Choveu, caiu
12/10/12 20:17Moramos num país em que, em chovendo, a internet cai. Vergonha.
Passei o dia com problemas pra conectar, tudo muito instável. Vou tentar postar após o treino, mas não garanto. Ninguém garante.
Imagina na Copa.
Moramos num país em que, em chovendo, a internet cai. Vergonha.
Passei o dia com problemas pra conectar, tudo muito instável. Vou tentar postar após o treino, mas não garanto. Ninguém garante.
Imagina na Copa.
É… A fase agora é toda da Red Bull. E isso quer dizer Vettel, o líder da equipe na pontuação.
Pole position na última prova e vencedor das últimas duas, o alemão foi o mais rápido desta sexta-feira em Yeongam. É, desde já, o favorito a largar na ponta do grid.
Porque tem o melhor carro. Porque está naquele momento em que tudo dá certo. Porque está embalado. E porque a concorrência não dá sinais de reação.
Tá ficando cada vez mais feio pra Alonso…
Na primeira sessão na Coreia do Sul, ok, deu Hamilton: 1min39s148. Alonso ficou em segundo, a 0s302. Depois vieram Webber, Massa, Vettel, Schumacher… Bruno não treinou, foi substituído por Bottas _que marcou o 18º tempo.
Mas na tarde sul-coreana a Red Bull resolveu deixar a brincadeira de lado. Dobradinha.
Vettel fez 1min38s832, 0s032 melhor do que Webber. Alonso ficou em terceiro, a distante 0s328 do alemão. Button foi o quarto, seguido por Schumacher e Massa. Bruno ficou em 12º.
É como escrevi na coluna de hoje, no post abaixo: sem poder contar com um carro que o coloque na ponta do grid, Alonso não tem escolha: precisará de cinco pilotagens impecáveis em cinco corridas para ser campeão.
Qualquer outra possibilidade dá o título a Vettel.
Quem gosta do “lado humano” das corridas, de superação, de pilotagem no limite, de desafio psicológico, ganhou um presente de fim de ano na F-1. É só acompanhar, com atenção, o desempenho do sujeito do carro número 5.
Porque Alonso terá que lutar contra tudo e contra todos para conquistar o tricampeonato. Precisa de cinco apresentações exuberantes em cinco corridas ou… Vice.
Ok, o desfecho, se vai dar certo ou não, importa mais ao espanhol e a seus torcedores.
Mas sua busca pelo título mexerá com a categoria, promete ser a atração mais dramática deste Mundial tão marcado pelo equilíbrio.
Não, não há outra opção a Alonso que não seja usar 100% do seu talento no cockpit. Todo o resto está hoje no outro prato da balança.
Os melhores carros, claramente, são os de McLaren e Red Bull. Depende da pista. Ambas, que já estavam bem desde o começo, ainda voltaram das “férias de verão” melhores que a Ferrari.
Nas quatro provas desde então, foram duas poles positions de Hamilton, uma de Button, uma de Vettel. O melhor que Alonso conseguiu foi largar em quinto –por duas vezes, na Bélgica e em Cingapura.
Assim, mal aos sábados, tem restado ao espanhol tentar recuperar terreno nos domingos. O que é tarefa bastante complicada.
O meio do pelotão, com gente que não deveria estar na F-1, não vem sendo exatamente território dos mais pacíficos nesta temporada.
Depois de emplacar uma sequência de 23 GPs nos pontos, Alonso já amarga dois abandonos neste pós-férias. Na Bélgica, acertado por Grosjean. No Japão, no do- mingo passado, num toque com Raikkonen –aquele típico “incidente de corrida”.
O resultado é que sua vantagem na tabela, que era de 40 pontos para Webber depois da Hungria e antes das tais férias, atualmente é de apenas quatro para Vettel.
“Tive alguns azares, mas felizmente essas coisas mudam muito rápido por aqui. Há altos e baixos, e espero que voltemos a andar bem agora”, declarou o espanhol, ontem, em Yeongam.
Ele não pode mais errar.
Fosse outro na sua posição, provavelmente já estaríamos dando a fatura por encerrada, proclamando Vettel virtual campeão. Mas se há alguém na F-1 de hoje que pode, no braço, compensar um carro inferior, é Alonso.
Sorte nossa, de podermos assistir a isso.
(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)
O gráfico feito pelo Thiago Pomkerner leva em conta as etapas do Mundial após a volta das “férias”: Bélgica, Itália, Cingapura e Japão.
É uma boa maneira de visualizar o tamanho do desafio de Alonso…
Um circuito no meio do nada, com enormes vazios nas arquibancadas, ainda sem histórias para contar.
Lamento, mas o post inicial sobre Yeongam não é dos mais animados.
Segue a programação do GP da Coreia do Sul, no horário de Brasília:
quinta-feira
22h: 1º treino livre
sexta-feira
2h: 2º treino livre
23h: 3º treino livre
sábado
2h: treino classificatório
domingo
3h: GP da Coreia do Sul, 55 voltas
O Pit Stop desta semana fala mais sobre essa informação trazida ontem aqui no blog: Massa já faz planos para 2013 contando com a renovação do contrato.
Mas o programa ainda fala bastante do GP que passou, no Japão, e do GP que vira, Coreia do Sul. E, no “Naftalina”, as lembranças de uma corrida especial, há 34 anos.
Lá vai…
Não há foto que exprima perfeitamente o “big one” na última volta da Sprint Cup em Talladega, ontem. Só mesmo assistindo ao vídeo, aqui.
Essa abaixo, de qualquer forma, dá uma ideia do caos…
O clique é de Jared C. Tilton, da Getty Images.
Vettel teve um final de semana perfeito, apenas o segundo “grand chelem” de sua carreira. Em Suzuka, como ele mesmo definiu, o carro esteve imbatível. Mas continuará assim? Muita gente na F-1 acha que não. Ou, pelo menos, que a McLaren voltará a andar bem a partir da Coreia do Sul. Enfim, talvez vejamos algo curioso a partir de agora: a maior aliada de Alonso e da Ferrari nessa reta final pode ser a McLaren de Hamilton e Button;
E a festa da torcida pra Kobayashi? Sem dúvida, uma cena para o clipe de encerramento da temporada. Emocionante;
Massa escorregou no pódio, a garrafa de champanhe estourou antes da hora, mas o que conta é que encerrou um jejum que já ia para dois anos. Após a corrida, seu discurso era todo otimista em relação à permanência na Ferrari em 2013. “A conversa que tivemos até agora é que deve acontecer. Estou muito empolgado para que isso aconteça bem rápido”, disse;
Uma informação apurada por este blogueiro é forte indício de que, se ainda não assinou, o brasileiro já conta com a renovação. Na semana passada, ele anunciou a transferência do seu Desafio das Estrelas de dezembro para janeiro. O motivo, problemas com datas. Quais datas? A Stock termina em 9 de dezembro. E, no dia 16, acontece o “Natal da Ferrari”. Massa estará lá, mas, ok, alguém pode argumentar que isso é normal, ele foi piloto da equipe em 2012. A notícia mora na virada do calendário. A corrida de kart acabou sendo marcada para 12 e 13 de janeiro. O final de semana seguinte até foi cogitado, mas Massa vetou. O motivo: o tradicional evento da Ferrari em Madonna di Campiglio, que dá o abre as atividades da equipe todos os anos, será no final de semana de 19 e 20 de janeiro;
Webber saiu bufando contra Grosjean, ontem. Rotulou o francês de “maníaco da primeira volta” e sugeriu que “outro feriado” talvez fizesse bem a ele. A novidade é que a Lotus agora reconhece que seu piloto precisa mudar. Foi o oitavo acidente de Grosjean num começo de corrida nesta temporada. “Conversei muito com ele. Mudamos algumas rotinas da equipe, tentamos deixá-lo o mais confortável possível. Mas só ele pode corrigir isso, ninguém mais. Ele tem que achar um equilíbrio”;
Se eu apitasse alguma coisa na Lotus, procuraria outro piloto para 2013. Grosjean pode ser rápido em classificações, mas não paga o investimento. O que adianta largar em quarto, bater na primeira volta, receber uma punição e terminar em 19º?;
O recorde mundial do mimimi foi batido por Hamilton, ontem à noite. Estávamos todos ali no Twitter, discutindo eleições, coisa e tal, quando o inglês surgiu na timeline com um sequência desastrosa de mensagens. A primeira veio às 19h35 (horário de Brasília): “Acabei de notar que @jensonbutton me deu unfollow. Que pena. Após três anos como companheiros de equipe, achava que respeitávamos um ao outro. Mas claramente, ele não me respeita”. Dois minutos depois, continuou a choradeira: “O engraçado é que nós AINDA somos companheiros de equipe. De qualquer forma, vou me dedicar totalmente a essa equipe e aos fãs até cruzar a linha de chegada no Brasil”. E o que já estava constrangedor, piorou às 20h22. Alguma boa alma avisou Hamilton que Button nunca o seguiu no Twitter. “Foi mal. Acabei de descobrir que Jenson nunca me seguiu. Não o culpem. Preciso usar mais o Twitter”;
Chororô porque o colega não o segue no Twitter? Alguém arrume uma laje pro Hamilton encher, urgentemente;
(Replico aqui um tweet meu, ontem, durante o caso: “Imagina se tivesse Twitter nos anos 80, o que o Mansell ouviria se reclamasse que levou unfollow do Piquet…”);
Pra passar a régua neste assunto: a McLaren até hoje não engoliu aquela história do Hamilton tuitar dados da telemetria. Button também não. O campeão de 2008 é seguido por mais de 1 milhão de pessoas. Numa categoria em que piloto nenhum dá entrevista sem assessor de imprensa do lado, o Twitter pode causar danos. A postura de Hamilton é ótima para jornalistas e torcedores, que o veem sem filtros, mas não pega bem no paddock. A Mercedes provavelmente vai tentar controlar seus impulsos.
Lembram quando eu disse, dois GPs atrás, que Alonso tinha colocado uma mão na taça?
Pois bem. Tirou-a hoje.
Lembram quando eu disse que um de seus trunfos era a indefinição sobre o piloto que o perseguiria no campeonato?
Então… Vettel firmou-se na posição.
O alemão venceu o GP do Japão, 15ª etapa do Mundial. E Alonso abandonou a prova ainda na primeira curva.
Resultado: a vantagem do espanhol na tabela, que era de 29 pontos, despencou para apenas 4. E faltam cinco etapas para o fim do ano.
É, Alonso… Este finalzinho de ano vai ser mais tenso do que você imaginava.
Massa foi o segundo colocado, seu primeiro pódio em quase dois anos. Merecido: driblou muito bem as confusões na largada, fez uma bela prova, tirou um peso dos ombros.
Kobayashi completou o pódio, para festa dos 103 mil japoneses nas arquibancadas. Foi o segundo pódio de um japonês em casa, igualando o feito de Aguri Suzuki em 1990.
Um resultado impactante para o campeonato, mas numa corrida que, convenhamos, não foi das mais emocionantes.
Foi um domingo bonito em Suzuka. Clima ameno, 23ºC no ar, 32ºC no asfalto.
A largada começou tranquila, parecia que tudo iria bem… Mas logo teve confusão.
Alonso dividiu a primeira curva com Raikkonen e, num lance normal, eles se tocaram. Pior para o espanhol, que teve o pneu traseiro esquerdo furado, rodou, abandonou.
Repito: foi um lance normal. Mas talvez tenha sido pouco inteligente por parte do Alonso. Exagerou um pouco na dose e viu suas chances de título diminuirem drasticamente.
E houve mais confusão, com Grosjean tocando Webber e um enrosco entre Bruno e Rosberg. O alemão abandonou a prova, o francês acabou punido com um stop and go… E o safety car foi acionado.
O top 10 na primeira volta, Vettel, Kobayashi, Button, Massa, Raikkonen, Pérez, Hamilton, Hulkenberg, Maldonado e Ricciardo.
Webber, Bruno e Grosjean passaram pelos boxes. Os dois últimos, para trocar o bico.
A relargada veio já na terceira volta. E Vettel tratou de acelerar, sem dar chances para o azar.
Na décima volta, o alemão já tinha 6s2 sobre Kobayashi. O top 10 permanecia idêntico. Nada de ultrapassagens.
Na 14ª volta, Hulkenberg, Raikkonen e Button abriram os pits. Colocaram pneus duros. Uma volta depois, Kobayashi fez o mesmo. Na 16ª, Pérez parou. Na seguinte, Hamilton, Maldonado e Bruno entraram.
Massa e Vettel entraram na 18ª. E o brasileiro se deu bem: ganhou a posição de Kobayashi e se estabeleceu em segundo lugar.
Na 19ª volta, Pérez aprontou. Quis passar Hamilton, por fora, no hairpin. Pois é, só isso. Perdeu a traseira do carro, rodou, foi parar na brita, abandonou o GP.
(Imagino que o inglês, dentro do capacete, tenha deixado escapar um risinho…)
Ah, sim: lembra daquele enrosco entre Bruno e Rosberg na largada? Pois só na 22ª volta veio uma punição ao brasileiro: drive-through.
Lá na frente, Massa ia bem, mas Vettel seguia em voo de cruzeiro. Na 25ª volta, a diferença entre os dois era de 10s1. Kobayashi era o terceiro, seguido por Button.
Depois, fechando o top 10, Raikkonen, Hamilton, Hulkenberg, Maldonado, Webber e Ricciardo.
Na 27ª volta, Webber abriu a segunda janela de pits. Quatro voltas depois, Raikkonen entrou. Na 32ª, pararam Kobayashi, Hamilton e Hulkenberg _na saída, o inglês dividiu a primeira curva com Raikkonen e, numa manobra ousada, colocou-se à frente.
E os pits continuavam… Di Resta parou na 33ª. Maldonado, na 34ª. Ricciardo e Bruno, na 35ª. Button, na 36ª.
(Bocejei, admito.)
Massa entrou na 37ª e voltou na segunda posição. Vettel parou na volta seguinte e, claro, manteve a ponta.
E assim foi, até o final.
Na linha de chegada, o alemão colocou 20s6 em Massa. Kobayashi cruzou a 3s8 do brasileiro, levando o público ao delírio.
Fechando a zona de pontos da etapa japonesa, Button, Hamilton, Raikkonen, Hulkenberg, Maldonado, Webber e Ricciardo.
Foi a 24ª de Vettel, que assim supera Piquet e iguala um mito: Fangio. E com direito a pole, melhor volta e liderança de ponta a ponta. Um “grand chelem”.
Na tabela, Alonso mantém seus 194 pontos, mas Vettel tem agora 190. Depois aparecem Raikkonen, com 157, e Hamilton, com 152. Massa foi a 69, na nona colocação. No Mundial de Construtores, a Red Bull tem 324, contra 283 de McLaren e 263 da Ferrari.
Ainda com a prova acontecendo, Alonso tentou minimizar o efeito do seu abandono: “Para o Mundial, não muda nada. É como se fosse um campeonato curto, de cinco GPs. Basta fazer um ponto a mais que todos os outros”.
Tá bom, Alonso… Disfarçou bem a preocupação…
Daqui a pouco começa o GP do Japão. E, junto com a F-1, o campeonato dos palpiteiros aqui do blog vai chegando a um momento decisivo.
(Minha modéstia me impede de dizer quem ocupa a liderança no momento…)
Enfim, é a hora do pitaco. Acho que dá Vettel, Webber e Alonso.
E você?