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Fábio Seixas
Automobilismo e pitacos sobre tudo o mais
Bilheteria
05/11/12 15:48Como de praxe, por ser informação de utilidade pública, reproduzo aqui trecho de comunicado divulgado hoje pela organização do GP Brasil:
“Os ingressos restantes para a última etapa dos Mundiais de Pilotos e Construtores de 2012 já podem ser adquiridos também nas bilheterias do autódromo de Interlagos. A venda começou nesta segunda-feira e seguirá até o dia da corrida, 25 de novembro. Outras opções para a compra são o site oficial do evento – www.gpbrasil.com.br –, a rede de shoppings Iguatemi e as lojas da Rede Caçula de Pneus, na capital e Grande São Paulo.
As bilheterias de Interlagos funcionarão diariamente, inclusive nos finais de semana e feriados, das 9h às 17h. Nos três dias do evento terá horário especial: sexta (23/11) e sábado (24/11), das 7h às 17h. E no domingo (25/11), das 7h às 12h. A compra pode ser efetuada em dinheiro, cartões de crédito MasterCard ou Visa e cartões de débito.
Com grandes possibilidades de que a decisão do campeonato aconteça, outra vez, em Interlagos, a venda cresceu nos últimos dias. O setor D já está esgotado e restam poucos ingressos para a arquibancada E.
Interlagos terá novidades importantes para o público. As arquibancadas A e G contarão com dois telões cada uma, permitindo ao público um acompanhamento melhor da corrida. Os setores H, E, M também possuem telões. Parte dos banheiros químicos também será substituída por banheiros de conteiners, maiores e mais confortáveis.”
Pílulas do Dia Seguinte
05/11/12 09:55Foi a melhor corrida do ano ou ainda estamos sob o impacto do que aconteceu ontem? Os GPs de Valencia, da China e do Canadá também foram ótimos, mas parece que muita gente esquece rápido do que passou. Enfim, é sintomático que essa discussão exista, sinal da bela temporada a que estamos assistindo. Abu Dhabi foi um GP memorável;
22ª volta
Engenheiro: “Ok, Kimi, o carro imediatamente atrás de você é Alonso, 5 segundos atrás de você. Eu te manterei informado sobre a distância, eu te manterei informado sobre o ritmo.”
Raikkonen: “Não me encha o saco. Eu sei o que fazer.”
41ª volta
Engenheiro: “Ok, Kimi, continue aquecendo os quatro pneus.”
Raikkonen: “Sim, sim, sim, estou fazendo isso o tempo todo. Você não precisa ficar me lembrando toda hora.”
*
As respostas de Raikkonen pelo rádio foram um dos pontos altos da prova e, enquanto a FOM deixar, estão no Youtube…
Entram para a antologia pessoal do finlandês, ao lado da cena do picolé no GP da Malásia de 2009 e da resposta a Brundle no grid de Interlagos em 2006. Além de um baita piloto, o cara é uma figuraça. Ainda bem que voltou;
(Quando alguém vai fazer uma camiseta com a foto de Kimi e a frase: “I know what I’m doing”?);
Segundo Boullier, chefe da Lotus, o segredo para trabalhar com Raikkonen é justamente deixá-lo a vontade para trabalhar. Não perturbá-lo com detalhes insignificantes, compromissos com patrocinadores e mimimis em geral. Escrevi isso outro dia e repito hoje: não entendo como nenhuma equipe grande puxou o finlandês para 2013;
Outra da série “coisas inexplicáveis”: Kobayashi ainda sem vaga para o ano que vem. Ontem o japonês largou em 15º e terminou em 6º;
Hamilton, sobre Vettel: “A escalada dele foi incrível. Ele deve ser o piloto mais sortudo da F-1”. Dor de cotovelo pouca é bobagem;
Bruno: “Apanhei bastante neste final de semana. Cheguei na corrida com certo cansaço. Mas automobilismo é assim, tem que continuar lutando sempre, não desistir, e hoje valeu.” Ele largou em 14º e viu cinco pilotos à sua frente abandonarem. Terminou em oitavo. Ou seja, não foi nenhuma fantástica exibição de pilotagem, mas sempre ressalto que ficar na pista numa prova tão acidentada é, também, um mérito. Mas foi para o vinagre a ideia de terminar o ano à frente de Maldonado na classificação. Embora pontuando em mais provas que o venezuelano (9×4), foi o companheiro que conseguiu os dois melhores resultados do time no ano: a vitória na Espanha e a quinta posição ontem;
Ainda Bruno: independentemente da notificação de sua saída da Williams, gente que trabalha com ele ainda tenta assegurar a vaga na equipe para 2013. Executivos da P&G (Gillette), sua patrocinadora, estiveram em Abu Dhabi no final de semana e conversaram com a Williams. E não foi um papo de despedida;
Sobre Massa, largou em oitavo e terminou em sétimo. Tivesse chegado entre Alonso e Vettel, seria festejado. Não foi caso;
Kubica vai disputar duas provas importantes até o fim do ano, ao volante de um Citroen C4 WRC: o Rali de Como e o Rali du Var. Ou seja, ele não está morto ou incapacitado como muita gente acreditava. Vamos ficar de olho.
Raikkonen vence, Vettel e Alonso brilham
04/11/12 12:57A vitória foi de Raikkonen. Merecida por tudo o que fez neste ano. Naquele rodízio de vitórias no começo do ano, ficou faltando a dele.
Mas o nome do GP de Abu Dhabi foi Vettel.
O alemão saiu em último, ganhou posições, caiu para último de novo e terminou em terceiro. Desempenho de campeão, calando muita gente que bradava que ele só se dá bem largando na frente.
Alonso também merece aplausos. Foi arrojado, foi consistente, foi inteligente. Largando em sexto, terminou em segundo.
Digno, mas talvez não o suficiente.
Porque o resultado de tudo isso para o Mundial é que a disputa pode ser fechada na próxima etapa, nos EUA, dia 18.
A matemática é simples. Hoje, 10 pontos separam os rivais. Se essa vantagem subir para 25, fim, de papo. Se Vettel vencer e Alonso ficar em quinto, a fatura está encerrada.
(Sim, sei o quanto isso é difícil e acredito em decisão no Brasil. Mas é emblemático que a matemática já dê essa possibilidade ao alemão.)
A 18ª etapa da temporada de 2012 foi uma bela corrida, que começou com um entardecer quente em Abu Dhabi: 29ºC no ar, 33ºC no asfalto.
Na largada, Hamilton manteve a ponta. E Raikkonen brilhou. Não tomou conhecimento da concorrência e pulou de quarto para segundo. Alonso também foi bem: tomou a posição de Webber na chicane.
Um pouco mais atrás, confusão: Bruno e Hulkenberg se tocaram, e o alemão abandonou.
Ainda mais atrás, lá no fundão, Vettel passou Grosjean e Di Resta e ganhou as posições de Hulkenberg e De la Rosa _que teve problemas ainda no grid e também partiu dos boxes.
O top 10 na primeira volta, Hamilton, Raikkonen, Maldonado, Alonso, Webber, Button, Massa, Kobayashi, Pérez e Schumacher.
Veio então o rádio. “Sebastian, sua asa dianteira está danificada. Estamos prontos para recebê-lo. Você decide se quer parar ou não”, informou a Red Bull ao bicampeão. O motivo, um totó no pneu traseiro esquerdo de Bruno.
Vettel preferiu continuar na pista. Na quinta volta, já tinha deixado mais cinco para trás: Glock, Petrov, Bruno, Pic e Rosberg _este se tocou com Grosjean na largada, e ambos tiveram de passar pelos boxes. Era o 16º.
Virou uma corrida de um olho no peixe, outro no gato.
Lá na frente, Hamilton tinha 2s5 sobre Raikkonen na sexta volta, livrando-se do aperto inicial e começando a cravar voltas rápidas.
Lá atrás, Vettel já era o 14º.
Na nona volta, pancão. Batida feia entre Rosberg e Karthikeyan. O alemão veio como uma vaca louca na traseira do HRT, bateu forte, decolou, passou raspando pela cabeça do indiano.
Barbeiragem grotesca do alemão, que não soube lidar com um carro tão lento à sua frente.
Safety car.
A disputa foi retomada na 14ª volta, e Vettel aproveitou para fazer seu pit stop e trocar pneus e bico. Caiu para 21º e último.
Hamilton manteve a ponta. Webber partiu pra cima de Alonso, mas não levou.
Recomeçou a escalada de Vettel. Na 15ª volta, passou De la Rosa e Di Resta. Na 16ª, Pic e Grosjean, numa manobra curiosa: ultrapassou o francês usando a faixa azul, devolveu a posição e daí passou de novo.
Na 17ª, após ganhar as posições de Petrov e Glock, já era o 15º.
Abu Dhabi, então, soltou um “ohhhh!”. Na 21ª volta, Hamilton apareceu se arrastando na pista, levando o carro para a grama, abandonando. A liderança caiu no colo de Raikkonen.
Alonso se animou. Quase que simultaneamente, pisou fundo e aproveitou-se de um errinho de Maldonado, assumindo a segunda posição.
Vettel? Era o 11º.
Na 23ª, Maldonado e Webber se estranharam. O australiano tentou uma ultrapassagem, os dois se tocaram, o veterano foi parar na área de escape. Incidente de corrida, na opinião deste blogueiro e dos comissários.
Na volta seguinte, Button tentou o mesmo e se deu melhor. Deixou o venezuelano para trás, assumiu o terceiro lugar.
O top 10 na 25ª volta, Raikkonen, Alonso, Button, Maldonado, Pérez, Massa, Webber, Kobayashi, Schumacher e Vettel.
Vettel? Passou Schumacher e, com a parada de Kobayashi, subiu para oitavo.
Massa tinha uma vida dura. Sem pneus, mas orientado pela Ferrari a ficar na pista, perdeu posição para Webber, bateu roda com o australiano e acabou rodando. Acabou indo para os boxes.
Vettel? Cravava a volta mais rápida da prova no momento, em sétimo lugar.
Começou então o corre-corre nos boxes, com todo mundo fazendo sua parada.
Vettel? Deve ter aberto um sorriso do tamanho do mundo dentro do capacete.
Porque, na 32ª volta, com o fim da janela de pits, ele era o segundo colocado. Sim, você leu direito. Depois de largar em último, ganhar posições, enfrentar o problema na asa e cair para último de novo… O alemão assumiu a vice-liderança da corrida!
A questão, então, passou a ser se os pneus de Vettel aguentariam ou não. A resposta definiria a corrida e mostraria a nova cara do campeonato.
Em termos de ritmo de prova, o alemão vinha mais lento que os outros ponteiros. Virava na casa de 1min46s9, enquanto Alonso fazia 1min46s4 e se aproximava volta a volta.
Na 35ª volta, o top 10: Raikkonen, Vettel, Alonso, Button, Grosjean, Di Resta, Pérez, Webber, Maldonado e Kobayashi.
Veio então a tal resposta. A Red Bull chamou Vettel para os boxes. Foi bem: no ritmo em que ele estava, o prejuízo de um pit seria menor.
Com pneus macios, voltou em quarto, atrás de Button.
E abriu outro sorrisão: na 39ª volta, Grosjean e Pérez bateram e levaram Webber junto. Francês e australiano abandonaram. Veio o safety car, juntando todo o pelotão.
Prova reiniciada na 43ª volta, faltando 12 para o fim. Era o momento da decisão.
Vettel, de pneus novinhos em folha. partiu para cima de Button. Foi duro. Brigou, brigou… E passou, a três voltas do fim.
O top 10 na linha de chegada: Raikkonen, Alonso, Vettel, Button, Maldonado, Kobayashi, Massa, Bruno, Di Resta e Ricciardo.
Com o resultado, a diferença de Vettel para Alonso caiu de 13 para 10 pontos: 255 a 245. Raikkonen tem 198.
No Mundial de Construtores, a Red Bull foi para 422 contra 340 da Ferrari. Ainda não fechou o tri, mas vai fechar.
Será um belo fim de campeonato, entre dois bicampeões que estão dando aula de pilotagem. Sorte a nossa.
O último palpite
04/11/12 10:23Eita, que a punição ao Vettel deixou este palpite bem difícil.
Acho que dá Hamilton, seguido por Webber e Alonso.
E você?
E o Vettel?
03/11/12 21:48Vettel tinha 0,85 litro de gasolina no tanque ao encostar na pista, ao fim da classificação. A regra é claro: o artigo 6.6.2 do Regulamento Técnico exige 1 litro.
Já seria razão para ser punido. Mas há o agravante da tentativa de malandragem da equipe, de simular uma quebra mecânica. Enfim.
Larga em último. E que as pessoas não confundam uma infração do regulamento com “sorte de Alonso”. São coisas bem diferentes.
Mais algumas perguntas que se somam à lista do post anterior. Como Vettel se sairá largando da pior posição da carreira? Vai chegar à frente de Alonso?
Meu pitaco: ele termina nos pontos, atrás de Alonso, e adiará para o Brasil sua conquista do tricampeonato.
Hamilton e o impossível
03/11/12 12:11“Impossible is nothing”, diz um dos mais célebres memes da internet.
Lembrei dele hoje.
Nada é impossível. Hamilton que o diga.
Com um carro redondinho e uma pilotagem impecável, o inglês da McLaren dominou o dia, superou os RB8, e cravou a pole position para o GP de Abu Dhabi.
Foi sua sexta pole na temporada, a primeira desde Cingapura. E a 25ª da carreira, superando Lauda e Piquet e se estabelecendo em nono lugar na história.
Webber sai em segundo, com Vettel em terceiro.
E se é verdade que o líder do campeonato não conseguiu um resultados dos sonhos, também é que ele não tem motivos para reclamar: Alonso, seu único rival pelo título, sai apenas em sétimo.
O show de Hamilton começou já na terceira sessão de treinos livres: foi o mais veloz, com 1min42s130, 0s290 melhor do que Button, segundo colocado. Vettel ficou em terceiro.
O treino classificatório começou no entardecer árabe, 29ºC no ar, 31ºC no asfalto.
No Q1, usando os pneus médios, Hamilton voltou a sobrar.
Fez 1min41s497, 0s429 melhor que Rosberg. Webber ficou em terceiro, seguido por Alonso, Massa, Maldonado, Grosjean…
Bruno, apesar de uma fechada inconsequente de Pérez, fez o 16º tempo e conseguiu avançar _o mexicano ficou meio trilili desde que assinou com a McLaren.
Os cortados, Vergne, Kovalainen, Pic, Petrov, Glock, De la Rosa e Karthikeyan.
No Q2, as equipes começaram a lançar mão dos pneus macios, teoricamente uma desvantagem para a McLare.
Teoria que foi pro saco. Hamilton voltou a ficar em primeiro, desta vez com 1min40s901. As Red Bull se colocaram logo atrás: Webber em segundo, a 0s376, e Vettel em terceiro.
Alonso ficou em quarto, seguido por Raikkonen. Completando o top 10, Grosjean, Rosberg, Massa, Button e Maldonado.
Os cortados, Hulkenberg, Pérez, Di Resta, Schumacher, Bruno, Kobayashi e Ricciardo.
“Foi um pesadelo, o final de semana até agora. Na primeira classificação, o Kers quebrou… Mas, enfim, ficar 0s3 atrás do Pastor não é tão péssimo. Vamos ver na corrida, vamos ver o que dá pra fazer”, disse Bruno, à TV Globo.
Veio o Q3. E logo Hamilton destruiu qualquer sonho da concorrência. Fez 1min40s630, um temporal.
A briga passou a ser, então, para ver quem largava em segundo. E deu Webber, a 0s348. Vettel ficou a 0s095 do companheiro, em terceiro _e vai ser curioso acompanhar o comportamento desses dois na largada.
Ao lado de Vettel no grid, sai Maldonado. Perigo à vista para todo mundo ao redor.
A terceira fila tem Raikkonen e Button. Logo atrás, Alonso e Rosberg. Massa sai em nono, com Grosjean em décimo.
Um grid bem interessante, que suscita algumas perguntas.
Hamilton vai sumir na frente? Webber vai aliviar pra Vettel? Se isso não acontecer, Vettel vai forçar a barra e correr riscos? E Alonso, será agressivo desde o começo ou vai avançar pouco a pouco? Maldonado vai se comportar?
Pelo menos temos um horário para que as dúvidas sejam sanadas. As respostas começam a ser dadas às 11h deste domingo…
Abu Dhabi, 1º e 2º treinos livres
02/11/12 12:56Vettel está impossível.
Ao domínio da McLaren no primeiro treino livre em Abu Dhabi, ele respondeu com o melhor tempo na segunda sessão.
Como que para marcar terrítório. Como que para proclamar que “aqui quem manda sou eu”.
(E hoje, é essa a mais pura verdade.)
Na abertura dos trabalho nos Emirados, dobradinha da McLaren.
Sob forte calor, Hamilton fez 1min43s285, 0s333 melhor do que Button. Vettel ficou em terceiro, a 0s765. Alonso ficou em quarto.
Massa ficou em 11º. Bruno, mais uma vez, cedeu o carro a Bottas _que cravou o nono tempo.
No segundo treino, já no entardecer, Vettel marcou 1min41s751 e não foi superado por mais ninguém.
Hamilton ficou a 0s168. Button foi o terceiro, a 0s661. Depois vieram Webber, Grosjean, Raikkonen, Alonso, Massa… Bruno ficou em 11º, com um capacete todo diferente _celebrando o lançamento de um novo barbeador da Gillette no Brasil.
Para este blogueiro, será zebra se Vettel não cravar, amanhã, sua sexta pole da temporada.
(E numa pista lindíssima, mas chata com a de Abu Dhabi, terá tudo para disparar e vencer no domingo. Má notícia para Alonso, tudo indica que ele terá novamente que duelar com as McLaren antes de poder pensar em combater o líder do campeonato…)
'Erro de todos'
02/11/12 03:00Em seminário sobre os Jogos de 2016, na última segunda, Eduardo Paes classificou de “erro de todos” a situação do automobilismo no Rio.
“Erro de todos”…
Difícil definir o que mais chama a atenção na frase.
Tem um quê de desfaçatez.
Na véspera, Jacarepaguá, único autódromo do mundo a receber F-1, Indy e Mundial de moto, morreu. Fez a última corrida de sua história.
Se a promessa da Prefeitura do Rio tivesse sido cumprida, esta seria uma coluna de saudosismo, mas também de celebração: falaria da festa de inauguração de Deodoro.
Não, não é bem assim.
O “novo autódromo”, na zona oeste da cidade, ainda não saiu do papel, apesar do acordo judicial firmado por Cesar Maia e a CBA lá em 2003 que rezava que o circuito só seria desativado quando um novo estivesse pronto.
Hoje, o terreno ainda é um matagal. E pior: com minas e granadas de mão não detonados, já que era usado desde os anos 50 para exercícios do Exército. É mole?
A prefeitura pode alegar que é tudo culpa da burocracia, dos impasses ambientais, do Ministério Público, do Ministério do Esporte…
Não são argumentos válidos. Nove anos é tempo suficiente para vencer esses obstáculos. Se houvesse alguma vontade política, claro –e Paes assumiu, em 2009, ciente desse pepino.
Arrependimento tardio?
Se for, é absurdo porque inútil. Homens e máquinas já estão destruindo o que sobrava do autódromo: aquele perigoso arremedo de uma das melhores pistas do mundo.
Mas não faltariam motivos para sê-lo. Tivesse dito não à sanha do COB e mandado a Olimpíada para uma área vazia do eixo Barra-Recreio-Jacarepaguá –o que não falta por lá–, a prefeitura não teria agora essa encrenca.
Por fim, embora a prefeitura –dona do ex-autódromo– seja a maior culpada por sua morte, Paes tem alguma razão em dividir o erro.
O COB erra ao sepultar um esporte em privilégio de outros. E o fato de o automobilismo não ser “olímpico” não me parece coincidência. Soa mais como maquiavelismo
E as autoridades automobilísticas brasileiras erraram ao não brigarem mais por um patrimônio como aquele. CBA e Faerj foram ingênuas ao aceitarem a fábula de Deodoro.
Esta coluna escreveu em 2008: “Esqueça a balela de que um novo autódromo será erguido no Rio. Se a cidade tivesse vontade de ter um autódromo, não destruiria uma joia como Jacarepaguá”.
Até que os primeiros carros acelerem por Deodoro, mantenho o escrito.
(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)
Programe-se
31/10/12 09:55Estive nos Emirados Árabes duas vezes. Duas viagens marcantes.
A primeira, em 2004. Eu estava saindo do Bahrein, depois do primeiro GP da F-1 no mundo árabe, e por questão de logística tive de passar um dia em Dubai.
A Marie Palio, então responsável pelas viagens na Folha, me alertou que tinha reservado um hotel para mim, que não tinha muito ideia do que seria, mas que parecia bem simples.
É, pros padrões dos Emirados era um hotel bem simples… Tinha só 16 piscinas. DEZESSEIS!
Foi uma bela segunda-feira de folga…
A segunda vez foi em janeiro deste ano, a convite da Pirelli, para o lançamento dos pneus para esta temporada.
Novamente, um belo hotel: o Yas Marina, aquela estrutura branca, sensacional, que fica sobre um trecho da pista.
Mas a experiência marcante, para o resto da pista, aconteceu num espaço muito mais apertado do que aquele vasto quarto. Um cockpit de F-1.
Sim, dei três voltas na pista, num F-1 de dois lugares conduzido pelo Di Grassi.
E não tenho vergonha de dizer: foi a coisa mais apavorante que fiz na vida, superando o dia em que participei de um imprudente mergulho numa caverna em Abrolhos.
Difícil dizer o que foi mais impressionante: a aceleração na reta, que em alguns momentos me fez temer perder o capacete, ou as freadas tardias, que me faziam jurar que iríamos parar lá na montanha-russa.
Dois colegas não aguentaram. Um brasileiro sentiu-se mal antes mesmo de o motor ser acionado, claustrofobia, e abortou a experiência. Um argentino encarou as três voltas mas saiu do carro vomitando e precisou de atendimento médico.
Em resumo: não é para humanos normais. É para gente que passou a vida se preparando para o negócio.
Foi didático, altamente didático, para alguém que escreve sobre o tema há alguns anos. Deu-me uma dimensão mais real do que é estar num carro de F-1.
O relato completo daquele 26 de janeiro está neste post. E há cenas nesta edição do Pit Stop, aqui.
Mas, enfim, vamos ao objetivo deste post. Segue a programação do GP de Abu Dhabi, antepenúltima etapa do Mundial de F-1, no horário de Brasília:
sexta-feira
7h-8h30: 1º treino livre
11h-12h30: 2º treino livre
sábado
8h-9h: 3º treino livre
11h: treino classificatório
domingo
11h: GP de Abu Dhabi, 55 voltas