- RSSAssinar o Feed do blog
- Emailfseixasf1@gmail.com
- Twitter@fabio_seixas
Fábio Seixas
Automobilismo e pitacos sobre tudo o mais
Hamilton pole, Vettel numa boa
24/11/12 15:17Hamilton está mesmo a fim de se despedir da McLaren em alto estilo.
A primeira parte, ele já fez. Conquistou a pole para o GP do Brasil, a 26ª na carreira, a sétima na temporada.
Button larga em segundo, com Webber em terceiro.
Mas acho que a maior parte do circuito ficou mais interessada no resto do grid. Na luta pelo campeonato.
E o diagnóstico é dos mais positivos para Vettel. Ele já tem, hoje, o que precisa amanhã: vai largar em quarto. Alonso se deu mal. Além de largar atrás do rival, está distante do pódio de que necessita para continuar sonhando com o tri.
Situação que se refletiu nos discursos pós-treino. “Estamos numa boa posição”, declarou o alemão. “Vou ter que esperar que ele quebre”, disse o espanhol.
O treino classificatório começou com um quebra-cabeças para as equipes. Choveu quando faltavam 30 minutos para a sessão, e a brincadeira teve início com piso molhado.
Foram escorregões, patinadas, alguns sustos, mas nada muito grave… E o trilho foi se formando pouco a pouco.
Ainda no Q1, os pilotos conseguiram lançar mão dos slicks. Com a pista melhorando a cada segundo, a alternância de pilotos na ponta foi frenética.
Glock, Kobayashi, Maldonado, Bruno, Alonso e Di Resta chegaram a sentir o gostinho, mas não teve jeito. O melhor tempo ficou mesmo com Hamilton: 1min15s075.
Bruno fez um bom segundo tempo, a 0s258. Na sequência, Button, Hulkenberg, Vettel, Di Resta, Rosberg… Massa passou em 12º.
O único incidente mais complicado foi entre Grosjean e De la Rosa, que se tocaram, arrebentando o bico da Lotus. Para este blogueiro, enrosco normal.
Os cortados, além desses dois, Petrov, Kovalainen, Glock, Pic e Karthikeyan.
O Q2 já foi mais normal.
Hamilton dominou a primeira parte do bloco, mas Vettel se impôs no final: 1min13s209, marca já melhor do que a que ele obteve pela manhã, com pista seca.
Hamilton ficou em segundo, a 0s189.
Button foi o terceiro, seguido por Webber. Completando a turma da briga pela pole, Raikkonen, Maldonado, Hulkenberg, Rosberg, Alonso e Massa.
Dançaram Di Resta, Bruno, Pérez, Schumacher, Kobayashi, Ricciardo e Vergne.
“Assim que o sol saiu e a pista esquentou, o carro ficou muito agressivo com os pneus de trás. Os pneus não duravam uma volta inteira. Mas o carro está competitivo para a corrida, largando em 12º tenho uma boa chance de pontos”, disse Bruno Senna à Rádio Bandeirantes.
E veio o Q3.
Hamilton começou mais forte, fazendo logo 1min12s850, melhor tempo do fim de semana. Button ficou na cola, seguido por Webber e Massa.
Todo mundo entrou nos boxes, e faltando 2 minutos para a bandeirada, a pista ficou congestionada de novo.
Webber até chegou a derrubar Hamilton, mas o inglês foi lá e, nos últimos instantes, recuperou a ponta. Aplausos merecidos na McLaren.
O top 10, enfim: Hamilton, Button, Webber, Vettel, Massa, Maldonado, Hulkenberg, Alonso, Raikkonen e Rosberg.
Sendo bem franco: Alonso vai precisar de um milagre…
(Mas a notícia do dia é a de Barrichello negociando com a Caterham. Está aqui.)
Interlagos, 3º treino livre
24/11/12 12:36Só dá McLaren.
Desta vez foi Button, com 1min13s188.
Vettel ficou novamente em segundo, a 0s057, com Webber de novo em terceiro, a 0s197 _lugares cativos, ao que parece.
Hamilton desta vez foi o quarto, seguido por Grosjean, Di Resta, Hulkenberg e Alonso.
Massa foi o décimo, com Bruno em 11º.
“O carro está bom”, disse o brasileiro da Williams, que classificou como “um susto” o momento da rodada na Junção, com Schumacher vindo com tudo logo atrás.
O cenário é claro: McLaren na frente, com Red Bull como segunda força. Não é loucura imaginar uma primeira fila toda prateada.
Alonso deve largar lá por quinto ou sexto e tentar recuperar o tempo perdido amanhã, no braço.
Chuva? Ainda não deu as caras por aqui. Mas o tempo já virou: está nublado e venta muito.
Sábado na pista
24/11/12 09:20Sábado bonito em Interlagos, mas já bem menos quente do que os dias anteriores. Agora, quase 9h30, o termômetro da FIA aponta 25ºC no ar e 29ºC na pista.
A vinda para cá foi das mais tranquilas. Este é meu 16º GP do Brasil como jornalista. Contando aqueles a que vim como torcedor, são 19 ou 20.
Acho que nunca vi tão pouco movimento ao redor do autódromo. E acho que amanhã testemunharei as arquibancadas mais vazias de toda essa história. A ver.
Interlagos, dia 2
23/11/12 19:20Na pista, Hamilton forte, Vettel na cola, Alonso mais atrás, mas enorme chance de tudo isso mudar amanhã.
Foi bacana a história de os pilotos testarem os pneus de 2013.
“Com tão poucos testes, isso foi importante para que as equipe começassem a entender o funcionamento dos pneus. O retorno inicial foi muito positivo: o pneu testado hoje tem uma estrutura diferente e aquece mais rapidamente. O resultado é melhor perfomance, por mais tempo, graças a uma aderência maior nas curvas, o que é exatamente o que estamos procurando”, disse Paul Hembery, diretor da Pirelli.
Nas arquibancadas, pouca gente.
Pelo paddock, Barrichello dizendo que ainda se sente “parte do mundo da F-1” e que se alguma equipe chamá-lo para correr no domingo, ele estará pronto. Algumas coisas nunca mudam.
E vamos nessa porque amanhã tem mais.
Até.
Interlagos, 2º treino livre
23/11/12 15:40Amanhã vai chover e a situação será outra.
Mas mesmo se meteoros caíssem na pista, seria leviano não incluir Hamilton entre os favoritos.
Até porque o inglês é craque na chuva.
Hoje, no seco, o domínio foi todo dele.
Pela manhã, 1min14s131. À tarde, 1min14s026.
Vettel novamente foi o segundo, com Webber novamente em terceiro.
(Aliás, uma curiosidade: no ano passado, no segundo treino livre em Interlagos, a sequência foi exatamente esta. Mas o tempo foi bem mais baixo, 1min13s392. Em 2011, afinal, os pneus aqui eram macios e médios. Neste 2012, médios e duros.)
Massa foi o quarto, seguido por Alonso e Schumacher. Bruno ficou em 13º.
No seco, não deve dar pra Alonso. No molhado também não, mas há pelo menos uma esperança _e as chances de uma corrida acidentada são sempre maiores.
Alonso já deve estar fazendo sua dança da chuva…
Imagens do front (2)
23/11/12 13:36Interlagos, 1º treino livre
23/11/12 11:39Hamilton foi o dono do primeiro treino livre.
Mesmo reclamando bastante de superaquecimento dos pneus, fez 1min14s131 e não foi superado por ninguém.
Vettel chegou perto, a 0s009. Webber ficou em terceiro, seguido por Button, Alonso e Massa. Bottas, que substituiu Bruno, ficou em 14º.
Um detalhe é que muitos pilotos aproveitaram para experimentar os pneus de 2013 que a Pirelli trouxe para cá. São dois jogos por equipe, para serem usados como quiserem _mas só por hoje. Para quem está em Interlagos, ou vendo pela TV, é fácil identificar: são os pneus de banda laranja.
A próxima sessão acontece às 14h.
E não quero ser chato, mas há uma enorme chance de todo esse trabalho de hoje não servir pra nada. Vai chover no sábado e no domingo, crava a meteorologia.
Mexe-mexe
23/11/12 11:12Interlagos acordou agitadinha hoje.
A Sauber confirmou Gutierrez e a Caterham anunciou Pic.
Há um zunzunzum sobre Bruno na Force India. Sim, ele conversa lá. Mas, por ora, nenhuma confirmação.
Aplausos na saída
23/11/12 03:00Eram duas mesas. Na de baixo, Vettel, Schumacher e Alonso. Na de cima, entre os dois pilotos locais _uma tradição da FIA_, Hamilton.
Faltou Raikkonen na sala. Mas a cena da entrevista de ontem em Interlagos foi emblemática, a imagem de uma situação rara no esporte.
Ali, diante dos olhos dos jornalistas e das câmeras, a passagem de bastão. O fim oficial de uma era. A tomada do poder por uma nova turma. O veterano saindo de cena, falando dos sucessores. Os mais jovens prestando homenagens ao velho campeão.
Pelos mais variados motivos, do ciúme besta à inimizade que brota da rivalidade, do puro despreparo à natural entressafra de talentos, é difícil assistir a casos assim.
Quando Pelé parou no Santos, em 1974, foi substituído por Gilson Beija-Flor (!!??). Michael Jordan deixou as quadras em 2003, aplaudido de pé por três minutos e 21 mil torcedores, mas sem apontar um sucessor. Muhammad Ali até deu uma forcinha para Larry Holmes, lutando com o ex-sparring em 1980, mas depois deixou clara sua motivação: “Pela glória. E US$ 1 milhão não faz mal a ninguém”.
No automobilismo, há ainda um componente extra: a tragédia. Senna não teve a chance de se despedir numa mesa com Schumacher. Clark deixou a F-1 órfã. Rindt foi campeão póstumo.
Por aí vai.
Tudo isso confere peso ao episódio de ontem.
Alonso: “Sempre vou recordar o privilégio de correr e disputar com alguém como o Michael. Seus recordes ficarão por muito tempo, e corremos ao lado dele, dividimos grids com ele”.
Vettel: “Ele foi meu herói de infância. Uma inspiração. Quando o encontrei pela primeira vez, não sabia o que dizer. Não queria falar nada que soasse estúpido”.
Um dos dois sairá de Interlagos, no domingo, tricampeão da F-1. Ambos são candidatíssimos a outros títulos, a superar os recordes do veterano, a fazer história –sem exageros de retórica.
(Hamilton e Raikkonen, pelo talento, também poderiam entrar para a festa. Mas é difícil prever sucessos com os caminhos que ambos escolheram para suas carreiras, em equipes em construção.)
Schumacher? Deu aquele sorriso assim, meio de lado, a cada resposta que ouvia.
E fez piada com sua condição de biaposentado, dizendo que tem “alguma experiência” com o negócio de despedidas, que está levando o GP numa boa, que só quer curtir e que depois vai embarcar numa vida diferente.
Os outros o olhavam com reverência. Por lembrarem dos seus feitos e por saberem, na pele e no estômago, a dureza que é chegar lá. E há quem diga, por aqui, que a despedida do alemão é melancólica…
(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)