O incêndio nos boxes da Williams, ontem (Josep Lago/AFP)
Sete integrantes de equipes continuam internados em hospitais de Barcelona após o incêndio que irrompeu na Williams cerca de 1h30 depois da corrida. As imagens impressionam, mas não houve explosão, equipamentos não foram atingidos, corpos não saíram carbonizados. Houve, sim, muita fumaça. Daí o motivo das internações: intoxicação. Segundo a Williams, o fogo aconteceu na “área de combustíveis” dos boxes. Para um relato completo de quem estava lá na hora do susto, recomendo a leitura do blog da colega Vanessa Ruiz;
Agora um relato de quem já acompanhou muita desmontagem de boxes na F-1. Combustível é transportado enquanto mecânicos acionam motores para secar gasolina, mecânicos fumam, caixas são carregadas. Tudo com pressa, porque a turma não vê a hora de se mandar. Pensando bem, agora, é estranho que acidentes assim não sejam mais frequentes. Que o caso da Williams sirva para uma revisão de procedimentos;
Passado o susto, a melhor piadinha que li, nos comentários ao post da corrida: “foi o Schumacher”;
Aliás, sobre a punição ao alemão: foi merecida. Revi o acidente algumas vezes e mantenho minha opinião. Bruno dá uma leve guinada para a direita, mas Schumacher errou mais, exagerou na dose. Resquícios, talvez, da época em que reinava nas pistas e estava acostumado a ver todos lhe abrindo passagem. Deve ser difícil reeducar os instintos;
Impressiona o que apareceu de gente, de ontem pra hoje, dizendo que sempre achou Maldonado um fenômeno das pistas. Minha opinião é que o venezuelano é um piloto em clara evolução. Um cara que cumpriu todas as etapas até a F-1, correndo de F-Renault, World Series, F-3000 italiana, GP2. E se é verdade que ele conseguiu resultados satisfatórios nessas categorias, também é que se notabilizou por lambanças homéricas e acidentes estapafúrdios. Na F-1, talvez por ter finalmente conseguido seu objetivo de correr ali, ficou mais calminho, esfriou a cabeça, tornou-se um piloto melhor. Fez uma temporada de estreia correta _e, sim, acho que aprendeu algumas coisas com Barrichello_ e ontem conseguiu uma vitória surpreendente. (Ou alguém acha que a Williams chegou a Barcelona sonhando com o que aconteceria?) Enfim, é um piloto talentoso e que, com a cabeça no lugar, pode fazer alguma coisa na F-1. E que não tem culpa de contar com um patrocinador forte. Pelo contrário, hoje em dia esse é um enorme mérito;
Com a vitória, Maldonado foi a 29 pontos. Bruno tem 14. Na Ferrari, Alonso tem 61. Massa, apenas 2. Nem nos tempos de vacas magras, quando Barrichello sofria na Jordan e na Stewart, o Brasil passou por situação tão ruim. Diniz, Rosset, Tarso e quetais ficavam atrás de seus companheiros, mas pelo menos Barrichello se garantia. Agora, nem isso. Bruno, tenho a impressão, ainda pode se recuperar. Noves fora o final de semana de Barcelona, ele vinha fazendo um trabalho mais consistente que o do companheiro. Pode, pelo menos, encostar na pontuação do venezuelano. Quanto a Massa, sem chance. Ontem, foi cobrado publicamente por Domenicali. A hora é de começar a procurar emprego para 2013;
A Lotus está batendo na trave. Não sei se será em Mônaco, mas uma vitória de Raikkonen, em seu ano de retorno à F-1, parece cada vez mais próxima;
Na GP2, Razia ganhou a corrida de domingo. Mas a briga com Valsecchi está dura. Os dois começaram o final de semana separados por 24 pontos. Apesar da vitória do brasileiro, a diferença, agora, é de 25;
Na Indy, o final de semana foi agitado em Indianápolis. O mais veloz do domingo foi Saavedra. Kanaan ficou em 12º. Castro Neves, o 22º. Barrichello ficou em 26º, duas posições à frente de Bia. Alesi foi o 30º e penúltimo. O Pole Day é no próximo sábado, dia 19.