Resta um
19/07/13 03:01O que você vai fazer no final de semana de 28 e 29 de setembro?
Provavelmente não sabe. Está longe ainda, normal, sem crise.
O motivo da pergunta é um convite para esses dois dias, que repousa na minha mesa há algumas semanas. Recebi-o ao comprar um modesto chaveiro na loja da Renault na Champs-Élysées, numa passagem-relâmpago por Paris. Guardei-o por curiosidade.
Convida para o circuito de Paul Ricard, com acesso à arquibancada e ao paddock.
Haverá corridas de F-Renault 3.5, de F-Renault 2.0, de Méganes e de Clios. Haverá demonstrações com o carro da Red Bull, espetáculo de acrobacias aéreas e dois shows com pilotos fazendo manobras na pista. Haverá espaço para as crianças brincarem acompanhadas de monitores, cinema com desenhos animados, exposição de carros antigos, aulas de educação no trânsito.
Se você gosta de carros, mora na França e recebe um ingresso desses, no mínimo pensa a respeito. Nada mal para uma escapada da cidade num final de semana distante. Dá para planejar, colocar pilha na criançada, chamar os amigos…
Foi automático lembrar do convite à medida que as equipes de F-1 anunciavam as escalações para os testes de novatos. A bateria de treinos termina hoje, em Silverstone.
São 19 garotos, a grande maioria vinda da GP2 e da GP3. Tem cipriota, russo, japonês, italiano, dinamarquês, português. Tem francês, claro. Tem dois venezuelanos, dois espanhóis e um monte de ingleses.
E não há, entre os jovens, nenhum brasileiro.
As duas coisas estão ligadas. Causa e efeito.
Esta coluna já tratou do resgate do automobilismo francês. O mérito é da federação, que promove seletivas e tira dinheiro do cofre para patrocinar seus jovens destaques mundo afora. Em 2010, não havia nenhum piloto francês na F-1.
Hoje são quatro: Bianchi, Pic, Vergne e Grosjean. Há ainda forte apoio das montadoras. E circuitos bons aos montes: Paul Ricard, Magny-Cours, Nogaro, Le Mans, Dijon-Prenois… Eventos como o do convite que recebi são rotineiros.
No Brasil, as condições para o surgimento e desenvolvimento de pilotos foram caindo, uma a uma. As montadoras há tempos esqueceram os campeonatos de base como ferramenta de marketing.
Os autódromos via de regra são mal conservados e alvo da especulação imobiliária: depois de Jacarepaguá, o próximo a desaparecer será o de Curitiba. A confederação é de passividade irritante: não há como fazê-la entender que seu papel vai além da emissão de carteirinhas.
O resultado está aí. Dos 53 pilotos disputando as duas categorias imediatamente abaixo da F-1, só há um brasileiro, Felipe Nasr. Que não foi sondado por nenhuma equipe para Silverstone.
C’est fini.
(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)
Nas 14 provas disputadas neste ano, o espanhol, líder do campeonato, ficou de fora da zona de pontuação em somente uma oportunidade, quando foi tirado do GP da Bélgica por um acidente múltiplo. Além disso, ele é o piloto com mais pódios no ano, oito, dois a mais que Kimi Raikkonen e Lewis Hamilton.
Infelizmente o automobilismo de forma geral não cai no gosto dos mais jovens brasileiros, os mais velhos como eu na faixa de 50 gostam de f1, geralmente por conta do sucesso de pilotos que tivemos e não por conhecerem sobre automobilismo, isso ajuda e muito esse desinteresse por patrocinadores investirem em automobilismo.
Caro Fabio,
A pergunta que fica no ar é a seguinte: qual o motivo de Felipe Nasr não ter sido sequer cogitado para esses testes? Isso tem a ver com a movimentação de grana na F1 — e Nasr talvez não tenha preparado os bolsos para essa eventualidade, ou o quê? Afinal, o rapaz está indo bem na GP2 e essa oportunidade seria inestimável para ele mostrar serviço na frente dos big bosses.
Forte abraço do
Claudio Lessa
Lessa, foi um pouco das duas coisas. Muito novato pagou, e Nasr não quis entrar nessa. E não houve nenhuma sondagem para que ele testasse “de graça”.
Abs
Mesmo pagando, testar na F1 é uma oportunidade que o Nasr n pode adiar se tem planos de ingressar na categoria ano que vem. Acho estranho não ter sido sondado por nenhuma equipe. Estranho também que mesmo tendo bons patrocinadores não tenha visto nesses testes uma boa oportunidade de aparecer. E igualmente estranho é o fato de mesmo sendo bem acessorado no meio não ter em vista nenhum teste na categoria principal.
Pensei que se tratava do Di resta.
“Resta um” é o apelido que Flávio Gomes deu a ele.
Pow, ia dar uma de pidão e pedir os ingressos se você não for usar… mas lembrei que não estarei por aqui no final de setembro, droga (se é que vc não vai usar ne? hehe)
Abraços
Em 2014 Gavião urubueno pára . Com ele deve parar o amigo Rê. O Amassa também está no fim.Para nós é o fim da Fórmula 1 que eu acompanho desde Jean Pierre Beltoise-Mônaco/72
Marcos,
infelizmente tenho que concordar com você. A presença do Brasil na F1 corre o sério risco de acabar. De fato, eu, que também acompanho a F1 desde Jean Pierre Beltoise-Monaco/72, fico triste. Aliás, um pequeno reparo: acompanho a F1 desde um pouco antes. Desde aquele GP Brasil de F1 extra campeonato, em março de 72, que o Emerson liderou quase até o fim, quando quebrou a suspensão da Lotus, e o Reutemann ganhou de presente a vitória. Acho que você também viu essa corrida. Quem pretender ver como foi, está no Youtube.
Abraço a todos.
Irei fazer um comentário como empresário, pois como empresário sou obrigado a pensar em retorno do investimento. Sou obrigado citar a Globo, pois F1 é com ela, portanto irei citá-la como exemplo.Não sei se você já prestou atenção, mas em qualquer entrevista ou reportagem as filmagens são feita cortando todo o tipo de patrocínio. Focam somente o rosto do emtrevistado, cortando bonés, oombros, peito,etc. Se vc investe em patrocinio, o minimo que vc eseera é que sua marca apareça, tanto ao vivo como via orgãos de imprensa, mas deste modo, como é que iremos pensar em investir?! E com todo este modo de “apagar” os patrocinadores da imagem, ainda somos obrigados a assistir debates, na própria Globo, os quais comentam que não incentivo, patrocinios para o desenvolvimento do esporte em geral em nosso país, etc, etc… Forte Abraço! Leonardo Viegas
Prezado Leonardo,
O seu comentário na condição de empresário me deixa com “mixed feelings”, como dizem os nossos irmãos do Norte. De um lado, o empresário brasileiro (como de qualquer outro país) quer retorno ao seu investimento. De outro, o empresário (parece que apenas o brasileiro) não tem vergonha de enfiar um caminhão de dinheiro para patrocinar um símbolo da vergonha nacional, da exaltação da mediocridade automobilística — como é o caso desse pobre diabo de nome Rubens Barrichello (a.k.a. “O Bundão”). Tendo vivido no exterior durante grande parte de minha vida adulta, não me lembro de qualquer situação lá fora onde uma empresa quisesse ter seu nome associado ao de um “loser” contumaz, criador de uma portentosa enciclopédia de desculpas esfarrapadas, apenas com o objetivo de explicar suas patacoadas. A meu ver, prezado Leonardo, a mexida no automobilismo tem que ser ampla, geral e irrestrita. Patrocinadores precisam focar nos verdadeiros talentos, mesmo que isso signifique garimpar gente jovem. Os administradores, como bem lembra o nosso Fabio Seixas, precisam ser apenas substituídos, visto que absolutamente incompetentes (o autódromo de Brasília está hoje reduzido a palco de noitadas musicais embaldas por drogas ilegais; nas poucas e deprimentes corridas, o público é praticamente inexistente). As emissoras de tevê precisam abrir mão de sua muquiranice radical (como você bem descreveu). Essa mexida no tripé poderia ser a resposta ao atual cenário de desespero do automobilismo brasileiro.
O cara foi vice campeão de fórmula um por duas vezes,nunca pagou pra correr,ficou na categoria por 19 anos e é um “loser”?Meu amigo,vá se tratar…você deve ter algum problema,ou é muito frustrado.
vai pedir esmola no semáforo, o R B está “pôdre de rico” e foi bem sucedido, não foi campeão sim , mas ficou la fazendo o que ele gosta mais tempo que qualquer outro piloto, cara você que é um fracasso… pede pra sair.
Excelente comentário Leonardo! A Globo tem as suas parcelas de culpa e essa é uma delas
Caro Fabio, pergunte aos seus leitores, quantos deles, costumam frequentar autodromos, se algum dia, assistiram em Interlagos uma prova do Paulista de velocidade, ou do Brasileiro de Marcas.
O governo tem prioridades muito mais importantes que financiar pilotos. Como criar categorias com monopostos, se as pistas brasileiras não tem público, como atrair patrocinadores, se a midia não expõe, nem divulga e o investimento traz pouquíssima visibilidade para as empresas.
Como sustentar pistas de corrida, cuja manutenção é bem cara, se existem dois ou tres eventos rentaveis por ano. Todos os dias abro a página principal de Esportes do UOL, a coisa mais rara é ver um carro de corridas nacionais com as logomarcas de seus patrocinadores.
Acho que a Globo se a quiser continuar investindo em corridas, vai ter que rapidamente comprar os direitos da indy. Pelo menos lá têm alguns brasileiros para nos representar.
A Globo não investe em corridas ela apenas transmite.
“Porém não da pra desconsiderar que a maioria das vagas HOJE para jovens na F1 são literalmente compradas”
Márcio Brito – Curitiba
Fangio foi bancado pelo governo da Argentina da mesma forma que Maldonado é hoje bancado por Hugo Chávez, no final o que prevalece é o talento.
Muitos “filhos de bacana” já corriam na década de 60, como não existiam patrocinadores a coisa ficava meio “camuflada”, esporte a motor é pra milionários, sempre foi. vai correr de kart profissional pra você sentir o drama.
A fama de pagante começou a partir da década 70 com a entrada de patrocinadores, só que a coisa era em menor escala comparada as décadas seguintes. Um bom exemplo foi Gijs van Lennep, através do patrocinador Marlboro, ele correu para o time Iso-Marlboro de Frank Williams, com o qual obteve um ponto em Zandvoort. Isto marcou a primeiro ponto para a equipe Williams em um GP.
Gijs van Lennep
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gijs_van_Lennep
Lauda no inicio da carreira, pediu empréstimos bancários uns atrás dos outros para chegar à March, em 1971, e depois à BRM, em 1973. Depois, o seu talento fez o suficiente para que o seu companheiro de equipe, Clay Regazzoni, o recomendasse a Enzo Ferrari, que o contratou no inicio de 1974. Conta-se que com o salário que a Scuderia lhe deu, foi mais do que suficiente para pagar as suas dívidas aos bancos. Mas o fato é que Lauda teve que pagar para correr no início na Formula 1.
Peter Revson que também correu nos anos 70, nasceu numa abastada família judia, fundadora dos Cosméticos Revlon. A fortuna da família estava, na altura de sua morte, avaliada em 1 bilhão de dólares. Nesse caso, o rapaz nem precisava de patrocinadores, bancava do próprio bolso da mesma forma que Pedro Paulo Diniz fez nos anos 90, nenhum deles se interessou em colocar o nomes Revlon e Pão de Açúcar em seus carros, o que importava era correr.
Para Elio de Angelis a Fórmula 1 também veio rápido, em 1978 com um teste para a equipe Shadow, com a qual assinou o contrato para disputar a temporada seguinte. Suas origens, no entanto, mostravam Elio como mais um piloto rico, que só garantira um lugar na Fórmula 1 graças à generosa ajuda financeira de seu pai. Seu desempenho na pista revelou um piloto de certo talento, capaz de dominar facilmente a complexidade dos carros-asa, presença marcante na categoria naquela época. No entanto, Elio não teve talento suficiente para brigar por títulos com feras do nível de: Piquet, Lauda, Prost, etc…
Pra quem vive “carregando caminhões de merda” pelos pilotos dos anos 80, dizendo que nessa época não existia pagantes, Elio é apenas o início, observem abaixo.
Nos anos 80 a coisa se multiplicou, haviam pelo menos 9 equipes “nanicas”, basta observar a temporada de 1987, pilotos pagantes era o que não faltava em times pequenos.
Temporada de Fórmula 1 de 1987
http://pt.wikipedia.org/wiki/Temporada_de_F%C3%B3rmula_1_de_1987
Basta separar os times mais ricos(de fábricas ou bancados por fortes patrocinadores), que perceber quem pagava ou não pra correr.
Em 1987, Williams/Mclaren/Lotus/Ferrari/Benetton seriam hoje RBR/Ferrari/Mclaren/Lotus/Mercedes.
No meio do pelotão, Tyrrel/Arrows/Brabham seriam hoje Sauber/Force India/Williams, equipes que também precisam de pilotos pagantes.
A seguir vem as “nanicas” sem grana dependendo na maioria de grana dos pilotos(ou de pilotos com experiência em final de carreira, caso do ex-campeão Jones na Lola em 86): Brabham/Lola/Zakspeed/Ligier/AGS/March/Minard/Osella/Coloni já estavam tudo em condição de nanicas. Pra 2013 temos apenas duas nanicas: Marussia e Caterham(Williams que se cuide).
A coisa era tão discrepante em 87 que existia até o Troféu Jim Clark (para pilotos com motor aspirado), vários times sequer podiam sonhar com o caríssimo motor turbo.
Bom lembrar, Nakajima entrou na F-1 apadrinhado pela Honda, logo, a nacionalidade também pesou! Politicagem sempre existiu na Formula 1, os casos de Fangio e Maldonado são semelhantes, dependeram de governo do país pra entrar no mundial.
Abaixo, outros exemplos de pilotos pagantes nos anos 80, não tem como colocar todos, a lista é muito grande. Dizer que a Formula 1 de hoje tem muitos pagantes no meio e fundo do pelotão, chega ser hilário, isso sempre existiu na Formula 1.
No meio do campeonato de 1980, Héctor Alonso Rebaque foi piloto da Brabham substituindo o argentino Ricardo Zunino e tendo como companheiro de equipe o brasileiro Nelson Piquet. O piloto mexicano trouxe para a equipe o patrocínio da petrolífera mexicana PEMEX. Rebaque permaneceu na equipe para a temporada de 1981 conseguindo seus melhores resultados dentro na categoria.
Slim Borgudd foi um ex-piloto de Fórmula 1 da Suécia que correu pelas equipes ATS e Tyrrell. Antes de ser piloto, Slim era baterista, tendo inclusive feito trabalhos para o grupo sueco Abba. Ou seja, automobilismo era um passa-tempo, como era famoso, teve facilidades pra chegar a F-1.
Andrea De Cesaris, era filho de um comerciante riquíssimo, que mais tarde se tornou representante da Marlboro na Itália(precisa falar mais alguma coisa?), o italiano começou a sua carreira nos karts, onde se tornou num rei das pistas. Com apoio da Marlboro, sempre conseguia uma boa vaga na F-1.
No ano de 1987, De Cesaris vai para a Brabham que dependia de um patrocinador para disputar todas as provas, na época a Brabham já se encontrava em irreversível estado de decadência. Na véspera do encerramento das inscrições, o italiano chega ao Rio de Janeiro com o patrocínio na mão (naquela época, o Grande Prêmio do Brasil era disputado em Jacarepaguá), e vai logo para a pista. Eddie Jordan queria o piloto romano para o campeonato de 1992, mas o novo patrocinador do time irlandês era a Barclay, o rival da Marlboro, De Cesaris não podia ficar.
Jan Lammers, com o título da F-3 europeia em mãos iniciou sua carreira na F-1 pela equipe Shadow, que já estava em seu estágio final na categoria-mor do automobilismo. Com o apoio dos cigarros Samson (que chegou a estampar um leão na frente do carro), o holandês dividiria o monoposto com o jovem italiano Elio De Angelis. Curiosamente. durante os treinos para o GP de Detroit 82, o acelerador de seu Theodore fica preso e Lammers bate no muro, fraturando o polegar. Após o GP da França, Lammers perde a vaga na Theodore depois que o irlandês Tommy Byrne apareceu com um patrocínio satisfatório, Lammers fica sem correr durante o resto do ano.
Com o apoio da Cerâmica Imola, Alboreto é convidado para um teste com a equipe Tyrrell, em 1981. Completou algumas voltas e logo foi contratado para substituir o argentino Ricardo Zunino no Grande Prêmio de San Marino. Foram dez corridas e um 9º lugar no Grande Prêmio da Holanda, em Zandvoort, como melhor resultado.
Alboreto foi sondado pela Williams, mas as negociações não progrediram e o piloto italiano voltou para a Tyrrell em 1989. Apesar dos problemas, conseguiu o 5º lugar em Mônaco e o 3º no México (último pódio na carreira). Fazia grande apresentação nos Estados Unidos e foi obrigado a abandonar a corrida com problemas na transmissão. Alboreto saiu no meio da temporada com problemas envolvendo a equipe e seu patrocinador. Antes do Grande Prêmio da França, Ken Tyrrell aceitou o patrocínio da Camel.
“Não gosto de quebrar contratos e pedi para a Tyrrell conversar com a Marlboro. Mas Ken disse que o problema era meu.” – revelou Alboreto, que aceita o convite da Larrousse-Lamborghini para disputar a pré-classificação no final do ano.
Para o GP da França 89, Ken Tyrrell dispensava Alboreto e convocava o francês Jean Alesi, vindo da Fórmula 3000 Internacional e com o patrocínio da…Camel.
Thierry Boutsen, em 1983 arranjou 500 mil dólares em patrocínios e comprou um lugar na Fórmula 1, ao serviço da Arrows. A sua primeira corrida foi no seu GP natal, em Spa-Francochamps, onde não chegou ao fim. No resto da temporada, o melhor que conseguiu foram dois sétimos lugares. Thierry, então com 26 anos, não pontuou na sua primeira temporada.
Schumacher foi bancado por uma corrida(GP da Bélgica), no valor em torno de 300 mil dólares, mas esse alemão já chegoucomo fora-de-série ao volante, com apenas uma classificação chamou atenção de ninguém menos que Flávio Briatore. Logo o alemão foi contratado para ser titular ao lado de Piquet na Benetton. Se o piloto é fora-de-série, o apoio financeiro no começo da carreira fica em segundo plano, vimos isso com Fangio bancado pelo governo argentino. Bom lembrar, pra Piquet correr na Europa primeiro teve que fazer a coisa de forma planejada e com apoio financeiro…
Bertrand Gachot tinha uma estrutura profissional, com todo o suporte do patrocínio da Marlboro – que era uma espécie de Red Bull, a Marlboro bancou cifra altíssimas em cima de vários pilotos nos anos 70/80/90, poucos se destacaram.
O dia em que Gachot abriu vaga a M.Schumacher na Jordan!
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bertrand_Gachot
Rubinho foi outro caso, ele sempre teve apoio da Arisco desde o Kart. Em 1995 trocou a forte Arisco pela gigante Pepsi(patrocínio em torno de 3,5 milhões de dólares), depois Rubens teve apoio da Davene na Stewart até 1999. Rubinho foi piloto pagante na Formula 1 entre 1993 e 1999, mas se o piloto conseguiu apoio é porque alguém botou fé, ou seja, valeu a pena o investimento! Mesmo caso é com Chilton atualmente, seu pai esta investindo no filho, nada mais natural, se o dinheiro é limpo tudo bem…
Ayrton Senna por mais talentoso que foi nos tempos de kart, era taxado como filhinho de papai(chegava as corridas de Mercedes e motorista. Senna ao contrário da maioria dos rivais tinha vários chassis e motores novos no boxes), e pra competir nas categorias de base na Europa, Senna dependeu de dois bancos(Nacional e Banerj). Sem esse forte apoio ele nunca chegaria a Formula 1. Estamos no planeta terra e não em um paraíso, quem pode mais chora menos…
Histórias de pilotos sendo “apoiados” são as mais variadas por toda Formula 1, basta pesquisar e ver que isso sempre existiu, uma delas aconteceu com Paulo Carcasci que quase correu no lugar de Rubinho na Jordan.
Paulo Carcasci e as aventuras no exterior
_Essa história da Larrousse eu não conhecia. Foi uma negociação direta com o Gérard Larrousse?
Sim, a gente trocou Fax, Telex, uma coisa assim – não era e-mail ainda, né? -, mas é sempre assim: “Tudo bem, estamos interessados, queremos você, mas precisamos de grana”. Até com a Jordan, na época em que o Rubinho [Barrichello] ainda estava lá, acho que em 94, ele tava pra sair da Jordan e o Geraldo Rodrigues, que era o manager dele, falou: “Bom, vâmo lá, Paulo, porque o Rubinho vai sair e nós vamos pôr você no lugar dele”. Eu fui pra Hungria [no fim de semana do GP] conversar com o Eddie Jordan. Conversamos e, aproveitando que a gente estava lá, o Geraldo me levou pra conversar com o Peter Sauber, mas acabou não funcionando toda a estratégia que ele tinha, em termos de patrocínio. Porque o Rubinho estava pra ir, se eu não me engano, pra McLaren, e não poderia levar os patrocinadores, Arisco e Pepsi. Então esses patrocínios ficariam na Jordan e eu aproveitaria esses patrocínios e iria correr. Era mais ou menos esse o projeto todo e eu era o piloto para seguir levando os patrocínios do Rubinho na Jordan. Mas também não deu certo.
Aceitem a Formula 1 como ela sempre foi, é um “puxando o tapete do outro”, isso também acontece(de outra forma) entre os grande pilotos. Basta ver os casos de Jones-Reutemann, Villeneuve-Pironi, Prost-Arnoux, Piquet-Mansell, Prost-Senna, Alonso-Hamilton. Nesses casos, o que interessava era a supremacia de liderar o time sozinho, no fim tudo acabou em brigas. Nenhum piloto de ponta quer ser incomodado, principalmente se o companheiro é do mesmo calibre. Bom lembrar, dois galos no mesmo galinheiro é coisa raríssima na Formula 1. No geral, sempre um é líder e o outro apenas compõe o time pra somar pontos para o mundial de construtores…
Razia não foi longe na F-1, porque foi mais um esportista sem apoio do seu “lindo” país!
Brasil esta “acomodado”, não quer saber de INVESTIR para o futuro, já quer pegar TUDO PRONTO como aconteceu com Fittipaldi, Piquet e Senna. Se o esportista não for FORA DE SÉRIE não interessa.
Mas a época é outra, atualmente se o piloto não tiver forte apoio na carreira, pode esquecer Formula 1. Barrichello teve esse forte apoio financieiro entre 93 e 99, o problema foi escolher equipe de ponta errada. Schumacher já era líder na Benetton, o alemão ajudou a “erguer” o time entre 92 e 95, depois trocou um time que vencia tudo em 94-95 por um a Ferrari que não ganhava títulos a 20 anos. Com o alemão ao volante a Ferrari ganhou respeito entre 96 e 99, por mérito o germânico sempre seria líder no time italiano. Rubinho não fez mal em correr na Ferrari, o problema foi ficar lá por anos, ele não teve ATITUDE pra mudar de equipe. Rubens devia ter saído da Ferrari ao final de 2002, não por causa do GP da AUT, mas sim pra tentar dividir liderança em outras equipes. Ele tinha condições de bater Ralf Schumacher na Williams, ou dividir o time ao lado de Hakkinen e Raikkonen na Mclaren. Barrichello preferiu se “acomodar” com os milhões que ganhava em Maranello, Felipe Massa esta indo pelo mesmo caminho.
Duro mesmo foi ver Rubinho jogar chance de ouro no lixo em 2009, nesse caso, o problema foi falta de capacidade para bater Button na Brawn-GP. Rubinho não foi oportunista como o companheiro, na hora de mostrar capacidade de ser campeão, Rubinho pipocou…
Jogar culpa nos freios em 2009, vejo como desculpa de mal perdedor. Rubinho em 09 era um dos pilotos mais experientes da F-1, essa desculpa dos freios não colou. Não adianta aparecer chance de ouro se na hora “H’ falta capacidade…
Pagantes, sempre existiram, a diferença, caro Marcio, é que as equipes grandes, não apostam em jovens talentos, preferem deixar o segundo carro nas mãos de experientes, como Massa, Webber, Barrichello, Couthard, Fisichella, Herbert etc.
Quando Emerson ingressou na Lotus, a melhor equipe, da época, Colin Chappman o procurou duas vezes lhe oferecendo contrato, na primeira, o brasileiro recusou, dizendo não estar pronto ainda para F1.
Nelson Piquet em 78, fez, acho que tres corridas na F1, enquanto participava da temporada da Formula 3 Inglesa, ao final do ano foi procurado por Bernie Eclestone e iniciou 79, dividindo a equipe com o então, bi-campeão mundial, Niki Lauda.
Marcelo, temos que indicá-lo a fazer parte da equipe do Sportv ou da Globo, para enriquecer as transmissões com seu conhecimento, isso se você não se importar de trabalhar ao lado do “gogó” bueno e de ser funcionário desta emissora. Bem que o Fábio poderia dar uma ajudinha. E aí, Fábio?
cara você espera que alguém leia essa bíblia, olha o Seixas seja mais breve , pare de fazer pesquisa no google isso qualquer um faz, e se “trocentos” fizerem vão ter “trocentas” conclusões.
Triste situação.
Ao que parece, caminha-se para um período sem pilotos brasileiros na F-1. O quanto isso afetará a popularidade do automobilismo por aqui, não sei dizer mas tende-se a ter uma queda significativa (vide o basquete) em termos de popularidade e interesse. Para mim, não é surpresa já que só há um esporte de interesse de empresas e do povo, o “tal” do futebol, hoje cheio de maracutaias e negociatas, uma verdadeira “lavanderia” de dinheiro de origem suspeita (a nível mundial). Perceberam que as manifestações acabaram após o título daquele torneio “caça-níqueis” insignificante criando pela Fifa? Quanta coincidência, não é mesmo?
A popularidade do automobilismo já esta ai, quem vê corridas? Olhe o ibope em tempo real e vai ver que evento automobilístico perde pra programas de auditórios de quinta categoria.
Já faz um tempo bom que estamos vivendo isso,e cadê a CBA?Necas..
Não se preocupem issoi como disse o nosso antigo presidente LULA,que muitos amam falou é apenas uma MAROLINHA.Tudo o que estamos passando vem do descaso ao esporte.Ainda temos uma belíssima formula Indy.
As montadoras não tem interesse investi,r afinal tem o governo para reduzir ipi nas vendas e abarrotar a cidades de automóveis em detrimento do transporte coletivo. Estamos entre o dez maiores mercado automobilístico do mundo. Quantas indústrias de automóveis genuinamente nacionais temos?
A crítica é válida, mas não cabe aqui. Quantas tínhamos na década de 70/80/90? Ou Honda, Renault e Ford são brasileiras?
“O mérito é da federação, que promove seletivas e tira dinheiro do cofre para patrocinar seus jovens destaques mundo afora”
Esse é o grande segredo Fábio! SELETIVAS sérias que escolhem o MELHORES e não os mais amigos ou mais influentes; depois disso grana neles para se desenvolverem sem a imensa a pressão de ter que obter resultados imediatos. Tenho certeza que aqui existem MUITOS caras que poderiam chegar e vencer naF-1 se tivessem este apoio
Fabio, totalmente de acordo contigo, mas isso já era um fato anunciado pois há tempos que vc e outros ligados ao automobilismo vem falando do fim dos campeonatos de formula no Brasil, da falta de categorias para formação de pilotos e nem o projeto do Massa de implantar uma categoria deu certo, quer dizer, é o fim mesmo. Me diga uma coisa, se o Razia estava praticamente fechado com a Marussia no começo do ano, por quê ele não foi nem chamado para estes testes. Coisa puramente de dinheiro ou houve alguma rusga naquela negociação que o deixou sem condições de disputar um lugar nesses testes??
Pode ter sido as suspeitas acerca da origem do dinheiro que seria utilizado para comprar a vaga dele, uma vez que ele tem familiares supostamente envolvidos em graves irregularidades no nordeste.
Você acha que foi isso mesmo? Desculpa, mas se fosse o caso, não teria dinheiro algum na F1. Especialmente russo.
Aos abutres de plantão, que só sabem criticar pilotos como Barrichello e Massa, que na verdade são heróis por terem chegado onde chegaram, entendam quem deve ser cobrado, quem merece as críticas, isto serve de aviso para os cartolas da confederação. Aos críticos que não sabem porque não temos campeões e nem mesmo pilotos lutando por vitórias, vai um aviso: se acham que está ruim agora, saibam que vai ser muito pior amanhã.
A CBA contribui para a decadência da formação de
pilotos potencialmente capazes de chegar a F1. Porém não da pra desconsiderar que a maioria das vagas hoje para jovens na F1 são literalmente compradas, vide Sauber em 2014. então a falta de apoio e organização do esporte em
âmbito nacional e a CBA contribuem, mas não explica tudo. A nao ser que a CBA fosse tb um fundo de investimentos. Razia que o diga.
Poxa, Fábio… Está falando sério sobre Curitiba? Uma das melhores pistas do país, recebendo o WTCC até pouco tempo, figurando em jogos simuladores internacionais – e que agora vai para o pau? Ah, só pode ser piada… É, cara, fica difícil continuar curtindo assim, estão fazendo do Brasil um “país de tolos” mesmo, decepcionante. Só quero ver quando o Bernie quiser renovar o contrato com Interlagos sem nenhum piloto brasileiro no grid – mais uma morte anunciando?
Muito interessante, mas a disputa brasileira ficou apenas por conta da stockcar, isso graças ao marketing de uma certa emissora de tv. Creio que em dois anos não haverá pilotos na F1, isso se o Massa não sair ano que vem, e pelo visto o Nasr terá o mesmo futuro que o Razia. Fábio, quero parabenizá-lo pela oportunidade que teve de andar em um F1, quem sabe vc não representa o Brasil??? Abs
Oq salva a carreira de Nasr é o bom suporte e o dinheiro do BB. Isso pode e deve garantir alguma coisa pra ele ano que vem.
Mas nao ta errado no que diz Fabio, muito pelo contrario. Se nao fosse por Felipe, iriamos ficar sem pilotos na F1 mesmo…
E o preço dos carros mais caros do mundo é no Brasil, as montadoras do nosso País obtêm os maiores lucros do mundo, o Brasil têm mais fábricas de veículos do que o EUA.
Esses dia uma prima que mora nos EUA compro um tintinquento ela pagou 16 mil dolares, algo em torno de 35 mil reais e por curiosidade eu fui ver o preço por aqui, quase cai para trás… mais de 60 mil reais… E o pior não é por causa do fator Brasil é por causa da ganância mesmo.. abs
Essa diferença é basicamente de impostos, em alguns casos mais de 50% do valor que pagamos nos carros é imposto!
Fábio,
daqui dois meses não sei.. mas nos próximos dias 26 – 28 vou passar raiva.. por mais que Hungria seja largou em primeiro ganhou.. sou fã de carteirinha de F1 e a globo vai exibir o Papa F. , segundo o tazio a equipe de transmissão nem vai viajar…
sou muito grato por assistir F1 desde 1986 ( era pivetinho heimm ) na globo, mas que eles nos fazem de palhaço as vezes.. é foda.. poderiam simplesmente anunciar antecipadamente que não irão transmitir, ou irão mostrar um compacto de bom tamanho em outro horário, simples assim.
abs
Luciano
É triste, mas é a pura verdade. Se Felipe Nars não ascender à F1, ficaremos sem piloto brasileiro por uns dois ou três anos. Felipe Massa está com os dias contados. Depois de Felipe Nars só vejo o Pietro Fittipaldi com chances de chegar à F1, se existir algum outro, por favor me informem, ficaria muito feliz em saber!
BOM DIA! INFELIZMENTE FÁBIO SEIXAS É MAIS UMA UMA CONFEDERAÇÃO Q FAZ DESCASO AO ESPORTE BRASILEIRO! ISSO É UMA VERGONHA! CADEIA PARA ESSES DIRIGENTES ! ABRAÇOS, CAMPEÃO
ve se reza KKkk
Fabio, blz?
Como explicar entao, que com tantos bons circuitos por aqui, nao acontece F-1 faz ao menos 3 anos?
Abs
Questões comerciais. Mas para o desenvolvimento do esporte, é melhor ter um monte de categorias de base do que uma corrida por ano de F-1.
Abs
Se fosse só no automobilismo a gente poderia até se conformar, mas a falta de apoio e excesso the politicagem no esporte se generalizou a tal ponto que so nos resta chorar……
Que saudades daqueles tempos em que tinhamos verdadeiros representates nos orgulhando todos os finais de semana…..hoje começamos a semana derrotados pelas notícias do domingo a noite, judiação o que estão fazendo com o “País do Futuro”…….