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Fábio Seixas

Automobilismo e pitacos sobre tudo o mais

Perfil Fábio Seixas, 38, é jornalista com mestrado em Administração Esportiva

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Tag Archives: alonso

Webber, vitória e luta pelo título

Por Fábio Seixas
08/07/12 10:43
Webber celebra em Silverstone (Andrew Yates/France Presse)

 

Em Silverstone, uma vitória estratégica de Webber.

Alonso, seu grande adversário na prova, apostou em largar com pneus duros e deixar os macios para o último trecho. O australiano fez justamente o oposto, e tinha pneus melhores nas últimas voltas.

Ganhou.

Sua segunda vitória na temporada, a nona da carreira.

Vettel completou o pódio.

A largada aconteceu com pista seca e Alonso, o pole, de pneus duros, confiando em chuva ao longo da prova. Atrás dele, a grande maioria estava com pneus macios, esperando um GP sem água.

Alonso largou dando uma cortada agressiva em Webber e garantindo a dianteira na primeira curva. O australiano e Schumacher mantiveram suas posições. Massa superou Vettel e pulou para quarto. Bruno também fez uma bela largada, saindo de 13º para nono.

Ao fim da primeira volta, o top 10 tinha Alonso, Webber, Schumacher, Massa, Vettel, Maldonado, Raikkonen, Hamilton, Bruno e Pérez.

Começou, então, uma briga boa: Massa tentando atacar Schumacher, mas precisando se defender de Vettel.

Ficou assim por gerações e gerações, até que Vettel entrou nos boxes, na décima volta, abrindo os pits. Instantes depois, sem o bicampeão no cangote, Massa enfim passou Schumacher, numa belíssima manobra.

Alheio a tudo isso, Alonso abria vantagem, mesmo com pneus teoricamente mais lentos que os da concorrência. Na 12ª volta, tinha 4s4 sobre Webber.

Um pouco mais atrás, Maldonado fez lambança com Pérez. O mexicano tentava a ultrapassagem, o venezuelano não tirou o pé na curva, escorregou… Bateram.

Pior para Pérez, que saiu chutando tudo o que via pela frente, irritadíssimo, e, nas entrevistas, chamou o adversário de “estúpido”.

Maldonado, o culpado, continou na corrida _ e a FIA, inexplicavelmente, deixou o veredicto para depois da prova. Ê, la-iá…

Na 13ª volta, Schumacher parou. Na 14ª, Massa e Raikkonen. Webber parou na seguinte. Alonso entrou na 15ª.

Hamilton, que ainda não havia parado, ocupou a liderança provisória. O que valeu um belo duelo com Alonso na 19ª volta: após algumas ameaças, o espanhol ultrapassou, levou o xis, mas não aliviou e deu o troco de novo. Aplausos.

O inglês só entrou na 22ª volta, fechando a janela de pits entre os pilotos de ponta _e quem se saiu melhor nisso tudo foi Vettel, que ganhou as posições de Massa e de Schumacher e pulou para terceiro.

Na 23ª volta, o top 10 tinha Alonso, Webber, Vettel, Massa, Schumacher, Raikkonen, Hamilton, Grosjean, Kobayashi e Hulkenberg. Bruno estava à margem dos pontos, em 11º.

Na 28ª, Hamilton, que era o único lá na frente com pneus macios, parou de novo. Colocou os duros, para ir até o final. Três voltas depois, Vettel entrou. Na 32ª, Webber. Raikkonen e Schumacher entraram na 35ª. Massa foi para os boxes na 36ª e voltou atrás do alemão da Red Bull.

Na 37ª, Alonso tinha 21s1 sobre Webber e entrou nos boxes. Seria suficiente para manter a ponta?

Sim, foi. O espanhol acelerou muito na volta anterior à parada e conseguiu voltar à frente do australiano.

O top 10, ao final da segunda janela de pits, Alonso, Webber, Vettel, Massa, Raikkonen, Grosjean, Hamilton, Schumacher, Hulkenberg e Bruno.

Pelo rádio, a Red Bull dizia para Webber, de pneus duros, que sua chance seria esperar o desgate dos compostos macios de Alonso nas voltas finais. E foi o que aconteceu.

A dez voltas do fim, Webber começou a virar mais rápido que o espanhol. E a diferença foi desaparecendo.

Na 44ª, era de 1s3. Na 45ª, 0s5.

Na 48ª, não deu mais pra Alonso. Webber embutiu e passou, por fora. Venceu ali o GP.

Na linha de chegada, o australiano tinha 3s sobre Alonso. Vettel passou 1s7 atrás do espanhol.

Massa foi o quarto. Completando a zona de pontos, Raikkonen, Grosjean, Schumacher, Hamilton, Bruno e Button.

(Algum alívio para os brasileiros, enfim…)

A segunda vitória de Webber traz consequências para a tabela. Porque ele reduziu de 20 para 13 pontos sua desvantagem em relação a Alonso, ainda o líder: 129 a 116. E aumentou sua folga para o terceiro. Chegou a Silverstone com três pontos em relação a Hamilton. Deixa a Inglaterra com 16 sobre Vettel.

No Mundial de Construtores, a Red Bull tem 216 pontos, contra 152 da Ferrari. A Lotus tem 144 e a McLaren despencou de segunda para quarta, com 142.

Webber na luta pelo título? Por que não? 

Chegando à metade da temporada, ele já tem argumentos para cobrar mais atenção da Red Bull. Seria justo.

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Alonso, pole no braço e no pé

Por Fábio Seixas
07/07/12 11:49

A F-1 de hoje tem tecnologia avançadíssima, tem regras complicadas, tem politicagem, tem frescuras cada vez mais irritantes.

Mas Alonso mostrou neste sábado que dois elementos lá da pré-história da categoria ainda fazem a diferença: braço bom e pé pesado.

Ainda bem.

Foi assim: últimos instantes do Q3 em Silverstone, chuva apertando e ele tinha feito as duas primeiras parciais piores do que Webber. Tudo perdido? Não para Alonso.

Com muita, mas muita habilidade, o espanhol tirou 3 décimos de segunda no último trecho da pista e cravou a pole position.

É a 21ª pole da sua carreira, encerrando um jejum que vinha desde Cingapura-2010.

Merece aplausos.

Um alento para um sábado que viu tanto mimimi.

Na manhã inglesa, na terceira sessão de treinos livres, a água deu uma trégua. Com pista seca, deu Alonso, 1min32s167. Button ficou a 0s153, seguido por Grosjean, Vettel, Raikkonen, Hamilton, Maldonado, Pérez… Bruno foi o 11º. Massa, o 16º.

Foi quase inútil. Porque o treino classificatório começou daquele jeito: chuva em alguns pontos de Silverstone, mas asfalto seco em outros. Resultado: todo mundo saiu com pneus intermediários.

A surpresa do Q1 foi Button, que não conseguiu avançar. Até vinha numa volta boa na última tentativa, mas foi atrapalhado por uma bandeira amarela _Glock estava atravessado em plena reta. Ficou fora.

Além dele, dançaram Petrov, Kovalainen, Glock, De la Rosa, Karthikeyan e Pic.

Lá na frente, deu Vettel, com 1min46s279, 0s055 melhor que Hulkenberg. Maldonado foi o terceiro, seguido por Pérez, Alonso, Schumacher, Kobayashi, Grosjean, Bruno e Ricciardo. Massa passou em 13º.

No intervalo entre o Q1 e o Q2, começou a chover forte. 

Quase todo mundo foi à pista com pneus de chuva. A exceções foram Ferrari e Williams, que acharam que dava para encarar com intermediários. Tempo jogado no lixo. Foi só sairem à pista para voltarem logo depois pros boxes e desfazerem a besteira.

A chuva apertava, apertava, apertava… E veio bandeira vermelha. Treino interrompido.

A paralisação durou 92 minutos. Um exagero.

No momento da bandeira vermelha eu já achei errado. Mas ok, até aceito o argumento de que a drenagem não estava dando conta em alguns pontos da pista.  

Agora… Parar tudo por mais de uma hora e meia por conta de uma chuva que não era um temporal… Os carros são feitos de açúcar? As avós dos pilotos estavam trabalhando de comissárias? A Palmirinha assumiu o lugar do Bernie?

Ah, saudades da F-1 sem mimimi. (Vou dar um gás na seção na próxima semana.)

O treino só foi reiniciado às 15h07 locais, 11h07 de Brasília, faltando pouco mais de 6 minutos para o final do Q2.

Fila na saída do pit lane, todos pra pista, uma disputa acirradíssima… E Hamilton levou a melhor: 1min54s897. Hulkenberg ficou em segundo, a 0s659. Depois vieram Schumacher, Webber, Grosjean, Massa, Raikkonen, Maldonado, Alonso e Vettel.

Os cortados, Di Resta, Kobayashi, Rosberg, Ricciardo, Bruno, Vergne e Pérez.

“Estava tranquilamente passando, mas veio uma bandeira amarela na última volta. Não dei sorte, vamos ver amanhã”, disse o brasileiro da Williams à TV Globo.

Veio então, enfim, o Q3, a definição da pole. 

Na primeira sequência de voltas, Alonso se impôs com 1min53s699. Massa então derrubou para 1min53s549. O espanhol respondeu com 1min52s544. Webber fez 1min51s793.

Aí foi a hora do show: Alonso mandou 1min51s746, desbancando o australiano por 0s047.

Na segunda fila saem Schumacher e Vettel. Massa e Raikkonen compõem a terceira fila. Depois, Maldonado e Hamilton.

Daí para trás, algumas revisões por conta de punições em Valência e trocas de caixas de câmbio. Grosjean é o nono, seguido por Di Resta. E Bruno larga em 13º.

Favorito para a corrida? Vou ter que mudar meu pitaco de ontem. Depois do que fez hoje, Alonso parece inalcançável, faça chuva ou faça sol.

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Pit Stop #235

Por Fábio Seixas
03/07/12 11:04

Hoje é terça-feira. Hoje tem Pit Stop.

E o programa desta semana tem uma tese: Vettel é o piloto que chega mais pressionado a Silverstone. Por vários motivos. Como ele se sairá? Taí uma bela discussão.

Lá vai…

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Quinta, coluna

Por Fábio Seixas
28/06/12 11:14

Na segunda-feira, a capa do “Marca”, principal diário esportivo do país, trazia a foto do ferrarista com a bandeira e a manchete “Ganhar, ganhar, ganhar; Somos a Espanha”. O “El País” comparou-o a heróis, escrevendo que ele abriu caminho pelos adversários “como que usando um facão pintado de vermelho”.
Não, não parece a Espanha deprimida, do desemprego, dos pedidos de ajuda. É um outro país.
E há quem diga que esporte é apenas entretenimento.

A coluna desta semana fala do efeito que a vitória de Alonso teve em seu país. Pode ser um alívio momentâneo, ilusório. Mas é sempre bom esquecer dos problemas e sorrir por alguns instantes.

A íntegra está aqui, para assinantes da Folha e do UOL. Na Folha Digital e na Folha de papel, a coluna está na pág. D9.

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Pit Stop #234

Por Fábio Seixas
26/06/12 14:37

O Pit Stop desta semana fala de Valencia, de Iowa, de Elkhart Lake.

No quadro Naftalina, uma homenagem a um aniversariante especial.

Lá vai…

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Pílulas do Dia Seguinte

Por Fábio Seixas
25/06/12 09:52

A punição a Maldonado, após o GP, fez justiça duas vezes. Primeiro, porque o venezuelano realmente exagerou na vontade naquela manobra com o Hamilton. É um piloto em evolução, uma das boas surpresas desta temporada, mas às vezes lembra o Maldonado despirocado da GP2. Foi o caso. Os 20 segundos a mais no seu tempo de prova ainda alçaram Bruno ao décimo lugar, o que valeu mais um ponto no Mundial. Taí a segunda justiça. O brasileiro merecia. Fez uma boa prova e não teve culpa nenhuma no acidente com Kobayashi. A única explicação para aquela punição, ao meu ver, é a reincidência. Foi a segunda batida neste ano defendendo posição. Bruno não teve culpa em nenhuma, na minha opinião. Mas acho que a FIA quis dar um sinal de alerta para o brasileiro, algo na linha “fica esperto, meu filho”;

Massa alegou, ao fim da prova, que enfrentou problemas no carro após a sétima volta. Algo no assoalho, talvez. “Comecei a perder o balanço do carro de um momento para outro. Tinha alguma coisa estranha na parte traseira. Eu vinha reclamando para a equipe desde o começo, mas não tinha o que fazer. Então, eu lutei a todo o momento com o problema. Nas curvas de alta velocidade, tinha que ‘arrancar o pé’ e ir lento, senão eu rodava”, explicou. Pode ser, faz sentido, até porque ele fez um bom início de prova. Mas tenho dúvidas de o quanto essas explicações e problemas influenciarão no momento de a escuderia definir sua dupla. Acredito mais na análise da tabela do campeonato. E, nela, Alonso tem 100 pontos a mais que o companheiro;

Domenicali: “Em relação ao começo do ano, nosso carro está em outro nível, mas ainda não é nosso carro que está nos colocando à frente”. Alonso não poderia receber elogio melhor;

Além das duas vitórias, há que se aplaudir a regularidade de Alonso. Muito já foi dito que, em campeonatos tão equilibrados, marcar pontos sempre faz a diferença. E adivinhem que é o único piloto a pontuar em todas as etapas do campeonato?;

O terceiro lugar de Schumacher merece mais um registro. Se seu sorriso no pódio não foi dos maiores, suas declarações pós-GP deram mais uma dimensão histórica do feito. “Quando falaram pelo rádio, não pude acreditar . Eu não esperava. É um daqueles momentos que você curte intensamente. É um sentimento maravilhoso”. Não, não é um novato falando. É um cara que, ontem, subiu pela 155ª vez a um pódio na F-1;

A Renault pediu desculpas a Vettel e Grosjean. Ambos abandonaram com problemas idênticos, pane no alternador. Um prejuízo inestimável. Uma pecinha elétrica provavelmente tirou da montadora uma dobradinha no pódio;

Noves fora o problema de ontem, acho que Grosjean ainda vence um GP neste ano. Está batendo na trave. Raikkonen também deve levar uma;

Aplausos a três brasileiros em outros campeonatos pelo mundo. Na GP2, Razia fez uma manobra sensacional na última volta da corrida para vencer e ficar a um ponto da liderança do Mundial. É o tipo de desempenho que a F-1 acompanha com atenção. Na Indy, Kanaan conseguiu seu segundo pódio consecutivo, mesmo correndo por uma equipe tão modesta. E, na segunda divisão da Nascar, a Nationwide, Nelsinho colheu sua primeira vitória, dando mais um passo no seu novo sonho, de conquistar a América.

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Alonso, vitória do melhor do ano

Por Fábio Seixas
24/06/12 10:59

Alonso comemora a vitória em Valencia (Kai Försterling/Efe)

 

Corrida na casa do principal patrocinador, presidente da equipe observando de perto, pressão por todos os lados.

Um dos pilotos larga em 11º. E vence.

O outro sai em 13º. E termina em 16º.

Alonso e Massa viveram um domingo de opostos em Valencia. Vitória do espanhol, GP desastroso para o brasileiro.

Ok, Alonso teve sorte com abandonos de adversários. E Massa foi acertado por Kobayashi. Mas até isso é preciso relativizar.

O bicampeão ganhou porque fazia uma boa corrida desde sempre. Assim, estava no lugar certo, lá na frente, quando Vettel e Grosjean tiveram problemas.

Massa até largou bem, mas depois passou a despencar posições. E só foi acertado pelo japonês porque estava ao lado dele, lá no pelotão do fundo, disputando posição.

É aquele velho ditado que acho que acabei de inventar: as circunstâncias, é a gente que faz.

Uma corrida boa em Valencia.

Na largada, o grande nome foi Grosjean _mais uma pra série “frases que nunca imaginei escrever”. Saiu bem e passou Maldonado, fechando a primeira volta em terceiro. Vettel, sem sofrer ameaças, cruzou com 1s9 sobre Hamilton.

Os dois ferraristas também largaram bem. O top 10 na primeira volta, Vettel. Hamilton, Grosjean, Kobayashi, Maldonado, Raikkonen, Hulkenberg, Alonso, Di Resta e Massa. Bruno era o 14º.

Vettel logo começou a abrir vantagem. Na quinta volta, já tinha 7s6 sobre Hamilton, que não tinha um ritmo forte nem sossego: Grosjean estava a 0s5. E apenas 12s separavam o inglês de Schumacher, 13º colocado.

Na nona volta, Grosjean cansou de esperar. Colocou o carro ao lado da McLaren de Hamilton e, por fora, fez a ultrapassagem. Uma belíssima manobra do francês, digna de aplausos.

Na 11ª, começaram os pits, com Button e Pérez. Massa parou na seguinte.

Na 13ª, Raikkonen repetiu o feito do companheiro. Após uma batalha acirrada com Maldonado, quase tocando roda, superou o venezuelano e assumiu o quarto lugar. Logo depois, foi a vez de Alonso deixar o piloto da Williams pra trás.

Hamilton, Kobayashi, Maldonado, Raikkonen e Hulkenbeg pararam na 14ª _e o finlandês ganhou a posição do japonês. Alonso parou na 16ª. Vettel (lembram dele?) e Grosjean pararam juntos, na 17ª.

A corrida ficou boa. Muito boa. Porque parte dos pilotos estava com pneus novos, mas muita gente ainda estava com os compostos da largada. O resultado: pelotão compacto, muitas ultrapassagens… e enrosco.

Na 21ª, Kobayashi tentou passar Bruno onde não havia espaço. Errou na avaliação. Pior para o brasileiro, que teve o pneu traseiro direito furado e precisou passar nos boxes.

Os comissários, porém, não pensaram assim. Puniram o brasileiro, provavelmente por avaliarem que ele fechou a porta. Discordo completamente, mas enfim…

Só na 24ª, Di Resta parou nos boxes. “Você provavelmente é o único numa estratégia de uma parada”, avisaram o escocês pelo rádio.

Quatro voltas depois, lambança. Vergne cometeu uma barbeiragem incrível ao tentar passar Kovalainen e voou pedaço de pneu por toda a pista.

Safety car. E correria para os boxes.

Hora, portanto, do já tradicional vexame da McLaren nos boxes. A equipe se embananou com o pneu dianteiro esquerdo de Hamilton. De novo. Ele retornou em sexto.

Não sei detalhes, mas algo muito sério deve ter sido modificado nos boxes da McLaren entre 2011 e 2012. Minha moçada do churrasco faria uma serviço melhor.

A relargada veio na volta 34. O top 10, Vettel, Grosjean, Alonso, Ricciardo, Raikkonen, Hamilton, Rosberg, Schumacher, Webber e Maldonado. Massa era só o 14º. Bruno, o 21º.

Show de Alonso.

O espanhol partiu pra cima de Grosjean e, com a faca nos dentes, assumiu a segunda posição. 

E o que já parecia ótimo melhorou: o espanhol tornou líder instantes depois _com problemas, Vettel começou a se arrastar pela pista.

Desespero no pit wall da Red Bull, delírio nas arquibancadas de Valencia. Irritado, Vettel jogou as luvas no chão. Compreensível. Até o safety car, ele tinha mais de 40s para Grosjean, a prova parecia ganha.

Ao mesmo tempo em que Alonso subia à liderança, Massa enfrentava problemas com Kobayashi. Os dois se tocaram, de novo com um brasileiro se dando pior. Com o pneu dianteiro direito estourado, o ferrarista precisou passar nos boxes.

(Kobayashi dirige um tanque? Em tempo, ele foi punido com a perda de cinco posições no grid de Silverstone.)

Lá na frente, Grosjean não deixava Alonso desgarrar. Na 40ª volta, apenas 1s4 separava os dois. Hamilton era o terceiro.

Mas o dia era de Alonso. Na 41ª, de novo, um adversário seu ficou pelo caminho. Justamente Grosjean, vítima de um problema elétrico.

Faltando 15 voltas, o top 10 tinha Alonso, Hamilton, Raikkonen, Maldonado, Hulkenberg, Di Resta, Pérez, Button, Rosberg e Petrov. Bruno era o 14º. Massa, o 18º.

A três voltas do fim, Hamilton errou e Raikkonen não deixou por menos. Fez uma belíssima ultrapassagem, garantindo o segundo lugar.

Corrida encerrada? Longe disso.

Porque Maldonado partiu para cima de Hamilton e, após alguns quase-toques, os dois se tocaram de verdade. O inglês abandonou, o venezuelano ainda conseguiu cruzar em décimo.

Schumacher agradeceu. O terceiro lugar caiu no seu colo. A sorte que faltou ao alemão nas últimas provas, apareceu agora. Foi seu primeiro pódio desde a vitória no GP da China de 2006.

Na linha de chegada, 6s4 de Alonso para Raikkonen.

Massa, como já dito lá em cima, foi só o 16º. Bruno ficou em 11º.

O espanhol tornou-se, assim, o primeiro piloto a vencer duas provas nesta temporada. Encerrou a sequência de vencedores diferentes. Mas ok, 2012 já está na história.

Um pódio de campeões em Valencia. Dez títulos.

Com o resultado, Alonso tem agora 111 pontos, na liderança do Mundial. Webber tem 91. O terceiro é Hamilton, com 88, seguido por Vettel, com 85.

No Mundial de Construtores, a Red Bull tem 176. A McLaren, 137. A Lotus, vejam só, tem 126. E a Ferrari tem 122.

Não é coincidência Alonso ter sido o primeiro a ganhar dois GPs neste ano.

É o piloto que mais vem brilhando neste ano. Num Mundial tão equilibrado, já pode ser apontado como um dos favoritos ao título.

E ainda está indefinido quem será seu adversário.

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Pílulas do Dia Seguinte

Por Fábio Seixas
11/06/12 09:47

Adoro a língua portuguesa. Entre outros motivos, pela capacidade de sintetizar de forma única eventos tão complexos. É de Massa a frase do final de semana: “Na verdade, para falar a palavra certa, foi uma cagada”. Assim ele respondeu à questão sobre sua rodada no começo do GP do Canadá. Continuou: “Cheguei na curva e não tentei nada demais, não perdi o ponto de freada. Na hora de pegar a zebra, perdi a traseira do carro do nada. Não imaginava que a traseira sairia assim. Foi uma pena, porque seria uma ótima corrida”. Sim, seria. Àquela altura da prova, apenas Vettel, Hamilton, Alonso e Webber estavam à sua frente. Não é absurdo imaginar que o brasileiro poderia ser segundo colocado, lavando a alma após corridas tão ruins. Mas, enfim, foi uma cagada. Quero ver alguém traduzir isso, com todo o peso do seu significado, para outro idioma;

Ainda sobre a cagada: o resultado está no Mundial de Construtores. A ineficiência de Massa em ajudar a Ferrari tem enorme peso na queda da equipe na tabela. A escuderia chegou a Montreal em terceiro lugar. Saiu de lá em quarto, atrás da Lotus. Na Ferrari, um só piloto é o responsável por 89% dos pontos até agora. Na Lotus, dos 108 pontos conquistados, 55 (51%) foram com Raikkonen e 53 (49%) com Grosjean. Montezemolo e Domenicali já devem ter feito essa conta;

Alonso: “Tomamos a decisão para tentar vencer a corrida e não funcionou, não por causa da estratégia, mas por causa do desgaste dos pneus. Quero deixar claro porque vai ter confusão das pessoas que não entendem a corrida. Paramos na mesma volta que Grosjean, e ele terminou em segundo com os mesmos tempos de volta de Hamilton. Então, o problema não foi parar com Hamilton ou não parar. O problema é que Grosjean fez 55 voltas com os pneus em um bom ritmo e fizemos 45. Este foi o único problema.” Assino embaixo. E, nas voltas finais, ele estava sem opção. Se parasse, despencaria na corrida. O jeita era tentar levar como dava, mesmo sabendo que seria presa fácil para quem se aproximasse;

É difícil, admito, analisar a corrida de Bruno. Porque não teve corrida. Ele andou o tempo todo lá atrás, não tentou nada e terminou frustrado, em 17º, reclamando dos pneus. Mais um GP insosso;

O recorde de sete vencedores nos sete primeiros GPs é bacana, é lindo, é histórico, mas acho que a festa acaba por aqui. Sim, Schumacher, Pérez, Raikkonen e Grosjean são pilotos com chances de vencer neste ano, mas talvez não seja em Valência. Seis dos sete que já venceram (Maldonado à parte) me parecem hoje em melhores condições do que esses quatro;

O grande mistério do ano é Button. Venceu na Austrália, foi segundo colocado na China e, depois, ninguém sabe, ninguém viu. Whitmarsh diz que confia na reação do seu piloto e revelou que a McLaren tentou uma nova configuração da suspensão traseira para ajudá-lo no Canadá. Não funcionou. A explicação do dirigente para desempenhos tão diferentes entre seus dois pilotos é parecida com a que já ouvimos tanto da Ferrari: afinidade com os atuais pneus. O curioso é que, até o ano passado, uma das principais qualidades atribuídas a Button (inclusive por este blogueiro) era a capacidade de compreender o comportamento dos compostos. Caímos todos do cavalo. Inclusive o piloto; 

Se sou o chefe da Mercedes, mando um novo contrato para o Schumacher hoje, com um pedido de desculpas por este 2012;

Encerro esta edição das “Pílulas” como comecei: usando o termo usado por Massa. O “troféu cagada” do fim de semana vai pra Graham Rahal. Justin Wilson, claro, agradece.

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Webber, vitória e recorde histórico

Por Fábio Seixas
27/05/12 10:56

Seis provas, seis vencedores diferentes. A F-1 de 2012 bate um recorde histórico.

Webber, Alonso e a festa em Mônaco (Tom Gandolfini/AFP)

 

A vitória em Mônaco foi de Webber. Antes dele, Button, Alonso, Rosberg, Vettel e Maldonado já haviam vencido GPs neste ano.

Nunca a categoria havia visto tanta gente diferente celebrando. E é irônico que a quebra da marca de 1983 tenha vindo com Webber, que reclamou dessa diversidade no começo da semana.

Acho que agora ele não vai chiar, né?

Enfim, foi a oitava vitória do australiano, a primeira desde o GP Brasil do ano passado.

Ao seu lado, no camarote real, Rosberg e Alonso.

Uma prova morna, sem ultrapassagens, em que o grande atração foi o nervosismo pela espera de uma chuva que nunca veio.

O agito ficou quase todo na largada, com um enrosco entre Schumacher e Grosjean. Eles tentaram dividir a primeira curva, sobrou vontade, mas faltou espaço. Resultado, um toque entre os dois.

Pior pra Grosjean, que ficou na contramão e, com a suspensão traseira esquerda detonada, teve de abandonar. Mais atrás, Maldonado também acabou no guard rail.

Safety car.

O top 10 na primeira volta, Webber, Rosberg, Hamilton, Alonso, Massa, Vettel, Raikkonen, Schumacher, Hulkenberg e Bruno.

A relargada, na quarta volta, foi mais tranquila. Webber manteve a ponta, sem ser ameaçado por Rosberg. Logo atrás, tudo como estava.

Começou então o trenzinho. Todos muito próximos, mas com poucas tentativas de ultrapassagens. Na décima volta, Webber tinha 1s4 sobre Rosberg, que tinha 1s3 para Hamilton. Entre Alonso e Massa, apenas 0s5 _e o espanhol segurava atrás de si um fila compacta até Hulkenberg.

Começaram, também, conversas mais firmes sobre mudanças no tempo. Na 13ª volta, o engenheiro de Raikkonen o alertou sobre a possibilidade de chuva “dentro de 15 voltas”. Virou o assunto nos papos via rádio. 

(E, confesso, passou a ser a minha torcida, na expectativa por mais agito na pista, já que ninguém passava ninguém.)

Na 28ª volta, enquanto todo mundo esperava a chuva, Rosberg entrou nos boxes e colocou os pneus macios. Só o desespero puro explica: seus supermacios estavam no bagaço, no limite da segurança, e não dava para esperar a chuva.

Outros também não conseguiram esperar. Webber, Hamilton, Raikkonen, Bruno e Hulkenberg pararam na 29ª. Na 30ª, Alonso. Na 31ª, Massa.

Vettel, então, assumiu a ponta. Com os mesmos compostos macios da largada.

Ou seja, com condições de adiar sua parada, colocar os pneus de chuva junto com todo mundo e, assim, mandar a vitória pro bolso.

Mas não deu certo. Até caiu uma garoa, na altura da 39ª volta, mas nada que demandasse pneus de chuva.

Vettel aguentou até a 45ª volta, mas precisou entrar. Foi bem, mesmo assim. Retornou em quarto, com supermacios para 33 voltas.

Ordem reestabelecida lá na frente, portanto. Na 48ª volta, o top 10 tinha Webber, Rosberg, Alonso, Vettel, Hamilton, Massa, Schumacher, Vergne, Di Resta e Hulkenberg. Bruno era o 12º.

Na 62ª volta, aleluia! Uma ultrapassagem. Com dificuldades com os pneus, Schumacher foi superado por Vergne.

Cinco voltas depois, um quase aleluia! Guarda-chuvas foram abertos no principado, mas a água que caiu não foi suficiente para ensopar o asfalto.

Lá na frente, a coisa também ficava mais interessante. Com pneus desgatados, Webber reduziu o ritmo e o primeiro pelotão ficou embolado. Faltando sete voltas para o fim, apenas 3s1 separavam os seis primeiros colocados.

Vergne parou para colocar os intermediários, mas a aposta não se pagou. Na 75ª volta, ele girava 13 segundos mais lento que os líderes. Bom para Bruno, que, com isso, entrou na zona de pontos.

Webber cruzou a linha de chegada com 0s6 sobre Rosberg, que impôs 0s3 sobre Alonso. Vettel foi o quarto, seguido por Hamilton e Massa. Fechando a zona de pontos, Di Resta, Hulkenberg, Raikkonen e Bruno.

Com o resultado, Alonso lidera o Mundial, com 76 pontos. Webber e Vettel têm 73. Hamilton tem 63. Rosberg, 59. Bruno, com 15, é o 13º colocado no campeonato. Massa, agora com 10 pontos, é o 14º.

Nos Construtores, a Red Bull tem 146 pontos contra 108 da McLaren.

Tudo continua embolado na luta pelo campeonato. Mas Massa tirou um peso dos ombros.

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Mônaco, 1º e 2º treinos livres

Por Fábio Seixas
24/05/12 15:14

Uma quinta-feira frustrante para pilotos e equipes em Mônaco. A primeira sessão foi interrompida 10 minutos antes do fim, com o motor de Kovalainen lavando o túnel de óleo. A segunda teve pista molhada pela maior parte dos 90 minutos.

Alonso, no 1º treino em Mônaco (Jean-Christophe Magnenet/AFP)


 

Sobrou pouco tempo para fazer o shakedown, experimentar pneus, tentar long runs, arriscar voltas lançadas. Esperem, pois, um terceiro treino livre, no sábado, bem agitado.

Pela manhã, o mais veloz foi Alonso, com 1min16s265, 0s365 melhor do que Grosjean, o segundo. Depois vieram Pérez, Hamilton, Maldonado, Massa, Kobayashi, Button, Vettel…

No segundo treino, deu Button, que cravou 1min15s746 de pneus supermacios, quando ainda estava seco. Grosjean foi o segundo colocado, a 0s392. Na sequência, Massa, Alonso, Maldonado, Rosberg, Webber, Kobayashi.

Bruno foi 18º pela manhã e 14º à tarde.

Algumas poucas conclusões/chutes/pitacos:

Grosjean está bem. O que quer dizer que Raikkonen, que não andou pela manhã, também pode aprontar. Num Mundial tão cheio de surpresas, não soa exagero colocar os dois na lista de candidatos à vitória;

Bruno está bem atrás do companheiro, um especialista em Mônaco. Deve ter outro final de semana difícil;

A bronca parece ter surtido efeito, pelo menos por ora. Massa foi razoavelmente bem nesta quinta.

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