Pit Stop #277
28/05/13 11:11A vitória de Kanaan em Indianápolis é o principal assunto do Pit Stop desta semana.
Mas o programa também fala bastante sobre F-1, não poderia ser diferente.
Lá vai…
Perfil Fábio Seixas, 38, é jornalista com mestrado em Administração Esportiva
Perfil completoA vitória de Kanaan em Indianápolis é o principal assunto do Pit Stop desta semana.
Mas o programa também fala bastante sobre F-1, não poderia ser diferente.
Lá vai…
Algumas cenas de ontem refletem bem quem é Kanaan. Amigo do peito desde os tempos de Itália, Zanardi, herói deste blog, foi a Indianápolis torcer pelo amigo. Levou no bolso uma das medalhas de ouro que conquistou na Paralimpíada de Londres. O brasileiro esfregou a medalha no carro antes da largada para dar sorte. Nas voltas finais, contam, Zanardi era dos mais alucinados no pit wall, torcendo loucamente. Depois da prova, o italiano ganhou o capacete da vitória. E postou no Twitter, com a foto ao lado: “A amizade ainda é um valor? Tony ganhou as 500 Milhas e me deu o capacete de presente. Sou feliz por nunca ter duvidado”;
Outra cena, também relato de quem estava lá: nas voltas finais, sob bandeira amarela, a torcida no Speedway era toda para ele. Um estreante, Muñoz, era o segundo. Dois pilotos americanos vinham na sequência, Hunter-Reay e Andretti. Mas o torcedor soube reconhecer o mérito de um cara que tantas vezes flertou com a vitória. Tony descreveu aquela última volta como “a mais longa da minha vida”. Dá para imaginar, mesmo que à distância, a quantidade de cenas que passaram por sua cabeça. A agonia, a aflição, a espera por aquela bandeirada;
A corrida foi ainda marcada por recordes. Houve 68 trocas de liderança entre 14 pilotos. A média do vencedor também foi recorde: 187,433 milhas por hora, ou 301,6 km/h;
Por fim, não deixa de ser irônico que a bandeira amarela final tenha sido provocada por um toque de Franchitti no muro. O escocês é outro dos grandes amigos de Kanaan. E foi se juntar à sua festa assim que foi liberado do atendimento médico de praxe;
Na F-1, a batata pode assar para os lados da Mercedes. A FIA divulgou nota ontem, após o GP de Mônaco, informando que autorizou o teste da Pirelli com a equipe alemã sob duas condições: que a sessão fosse conduzida pela fabricante de pneus e que a chance fosse aberta para todas as outras dez escuderias. Pelo primeiro item, entenda-se que a Pirelli deveria usar um piloto próprio e gerenciar e reter as informações colhidas. Nada disso aconteceu. Pior: a FIA indica que não recebeu informações acuradas sobre os tais três dias em Barcelona. Em boa gíria, Mercedes e Pirelli tentaram dar um migué. O comunicado termina afirmando que o caso deve ser levado ao Tribunal Internacional da entidade. Um órgão que, sabemos, é político. Mas que complicará a vida dos carros prateados se, desta vez, decidir ser técnico e justo;
Raikkonen, sobre Pérez: “Ele me acertou por trás e é isso. Se diz que a culpa foi minha, após ter entrado tão rápido naquela curva, então ele não tem ideia do que está fazendo aqui. Não é a primeira vez que ele acerta alguém numa corrida. Parece que sempre espera que os outros prevejam o que ele vai fazer”. Questionado se valeria a pena uma conversa com o mexicano, ele foi além: “Acho que não. Mas um soco na cara talvez resolvesse”;
Pérez protagonizou alguns dos bons momentos da prova, mas, sim, exagerou na dose para cima do finlandês;
Outro que exagerou foi Grosjean, punido com a perda de dez posições no grid do Canadá. Ficou barato para ele, dado o fato de ser reincidente;
Pensando em Pérez, Grosjean e Chilton, uma conclusão parece óbvia. Num circuito como Mônaco, estreito e sem áreas de escape, a barbeiragem não fica impune. Em circuitos modernos, talvez algumas colisões fossem evitadas. A vítima, afinal, tem para onde desviar, tem como fugir. No principado, não rola. Deu no que deu;
Em tempo: Pérez ainda tem o meu benefício da dúvida. Vejo qualidades no mexicano, que vem sendo excessivamente cobrado pela imprensa inglesa neste ano. Vamos com calma, o carro da McLaren é uma porcaria e não é sempre que ele faz lambança. Em suma, acho que ele ainda está aprendendo e que há salvação. Sobre Chilton e Grosjean, já tenho a minha avaliação fechada: não são pilotos para a F-1;
Importante: a Ferrari diz que o acidente de Massa na corrida foi causado por um problema no carro. “A dinâmica foi muito similar à da batida de sábado, mas o fato é que os dois acidentes foram bastante diferentes”, disse Pat Fry, diretor técnico da escuderia. Segundo ele, as avaliações preliminares indicam um problema na “dianteira esquerda” do carro. Suspensão, muito provavelmente;
O brasileiro fez questão de dizer que estava bem e de colocar uma foto com sinal de positivo no Twitter. Espero que não seja mais um revés neste temporada em que ele começou tão bem, que caiu, mas em que estava se recuperando novamente;
Tempos atrás, eu disse no Pit Stop que o grande desafio de Vettel nesta temporada seria disputá-la sem ter em mãos um carro de outro mundo. Até agora o alemãozinho vem se saindo muito bem. Venceu 2 dos 6 GPs e quando não ganhou ficou sempre por perto. Tem 21 pontos de vantagem sobre Raikkonen, uma gordura confortável para o momento;
Para terminar: foi hilário acompanhar o desespero do engenheiro na penúltima volta, quando Vettel resolveu cravar a melhor volta da corrida “por diversão”.
Deu a lógica em Mônaco. Pela nona vez em dez anos, o pole venceu.
Corrida chata, poucas emoções, vitória de Rosberg.
O alemão saiu na frente, terminou na frente.
É a primeira vitória da Mercedes na temporada e a segunda nesta nova aventura na F-1 _a anterior também havia sido com Rosberg, em Xangai, no ano passado.
Vettel foi o segundo, seguido por Webber.
Foi de ponta a ponta. E, com poucas ultrapassagens, o agito ficou restrito aos acidentes: houve duas intervenções do safety car e uma bandeira vermelha.
Na largada, Rosberg manteve a primeira posição, deixando Hamilton para se virar com os ataques de Vettel.
Alguns toques, Van der Garde e Maldonado passaram pelos boxes para colocar novos bicos, mas nada de muito grave. Lá atrás, Massa ganhou três posições e pulou para 18º.
O top 10 na primeira volta, Rosberg, Hamilton, Vettel, Webber, Raikkonen, Alonso, Pérez, Button, Sutil e Vergne.
Pelo rádio, Button reclamou de Pérez. Caguetou o companheiro para a FIA. “Sei que somos companheiros de equipe, mas ele cortou a chicane!”
Que fase vive a McLaren…
Com Vettel preso atrás de Hamilton e sem grandes ataques no meio do pelotão, aconteceu o que todos temíamos: o GP virou uma procissão, um trenzinho.
Até a décima volta, só Button ganhou posições entre os dez primeiros colocados. Primeiro de Sutil, depois de Pérez, para seu alívio.
Corrida chata, chata, chata…
Para a Mercedes, a boa notícia foi o baixo desgaste do pneus. Pelo menos no principado, o fantasma dos pneus-farofa não apareceu.
Na 23ª volta, Ricciardo e Bottas abriram a janela de pits. Na 25ª, Webber e Chilton pararam. Na 26ª, Raikkonen e Button.
Na 27ª, Massa, que largou com os pneus mais duros à disposição, mas não conseguiu levar adiante a ideia de apenas um pit stop.
Alonso entrou na 29ª, junto com Pérez…
E foi então que assistimos a um replay do sábado. Massa perdeu o controle no mesmíssimo lugar do terceiro treino livre. Virou passageiro do carro.
Bateu nos mesmíssimos pontos, embora com menos violência. Mas foi o suficiente para deixá-lo atordoado e exigir a entrada do safety car.
Corre-corre nos boxes, entre aqueles que não pararam. E Hamilton se deu mal.
A Mercedes não chamou seus pilotos imediatamente para os boxes. E quando o fez, na volta seguinte, Hamilton precisou ficar esperando Rosberg ser atendido. Resultado: o inglês perdeu posições para Vettel e Webber.
Entrou nos boxes em segundo, saiu em quarto. Deve ter ficado muito feliz dentro do capacete…
A relargada veio só na 39ª volta. Sem grandes ataques.
Na 41ª (ufa!), Hamilton deu o bote sobre Webber. Fizeram a Rascasse lado a lado, mas o australiano conseguiu manter a terceira posição.
Em seguida, um rádio importante: “Lewis, você tem que dar mais 46 voltas com esses pneus”. Ou seja, ele também iria tentar apenas uma parada.
Na 42ª, Button tentou passar Alonso. Deu um totó com o bico no pneu traseiro do espanhol. Perdeu ritmo, Pérez aproveitou, passou e partiu para cima do bicampeão. Tentou ultrapassá-lo na saída do túnel e só não conseguiu porque o ferrarista cortou a chicane. Pelo rádio, reclamou.
(Na falta de Kobayashi, o papel de showman da corrida deste ano coube ao mexicano.)
Quatro voltas depois, bandeira vermelha, corrida interrompida. O motivo: Chilton mandou Maldonado para o espaço na Tabacaria.
Barbeiragem horrorosa, imperícia inadmissível e perigosa, passível de punição severa. Chilton não é piloto para a F-1.
A FIA? Deu apenas um drive-through para o inglês. Brincadeira…
O impacto do venezuelano foi tão forte que a barreira de pneus ficou destruída, obstruindo parte da pista. Não tinha mesmo como continuar, pelo menos nisso a direção de prova acertou…
Péssima notícia para Hamilton e todos aqueles que planejavam fazer o GP com apenas um pit, já que a troca de pneus é permitida sob bandeira vermelha. Dali pra frente, ninguém mais pararia.
Enquanto todos esperavam no grid, veio a notícia de punição ao Alonso. Ele foi avisado de que teria de ceder a sexta posição ao Pérez. Justa: ele só se manteve à frente do mexicano porque cortou a chicane.
A segunda relargada aconteceu faltando 30 voltas para o final.
Rosberg manteve a ponta, seguido por Vettel, Webber e Hamilton. Completando o top 10, Raikkonen, Pérez, Alonso, Button, Sutil e Vergne.
O pelotão ficou bem compacto. Sutil aproveitou e passou Button na Lowes _não adianta, para mim, vai sempre chamar Lowes. Na 57ª volta, no mesmo ponto, o alemão deixou Alonso para trás.
Na 63ª volta, Grosjean, que estava calminho até então, resolveu aparecer. Tentou superar Ricciardo passando no meio do carro da Toro Rosso. Acertou o australiano por trás na Saint-Dévote, uma panca respeitável. Safety car de novo.
A relargada veio na 66ª volta, a 12 do final.
Na 70ª, Pérez e Raikkonen, que já vinham se estranhando, bateram. O mexicano abusou do otimismo ao tentar passar de novo na chicane. Pior para o finlandês, que teve de passar nos boxes e voltou à pista em 16º.
O show (algumas vezes no mau sentido) de Pérez terminou a quatro voltas do final. Ele encostou e abandonou.
“A bola pune”, diria Muricy, fosse isso um jogo de futebol.
Rosberg cruzou a linha de chegada com 3s8 sobre Vettel, que fez questão de cravar a volta mais rápida na penúltima, para desespero do seu engenheiro. Webber ficou a 2s4 do companheiro.
Fechando o top 10, Hamilton, Sutil (muito bem), Button, Alonso (muito mal), Vergne, Di Resta e Raikkonen.
Esta décima posição merece uma menção pra lá de honrosa. Porque foi sensacional. O finlandês ganhou seis posições em sete voltas e terminou nos pontos pela 23ª corrida seguida. Mais uma e iguala o recorde histórica da F-1, de Schumacher.
No Mundial de Pilotos, Vettel tem agora 107 pontos, contra 86 de Raikkonen e 78 de Alonso. No Mundial de Construtores, 164 pontos para a Red Bull contra 123 da Ferrari.
A Mercedes vai sair ganhando corridas agora? Não dá para dizer. Mônaco é um circuito à parte, que provoca circunstâncias exclusivas.
O que dá pra dizer é que, caso controle o desgaste dos pneus, sim, a equipe pode entrar na briga. Tem velocidade e, ao que tudo indica agora, um carro confiável.
Daí a importância da polêmica sobre os testes secretos em Barcelona.
Isso vai dar pano pra manga, será o assunto dos próximos dias, podem esperar.
Domingo de sol em Mônaco.
E o tema do dia, até a largada, é o polêmico teste secreto da Pirelli com a Mercedes, em Barcelona, por três dias da semana passada.
As dez outras equipes estão em fúria, Red Bull já anunciou que vai protestar oficialmente. Mais detalhes, aqui.
O xis da questão é: se o teste foi legal, por que foi feito às escondidas? Por que ninguém da Pirelli ou da Mercedes o mencionou nas trocentas entrevistas concedidas antes de Mônaco?
A corrida? Acho que dá Hamilton, seguido por Vettel e Alonso.
E você?
Aconteceu de (quase) tudo no sábado em Mônaco. Batida, chuva, corre-corre nos boxes.
Houve até ameaça de zebra.
Mas não, isso não aconteceu: deu a lógica desenhada desde quinta-feira, deu Mercedes na primeira fila.
Rosberg na pole, Hamilton em segundo.
É a terceira pole seguida do alemão e a quarta consecutiva da equipe. Desde o GP da China, só dá carrinho prateado na ponta do grid.
Foi o desfecho de um sábado bem agitado.
Pela manhã, Rosberg foi o mais rápido na terceira e última sessão de treinos livres, com 1min14s378, 0s661 melhor do que Grosjean. Depois vieram Vettel, Alonso, Hamilton, Raikkonen…
O treino foi marcado pela forte batida de Felipe Massa. O brasileiro acertou o guard-rail esquerdo na freada da Saint-Dévote, ricocheteou e bateu de bico logo à frente. Ele saiu ileso, mas a Ferrari teve de reconstruir o carro e, com a troca da caixa de câmbio, ele perdeu cinco posições no grid.
Entre este treino e a sessão classificatória, apareceu a chuva para animar mais as coisas.
O treino oficial começou com piso molhado e uma garoa fina. Pneus intermediários para todo mundo no Q1.
Logo de cara, Bianchi encostou, com o motor fumando. Nos boxes ferraristas, o trabalho seguia intenso para tentar mandar Massa para a pista.
Não deu. Sem ir à pista, vai largar em último.
Como é de hábito quando chove no principado, o resultado do Q1 foi dos mais malucos.
O melhor tempo ficou com Maldonado (!?), 1min23s452, 0s247 melhor do que Vergne. Alonso foi o terceiro, seguido por Grosjean, Button, Hamilton, Vettel…
Os cortados foram Di Resta, Pic, Gutierrez e Chilton, além de Bianchi e Massa, claro.
O Q2 começou com a pista mais seca, mas ainda exigindo intermediários.
Grosjean deu sua tradicional escapada na Saint-Dévote, mas conseguiu retornar.
O asfalto foi secando, secando. E, faltando 3min30, Webber foi à pista com pneus lisos, supermacios. Não deu outra: melhor tempo logo de cara.
Todos correram para os boxes para fazer o mesmo.
O troca-troca de posições foi frenético.
(E o Galvão foi brilhante na narração, com a sacada do “já mudou” a cada mudança lá na frente.)
No final das contas, o resultado foi bem mais normal.
Vettel foi o mais rápido, com 1min15s988, folga de 0s052 para Raikkonen. Rosberg foi o terceiro, seguido por Hamilton e Alonso. Fechando o top 10, Sutil, Webber, Button, Vergne e Pérez.
Dançaram Hulkenberg, Ricciardo, Grosjean, Bottas, Van der Garde e Maldonado.
Veio o Q3, com a pista completamente seca. E todo mundo logo saiu dos boxes, para garantir tempo.
As marcas foram caindo, caindo… Webber e Vettel chegaram a ameaçar as Mercedes, mas no último jogo de pneus não teve pra ninguém.
Hamilton tomou a ponta com 1min13s967, mas instantes depois Rosberg cruzou a linha e superou o companheiro em 0s091.
Às Red Bulls, coube o consolo da segunda fila: Vettel sai em terceiro, com Webber ao lado.
Na terceira fila, Raikkonen e Alonso. Na sequência, Pérez, Sutil, Button e Vergne.
Nas quatro provas anteriores em que saiu na ponta, a Mercedes não teve ritmo de corrida para conquistar a vitória. Mas Mônaco é diferente. Um circuito travado, em que a potência fica em segundo plano. E com ultrapassagens dificílimas.
Vettel pode fazer uma largadaça e tomar a ponta? Pode. Alonso e Raikkonen, logo atrás, podem tentar uma estratégia diferente? Podem. Mas são duas as Mercedes lá na frente. A tarefa é complicada.
Mantenho meu palpite lançado aqui após os primeiros treinos livres, acho que a vitória será prateada nas ruas do principado.
A Mercedes deixou uma sensação clara ao fim do primeiro dia de treinos em Mônaco: tem tudo para conquistar, neste final de semana, sua primeira vitória no ano.
Porque continua com o carro mais veloz da F-1. E mesmo que perca rendimento em ritmo de corrida, dificilmente deixará escapar uma vitória largando com os dois carros na primeira fila num circuito de ultrapassagens tão difíceis.
Pelo que se viu hoje, este cenário no grid é bem realista.
Pole nas duas últimas etapas do campeonato, Rosberg foi o mais rápido nas duas sessões desta quinta-feira.
Pela manhã, fez 1min16s195, apenas 0s087 melhor que Alonso, o segundo colocado. Massa andou bem, chegou a liderar, mas terminou em quarto. Entre o companheiro e ele, ficou Grosjean.
À tarde, dobradinha prateada: Hamilton ficou em segundo, a 0s318 do 1min14s759 cravado pelo companheiro.
Impressionou o fato de o alemão ter feito essa marca logo no começo da sessão. Por mais de uma hora todo mundo tentou batê-lo, ninguém conseguiu.
Alonso ficou em terceiro, com Massa em quarto. Depois vieram Webber, Raikkonen, Grosjean, Button, Vettel…
Grosjean, que já havia dado um esbarrão no guard rail pela manhã, escapou na Sainte Dévote, bateu e ficou por lá mesmo.
Os pneus ainda merecem destaque: não se desgastaram exageradamente, o que é ótima notícia.
E a Red Bull, dona de poles e vitórias nos últimos três anos? É, acho que essa sequência vai acabar.
E a McLaren, que colocou Button em oitavo e Pérez em 12º? Como venho dizendo, será coadjuvante por um bom tempo.
A Ferrari está viva. Mas, ao que tudo indica, a Mercedes já pode começar a encomendar a festa de domingo à noite.
E lá vamos nós para o “GP mais charmoso do calendário”. Um lugar-comum por se tratar de um lugar incomum.
Um circuito que, por critérios puramente técnicos, não deveria receber a F-1 há um bom tempo. Mas ainda bem que há outros critérios: história, tradição e, claro, o charme.
Problema seria se 20 etapas acontecessem em pistas como Mônaco. Uma por ano está de bom tamanho, traz um ar especial para o campeonato, é bacana.
E já que falei em charme, é bom deixar claro que esse é um conceito que passa longe do trabalho dos jornalistas no principado.
Primeiro porque é o circuito mais complicado para trabalhar. O paddock é improvisado no porto, o acesso aos boxes é difícil, as ruas são constantemente fechadas… Houve um ano em que Flavio Gomes e eu fomos a um evento do outro lado da pista e, para retornar aos boxes, tivemos de recorrer a um “táxi-barco”. Quase que morreu ali todo o orçamento da viagem.
Aí que está o segundo ponto complicado. Grana. Por motivos óbvios, jornalistas ficamos alijados de nos hospedar em Mônaco. A saída é recorrer a hotéis de cidades próximas, como Nice e Menton. Há até quem fique na Itália, em Ventimiglia. Como o trânsito é insuportável, a melhor opção é se virar com o trem mesmo, junto dos torcedores.
A viagem é curta. De Menton a Mônaco, são 12 minutos. Ou “dodici minuti”, como dizia um amigo do já mencionado minirepórter.
Acredite: é mais charmoso ver pela TV do que trabalhando por lá.
Mas vamos à programação da sexta etapa do Mundial, no horário de Brasília:
quinta
5h-6h30: 1º treino livre
9h-10h30: 2º treino livre
sábado
6h-7h: 3º treino livre
9h: treino classificatório
domingo
9h: GP de Mônaco, 78 voltas
Esqueçam a McLaren por dois anos. É este o tema principal do Pit Stop desta semana.
Lá vai…
O Pit Stop chega atrasado, mas com análises sobre o GP de Mônaco, as 500 Milhas de Indianápolis e com uma lembrança bacana de uma corrida que aconteceu há 25 anos.
E se você ainda não palpitou na enquete do post abaixo, manda bala! O resultado também será tema de comentário no próximo programa.
Lá vai…
Começando pelo fim (do domingo). Franchitti é um ótimo piloto, o melhor da Indy. Mas o que ele tem de sorte lá em Indianápolis é brincadeira… Ok, ele tinha um carro mais inteiro e veloz do que os de Sato e Kanaan. Mas contou com a última bandeira amarela na hora certa, ficando numa confortável posição de perseguidor, e com aquela escorregada do japonês, no instante crucial da corrida, para colocar o terceiro anel nos dedos. E entendam que essa não é uma crítica, apenas uma constatação. Sorte também faz parte do jogo;
Falando em sorte, Castro Neves também tem de agradecer por aquele pneu de Conway só ter acertado seu carro. Muita, muita sorte;
Vale registro: para uma estreia em oval, Barrichello foi muitíssimo bem. Chegou até a liderar a prova. Animador;
Webber estava no lugar certo na hora certa, contou também com a ajuda da meteorologia, e venceu em Mônaco. O efeito colateral disso tudo é que, pelas declarações de Horner, cresceram as chances de o australiano renovar com a equipe para 2013. “Por que ele iria querer sair? Ele está à vontade no time. A equipe conhece Mark muito bem e vice-versa. Estamos apenas na sexta corrida, e obviamente depende muito da motivação e do desejo dele que, no momento, parece muito clara. Ele está fazendo um grande trabalho e estamos felizes por ele.” Aos 35, e há 11 temporadas na F-1, é difícil acreditar que Webber terá a algo a acrescentar para a categoria. Sua permanência da Red Bull barrará a ascensão de alguém mais jovem e travará toda a linha de preparação de pilotos da marca. Mas, enfim, quem manda é o Horner;
Muita gente nem ficou sabendo, mas houve uma ameaça de protesto de equipes rivais contra a vitória da Red Bull, após a prova. McLaren, Mercedes e Ferrari questionam a existência de buracos no assoalho do RB8, pouco antes das rodas traseiras. Não está muito claro ainda qual seria o ganho aerodinâmico desse negócio, mas o 3.12.5 do Regulamento Técnico proíbe os tais furos naquele ponto do assoalho. Enfim, os protestos não aconteceram, o resultado foi mantido, mas a FIA promete tomar uma decisão ainda nesta semana para que essa chatice não se arraste até o Canadá;
Depois de semanas difíceis, Massa ouviu palavras mais agradáveis da direção ferrarista ontem. “Tenho certeza de que essa corrida significará uma virada para ele neste ano. Ele fez um ótimo final de semana. Era algo de que precisávamos para o Mundial, então espero um bom Felipe até o final do ano”, disse Domenicali. Ou seja, a equipe está contente, mas a pressão por resultados continua. Ontem, ele fez o que a Ferrari espera dele: marcou pontos para os Construtores. Na disputa do Mundial de Pilotos, claro, o foco todo da escuderia é Alonso;
A Williams também tem motivos para estar satisfeita com Bruno. Ele fez o que a equipe espera: pontuou. A Williams tem 44 pontos no Mundial, contra 41 da Sauber. As duas devem brigar até o fim do ano pela condição de sexta força do campeonato, e uma posição faz diferença na hora da divisão das receitas da categoria. Cada pontinho, portanto, vale uma boa grana;
Falando em Alonso… Já se foram seis corridas, 30% da temporada, e ele está na liderança. Num campeonato que deve coroar a regularidade, o espanhol tem feito esse trabalho como ninguém. Talvez ainda seja cedo para criar um grupo de favoritos ao título. Mas, quando chegar a hora, ele deve estar entre os dois ou três com mais chances.