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Fábio Seixas

Automobilismo e pitacos sobre tudo o mais

Perfil Fábio Seixas, 38, é jornalista com mestrado em Administração Esportiva

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Tag Archives: massa

Vettel vence, Alonso vibra

Por Fábio Seixas
23/09/12 11:10

“Sorte de campeão”, diria um. Sorte de tricampeão, emendaria eu.

O objeto das frases, claro, Alonso.

Mais uma vez ele não ganhou. Porém, mais uma vez, viu seu adversário direto no Mundial tendo problemas e abandonando. E assistiu a uma nova troca na vice-liderança do campeonato.

Assim, enquanto ninguém se estabelece na condição de perseguidor pelo título, o espanhol segue em seu velocidade de cruzeiro, rumando para mais um título.

A vitória em Cingapura foi de Vettel, sua segunda na temporada. Button foi o segundo. E Alonso completou o pódio.

Mas e Hamilton, que largou na pole, cheio de confiança e favoritismo? A explicação está logo abaixo…

Na largada, tudo limpo. Hamilton disparou na frente e Maldonado perdeu duas posições, para Vettel e Button.

O top 10 ao fim da primeira volta, Hamilton, Vettel, Button, Maldonado, Alonso, Di Resta, Webber, Grosjean, Rosberg e Schumacher. Bruno cruzou em 18º. Massa teve um furo no pneu traseiro esquerdo, caiu pra último e precisou passar pelos boxes.

Na quinta volta, Hamilton tinha 1s8 sobre Vettel. Mas o interesse de todo mundo era nos pneus. Enquanto a maioria do grid optou por largar com os supermacios, alguns poucos arriscaram os macios _mais resistentes.

Massa e Petrov, que pararam logo no começo, também aproveitaram para colocar os macios. E, na quarta volta, Massa cravou o melhor tempo até então, mostrando que aquela era a melhor opção.

Assim, não demorou para que a primeira janela de pits fosse aberta. Logo na nona volta, Webber parou e colocou os macios. Duas voltas depois, Vettel e Bruno pararam. E o brasileiro estava com um “probleminha” para sair dos boxes: sem a primeira marcha.

Na 12ª, Alonso, Schumacher e Ricciardo entraram. Na 13ª, Hamilton, Di Resta e Rosberg. Na seguinte, Raikkonen, Maldonado e Glock. Na 15ª, Button e Grosjean fizeram suas paradas.

Só na 19ª, Pérez e Hulkenbeg, que largaram com os macios, fizeram seus primeiros pits.

O resultado prático desses trocentos pit stops foi… Zero. Nada mudou. Hamilton continuou na ponta, seguido por Vettel, Button, Maldonado e Alonso. Some isso à falta de ultrapassagens na pista e a conclusão é que a corrida, àquela altura, estava uma enorme chatice.

Tanto que a maior emoção foi um abandono. Na 23ª volta, a TV mostrou Hamilton se arrastando, tentando desesperadamente trocar marchas, dando até umas porradas no volante pra ver se pegava no tranco… Não deu. Abandonou o GP de Cingapura.

Pelo rádio, a McLaren informou que foi quebra da caixa de câmbio. O inglês deixou o carro cabisbaixo, ciente de que estava dando adeus à vice-liderança do Mundial e a boa parte de suas chances de título.

E vale a pergunta: será que isso vai influenciar na sua decisão sobre 2013? A ver.

A liderança da prova caiu no colo de Vettel. Mas quem mais sorriu, imagino, foi Alonso. Não bastasse sua técnica exuberante, o espanhol está numa onda de sorte que é brincadeira…

Na 29ª volta, Webber abriu a segunda janela de pits lá na frente. Tirou os macios e colocou os supermacios.

Na 30ª, Maldonado, terceiro colocado, e Alonso, quarto, entraram nos boxes. 

O venezuelano colocou os supermacios, mas Alonso manteve os macios. Cada um com sua aposta, e o espanhol louco para superar o adversário e beliscar o pódio.

A corrida, finalmente, melhorou. Na 33ª volta, Alonso partiu pra cima, colocou duas vezes o carro lado a lado com o do Maldonado, mas não conseguiu a manobra.

E veio então o safety-car, oferecimento Karthikeyan no muro.

Corre-corre pros boxes, todo mundo que não tinha feito o segundo pit aproveitando para trocar os pneus.

E lembra da sorte de Alonso? Pois é… Maldonado sofreu um problema hidráulico, precisou passar pelos boxes mais uma vez, despencou para décimo e logo depois abandonou. Assim, Alonso subiu para terceiro.

O safety car só saiu na 38ª volta.

O top 10 tinha Vettel, Button, Alonso, Di Resta, Hulkenberg, Webber, Pérez, Rosberg, Grosjean e Vergne.

E não demorou muito para um novo safety car. Ainda na volta da relagada, Schumacher veio como um torpedo na traseira de Vergne, uma lambança de dar gosto. Ambos abandonaram.

A nova relargada veio na 43ª volta. Com Bruno em nono, Massa em décimo e um duelo forte entre os dois, com direito a roda batendo. Após alguns momentos de tensão, o ferrarista conseguiu a ultrapassagem.

Mas veio um mimimi pra tentar estragar a brincadeira: a FIA colocou a disputa sob investigação, entendendo que Bruno teria sido agressivo demais na manobra.

Discordo. Discordo muito. Mas não sei porque ainda fico chocado com as frescuras da FIA… GP após GP, fica claro que os cartolas e comissários querem uma F-1 burocrática, chata, insípida. Uma pena.

(Não, não houve punição. Mas o simples fato de ter começado uma investigação diz muito sobre o atual estágio das coisas na FIA…)

Com tanto tempo de safety car na pista, a corrida foi encerrada pelo cronômetro, no limite de duas horas.

Vettel cruzou com 8s9 sobre Button, que teve 6s2 sobre Alonso.

Na sequência, Di Resta, Rosberg, Raikkonen, Grosjean, Massa _fez uma boa prova, até_, Ricciardo e Webber. Bruno abandonou a duas voltas do fim, reclamando de perda de potência do motor.

Com o resultado, Alonso foi a 194 pontos, contra 165 de Vettel. Sua folga na ponta, que era de 37 para Hamilton, agora é de 29 para o alemão. Mas falta um GP a menos para o fim.

Nada está garantido, mas me parece mais lógico apostar no tri de Alonso do que em qualquer outro resultado. Ou você apostaria em outro?

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Sexta, coluna

Por Fábio Seixas
14/09/12 10:04

Caso Massa renove, serão 13 anos em que o principal piloto do país na F-1 esteve na posição de subserviência ao companheiro _não serão 14 por causa de 2008, cada vez mais com ares de incidente.
Daí a impressão de não ser coincidência: 13 anos são suficientes para transformar costumes, hábitos, culturas. O brasileiro que começou a ver F-1 neste século não sabe o que é ter alguém lá na ponta. Torcedores já se acostumaram. A vontade foi esquecida. E isso pode influenciar gerações de pilotos.
A atitude de Massa já é produto dessa fase. Ele via Barrichello. E os que o veem hoje acham “normal” o que acontece. É um ciclo.
Foi significativo que, 40 anos depois de Emerson conquistar o primeiro título do Brasil, Massa, na mesma Monza, tenha dado passagem ao companheiro. E o pior: foi totalmente justificado, sem crise. Foi “normal”.
Triste nova normalidade.

A coluna de hoje reflete sobre os últimos anos do Brasil na F-1 e a mensagem que essa postura transmite para o público e para os pilotos em formação. Desacostumamo-nos a vencer. Esquecemos como é. A “normalidade”, hoje, é outra.

A íntegra está aqui. Na Folha Digital e na Folha de papel, a coluna orna a pág. D3.

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Pílulas do Dia Seguinte

Por Fábio Seixas
10/09/12 10:41

Não é apenas a vantagem de 37 pontos para Hamilton que coloca uma das mãos de Alonso na taça do tri. A análise é mais profunda, o buraco é mais embaixo. Até ser acertado por Grosjean em Spa, o espanhol vinha numa sequência de 23 GPs pontuando. Tem a ver com sua capacidade de levar o carro até a linha de chegada, tem a ver com a alta confiabilidade da Ferrari. Terá que acontecer uma tragédia para que ele fique dois ou três GPs sem pontuar. E, ainda assim, um mesmo piloto teria que coletar esses pontos. Taí mais uma vantagem do espanhol: os pontos que sobram têm ficado, via de regra, dispersos pela concorrência. Ora é Hamilton, ora é Vettel, ora é Webber, ora é Button. Enfim, há vários motivos para acreditar no seu terceiro título. Cenário difícil de imaginar quatro ou cinco meses atrás;

Ainda no capítulo título mundial, acho que a McLaren belisca o de Construtores. A equipe inglesa está em franca ascensão, enquanto a Red Bull estacionou. E não é de hoje;

Revi várias vezes o incidente entre Alonso e Vettel. E muita gente aqui recordou de um lance muito parecido, lá mesmo em Monza, em 2011, em que foi o alemão que escapou da pista. Na ocasião, Alonso não foi punido. Os comissários acertaram. Desta vez, repito, erraram feio;

Senna pediu punição a Di Resta num caso parecido. Também revi a imagem e minha opinião é a mesma do incidente acima: lance de corrida. Não caberia punição;

Massa: “Foi um ótimo resultado pensando que o Fernando largou em décimo e chegou em terceiro. Eu saí em terceiro e terminei em quarto, porque não consegui segurar o Pérez. Era muito difícil. Mais um pouco e ele ganhava a corrida. Então, acho que foi ótimo para a equipe.” Sim, para a Ferrari ficou de bom tamanho. E o brasileiro realmente não tinha o que fazer: nem Alonso segurou o Pérez. Se continuar tomando pontos da concorrência como ontem, Massa pode ter chances de ficar na Ferrari. Mas o que ninguém sabe é o quanto Montezemolo quer esperar até definir a situação. Em Monza, ele deu mostras de que quer resolver rápido. Isso seria ruim para Massa;

Ainda sobre Massa, é compreensível o desejo dele de querer continuar na Ferrari. É mais que uma equipe, é um mito do automobilismo. Mas acho que a reflexão que ele precisa fazer é se vale a pena continuar por mais um ano, ofuscado por Alonso. E isso não é uma crítica ao brasileiro, embora eu já tenha feito tantos. É uma constatação. Qualquer piloto hoje ficaria em segundo plano dividindo a equipe com o espanhol, o melhor da atualidade;

Que pilotaço é o Perez. Se eu sou dirigente de uma equipe grande, qualquer uma, espero o cara na saída do paddock e ofereço um contrato;

Kubica voltou em alto estilo. Disputou neste final de semana o Ronde di Gomitolo Lana, um rali na Itália, e venceu. “Quero restabelecer meu estilo de pilotagem e ajudar meu braço a se recuperar melhor”, disse. Sim, o foco total dele é a F-1. Acho difícil, mas taí o Zanardi para jogar na nossa cara que nada é impossível.

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Hamilton vence, Alonso vibra

Por Fábio Seixas
09/09/12 10:34

Hamilton e Alonso no pódio de Monza (Beto Issa)


 

Em Monza, a vitória foi de Hamilton. Mas a Ferrari não tem motivos para reclamar.

Porque Alonso foi o terceiro colocado. E viu Vettel, vice-líder do Mundial e concorrente pelo campeonato, abandonar no finalzinho.

O espanhol praticamente anulou seu péssimo domingo em Spa. Chegou a Monza com 24 pontos de vantagem para o alemão. Deixará com 37 de folga para Hamilton, o novo vice-líder.

E falta uma prova a menos para o fim do campeonato.

Sejamos francos e diretos: colocou uma mão na taça.

Pérez foi o segundo na prova, executando com maestria uma bela estratégia da Sauber: largou com pneus duros e fez o segundo trecho da prova com os macios, indo na contramão da manada.

Massa foi o quarto. Bruno beliscou um pontinho, em décimo.

A corrida aconteceu com pista seca, céu azul, 28ºC no ar e 39ºC na pista.

Na largada, Massa foi muito bem e passou Button antes que o inglês entendesse o que estava acontecendo. Tentou, ainda, pular pra liderança. Mas Hamilton tinha a tangência da primeira curva e assegurou a ponta.

Alonso e Bruno também foram bem, ganhando posições nos primeiros metros

O top 10 na primeira volta, Hamilton, Massa, Button, Schumacher, Vettel, Raikkonen, Alonso, Kobayashi, Di Resta e Bruno.

Na quarta volta, Vettel passou Schumacher, que passou a sofrer pressão de Alonso.

Um pouco mais atrás, Bruno, que já tinha perdido posição para Pérez, esbarrou em Rosberg na primeira chicane, sem grandes prejuízos para ambos. Logo depois, o brasileiro se enrolou ao tentar passar Di Resta e deu uma voltinha pela área de escape.

Na sétima volta, Alonso deixou Schumacher e partiu para cima de Vettel.

Lá na frente, Hamilton seguia em velocidade de cruzeiro, abrindo gradativamente para Massa, tranquilo na liderança. Na décima volta, tinha 3s4 sobre o brasileiro, que tinha 2s sobre Button.

Vettel era o quarto, seguido por Alonso, Schumacher, Raikkonen, Pérez, Kobayashi e Di Resta. Bruno era o 12º.

Na 14ª volta, Maldonado abriu a primeira janela de pits. Rosberg parou na 15ª. Schumacher, na seguinte. Raikkonen entrou na 18ª.

Enquanto isso, a situação de Massa ia se complicando. Hamilton já tinha 5s4 para ele. E Button encostava, a 1s1.

Na 19ª, Button chegou. E passou, sem muito esforço. Imediatamente, a Ferrari chamou Massa para os boxes. A reação da McLaren também foi rápida: pelo rádio, mandou Button pisar fundo.

Duas voltas depois, Vettel e Alonso pararam. Retornaram à pista exatamente atrás de Massa. Na 22ª, Webber, Di Resta e Button entraram. O inglês voltou à frente do brasileiro, consolidando a ultrapassagem que fizera na pista.

Líder, Hamilton entrou na 23ª, sem sustos.

Com a dobradinha da McLaren já consolidada, a história do GP passou então a ser o avanço de Alonso.

Na 26ª volta, o espanhol tentou passar Vettel, mas o alemão foi duro na jogada. Alonso acabou indo para a grama, controlando bem o carro na volta para a pista, mas reclamando bastante pelo rádio. Na 29ª, em nova tentativa, o ferrarista, enfim, conseguiu a manobra.

Seu alvo, então, passou a ser Massa. Ou seja, era chegar e passar. Totalmente compreensível nesta altura do campeonato, registre-se.

Na 30ª volta, o top 10 tinha Hamilton, Button, Massa, Alonso, Vettel, Schumacher, Raikkonen, Pérez, Rosberg e Webber. Bruno era o 15º.

A FIA, então, voltou a aprontar. Mandou um drive through para Vettel, por ter “forçado um adversário para fora da pista”. Alonso, no caso.

Um exagero, a meu ver. O já célebre “excesso de mimimi” dos comissários.

Como se a punição a um adversário direto não bastasse, Alonso recebeu outra boa notícia logo depois: Button abandonou pouco antes da Parabólica com um problema no pescador de combustível.

Na 37ª, veio o rádio ferrarista. “Felipe, você precisa conservar os seus pneus. E Alonso está logo atrás de você.”

Sim,”conservar os pneus” é o novo “faster than you”. Uma bobagem, até. Desta vez, ninguém condenaria a Ferrari pela ordem.

Simultaneamente, começava a segunda bateria de pits, com Maldonado, Schumacher e Rosberg fazendo as honras da casa.

Na 40ª, o que todo mundo esperava. Alonso passou Massa, que passou então a ter outro problema: Pérez, num ritmo muito mais forte.

Com pneus macios, enquanto os pilotos à frente estavam usando os duros, o piloto da Sauber virava 1s5 mais rápido.

Na 44ª, o mexicano chegou e passou o brasileiro com facilidade. Seu alvo, então, passou a ser Alonso, 2s3 à sua frente.

Uma volta depois, a diferença já era de apenas 0s6. Na 46ª, um replay da manobra anterior: Pérez chegou e passou. Fácil assim.

Ah, sim: lembram da sorte do Alonso? Na 48ª volta, Vettel abandonou. Dentro do capacete, o espanhol deve ter aberto um enorme sorriso.

Na linha de chegada, Hamilton tinha 4s3 sobre Pérez. Foi a 20ª vitória do inglês, que iguala um ídolo da McLaren, Hakkinen, na estatística.

Com o resultado, Alonso foi a 179 pontos. Hamilton agora é o vice-líder, com 142, um a mais do que Raikkonen. Vettel despencou para quarto, com 140. Webber tem 132 e Button, 101.

Entre os Construtores, a Red Bull ainda lidera, mas estacionada nos 272 pontos. A McLaren tem 243 e já começa a ameaçar. Depois surgem Ferrari, com 226, e Lotus, com 217.

Ah, sim: Massa foi bem, mas Pérez impressionou. Conseguiu tirar um ritmo forte dos pneus macios até o final do GP.  Tenho a impressão de que o mexicano será chamado para uma conversinha em Maranello nos próximos dias.

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Hamilton, pole e festa na casa dos outros

Por Fábio Seixas
08/09/12 10:17

Atravessaram a tarantella: na terra da Ferrari, primeira fila para a McLaren.

Os três primeiros colocados no grid de Monza (Dimitar Dilkoff/AFP)

 

Hamilton vai largar na ponta do GP da Itália, com Button na segunda colocação.

O tempo da pole, 1min24s010. O companheiro ficou a 0s123.

É a 23ª pole de Hamilton, que fica a apenas uma de Piquet e do top 10 da história.

Massa sai em terceiro, um resultado que guarda alguns significados pessoais importantes: é a primeira vez na temporada em que ele larga à frente de Alonso e é seu melhor grid desde o GP do Canadá de 2011, há 15 meses.

O duelo entre Alonso e as McLaren, que se insinuou durante a sexta e boa parte do sábado, acabou não acontecendo na hora decisiva. Por um motivo dos mais raros: erros do espanhol.

Se a expectativa para a tal briga já era grande após os dois primeiros treinos, aumentou ainda mais após a última sessão livre. Apenas 0s001 separou Hamilton, o mais veloz, de Alonso, o segundo colocado. Di Resta foi o terceiro, seguido por Massa, Button, Rosberg, Pérez… Bruno foi o 13º.

Além do alto grau de ansiedade, o treino oficial aconteceu com altas temperaturas: 28ºC no ar, 40ºC no asfalto.

No Q1, a batalha recomeçou. Alonso foi o melhor, com 1min24s175, 0s036 melhor do que Hamilton. Button foi o terceiro. Rosberg, o quarto. Na sequência, Di Resta, Massa, Vettel, Maldonado, Bruno…

Os cortados, Kovalainen, Petrov, Glock, Pic, Karthikeyan, De la Rosa e Hulkenberg _que teve problemas no início do treino e não marcou tempo.

No Q2, Button e Di Resta se intrometeram entre o espanhol e o Hamilton. Alonso fez 1min24s242. O campeão de 2009 ficou a 0s013. O escocês, a 0s103, vantagem de 0s049 para o campeão de 2008.

Avançaram, ainda, Massa, Rosberg, Schumacher, Kobayashi, Vettel e Raikkonen.

Os cortados, Webber, Maldonado, Pérez, Bruno, Ricciardo, D’Ambrosio e Vergne.

“Tudo normal. Faltou um pouquinho no carro, faltou um pouquinho na volta. A gente está mais competitivo com o pneu duro, amanhã vamos ver o que acontece”, disse Bruno, à Globo.

Veio o Q3. A hora do duelo final? Não, não foi bem assim.

Na primeira série de voltas, Hamilton voou e fez o melhor tempo do final de semana: 1min24s010. Alonso? Errou quando não podia, na chicane, e ficou só em quinto.

Hora de todo mundo voltar para os boxes, trocar pneus e partir para a última chance, para o tudo ou nada. Hamillton não melhorou, Alonso também não. Mas boa parte dos outros, sim, conseguiu marcas melhores.

Assim, Hamilton assegurou a pole e Alonso despencou para a décima posição.

Dá para Alonso amanhã? Pelo piloto que ele é, não dá para desprezar suas chances. Mas não precisa ser nenhum estudioso para jogar todo o favoritismo nos dois pilotos da McLaren.

(Aliás, vai ser curioso acompanhar se haverá uma disputa franca entre os dois ou se Hamilton, 16 pontos à frente no Mundial, terá prioridades da equipe _mesmo que disfarçada de um pacto de não agressão, daquele discurso de “não façam besteira”.)

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Button, pole e exemplo

Por Fábio Seixas
01/09/12 10:19

Em Spa, uma pole improvável.

Button, no treino classificatório em Spa (Jan Van De Vel/Reuters)

 

Button, que não largava na frente desde Mônaco-2009 e que nunca havia alcançado o feito pela McLaren, cravou o melhor tempo no treino classificatório.

Melhor do que isso, para ele, é o fato de que carros e pilotos também não habituados a largar na frente estão ao seu redor.

Ocorre que Button, além de mais braço, tem um carro mais completo. Se largar bem amanhã, é favoritaço à vitória.

O dia em Spa, outra coisa rara, foi de céu azul, tempo seco, termômetros na casa dos 16ºC. (E como é bonito aquele lugar, pelamordedeus…)

Assim, todo mundo aproveitou para andar o máximo possível no terceiro treino livre, tentando recuperar o tempo perdido na chuva de ontem.

Schumacher foi quem mais andou: 26 voltas. E isso tem a ver com a quebra do companheiro, Rosberg, que deu apenas 5 voltas: coube ao veterano colher dados para a equipe.

O melhor tempo ficou com Alonso, 1min48s542. Raikkonen ficou a 0s141. Depois, vieram Pérez, Kobayashi, Button, Massa, Webber, Grosjean, Vettel, Di Resta… Bruno foi o 17º.

O treino classificatório começou movimentado e com Webber e Rosberg já devendo cinco lugares no grid por troca de câmbio.

Um Q1 sem incidentes. Maldonado foi o mais veloz, com 1min48s993. Button ficou em segundo, a 0s257, seguido por Hulkenberg. Na sequência, Alonso, Raikkonen, Ricciardo, Massa, Hamilton, Pérez, Kobayashi. Bruno avançou em 15º.

Os cortados foram Rosberg _que mal andou pela manhã e, com a punição, vai largar em último_ e os suspeitos de sempre: Kovalainen, Petrov, Glock, De la Rosa, Pic e Karthikeyan.

O Q2 correu sem problemas. Bruno tomou um susto na Blanchimont, mas segurou bem o carro. Não bateu, mas perdeu sua grande chance de uma volta rápida. Acabou em 17º, a 1s307 da zona de corte.

Além dele, dançaram Vettel _perdido por todo o final de semana_, Hulkenberg, Schumacher, Massa, Vergne e Ricciardo

“Estava com a asa aberta na curva e perdi a aderência. Provavelmente danifiquei o carro quando passei de lado na zebra e não tive como melhorar o tempo. Vai ser uma corrida dura, mas é o que é”, disse Bruno, à Globo.

“Fiz várias voltas difíceis, sofrendo no segundo setor. Está difícil de guiar o carro. Sai de frente, sai de traseira. Não foi possível fazer uma volta boa”, explicou Massa.

Curioso, isso… A asa do Maldonado não abriu na curva e o carro do Alonso não sai de frente nem de traseira. Os dois avançaram para a última fase do treino. Seus companheiros ficaram pelo caminho. Tirem suas conclusões. Sinceramente, já não sei mais o que falar.

Além dos dois, o Q3 teve Button, com 1min47s654, Pérez, Raikkonen, Webber, Hamilton, Kobayashi, Grosjean e Di Resta.

Num circuito de 7 km, era o caso de uma volta para sair dos boxes, uma para aquecer e outra para mandar o chinelo. Uma chance e mais nada.

E Button lidou melhor com a pressão. Ele, que nunca foi um “poleman”, mas sempre andou bem em Spa, mandou 1min47s573 e não foi alcançado por ninguém.

Em segundo, Kobayashi, já um herói japonês, a 0s298. Maldonado sai em terceiro, seguido por Raikkonen _este, sim, o grande desafio para Button.

A terceira fila tem Pérez e Alonso. A quarta, Hamilton e Grosjean. Di Resta e Vettel saem na quinta fila _isso porque Webber, sétimo no Q3, sai em 12º.

Para um piloto que chegou a Spa entre rumores de que poderia ser convocado para ajudar o companheiro na luta pelo título, Button deu uma bela resposta hoje. E uma vitória em Spa pode ser a redenção de um desempenho tão apagado no campeonato, uma menção honrosa para sua temporada, um marco na sua carreira.

Uma prova de que o abatimento com os boatos não leva a nada. De que é possível dar a volta por cima, sem grandes psicodramas. 

Um caso que deveria ser seguido como exemplo por dois certos pilotos brasileiros.

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"GP da Alemanha acabou com o Felipe"

Por Fábio Seixas
10/08/12 09:32

“É a tal da autoconfiança. Em 2010, ele fez alguns pódios, mas aí veio o episódio da Alemanha. Aquilo acabou com ele, cara. Ali acabou com ele. Ah, ele passou a pilotar pior depois por coincidência? Não, não foi coincidência. É o baque sofrido pelo cara, é a perda da autoconfiança. Vira uma bola de neve.”

Assim, Burti dá sua opinião para a queda de rendimento de Massa. Quem acompanha o blog sabe que esta é, também, a minha tese. Massa vinha se recuperando, voltando a andar na frente, a ganhar confiança… Mas veio aquela mensagem pelo rádio. Um choque, um trauma.

Está boa, muito boa, a entrevista do piloto-comentarista ao Tazio. Inclusive quando ele fala sobre a Globo, comentando as mudanças recentes na transmissão da F-1. O link está aqui.

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Button: "Nunca correria com Alonso"

Por Fábio Seixas
07/08/12 12:08

Button deu uma longa, interessante e esclarecedora entrevista à “Autosprint”.

A chamada na capa resume bem o tom: “Nunca com Alonso”.

O inglês elogia a pilotagem e a inteligência do rival, mas deixa claro que não é um bom negócio ser companheiro de equipe do espanhol.

“Só em um universo paralelo, talvez, eu trabalharia com ele. Lamento por Felipe, mas acredito que Fernando tenha toda a equipe ao seu redor, o que é compreensível”, afirma o inglês, um dos pilotos mais gentis e lúcidos que já entrevistei nesses anos de estrada.

Diz que tem bom relacionamento com gente da Ferrari, mas que nunca negociou com a escuderia: “Não entendo por que insistem nisso”.

E afirma que não vê muitas opções para Hamilton, caso ele deixe a McLaren. “Talvez a Mercedes, se Michael sair.”

Para quem tem iPad, a revista pode ser baixada no aplicativo da “Autosprint”. Custa US$ 1,99. Mas um bom resumo da entrevista, em português, está aqui.

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Pílulas do Dia Seguinte

Por Fábio Seixas
30/07/12 10:02

Grosjean, durante o GP da Hungria (Darko Vojinovic/AP)

 

Depois de Hockenheim, escrevi sobre Raikkonen. O finlandês ainda foi tema da minha coluna de quinta, na Folha. Hoje não vou abrir o texto com ele, mas com um assunto relacionado. Sua equipe, a Lotus. Como é bom, num meio que atrai tantos picaretas, ver gente de corrida comandando uma equipe. Legítimos “racers”. Pessoas do ramo, que entendem do assunto. A Lotus, claro, vem de uma base ótima: era a Renault, que era a Benetton, que um dia foi a Toleman. A estrutura já estava lá. Mas já cansei de ver boas estruturas se desmancharem por maus comandos. (Lembram o que houve com a Jaguar? Ou com a Jordan?) Enfim, a turma da Lotus está lá para competir, não para fazer marketing, dinheiro e vazar no ano que vem. Não é coincidência o time estar hoje em terceiro no Mundial. Sem contar que é uma bela forma de honrar um nome com tanta história no automobilismo; 

Ainda sobre a Lotus, aplausos para a postura de Grosjean sobre a dividida com Raikkonen, que definiu suas posições na corrida: “Ele fez o que tinha que fazer. Peguei detritos de borracha nos meus pneus e tive dificuldade para me recuperar, mas é o que é. Apenas aconteceu”. Sim, além de tudo, a Lotus mostra uma postura esportiva. A equipe é, na minha opinião, a grande boa novidade do ano; 

Para passar a régua no assunto Lotus: Boullier disse que não acredita na saída de Raikkonen para a Ferrari no fim do ano, o grande boato do paddock de Budapeste. Ok, o finlandês tem contrato até o fim de 2013, mas sabemos que isso não vale muito na F-1. O principal motivo, diz o cartola, é que “não há motivos para ele nos deixar”. É, talvez o francês tenha razão;

Sobre Hamilton: quando ele está com a cabeça boa, num final de semana bom, é difícil de ser batido. Talento, ele tem. Muito. Seu problema é a instabilidade emocional. Se um dia ele conseguir mais auto-controle, será páreo mais frequente para Alonso;

Eu já disse isso algumas vezes no Pit Stop e agora está ficando claro como Bruno faz uma temporada mais consistente do que Maldonado. O venezuelano ganhou em Barcelona, enfiou um monte de pontos no bolso, mas não fez muito além do que isso: pontuou em apenas mais um GP, China. Já o brasileiro marcou pontos em 6 das 11 corridas e está a apenas cinco pontos do companheiro. Aposto que termina na frente. A concorrência com Bottas por uma vaga em 2013 é grande, Maldonado leva um caminhão de dinheiro, mas pelo menos Bruno pode provocar um constrangimento para a Williams ao fim da temporada. Dispensar seu melhor piloto pode soar estranho. De mais a mais, será um bom cartão de visitas se for preciso bater em outras portas;

A participação de Massa nos pontos da Ferrari, passadas 11 das 20 etapas da temporada: 13,23%. Assim fica difícil renovar. Cada vez mais, seus melhores argumentos são o bom relacionamento com a equipe e a falta de bons pilotos no mercado. O primeiro resolve-se com um “amigos, amigos, negócios à parte”. O segundo não é exatamente uma verdade. Argumentos frágeis, enfim;

A F-1 entra agora em férias. GP, só em Spa, no início de setembro. Quem entra nas férias em alta: Hamilton, McLaren, Alonso, Vettel, Raikkonen, Lotus, Bruno. Quem vai passar esses dias de cabeça quente e/ou com pulgas atrás da orelha: Ferrari, Massa, Webber, Button, Sauber, Schumacher, Mercedes;

Na GP2, com dois terceiros lugares na Hungria, Razia manteve a liderança do campeonato. É se é verdade que sua folga para Valsecchi caiu de 10 para 7 pontos, também é que faltam agora duas corridas a menos para o fim da temporada. São seis pela frente: rodadas duplas em Spa, Monza e Cingapura. Não está fácil. Mas está bem possível;

Na MotoGP, Stoner voltou a vencer depois de passar duas corridas fora do pódio. E foi uma vitória sólida, com ultrapassagens sobre Pedrosa e Lorenzo, seu concorrentes pelo título. Com o resultado, foi a 173 pontos, 32 a menos que o espanhol da Yamaha. Pedrosa soma 182.

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Hungaroring, 1º e 2º treinos livres

Por Fábio Seixas
27/07/12 11:14

Hamilton, nesta sexta-feira, em Hungaroring (Attila Kisbenedek/AFP)


 

Em Budapeste, Hamilton pela manhã e Hamilton à tarde.

Mas calma lá, é preciso relativizar.

O segundo treino foi prejudicado pela chuva, e quem tinha tempo antes de a água cair acabou se dando bem.

Os pés no chão valem para os torcedores de Hamilton, mas também para os ufanistas brasileiros _no segundo treino, pelo mesmo motivo, Bruno foi terceiro, seguido por Massa.

Foram duas sessões bem distintas.

Pela manhã, com muito sol, a McLaren dominou. Hamilton assumiu a ponta na metade da sessão e se impôs. Terminou com 1min22s821, 0s101 melhor do que seu companheiro de equipe, Button.

Alonso foi o terceiro, a 0s576, seguido por Rosberg, Grosjean, Schumacher, Massa. Bottas mais uma vez treinou no lugar de Bruno e foi o nono.

À tarde, o tempo virou. Antes de água surgir, porém, Hamilton já tinha cravado 1min21s995. Raikkonen ficou a 0s185, em segundo. Depois, Bruno, Massa, Alonso, Button…

A Red Bull ficou escondidinha. No primeiro treino, Webber foi 13º e Vettel ficou em 15º. No segundo, Vettel foi oitavo e Webber, o 14º.

Normalmente, a Red Bull não abre muito o jogo às sextas. Mas, claro, pode ser também efeito das mudanças no mapeamento do motor. O paddock só tirará essa pulga de trás de orelha amanhã, no treino oficial.

O que eu acho? Que está mais para McLaren x Ferrari.

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