A estatística de vitórias da F-1 mostra Schumacher como o recordista absoluto da categoria: ganhou 91 GPs.
Depois aparece Prost, com 51 triunfos. E Senna, com 41.
Isso continua igual.
Mas há uma mudança importante logo atrás. Alonso, desde hoje, é o quarto piloto mais vitorioso da história da categoria.
Alonso comemora a vitória em Barcelona (Manu Fernandez/AP)
Diante de arquibancadas em delírio, o espanhol venceu o GP da Espanha. Foi a 32ª vitória da carreira. Ele supera Mansell, com 31.
Foi, ainda, a segunda na temporada e a segunda no circuito catalão _a anterior, em 2006.
Um resultado significativo. Porque não foi fruto do acaso, de azares dos adversários, de acidentes e incidentes de qualquer natureza.
Foi fruto de um carro muito rápido e muitíssimo bem equilibrado. A Ferrari sobrou nas 66 voltas do GP deste domingo.
Raikkonen foi segundo, com Massa em terceiro.
Um resultado que começou a surgir logo nos primeiros metros da prova.
Na largada, Alonso, Massa e Vettel brilharam.
O alemão pulou de terceiro para segundo. Instantes depois, Alonso se livrou de Hamilton e assumiu o terceiro lugar.
Massa, nono no grid, fechou a primeira volta em sétimo. Na segunda volta, passou Pérez e subiu para sexto.
Pelotão muito próximo, ninguém conseguiu se desgarrar no começo da prova.
Na sétima volta, Raikkonen passou Hamilton e assumiu o quarto lugar. Quase que simultaneamente, Webber entrava nos boxes para seu primeiro pit stop.
Na oitava volta foi a vez de Massa deixar Hamilton para trás. Não durou quase nada: ato contínuo, ele entrou nos boxes.
Sutil e Grosjean também entraram e tiveram problemas. O alemão conseguiu voltar à pista, o francês ficou por lá mesmo _estava com a suspensão traseira direita em frangalhos.
Alonso, Hamilton e Di Resta pararam na décima volta. Na seguinte entraram Rosberg, Vettel, Raikkonen e Pérez.
Nessas, Alonso ganhou a posição de Vettel. E decidiu partir para cima de Rosberg de qualquer jeito.
Tenta daqui, tenta dali, Alonso conseguiu a ultrapassagem na 13ª volta, para delírio da torcida local. Vettel aproveitou o embalo e passou logo depois. Massa e Raikkonen não demoraram para fazer o mesmo.
O top 10 na 15ª volta, Alonso, Vettel, Massa, Raikkonen, Rosberg, Webber, Pérez, Di Resta, Ricciardo e Hamilton.
Sem ninguém à frente, e com apoio da torcida, Alonso começou a abrir vantagem. Na 19ª volta, já tinha 3s7 para Vettel.
Reclamando de desgaste dos pneus, Massa foi chamado aos boxes na 20ª volta. Webber também entrou. Alonso parou na seguinte.
Na 23ª, lambança da Caterham. A roda traseira esquerda de Van der Garde se soltou e ele voltou para os boxes na base do tripé.
Vettel entrou na 25ª, e perdeu a posição para Massa. Raikkonen parou duas voltas depois, devolvendo a ponta para Alonso.
O finlandês colocou o terceiro jogo de pneus médios, uma estratégia curiosa, diferente. Que, na matemática, tinha tudo para dar certo: conservando muito bem os pnes, ele pararia uma volta a menos do que a concorrência.
O problema foi que ele perdeu tempo atrás de Vettel. Por isso mesmo tentou desesperadamente ultrapassar o alemão. Conseguiu na 33ª volta, numa manobra de fazer qualquer um levantar do sofá.
O top 10 na 35ª volta, Alonso, Massa, Raikkonen, Vettel, Webber, Di Resta, Rosberg, Hulkenberg, Ricciardo e Pérez.
A história da corrida ficou então na diferença entre Alonso e Raikkonen. Era de 16s9 na 36ª volta, sendo que o tempo total de pit stop era na casa de 19s. Ou seja, estava lindo para o finlandês.
Alonso e Massa então foram para a terceira parada. Webber parou na 37ª.
Então veio o momento chave da corrida.
Alonso chegou em Raikkonen e passou. Fácil, fácil. Pronto. Ali, conquistou a vitória.
O problema de Raikkonen foi não conseguir, no terceiro jogo de pneus, o mesmo ritmo dos dois primeiros. Pode ter sido resultado do desequilíbrio causado pela temperatura dos freios: instantes após, a Lotus informou o finlandês que os dianteiros estavam quentes demais, e os traseiros, muito frios.
Na 46ª, ele parou para seu terceiro e último pit. Seus adversários teriam um a mais para fazer.
Alonso fez seu quarto pit na 50ª volta. Massa e Vettel pararam duas depois.
A briga ficou então entre Raikkonen e Massa. O brasileiro saiu dos boxes atrás do finlandês, mas com pneus oito voltas mais novos.
Ele tentou tirar a diferença. Até conseguiu se aproximar um pouco. Mas não foi o suficiente.
Vitória de Alonso, com 9s3 de vantagem sobre Raikkonen na linha de chegada. Massa chegou a 16s7 do finlandês, garantindo seu primeiro pódio na temporada. Fechando o top 10, Vettel, Webber, Rosberg, Di Resta, Button, Pérez e Ricciardo.
No Mundial de Pilotos, Vettel ainda é o líder, com 89 pontos, quatro a mais do que Raikkonen. Alonso é o terceiro, com 72. Hamilton tem 50, seguido por Massa, com 45.
No Mundial de Construtores, a Red Bull tem 131, contra 117 da Ferrari e 111 da Lotus.
A Mercedes foi a grande decepção da abertura da fase europeia da F-1. A McLaren está mortinha. A Red Bull não é a mesma dos últimos anos. A Lotus se salva porque tem um sujeito chamado Raikkonen ao volante.
Não restam dúvidas: o melhor carro da F-1, hoje, é a Ferrari.