Pit Stop #226
01/05/12 12:28Feriado? Não, não existe feriado para o Pit Stop.
O programa desta semana fala sobre o início dos testes da F-1, sobre a Indy em São Paulo e, claro, sobre os 18 anos da morte de Senna.
Lá vai…
Perfil Fábio Seixas, 38, é jornalista com mestrado em Administração Esportiva
Perfil completoFeriado? Não, não existe feriado para o Pit Stop.
O programa desta semana fala sobre o início dos testes da F-1, sobre a Indy em São Paulo e, claro, sobre os 18 anos da morte de Senna.
Lá vai…
Não fui ao Anhembi e, pela primeira vez, acompanhei a Indy paulistana à distância.
Uma corrida que me pareceu mais bem organizada que as anteriores, e isso é lógico: ano após ano, a organização vai acumulando conhecimento, eliminando os problemas, aperfeiçoando o evento.
Se em 2010 o pecado foi a pressa para fazer tudo, com o consequente baile dos carros na Reta do Sambódromo, e se em 2011 o problema foi a chuva que adiou o fim da prova para segunda-feira, em 2012 não houve grandes transtornos.
O “problema” foi a corrida mesmo, que não ajudou. Power liderou 63 das 75 voltas e não deu chances para a concorrência. Ninguém pode ter culpa disso.
Mas em 2013 eu passo lá. Nem que seja para dar um abraço nos amigos.
Kannan sai em 12º. Barrichello, em 13º. Castro Neves _que bateu no segundo treino livre e foi a grande decepção do dia, larga em 20º. Bia é a 21ª.
O favoritismo todo é de Power, vencedor das duas edições já disputadas, piloto muito bom em circuitos mistos e de rua e que sai na pole. Franchitti, em segundo, e vai lá, Dixon, Hinchcliffe e Hunter-Reay podem aprontar. O resto seria uma zebraça.
São Paulo é a única cidade do mundo a receber a F-1 e a Indy.
(O que explica a criação do circuito do Anhembi, aliás, já que Ecclestone tem, por contrato, o direito de vetar a categoria em Interlagos.)
Ocorre que este fato torna as comparações inevitáveis.
Uma tentação, claro. São duas categorias de automobilismo. São duas categorias de fórmula, as duas principais do planeta.
Mas os paralelos terminam aí.
F-1 e Indy são diferentes em todo o resto. Na tecnologia, na filosofia, na gestão.
Há quem prefira uma. Há quem prefira outra.
A F-1 tem tecnologia de ponta, conta com os melhores pilotos, é mais global, carrega uma aura de glamour. Mas é de uma empáfia irritante, é gananciosa, é ditatorial, vive à mercê de longos períodos de domínio de uma equipe ou outra.
A Indy é mais amigável, mais próxima do torcedor, conta com um equilíbrio de forças muito maior e tem na carteira uma bacana diversidade de circuitos. Mas seus carros são rudimentares, a tecnologia chega a ser grosseira. E é brega.
Qual das duas produz melhores corridas? A resposta é: depende. Já vi excelentes corridas de ambas as categorias. Depende das circunstâncias. Se é verdade que uma tem muitas bandeiras amarelas, também é que a outra sofre com o excesso de pit stops.
Há quem entenda que são diferentes, e que cada uma tem sua graça. Trabalhei em ambas e me encaixo neste último grupo, sem Fla-Flu.
E você?
É, tem Indy em São Paulo no fim de semana e tem gente procurando a programação.
O blog ajuda você:
sábado
8h05: Indy, 1º treino livre, grupo A
8h35: Indy, 1º treino livre, grupo B
9h35: Top Series, treino livre
11h05: Indy, 2º treino livre
12h20: Top Series, treino classificatório
14h05: Indy, treino classificatório
15h30: Top Series, corrida
domingo
8h30: Indy, warm up
12h: São Paulo Indy 300, 75 voltas
Três corridas, três vencedores de três equipes diferentes. A McLaren está na frente, mas essa mistureba na relação de forças da categoria deve impedir que um piloto dispare na classificação. Não será surpresa se Schumacher, Raikkonen, Webber, Vettel, Pérez e até Massa também vencerem corridas ao longo do ano;
Disse Massa: “É claro que um 13º lugar não é algo que me deixe feliz, mas acho que demos um passo à frente em relação às duas primeiras corridas. Pelo menos pude fazer uma corrida normal, e sei que fiz o possível”. A estratégia dele não era ruim, em tese. Rosberg também fez duas paradas e venceu. A diferença é que, para um plano assim dar certo, o piloto precisa conservar bem os pneus, que serão usados por mais voltas do que a concorrência. E essa não é exatamente uma qualidade do brasileiro. Ele também perdeu tempo atrás de alguns carros que deveria despachar logo, como o Force India de Di Resta. Deu no que deu. Sete pilotos não pontuaram neste ano. As duplas das nanicas Hispania, Marussia e Caterham. E o ferrarista. Está ficando feio…;
Vettel também não tem a tal manha para conservar os pneus. Não foi por acaso que virou saco de pancadas nas últimas voltas. “Não tinha mais pneus no final da corrida. Eu estava reagindo com o balanço de freio, diferencial, tentando tudo para manter os pneus”, afirmou. Pensei algumas vezes em escrever, no post abaixo, que ele fez uma boa corrida. Mas não, não era o caso. Num GP de 56 voltas, não adianta ir bem em 53. Este 2012 será um ano de muito aprendizado para o bicampeão;
Outro que está aprendendo muito, a olhos vistos, é Bruno. Ele ainda peca em largadas, é verdade, e desta vez o prejuízo foi um pedaço da asa dianteira. Mas, em ritmo de corrida, tem mostrado cada vez mais consistência. Se acertar a mão na classificação, seu ponto forte nos tempos de Lotus, pode conquistar ainda mais;
Uma declaração do chefe da McLaren causou polêmica no final de semana. Ao falar sobre a decisão de ir para o Bahrein, Whitmarsh citou o exemplo do Brasil. “Vamos para o Brasil e para outros lugares. Sempre tomamos cuidados especiais em alguns países. Nem sempre estamos totalmente confortáveis, mas não é uma decisão nossa.” Não entendi a grita. O cartola inglês não falou nenhuma mentira. Integrantes da F-1 vira-e-mexe são vítimas de assaltos nos arredores de Interlagos. Também não são raros os furtos dentro do autódromo. Em São Paulo, as equipes contratam seguranças particulares armados, o que é impensável na imensa maioria das corridas do calendário. Isso é uma coisa. Outra coisa, com a qual não concordo, é a confusão que muitos internautas fazem ao equiparar a guerra civil do Bahrein à criminalidade em São Paulo. O cenário por aqui é péssimo, todo mundo tem uma história de assalto para contar, mas não há batalhas no meio das ruas, não há uma má vontade específica de manifestantes furiosos contra a F-1, não há coquetéis molotov voando pelos ares. Não confundam as coisas…;
Assisti à Indy. Corrida boa, mas que terminou de forma patética, com aquele congestionamento de carros rodados na última curva. Ruim para Barrichello, já que a classificação final levou em conta a penúltima volta. Assim, em vez de terminar em sétimo, ele apareceu em oitavo na classificação. Duas observações: 1) Foi culpa de Castro Neves, que pediu desculpas, o que é bacana; 2) Barrichello chiou após a prova. “Gostaria apenas que as pessoas tivessem mais respeito um pelo outro na pista. Fui atingido por todos os lados do meu carro.” Não, ele não vai conseguir mudar o estilo da Indy. Acho que é mais fácil ele se adaptar.
Correr no Bahrein será total falta de bom senso.
Sem mais delongas, este é o tema principal do Pit Stop desta semana. As imagens da violência por lá são chocantes.
Na abertura do campeonato, um erro estratégico enterrou sua corrida. Ontem não teve pra ninguém. Power venceu no Alabama, no que deve ser sua arrancada para o título.
Daí a comemoração tão vibrante…
(Helinho foi terceiro, mostrando que está louco para entrar na briga. Barrichello fez uma boa prova, principalmente no final, após a última bandeira amarela, quando pulou de 12º para 8º. Tony enfrentou problemas mecânicos e foi só o 21º.)
Quem esperava ver Barrichello, viu Castro Neves.
O piloto da Penske venceu em St.Petersburg, superando Dixon, da Ganassi, líder pela maior parte da prova. Hunter-Reay, da Andretti, completou o pódio.
Barrichello foi o 17º, duas voltas atrás do vencedor. Kanaan abandonou com problemas elétricos.
Lá na frente, nenhuma surpresa. Não é coincidência Penske, Ganassi e Andretti formarem o pódio. São as três grandes forças do campeonato, e dificilmente o campeão não sairá das duas primeiras.
Mas eu esperava mais de Barrichello, por tudo o que mostrou na pré-temporada.
Em sua estreia, ele largou em 13º, passou a maior parte da corrida no bloco intermediário e, na penúltima volta, foi ao pit lane para reabastecer e de lá não saiu mais.
A próxima etapa é em Birmingham, já no domingo que vem.
A aventura na Indy não começou como Barrichello sonhava.
Após uma pré-temporada tão promissora, ele conseguiu apenas o 13º lugar no grid de St. Petersburg.
O problema de câmbio na sexta-feira, que o privou de quilometragem na pista para acertar o carro, pode ter afetado. Aguardemos as explicações. E, principalmente, aguardemos a corrida.
A pole ficou com Power, seguido por Briscoe. Castro Neves, larga em quinto. Kanaan é o oitavo.
Nenhuma surpresa. Penske e Ganassi são as maiores forças do campeonato, já dissemos isso aqui. E Barrichello, além do peso da adaptação, corre por uma equipe média. Normal.
A Band abre a transmissão amanhã, às 14h.