Pílulas do Dia Seguinte
01/07/13 10:42Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, já dizia o filósofo. Então vamos com calma…
Uma coisa é o fato de Ferrari, Lotus e Force India terem sido contra as modificações nos pneus que a Pirelli planejava a partir do GP do Canadá. Essas três equipes são responsáveis diretas pelos pneus continuarem esfarelando e precisam pensar dez vezes antes de reclamarem dos pneus desta temporada. Não por coincidências, o trio unanimamente concordou ontem com quaisquer mudanças que a Pirelli queira introduzir. Quem tem, tem medo, dizia o mesmo filósofo;
Outra coisa é o que aconteceu ontem. Daí a necessidade de separar as coisas. Não teve nada a ver com desgaste dos pneus. E, segundo a Pirelli, não teve relação também com seu novo sistema de “colagem” da cinta de aço, que fixa a banda lateral do pneu à roda. O princípio é o mesmo dos pneus de rua: prevenir que desmontem da roda quando estiverem sem pressão. No ano passado, essa cinta era de kevlar. A Pirelli pensou em voltar para o material nas últimas provas, mas preferiu insistir com o aço, mudando o processo de colagem justamente nos pneus levados para Silverstone;
Parece-me muito suspeito que, justamente na corrida em que a Pirelli mudou algo na fabricação dos pneus, quatro tenham ido pelos ares. De duas, uma. Ou a empresa está tergiversando ou está completamente perdida. Aí, sim, as duas coisas são uma coisa só: péssima, e perigosa, notícia para a F-1;
Aqui e ali já começa um zunzunzum de boicote a Nurburgring. Duvido que aconteça, as equipes morrem de medo de Ecclestone. Mas a pressão é positiva;
Voltar para os pneus de 2012, como quer a Red Bull, também não me parece o certo. Aliás, muito espertinha, a equipe tricampeão;
Muito mais razoável é a ideia de sessões de testes para avaliar de vez esses pneus. Em Silverstone, a sexta-feira foi prejudicada pela chuva. Aqueles pneus só fizeram long runs na corrida. Deu no que deu;
Rosberg já tem duas vitórias no ano e 82 pontos. Já escrevi outro dia sobre o amadurecimento do alemão, que ainda não tem o reconhecimento que merece. Tirando o ano de estreia, ele nunca terminou um Mundial atrás do companheiro de equipe _e foram três anos com Schumacher. Ele já está a sete pontos de Hamilton. Se o inglês não se cuidar…
Alonso foi sincero ao falar sobre sua condição, após reduzir para 21 pontos a folga de Vettel no campeonato. “É uma mistura de sentimentos. Estou feliz pelos pontos e por diminuir um pouco a diferença para o líder, mas vimos neste final de semana que o nosso ritmo não está bom o suficiente”, disse. Foi no ponto. Massa e Domenicali falaram coisas parecidas. O problema, para eles, é que a Ferrari também parece perdida nesta luta para melhorar seu ritmo em classificação;
E não podemos deixar de registrar: Raikkonen bateu ontem o recorde de corridas consecutivas na zona de pontos. Chegou a 25, superando as 24 provas de Schumacher, entre Hungria-2001 e Malásia-2003. O finlandês vem pontuando sem parar desde o GP do Bahrein do ano passado. Outro dado impressionante da sua regularidade: das 28 corridas que disputou desde que voltou à F-1, ele só não pontuou em uma, na China. Mesmo assim, até lá ele levou o carro à linha de chegada. O que a Red Bull está esperando para anunciá-lo?
Falando em recordes, Loeb pulverizou a marca histórica de Pikes Peak. Completou o percurso em 8min13s878. O melhor registro anterior era 9min42s740, de Rhys Millen, segundo colocado ontem. Um monstro. A íntegra da sua participação histórica está aqui…
Na MotoGP, no sábado, Rossi conquistou sua primeira vitória em quase três anos. A última havia sido na Malásia-2010. Foi a 80ª da carreira e, nas palavras dele, a mais inacreditável. É muito bom vê-lo de volta. E que Lorenzo se recupere logo. Os fãs de moto esperam ansiosamente por este duelo;
Para passar a régua, GP2. Nasr deu um show ontem. Largando na última fila, após um sábado acidentado, cruzou em sétimo. Melhor: Coletti não pontuou no final de semana, e a diferença entre ambos na tabela caiu mais um pouco, de 24 para 22 pontos. O que o brasileiro precisa agora é de uma vitória. Ir só na base da regularidade talvez não funcione.