis pódios em dez GPs, Massa não fica entre os três primeiros colocados desde outubro de 2010;

Falando em pressão, a Hungria marca o início da segunda metade do campeonato. E Bruno continua com 18 pontos, só à frente dos pilotos da Toro Rosso e das nanicas. Nada mais que a obrigação, portanto. Para usar um jargão futebolístico, é outro que não conseguiu acumular gordura na primeira fase do Mundial e que vai ter meses de sufoco pela frente;

Para não passar batido: que campeonato vem fazendo o Raikkonen! Não aparece, porque ainda não venceu. Mas pouco a pouco vem subindo na classificação. Em Hockenheim, ganhou mais uma posição na tabela. Superou Hamilton e já é o quarto. Ah, sim: ele estava parado havia dois anos. E pilota uma Lotus;

Na GP2, um bom final de semana para Nasr. Não foi tão bacana para Razia, mas foi ainda pior para seu rival pelo título, Valsecchi. Assim, o baiano segue na liderança da tabela, com 171 pontos, 10 a mais que o italiano;

Na Indy, Castro Neves se colocou definitivamente na luta pelo título. Em Edmonton, conseguiu sua segunda vitória a temporada e subiu para a vice-liderança do campeonato. Tem, agora. 339 pontos, 23 a menos que Hunter-Reay. E importante: está crescendo na hora certa. Faltam quatro etapas para o fim do campeonato;

(Em tempo: se algum piloto da F-1 inventasse de escalar um alambrado após uma vitória não tenho dúvidas de que seria ameaçado de punição por quebra de protocolo, por atrasar o pódio, por prejudicar a transmissão internacional. A FIA quer robozinhos, afinal).

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Pílulas do Dia Seguinte

Por Fábio Seixas
09/07/12 10:38

“Nada mal para um segundo piloto.” A célebre frase de Webber após a vitória em Silverstone, dois anos atrás, encaixa perfeitamente na situação atual. O australiano está na luta pelo campeonato não apenas por suas duas vitórias mas também por sua regularidade. Depois de Alonso, é o piloto que pontuou em mais GPs até agora. Só não marcou pontos na Espanha. Sim, Vettel está em terceiro, não pode ser descartado, mas não vem mostrando o mesmo brilho de temporadas passadas. Estou curioso para acompanhar o comportamento da Red Bull nas próximas provas caso essa distância aumente;

“Há muitas especulações sobre a Ferrari, e não podemos controlar o que outras pessoas dizem. Mas Mark quer continuar na equipe no ano que vem e vamos conversar sobre isso nas próximas semanas”, disse Horner. Até pela falta de opções na Toro Rosso, acho que o veterano renova;

Quando corria na World Series, Maldonado correu risco de banimento por suas atitudes na pista. Na GP2, também vivia se metendo em lambanças. Ontem, após ter feito o que fez com Pérez, o venezuelano declarou que não vai mudar seu estilo. Tem a ver, claro, com as punições brandas da FIA. Deixar para julgá-lo após a prova foi um erro. A punição dada foi outro equívoco: € 10 mil e um puxão de orelha. Bandeira preta existe para quê?;

Aliás, vale uma comparação com Bruno. Com os dois pontos em Silverstone, o brasileiro chegou a 18. São 11 a menos que o companheiro. Uma questão importante é que Bruno pontuou em 5 dos 9 GPs até agora. Maldonado, em apenas dois. E 25 de seus 29 pontos são pela vitória em Barcelona. Minha aposta é que Bruno termina o ano à frente do companheiro. E meu diagnóstico é que é injusto dizer que ele está fazendo um mau campeonato;

Massa fez ontem sua melhor prova em muito tempo. Não chegou ao pódio porque a Red Bull foi mais esperta na estratégia e porque Vettel acelerou muito antes daquele primeiro pit. Mas seu campeonato continua bastante ruim;

Comendo pelas beiradas, Raikkonen já é o quinto no campeonato. Taí um pilotaço;

Começa a pintar um cheirinho de crise pelos lados de Woking. Descontente com o desempenho em Silverstone, Hamilton saiu atirando: “Ainda estamos na briga, mas vai ser difícil continuar assim. Não são apenas Ferrari e Red Bull que estão à nossa frente. Um monte de carros está.” Questionado por um repórter se o carro era “defeituoso”, respondeu: “Eu não estou usando essa palavra, mas vou deixar que você a use”;

Na GP2, parabéns para Razia. Prova a prova, o baiano vem consolidando sua condição de grande piloto da categoria nesta temporada. Mais do que o título, o importante ali é que Ecclestone é dono da bagaça e, até para valorizar seu produto, faz questão de ver o campeão correndo na F-1 no ano seguinte. Para registro: após algumas provas ruins, Nasr se recuperou na Inglaterra e vem fazendo um campeonato ok para um piloto estreante;

MotoGP: Stoner não deve ter dormido nesta noite;

Indy: Power vai conseguir a façanha de perder outro campeonato. Vencedor em Toronto, Hunter-Reay merece a liderança.

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Pílulas do Dia Seguinte

Por Fábio Seixas
25/06/12 09:52

A punição a Maldonado, após o GP, fez justiça duas vezes. Primeiro, porque o venezuelano realmente exagerou na vontade naquela manobra com o Hamilton. É um piloto em evolução, uma das boas surpresas desta temporada, mas às vezes lembra o Maldonado despirocado da GP2. Foi o caso. Os 20 segundos a mais no seu tempo de prova ainda alçaram Bruno ao décimo lugar, o que valeu mais um ponto no Mundial. Taí a segunda justiça. O brasileiro merecia. Fez uma boa prova e não teve culpa nenhuma no acidente com Kobayashi. A única explicação para aquela punição, ao meu ver, é a reincidência. Foi a segunda batida neste ano defendendo posição. Bruno não teve culpa em nenhuma, na minha opinião. Mas acho que a FIA quis dar um sinal de alerta para o brasileiro, algo na linha “fica esperto, meu filho”;

Massa alegou, ao fim da prova, que enfrentou problemas no carro após a sétima volta. Algo no assoalho, talvez. “Comecei a perder o balanço do carro de um momento para outro. Tinha alguma coisa estranha na parte traseira. Eu vinha reclamando para a equipe desde o começo, mas não tinha o que fazer. Então, eu lutei a todo o momento com o problema. Nas curvas de alta velocidade, tinha que ‘arrancar o pé’ e ir lento, senão eu rodava”, explicou. Pode ser, faz sentido, até porque ele fez um bom início de prova. Mas tenho dúvidas de o quanto essas explicações e problemas influenciarão no momento de a escuderia definir sua dupla. Acredito mais na análise da tabela do campeonato. E, nela, Alonso tem 100 pontos a mais que o companheiro;

Domenicali: “Em relação ao começo do ano, nosso carro está em outro nível, mas ainda não é nosso carro que está nos colocando à frente”. Alonso não poderia receber elogio melhor;

Além das duas vitórias, há que se aplaudir a regularidade de Alonso. Muito já foi dito que, em campeonatos tão equilibrados, marcar pontos sempre faz a diferença. E adivinhem que é o único piloto a pontuar em todas as etapas do campeonato?;

O terceiro lugar de Schumacher merece mais um registro. Se seu sorriso no pódio não foi dos maiores, suas declarações pós-GP deram mais uma dimensão histórica do feito. “Quando falaram pelo rádio, não pude acreditar . Eu não esperava. É um daqueles momentos que você curte intensamente. É um sentimento maravilhoso”. Não, não é um novato falando. É um cara que, ontem, subiu pela 155ª vez a um pódio na F-1;

A Renault pediu desculpas a Vettel e Grosjean. Ambos abandonaram com problemas idênticos, pane no alternador. Um prejuízo inestimável. Uma pecinha elétrica provavelmente tirou da montadora uma dobradinha no pódio;

Noves fora o problema de ontem, acho que Grosjean ainda vence um GP neste ano. Está batendo na trave. Raikkonen também deve levar uma;

Aplausos a três brasileiros em outros campeonatos pelo mundo. Na GP2, Razia fez uma manobra sensacional na última volta da corrida para vencer e ficar a um ponto da liderança do Mundial. É o tipo de desempenho que a F-1 acompanha com atenção. Na Indy, Kanaan conseguiu seu segundo pódio consecutivo, mesmo correndo por uma equipe tão modesta. E, na segunda divisão da Nascar, a Nationwide, Nelsinho colheu sua primeira vitória, dando mais um passo no seu novo sonho, de conquistar a América.

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Pílulas do Dia Seguinte

Por Fábio Seixas
11/06/12 09:47

Adoro a língua portuguesa. Entre outros motivos, pela capacidade de sintetizar de forma única eventos tão complexos. É de Massa a frase do final de semana: “Na verdade, para falar a palavra certa, foi uma cagada”. Assim ele respondeu à questão sobre sua rodada no começo do GP do Canadá. Continuou: “Cheguei na curva e não tentei nada demais, não perdi o ponto de freada. Na hora de pegar a zebra, perdi a traseira do carro do nada. Não imaginava que a traseira sairia assim. Foi uma pena, porque seria uma ótima corrida”. Sim, seria. Àquela altura da prova, apenas Vettel, Hamilton, Alonso e Webber estavam à sua frente. Não é absurdo imaginar que o brasileiro poderia ser segundo colocado, lavando a alma após corridas tão ruins. Mas, enfim, foi uma cagada. Quero ver alguém traduzir isso, com todo o peso do seu significado, para outro idioma;

Ainda sobre a cagada: o resultado está no Mundial de Construtores. A ineficiência de Massa em ajudar a Ferrari tem enorme peso na queda da equipe na tabela. A escuderia chegou a Montreal em terceiro lugar. Saiu de lá em quarto, atrás da Lotus. Na Ferrari, um só piloto é o responsável por 89% dos pontos até agora. Na Lotus, dos 108 pontos conquistados, 55 (51%) foram com Raikkonen e 53 (49%) com Grosjean. Montezemolo e Domenicali já devem ter feito essa conta;

Alonso: “Tomamos a decisão para tentar vencer a corrida e não funcionou, não por causa da estratégia, mas por causa do desgaste dos pneus. Quero deixar claro porque vai ter confusão das pessoas que não entendem a corrida. Paramos na mesma volta que Grosjean, e ele terminou em segundo com os mesmos tempos de volta de Hamilton. Então, o problema não foi parar com Hamilton ou não parar. O problema é que Grosjean fez 55 voltas com os pneus em um bom ritmo e fizemos 45. Este foi o único problema.” Assino embaixo. E, nas voltas finais, ele estava sem opção. Se parasse, despencaria na corrida. O jeita era tentar levar como dava, mesmo sabendo que seria presa fácil para quem se aproximasse;

É difícil, admito, analisar a corrida de Bruno. Porque não teve corrida. Ele andou o tempo todo lá atrás, não tentou nada e terminou frustrado, em 17º, reclamando dos pneus. Mais um GP insosso;

O recorde de sete vencedores nos sete primeiros GPs é bacana, é lindo, é histórico, mas acho que a festa acaba por aqui. Sim, Schumacher, Pérez, Raikkonen e Grosjean são pilotos com chances de vencer neste ano, mas talvez não seja em Valência. Seis dos sete que já venceram (Maldonado à parte) me parecem hoje em melhores condições do que esses quatro;

O grande mistério do ano é Button. Venceu na Austrália, foi segundo colocado na China e, depois, ninguém sabe, ninguém viu. Whitmarsh diz que confia na reação do seu piloto e revelou que a McLaren tentou uma nova configuração da suspensão traseira para ajudá-lo no Canadá. Não funcionou. A explicação do dirigente para desempenhos tão diferentes entre seus dois pilotos é parecida com a que já ouvimos tanto da Ferrari: afinidade com os atuais pneus. O curioso é que, até o ano passado, uma das principais qualidades atribuídas a Button (inclusive por este blogueiro) era a capacidade de compreender o comportamento dos compostos. Caímos todos do cavalo. Inclusive o piloto; 

Se sou o chefe da Mercedes, mando um novo contrato para o Schumacher hoje, com um pedido de desculpas por este 2012;

Encerro esta edição das “Pílulas” como comecei: usando o termo usado por Massa. O “troféu cagada” do fim de semana vai pra Graham Rahal. Justin Wilson, claro, agradece.

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Pílulas do Dia Seguinte

Por Fábio Seixas
28/05/12 13:25

Começando pelo fim (do domingo). Franchitti é um ótimo piloto, o melhor da Indy. Mas o que ele tem de sorte lá em Indianápolis é brincadeira… Ok, ele tinha um carro mais inteiro e veloz do que os de Sato e Kanaan. Mas contou com a última bandeira amarela na hora certa, ficando numa confortável posição de perseguidor, e com aquela escorregada do japonês, no instante crucial da corrida, para colocar o terceiro anel nos dedos. E entendam que essa não é uma crítica, apenas uma constatação. Sorte também faz parte do jogo;

Falando em sorte, Castro Neves também tem de agradecer por aquele pneu de Conway só ter acertado seu carro. Muita, muita sorte;

Vale registro: para uma estreia em oval, Barrichello foi muitíssimo bem. Chegou até a liderar a prova. Animador;

Webber estava no lugar certo na hora certa, contou também com a ajuda da meteorologia, e venceu em Mônaco. O efeito colateral disso tudo é que, pelas declarações de Horner, cresceram as chances de o australiano renovar com a equipe para 2013. “Por que ele iria querer sair? Ele está à vontade no time. A equipe conhece Mark muito bem e vice-versa. Estamos apenas na sexta corrida, e obviamente depende muito da motivação e do desejo dele que, no momento, parece muito clara. Ele está fazendo um grande trabalho e estamos felizes por ele.” Aos 35, e há 11 temporadas na F-1, é difícil acreditar que Webber terá a algo a acrescentar para a categoria. Sua permanência da Red Bull barrará a ascensão de alguém mais jovem e travará toda a linha de preparação de pilotos da marca. Mas, enfim, quem manda é o Horner;

Muita gente nem ficou sabendo, mas houve uma ameaça de protesto de equipes rivais contra a vitória da Red Bull, após a prova. McLaren, Mercedes e Ferrari questionam a existência de buracos no assoalho do RB8, pouco antes das rodas traseiras. Não está muito claro ainda qual seria o ganho aerodinâmico desse negócio, mas o 3.12.5 do Regulamento Técnico proíbe os tais furos naquele ponto do assoalho. Enfim, os protestos não aconteceram, o resultado foi mantido, mas a FIA promete tomar uma decisão ainda nesta semana para que essa chatice não se arraste até o Canadá;

Depois de semanas difíceis, Massa ouviu palavras mais agradáveis da direção ferrarista ontem. “Tenho certeza de que essa corrida significará uma virada para ele neste ano. Ele fez um ótimo final de semana. Era algo de que precisávamos para o Mundial, então espero um bom Felipe até o final do ano”, disse Domenicali. Ou seja, a equipe está contente, mas a pressão por resultados continua. Ontem, ele fez o que a Ferrari espera dele: marcou pontos para os Construtores. Na disputa do Mundial de Pilotos, claro, o foco todo da escuderia é Alonso;

A Williams também tem motivos para estar satisfeita com Bruno. Ele fez o que a equipe espera: pontuou. A Williams tem 44 pontos no Mundial, contra 41 da Sauber. As duas devem brigar até o fim do ano pela condição de sexta força do campeonato, e uma posição faz diferença na hora da divisão das receitas da categoria. Cada pontinho, portanto, vale uma boa grana;

Falando em Alonso… Já se foram seis corridas, 30% da temporada, e ele está na liderança. Num campeonato que deve coroar a regularidade, o espanhol tem feito esse trabalho como ninguém. Talvez ainda seja cedo para criar um grupo de favoritos ao título. Mas, quando chegar a hora, ele deve estar entre os dois ou três com mais chances.

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Pílulas do Dia Seguinte

Por Fábio Seixas
14/05/12 10:43

O incêndio nos boxes da Williams, ontem (Josep Lago/AFP)

 

Sete integrantes de equipes continuam internados em hospitais de Barcelona após o incêndio que irrompeu na Williams cerca de 1h30 depois da corrida. As imagens impressionam, mas não houve explosão, equipamentos não foram atingidos, corpos não saíram carbonizados. Houve, sim, muita fumaça. Daí o motivo das internações: intoxicação. Segundo a Williams, o fogo aconteceu na “área de combustíveis” dos boxes. Para um relato completo de quem estava lá na hora do susto, recomendo a leitura do blog da colega Vanessa Ruiz;

Agora um relato de quem já acompanhou muita desmontagem de boxes na F-1. Combustível é transportado enquanto mecânicos acionam motores para secar gasolina, mecânicos fumam, caixas são carregadas. Tudo com pressa, porque a turma não vê a hora de se mandar. Pensando bem, agora, é estranho que acidentes assim não sejam mais frequentes. Que o caso da Williams sirva para uma revisão de procedimentos;

Passado o susto, a melhor piadinha que li, nos comentários ao post da corrida: “foi o Schumacher”;

Aliás, sobre a punição ao alemão: foi merecida. Revi o acidente algumas vezes e mantenho minha opinião. Bruno dá uma leve guinada para a direita, mas Schumacher errou mais, exagerou na dose. Resquícios, talvez, da época em que reinava nas pistas e estava acostumado a ver todos lhe abrindo passagem. Deve ser difícil reeducar os instintos;

Impressiona o que apareceu de gente, de ontem pra hoje, dizendo que sempre achou Maldonado um fenômeno das pistas. Minha opinião é que o venezuelano é um piloto em clara evolução. Um cara que cumpriu todas as etapas até a F-1, correndo de F-Renault, World Series, F-3000 italiana, GP2. E se é verdade que ele conseguiu resultados satisfatórios nessas categorias, também é que se notabilizou por lambanças homéricas e acidentes estapafúrdios. Na F-1, talvez por ter finalmente conseguido seu objetivo de correr ali, ficou mais calminho, esfriou a cabeça, tornou-se um piloto melhor. Fez uma temporada de estreia correta _e, sim, acho que aprendeu algumas coisas com Barrichello_ e ontem conseguiu uma vitória surpreendente. (Ou alguém acha que a Williams chegou a Barcelona sonhando com o que aconteceria?) Enfim, é um piloto talentoso e que, com a cabeça no lugar, pode fazer alguma coisa na F-1. E que não tem culpa de contar com um patrocinador forte. Pelo contrário, hoje em dia esse é um enorme mérito;

Com a vitória, Maldonado foi a 29 pontos. Bruno tem 14. Na Ferrari, Alonso tem 61. Massa, apenas 2. Nem nos tempos de vacas magras, quando Barrichello sofria na Jordan e na Stewart, o Brasil passou por situação tão ruim. Diniz, Rosset, Tarso e quetais ficavam atrás de seus companheiros, mas pelo menos Barrichello se garantia. Agora, nem isso. Bruno, tenho a impressão, ainda pode se recuperar. Noves fora o final de semana de Barcelona, ele vinha fazendo um trabalho mais consistente que o do companheiro. Pode, pelo menos, encostar na pontuação do venezuelano. Quanto a Massa, sem chance. Ontem, foi cobrado publicamente por Domenicali. A hora é de começar a procurar emprego para 2013;

A Lotus está batendo na trave. Não sei se será em Mônaco, mas uma vitória de Raikkonen, em seu ano de retorno à F-1, parece cada vez mais próxima;

Na GP2, Razia ganhou a corrida de domingo. Mas a briga com Valsecchi está dura. Os dois começaram o final de semana separados por 24 pontos. Apesar da vitória do brasileiro, a diferença, agora, é de 25;

Na Indy, o final de semana foi agitado em Indianápolis. O mais veloz do domingo foi Saavedra. Kanaan ficou em 12º. Castro Neves, o 22º. Barrichello ficou em 26º, duas posições à frente de Bia. Alesi foi o 30º e penúltimo. O Pole Day é no próximo sábado, dia 19.

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Pílulas do Dia Seguinte

Por Fábio Seixas
16/04/12 09:44

Três corridas, três vencedores de três equipes diferentes. A McLaren está na frente, mas essa mistureba na relação de forças da categoria deve impedir que um piloto dispare na classificação. Não será surpresa se Schumacher, Raikkonen, Webber, Vettel, Pérez e até Massa também vencerem corridas ao longo do ano;

Disse Massa: “É claro que um 13º lugar não é algo que me deixe feliz, mas acho que demos um passo à frente em relação às duas primeiras corridas. Pelo menos pude fazer uma corrida normal, e sei que fiz o possível”. A estratégia dele não era ruim, em tese. Rosberg também fez duas paradas e venceu. A diferença é que, para um plano assim dar certo, o piloto precisa conservar bem os pneus, que serão usados por mais voltas do que a concorrência. E essa não é exatamente uma qualidade do brasileiro. Ele também perdeu tempo atrás de alguns carros que deveria despachar logo, como o Force India de Di Resta. Deu no que deu. Sete pilotos não pontuaram neste ano. As duplas das nanicas Hispania, Marussia e Caterham. E o ferrarista. Está ficando feio…;

Vettel também não tem a tal manha para conservar os pneus. Não foi por acaso que virou saco de pancadas nas últimas voltas. “Não tinha mais pneus no final da corrida. Eu estava reagindo com o balanço de freio, diferencial, tentando tudo para manter os pneus”, afirmou. Pensei algumas vezes em escrever, no post abaixo, que ele fez uma boa corrida. Mas não, não era o caso. Num GP de 56 voltas, não adianta ir bem em 53. Este 2012 será um ano de muito aprendizado para o bicampeão;

Outro que está aprendendo muito, a olhos vistos, é Bruno. Ele ainda peca em largadas, é verdade, e desta vez o prejuízo foi um pedaço da asa dianteira. Mas, em ritmo de corrida, tem mostrado cada vez mais consistência. Se acertar a mão na classificação, seu ponto forte nos tempos de Lotus, pode conquistar ainda mais;

Whitmarsh, em Xangai (Aly Song/Reuters)

Uma declaração do chefe da McLaren causou polêmica no final de semana. Ao falar sobre a decisão de ir para o Bahrein, Whitmarsh citou o exemplo do Brasil. “Vamos para o Brasil e para outros lugares. Sempre tomamos cuidados especiais em alguns países. Nem sempre estamos totalmente confortáveis, mas não é uma decisão nossa.” Não entendi a grita. O cartola inglês não falou nenhuma mentira. Integrantes da F-1 vira-e-mexe são vítimas de assaltos nos arredores de Interlagos. Também não são raros os furtos dentro do autódromo. Em São Paulo, as equipes contratam seguranças particulares armados, o que é impensável na imensa maioria das corridas do calendário. Isso é uma coisa. Outra coisa, com a qual não concordo, é a confusão que muitos internautas fazem ao equiparar a guerra civil do Bahrein à criminalidade em São Paulo. O cenário por aqui é péssimo, todo mundo tem uma história de assalto para contar, mas não há batalhas no meio das ruas, não há uma má vontade específica de manifestantes furiosos contra a F-1, não há coquetéis molotov voando pelos ares. Não confundam as coisas…;

Assisti à Indy. Corrida boa, mas que terminou de forma patética, com aquele congestionamento de carros rodados na última curva. Ruim para Barrichello, já que a classificação final levou em conta a penúltima volta. Assim, em vez de terminar em sétimo, ele apareceu em oitavo na classificação. Duas observações: 1) Foi culpa de Castro Neves, que pediu desculpas, o que é bacana; 2) Barrichello chiou após a prova. “Gostaria apenas que as pessoas tivessem mais respeito um pelo outro na pista. Fui atingido por todos os lados do meu carro.” Não, ele não vai conseguir mudar o estilo da Indy. Acho que é mais fácil ele se adaptar.

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Pílulas do Dia Seguinte

Por Fábio Seixas
26/03/12 09:48

Pérez e Alonso, após o GP (Diego Azubel/Efe)

Não fui o único a achar que houve algo estranho na 50ª volta da corrida de Sepang. Muitos colegas no autódromo acharam o mesmo. Tanto que foram perguntar para Sauber. O suíço, claro, negou. “Dissemos para ele tomar cuidado porque, atrás de nós, todos os nossos adversários estavam marcando pontos”, disse. Questionado diretamente se houve marmelada, foi veemente: “Nada, 100% nada. Não houve nenhuma discussão sobre Checo ou sobre sua posição”;

Quando eu era estudante de jornalismo e trabalhava como rádio-escuta na Rádio Trianon, levei um esporro homérico de Fernando Vieira de Mello, diretor da emissora e um dos maiores jornalistas da história deste país. Depois de fazer um comentário inocente sobre uma notícia qualquer, ouvi do seu Fernando, aos berros e com direito a tapas na mesa: “Garoto, você tem que fazer uma escolha: ou você é ingênuo ou é jornalista! Ou você é ingênuo ou você é jornalista! Escolhe agora!” Bom, eu fiquei com a segunda opção;

Para esclarecer minha posição: quando falo em cheiro de marmelada, não me refiro à escapada do Pérez. Sim, na história já teve até quem batesse de propósito para ajudar o companheiro. Mas não acho que foi o caso. Vamos à sequência dos fatos. 1) Pérez se aproxima de Alonso; 2) O engenheiro da Sauber entra no rádio e diz: ““Checo, tome cuidado. Precisamos dessa posição”; 3) Pérez levanta o pé. Para mim, a suspeita termina aí. Porque a disputa terminou aí. Ele já não tentaria passar Alonso. O que veio depois, a escapada, pode ter sido resultado da perda de concentração. Quando um sujeito passa voltas e voltas acelerando no limite e de repente é instado a diminuir o ritmo, é fácil perder o foco. Acho que tudo isso forma um cenário bem razoável para a hipótese de marmelada diante do poder que a Ferrari tem sobre a Sauber, das ligações de Pérez com a escuderia italiana e da histórica falta de escrúpulos dos engenheiros de Maranello com ordens de equipe;

Lembram quando Ecclestone defendeu Massa na Ferrari dizendo que não havia nenhum piloto no mercado melhor do que ele? Agora tem;

Domenicali saiu em defesa de Massa. “Precisamos estar ao lado dele. É um momento difícil e precisamos achar um jeito de aumentar a confiança dele com o carro”, declarou. “Na minha opinião, o problema é que este é um carro difícil. Ele pode ser muito bom, mas pode ser muito complicado. A prioridade para mim é que Felipe tenha ao seu redor uma equipe que trabalhe duro com ele.” É, pode ser. Mas esse tipo de declaração soa cada vez mais como “a última chance”;

E Massa nisso tudo? Questionado sobre Pérez, lançou: “Estou feliz por ele e por sua equipe. O quanto isso me incomoda? Zero. Estou focado em mim, na minha pilotagem, no meu trabalho”;

“Foi bom demais!”, resumiu Bruno. Foi mesmo. Está de parabéns;

Falando em Williams, um movimento surpreendente nesta segunda-feira: Adam Parr, chefe da equipe, anunciou que está deixando Grove. Ele estava por lá desde 2006 e era considerado pelo próprio Frank Williams seu sucessor natural. No comunicado oficial, não há pistas sobre o destino de Parr. 

O problema da Red Bull está no diálogo com os pneus. Horner disse que o time vai usar essas três semanas de intervalo até a China para tentar entender melhor o funcionamento dos novos Pirelli. Acontece com as melhores equipes;

Barrichello disse que o maior desafio na estreia foi entender o duelo estratégico da Indy. “Passei bastante gente, mas nos perdemos na estratégia”, escreveu, no Twitter. Resta saber quanto tempo levará essa adaptação;

Na Stock, tudo igual. Deu Cacá. Normal. Ele sobra por lá.

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Pílulas do Dia Seguinte

Por Fábio Seixas
19/03/12 16:58

Domenicali disse quer Massa “precisa de manter focado em sua pilotagem”. O diagnóstico é correto. O brasileiro claramente sente mais e mais, GP após GP, a pressão de correr ao lado do melhor piloto da atualidade. É um círculo vicioso. Ou uma bola de neve. Ele sente a pressão, anda mal, a pressão aumenta, ele anda pior ainda. Mola? “Fernando is faster than you”? Não. Acho que esta é a verdadeira razão para seus desempenhos tão ruins. Falta de foco por sentir-se pressionado. E o fim desse drama cada vez mais parece ser a saída da equipe;

Para Massa, o toque com Bruno foi normal.”Ele viu a chance de tentar me passar, fez o máximo que pôde, mas acabou passando um pouquinho do ponto. Só que não dá para dizer que foi culpa dele”, afirmou. Tenho opinião diferente. Acho que foi o ferrarista que forçou a barra;

Sobre Bruno: sua estreia pela Williams foi muito fraca. No sábado e no domingo. A permanência em 2012 precisa começar a ser conquistada já. Do meio do campeonato para a frente, a vaca já foi pro brejo;

A ficha já caiu na Red Bull. “Sabemos onde precisamos melhorar, temos várias coisas sendo produzidas na fábrica e tiramos resultados positivos deste final de semana, com um pódio e um quarto lugar”, disse Horner. É pouco para uma equipe bicampeã mundial. Mas, sinal dos tempos, Horner sabe que o buraco, em 2012, é mais embaixo;

Por pouco a McLaren não protagonizou um vexame épico. Segundo Whitmarsh, a equipe errou no cálculo de combustível e os pilotos tiveram de economizar nas últimas voltas para não pararem com pane seca. Essa é mais uma notícia ruim para a Red Bull. Se com o consumo regulado, Button e Hamilton eram tão rápidos, imaginem com o botãozinho apontado para o outro lado;

Raikkonen foi um dos nomes da corrida. “Parece que eu nunca fui embora”, disse. E parece mesmo. Não, ele não vai lutar pelo campeonato, mas acho que tem boas chances de vencer um GP ou outro. E lutar por poles. Se Grosjean foi terceiro no grid…;

Para Maldonado, a Williams está perto de McLaren e Red Bull. Calma, meu filho, calma.

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