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Fábio Seixas
Automobilismo e pitacos sobre tudo o mais
Numa fria
20/05/13 16:01Quando eu digo que a Pirelli entrou numa fria…
Está nos sites por aí: após as polêmicas dos últimos GPs, a ideia da fabricante era colocar em uso, a partir do GP do Canadá, os mesmo compostos de 2012.
(Querem maior admissão de fiasco do que essa?)
A FIA foi contra. Autorizou apenas mudanças mínimas, tendo como foco a segurança.
Em tempo, gostei bastante da discussão levantada nos comentários após a coluna da última sexta. Há muitas opiniões interessantes ali, algumas frontalmente contra minha tese, o que é normal num debate.
Só quero deixar claro, para quem não entendeu, que não estou dizendo que os pneus de rua da Pirelli são uma porcaria. Claro que não, é uma marca de qualidade respeitada no mundo todo.
A questão que coloquei foi puramente de marketing.
Da mesma forma que a Renault investe na F-1 esperando que as pessoas comprem um Clio ou um Sandero, a Pirelli está lá com o objetivo final de vender mais pneus.
Duvido, porém, que uma montadora topasse ficar na F-1 se lhe fosse imposto um regulamento que depreciasse seu produto. É o que foi proposto à Pirelli. Ela topou.
E tenho a sensação de que já bate um arrependimento pelos lados de Milão…
Uma fria, enfim.
Foi esse o espírito do texto.
E segue o jogo.
Koba, 12
17/05/13 12:32Estão com saudade do mito?
Então vejam esta reportagem da TV japonesa, com o pequeno Kamui, 12 anos…
Tímido, ele dá uma linda resposta ao ser questionado sobre o que mais gosta nas corridas de kart: “Disputas”.
Pois é, anos depois o mundo ficou sabendo isso.
Dá pra perceber que é uma família bacana, simples…
Volta, Koba!
Tiro no pneu
17/05/13 03:00Um revendedor de pneus do Rio resolveu fazer publicidade na traseira de ônibus.
Estampou endereços, telefones, site. E, para ilustrar, colocou uma foto dos atuais pneus de F-1, com suas chamativas bandas coloridas.
Fiquei encarando isso por alguns longos minutos dia desses, trancado no trânsito cada vez mais paulistano das ruas cariocas. E o que veio à cabeça foi: “Será que alguém que acompanha F-1 compraria mesmo pneu da Pirelli?”
Tenho sérias dúvidas.
Em Barcelona, houve 77 pit stops. Dos 19 pilotos que chegaram ao fim da prova, 13 tiveram de parar quatro vezes nos boxes porque os pneus não aguentavam. Compostos ditos médios duravam sete, oito voltas. Os duros não chegavam a 20.
Pelo rádio, o tempo todo, pilotos e engenheiros reclamando dos pneus. “Se eu acelerar, vão embora”, disse Rosberg à certa altura. “Não posso ir mais devagar do que isso”, respondeu Hamilton, ao pedido para aliviar ritmo e economizar borracha. “O dianteiro esquerdo acabou”, protestou Webber.
Depois da prova, pedaços de pneus por todo o asfalto. Antes, na sexta-feira, um susto: o esquerdo traseiro de Di Resta dechapou em plena reta e ele teve de encostar.
Um show de horrores.
A Pirelli já percebeu o erro e tenta encontrar um caminho. De forma errática, porém. Para
o Bahrein, mudou seu cardápio de pneus. Para a Espanha, levou um novo composto duro.
Agora, anuncia revisão total a partir do Canadá, no mês que vem.
Afirmar que essa série de barbeiragens não afeta negativamente o marketing da empresa é negar o outro lado da moeda: que uma imagem positiva traga benefícios.
Enquanto marcas pagam fortunas para aparecer na F-1, buscando conceitos de excelência e tecnologia de ponta, a Pirelli está lá, GP após GP, exibindo um produto que se destrói em poucas voltas e ouvindo testemunhais negativos sendo reverberados para 500 milhões de telespectadores pelo mundo.
Vale a pena?
É necessário ter os custos em mãos para dar uma resposta precisa. E sabemos que os pneus-farofa foram pedido de Ecclestone. Mas é pouco provável.
O mais emblemático anti-exemplo de marketing na F-1, nos últimos anos, foi a Ford.
A montadora comprou uma equipe bem montadinha, a Stewart, rebatizou-a de Jaguar. Mas promoveu repetidas trocas de comando, mudou várias vezes de rumo…
Resultado: entre 2000 e 2004 só deu vexame. Deixou a categoria pela porta dos fundos. Em 2005, uma tal de Red Bull assumiu o time. E mostrou como fazer certo.
A Pirelli segue a mesma rota. Mais: prepara o sucesso de uma concorrente, porque qualquer outra marca que a suceder, um dia, parecerá ter um produto melhor.
(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)
Parceria de sucesso
16/05/13 13:22Honda e McLaren juntas, de novo.
Um dos binômios mais vencedores da história da F-1, uma parceria mítica, retornará em 2015. O que era boato virou confirmação oficial nesta quinta-feira.
Ótima notícia, sensacional, um alívio em meio a tanta chatice.
Mas esqueçam da McLaren por dois anos. O período é de espera.
(E fico só imaginando os motores que a Mercedes vai mandar para Woking em 2014…)
F-1 sem mimimi (17)
14/05/13 18:01A dica é do Annibal Affonso Magalhães da Silva…
Rosberg, Tambay e Pironi dando uma voltinha pelo Leblon em 1982.
(Hoje os três seriam criticados por estarem sem capacete, sem camisas de patrocinadores, por estarem incitando a insegurança, coisas assim.)
Adoro São Paulo, nasci em São Paulo, talvez um dia volte a São Paulo. E Interlagos tem um traçado dos melhores do calendário.
Mas não dá para não ter nostalgia dessa época. A F-1 vinha para o Rio e passava aqui toda a pré-temporada. Barcelona, Jerez, Bahrein? Esquece. Testes de pneus aconteciam em Jacarepaguá, circuito que receberia a abertura do campeonato.
Útil e, como a foto mostra, bem agradável.
Preciso dizer o que os pilotos, mecânicos e todo o entourage da F-1 achavam do fato de ter de passar um mês no Rio?
Cenas assim nunca se repetirão.
Pit Stop #275
14/05/13 10:46Vettel tem um desafio diferente neste ano: correr contra um carro melhor, o da Ferrari.
Este é o mote do Pit Stop desta semana, que também fala de GP2, Stock e MotoGP.
No Naftalina, os 18 anos da última corrida de Mansell na F-1.
Pneus novos
14/05/13 10:20A Pirelli anunciou hoje que vai promover mudanças nas estruturas de seus pneus de F-1 a partir do GP do Canadá, no início de junho.
“Nunca pretendemos provocar corridas com quatro pit stops. Então faremos mudanças na construção dos pneus. Usaremos alguns elementos de 2012 e 2011 . Queremos voltar a ver corridas com duas ou três paradas”, disse Paul Hembery, diretor da empresa, ao site da revista “Autosport”.
Ele admitiu um erro estratégico: a Pirelli não levou em consideração, nos pneus deste início de ano, o desempenho das equipes na pré-temporada.
“Os pneus já estavam se desgastando muito nos testes, e provavelmente nós subestimamos esse comportamento”, afirmou.
Por fim, as mudanças também vão tentar evitar que pneus dechapem após pegar detritos pelo caminho, como aconteceu com Hamilton, no Bahrein, e com Di Resta, na Espanha.
Resumo da história: a Pirelli reconheceu que fez lambança neste começo de 2013.
A foto
13/05/13 14:51Pílulas do Dia Seguinte
13/05/13 12:45Ainda ao vivo, na transmissão do GP pelas rádios Bandeirantes e BandNews FM, eu lancei, assim que Alonso pegou a bandeira da Espanha: “A F-1 está tão chata que não duvido que ele será punido”. Não foi. Mas foi investigado, o que já é um absurdo. Ecclestone não pode querer que a categoria seja impecável e sem graça e previsível como o uniforme que veste há décadas: calça social preta e camisa branca. Não. As pessoas vão além dessa coisa cartesiana. As pessoas se emocionam. A Espanha vive uma crise braba, a corrida foi na eternamente separatista Catalunha, e Alonso deu um baita exemplo de solidariedade, civilidade e nacionalismo ao parar e pegar aquela bandeira com um fiscal. Que faça sempre. Que os outros o sigam. Às favas com os protocolos;
Além de tudo, Alonso tem sorte: seu quarto e último pit foi antecipado porque o pneu estava furado. Mas foi um furo mínimo, que não prejudicou seu tempo no caminho para os boxes;
Depois da farofada nas quatro primeiras corridas do ano, a Pirelli mudou os pneus duros a partir da Espanha. Agora, já admite mais mudanças. Demorou, mas enxergou o óbvio: não dá para seus pneus desmancharem após seis voltas. É ruim pro esporte, é ruim para seu marketing. “Hoje foi exagerado”, disse Hembery, diretor da empresa, após os 79 pit stops de Barcelona. Ele disse que mudanças podem ser implantadas a partir do GP da Inglaterra, no final de junho;
Se os pneus ficarem mais duros, a Red Bull agradecerá. O problema para Vettel e companhia é que sete etapas já terão acontecido. A boa notícia é que haverá outras 12 à frente, tempo suficiente para um reabilitação;
Se a F-1 fosse como a GP2 ou a GP3, com carros idênticos para todos os pilotos, não tenho dúvidas: Raikkonen seria o campeão da temporada;
Ainda sobre Raikkonen: já são 22 corridas consecutivas nos pontos. A última vez em que ele não pontuou foi no GP da China de 2012. Com mais três, ele bate o recorde histórico da F-1, que pertence a Schumacher;
Massa: “Talvez houvesse a oportunidade de brigar com o Kimi, mas no final, foi uma ótima corrida. Fizemos um ótimo trabalho. O desgaste dos pneus não estava tão bom como a da Lotus, mas fizemos o melhor que podíamos e mostramos o desempenho que esperávamos desde a sexta-feira”. O brasileiro fez uma boa corrida, a melhor desde a Malásia. Seu próximo alvo precisa ser superar Hamilton no campeonato. Cinco pontos os separam;
Rosberg e Hamilton devem ter tido uma difícil noite de sono. Primeiro e segundo no grid, terminaram respectivamente em sexto e 12º. “Foi uma experiência que não quero viver nunca mais. Eu fiz absolutamente as mesmas coisas do Bahrein, mas não tinha aderência e não poderia acelerar, ou os pneus iriam embora. Fiquei totalmente perdido”, disse o inglês. Ele terminou reconhecendo o óbvio: as outras evoluíram muito mais nas últimas semanas;
Nasr continua sem vencer nesta temporada da GP2, mas é dos pilotos mais regulares do campeonato. Só perde para Coletti, não por coincidência o único que está à sua frente na tabela. Em Barcelona, Nasr foi segundo colocado no sábado e terceiro no domingo. A primeira prova foi vencida por Frijns. A segunda, por Coletti. Pilotando pela Carlin, um time que ainda busca crescimento na categoria, o brasiliense vem fazendo certinho: se a vitória ainda não é possível, o negócio é levar o carro ao final, na melhor posição possível. Sem loucuras. Muito piloto já foi campeão assim, e ele está na briga.