Grosjean, durante o GP da Hungria (Darko Vojinovic/AP)
Depois de Hockenheim, escrevi sobre Raikkonen. O finlandês ainda foi tema da minha coluna de quinta, na Folha. Hoje não vou abrir o texto com ele, mas com um assunto relacionado. Sua equipe, a Lotus. Como é bom, num meio que atrai tantos picaretas, ver gente de corrida comandando uma equipe. Legítimos “racers”. Pessoas do ramo, que entendem do assunto. A Lotus, claro, vem de uma base ótima: era a Renault, que era a Benetton, que um dia foi a Toleman. A estrutura já estava lá. Mas já cansei de ver boas estruturas se desmancharem por maus comandos. (Lembram o que houve com a Jaguar? Ou com a Jordan?) Enfim, a turma da Lotus está lá para competir, não para fazer marketing, dinheiro e vazar no ano que vem. Não é coincidência o time estar hoje em terceiro no Mundial. Sem contar que é uma bela forma de honrar um nome com tanta história no automobilismo;
Ainda sobre a Lotus, aplausos para a postura de Grosjean sobre a dividida com Raikkonen, que definiu suas posições na corrida: “Ele fez o que tinha que fazer. Peguei detritos de borracha nos meus pneus e tive dificuldade para me recuperar, mas é o que é. Apenas aconteceu”. Sim, além de tudo, a Lotus mostra uma postura esportiva. A equipe é, na minha opinião, a grande boa novidade do ano;
Para passar a régua no assunto Lotus: Boullier disse que não acredita na saída de Raikkonen para a Ferrari no fim do ano, o grande boato do paddock de Budapeste. Ok, o finlandês tem contrato até o fim de 2013, mas sabemos que isso não vale muito na F-1. O principal motivo, diz o cartola, é que “não há motivos para ele nos deixar”. É, talvez o francês tenha razão;
Sobre Hamilton: quando ele está com a cabeça boa, num final de semana bom, é difícil de ser batido. Talento, ele tem. Muito. Seu problema é a instabilidade emocional. Se um dia ele conseguir mais auto-controle, será páreo mais frequente para Alonso;
Eu já disse isso algumas vezes no Pit Stop e agora está ficando claro como Bruno faz uma temporada mais consistente do que Maldonado. O venezuelano ganhou em Barcelona, enfiou um monte de pontos no bolso, mas não fez muito além do que isso: pontuou em apenas mais um GP, China. Já o brasileiro marcou pontos em 6 das 11 corridas e está a apenas cinco pontos do companheiro. Aposto que termina na frente. A concorrência com Bottas por uma vaga em 2013 é grande, Maldonado leva um caminhão de dinheiro, mas pelo menos Bruno pode provocar um constrangimento para a Williams ao fim da temporada. Dispensar seu melhor piloto pode soar estranho. De mais a mais, será um bom cartão de visitas se for preciso bater em outras portas;
A participação de Massa nos pontos da Ferrari, passadas 11 das 20 etapas da temporada: 13,23%. Assim fica difícil renovar. Cada vez mais, seus melhores argumentos são o bom relacionamento com a equipe e a falta de bons pilotos no mercado. O primeiro resolve-se com um “amigos, amigos, negócios à parte”. O segundo não é exatamente uma verdade. Argumentos frágeis, enfim;
A F-1 entra agora em férias. GP, só em Spa, no início de setembro. Quem entra nas férias em alta: Hamilton, McLaren, Alonso, Vettel, Raikkonen, Lotus, Bruno. Quem vai passar esses dias de cabeça quente e/ou com pulgas atrás da orelha: Ferrari, Massa, Webber, Button, Sauber, Schumacher, Mercedes;
Na GP2, com dois terceiros lugares na Hungria, Razia manteve a liderança do campeonato. É se é verdade que sua folga para Valsecchi caiu de 10 para 7 pontos, também é que faltam agora duas corridas a menos para o fim da temporada. São seis pela frente: rodadas duplas em Spa, Monza e Cingapura. Não está fácil. Mas está bem possível;
Na MotoGP, Stoner voltou a vencer depois de passar duas corridas fora do pódio. E foi uma vitória sólida, com ultrapassagens sobre Pedrosa e Lorenzo, seu concorrentes pelo título. Com o resultado, foi a 173 pontos, 32 a menos que o espanhol da Yamaha. Pedrosa soma 182.