Quinta, coluna
02/08/12 15:50Aconteceu no verão inglês de 99. O ponto de encontro, porque eles não tinham credenciais, foi ao lado de um container, perto de uma tenda, para além das grades do paddock de Silverstone. O kartista chegou, acompanhado pelo pai, e logo impressionou por três motivos.
O primeiro, por ser negro, raridade naquele mundo historicamente aristocrata _e pauta daquela reportagem.
O segundo, por já ser um protótipo de profissional. Chamei-o na ocasião de “piloto de proveta”, e era um retrato fiel da situação. Estava sendo criado desde sempre para a F-1. Já tinha os discursos, manha e trejeitos dos titulares da equipe, Coulthard e Hakkinen _o que chegava a ser perturbador, diga-se.
Mas o que mais marcou foi a autoconfiança do garoto, a fé em si mesmo. Questionei-o se o fato de ser negro, numa era marcado pelo politicamente correto, poderia ter ajudado na decisão da equipe em recrutá-lo. Do alto dos seus 14 anos, Hamilton respondeu: “Não, não acho que tenha sido essa a razão. Sempre fui bom”. O título da entrevista dele na Folha foi “‘Eu sempre fui bom’, diz teen inglês”.
A coluna de hoje fala sobre as primeiras impressões que tive de Hamilton. E sobre a chance que ele tem agora: tão suscetível a fatores externos, ele deve se beneficiar do fato de entrar de férias com uma vitória tão absoluta como a de Budapeste.
A íntegra está aqui. Na Folha Digital e na Folha de papel, é só avançar até a pág. D12.