7) Jacarepaguá começou a ser desmontado de vez, mas Deodoro ainda é só mato. O que era totalmente previsível em 2007, no primeiro dos erros e trapalhadas e desencontros apontados aqui. O resultado de tudo isso: o Brasil perdeu um dos melhores circuitos do mundo. Em 2013, o Rio não terá autódromo. Terá em 2014, a última das promessas? Eu não coloco a mão no fogo.
A coluna de hoje cita sete erros que levaram ao óbvio: o Rio ficou sem autódromo.
A íntegra está aqui, para assinantes da Folha e do UOL. Na Folha Digital e na Folha de papel, é só avançar até a pág. D11.
Um senhor de cabelos e bigode brancos coloca força nos pedais e de repente freia, derrapando a roda traseira de sua velha bicicleta diante de um contêiner de venda de ingressos. O local, um trecho de asfalto em meio à floresta. E a demonstração de perícia do veterano ciclista é das manobras mais radicais realizadas ali, agora. Agora. E nos últimos cinco anos. Porque até 2001 aquela era a reta que sucedia a Ostkurve -em alemão, Curva Oeste. Naquele ponto, pouco antes da chicane batizada em 1995 em homenagem a Ayrton Senna, os carros de F-1 chegavam a alcançar os 345 km/h. Uma história de 67 anos que está em parte soterrada, em parte coberta de mato, em parte só servindo como apoio para o novo _e insosso_ traçado, riscado pelo badalado arquiteto alemão Hermann Tilke e inaugurado em 2002.
Assim começa reportagem que escrevi em 2006, sobre os trechos de Hockenheim enterrados com a reforma de 2002.
Pois é, lá se vão 10 anos da inauguração do novo traçado, tão sem graça, tão chato, tão bobo, tão sem charme, tão sem nada.
Naquela época, a antiga reta já estava tomada pelo mato. Agora, imagino, deve ter desaparecido completamente. Uma pena.
Mais um pouco do texto:
Trechos que se tornaram lenda. Eram dois arcos, de raio tão reduzido que na prática funcionavam quase como retas velocíssimas, com dois quilômetros cada um. No seu ponto mais veloz, David Coulthard, ao volante de um McLaren, atingiu 356,5 km/h em 1998, então o recorde da categoria _hoje, é 367 km/h, marca cravada por Juan Pablo Montoya, em Monza, em agosto do ano passado. Foi no meio da floresta que Jim Clark, um dos maiores mitos do automobilismo, morreu em 1968, numa prova de F-2 _um pneu estourou e ele arrebentou sua Lotus numa árvore.
(A íntegra daquela reportagem, para assinantes da Folha e do UOL, está aqui.)
Para os mais jovens entenderem como era o circuito, um vídeo de 30 anos atrás, com direito a cenas de pugilato aos 2min15s…
Com a destruição do antigo traçado, o maior atrativo de Hockenheim hoje está a 20 km dali: Heidelberg, uma das cidades mais bacanas para ficar na temporada da F-1. Uma centenária das mais vibrantes.
Enfim, segue programação da corrida, no horário de Brasília:
A “Forbes”, que adora uma lista, soltou mais uma nesta semana: a dos times mais valiosos do mundo. O link está aqui.
No cálculo, explica, está incluído tudo: valores da marca, dos ativos, dos patrocínios, dos contratos com fornecedores de material e com atletas, das vendas de produtos, das ações em Bolsa (quando é o caso) e por aí vai…
A liderança cabe ao Manchester United, que vale US$ 2,23 bilhões, segundo a revista. Depois vem o Real Madrid: US$ 1,88 bilhão.
Fechando o top 5, três times americanos: New York Yankees e Dallas Cowboys (US$ 1,85 bilhão) e Washington Redskins (US$ 1,56 bi).
A Ferrari é a 15ª na lista e primeira entre as equipes de F-1: US$ 1,1 bilhão. É claro que, nesse cálculo, está apenas a Scuderia, não a montadora. O valor subiu 3% em relação ao ano passado, explica a publicação, por conta das renovações com o Santanter e com a Philip Morris.
A McLaren aparece em 40º, valendo US$ 800 milhões, 2% a menos que em 2011 devido à renegociação do patrocínio com a Vodafone.
No vídeo abaixo, Kurt Badenhausen, especialista em mercado do esporte na “Forbes”, explica um pouco do trabalho. Juntos, esses 50 times valem US$ 53 bilhões.
Ah, sim, claro: nenhum time do amadorístico esporte brasileiro passa perto da lista.
Duas semanas após o estranho acidente em Duxford, a Marussia divulgou nota nesta segunda-feira com as conclusões de suas investigações internas.
A equipe diz que não sabe ao certo o que ocorreu, mas que está descartada qualquer possibilidade de falha do carro pilotado por Maria de Villota.
“Estamos convencidos de que não houve nenhum problema do carro. O chassi está liberado para o próximo final de semana”, afirma o comunicado.
Ou seja, joga a culpa para a piloto. O que pode ter ocorrido, claro. Mas as consequências seriam outras se não houvesse um caminhão mal posicionado, ao lado da pista. Provavelmente não teria passado de um susto e ela ainda teria os dois olhos.
A Marussia não toca no assunto.
Outras duas investigações estão sendo conduzidas, pelo HSE (Health and Safety Executive, órgão regulador de questões de segurança no Reino Unido) e por uma empresa independente contratada pela Marussia.
Vamos esperar essas conclusões. Por ora, apesar da nota da Marussia, o adjetivo “estranho” ainda continua valendo para classificar o que houve.
E para continuar na esfera do estranho, e a FIA? Não vai se pronunciar nunca?
Há seis anos, o circuito de Jacarepaguá foi desfigurado porque, em meio a enormes áreas livres na região, resolveram fazer exatamente ali uma piscina e um velódromo.
A piscina não serve pra natação da Olimpíada, vão ter que fazer outra.
Agora, a Empresa Olímpica Municipal (EOM) e o Comitê Organizador Rio 2016 anunciam que o velódromo também não atende aos padrões olímpicos. Vai ser demolido. Repetindo: DEMOLIDO.
Custou R$ 14 milhões.
(E tudo isso será repetido em escala olímpica. O autódromo vai pro saco de vez e, daqui a alguns anos, Jacarepaguá será uma coleção de instalações esportivas sem uso.)
Na era pré-marmelada, talvez fosse mais fácil acreditar no comunicado da equipe à imprensa, argumentando “interesse mútuo” e “decisão lógica”. Hoje, é prudente acreditar que a explicação esteja 16 pontos atrás na tabela. Vettel, terceiro colocado, é desde sempre o queridinho da equipe, o garoto talhado para a glória, uma ótima plataforma de marketing. Para a Red Bull, é melhor ter um Webber sob controle do que um Webber já comprometido com outro time. Bonito não é. Mas é assim que as coisas funcionam.
A coluna de hoje fala sobre a vitória de Webber em Silverstone e a renovação de contrato, dois dias depois. E lembra que, após a marmelada de 2002, não temos mais o direito à ingenuidade.
A íntegra está aqui, para assinantes da Folha e do UOL. Na Folha Digital e na Folha de papel, você encontra a coluna na pág. D