O contrato de Piquet em 1988
11/07/13 10:12Há mais tesouros da F-1 guardados na biblioteca da Universidade da Califórnia.
Como a minuta do contrato de Piquet com a mesma Lotus para os Mundiais de 1988 e 1989. E um “código de conduta” estabelecendo os papéis dele e de Nakajima no time inglês.
Em “circunstâncias normais”, o japonês não poderia terminar uma corrida melhor que o companheiro. Por força de contrato, só poderia ultrapassá-lo caso recebesse um “sinal claro” e era obrigado a ceder posição caso estivesse sua à frente.
Com a saída de Senna para a McLaren, anunciada em setembro do ano anterior, a equipe precisou correr atrás de um piloto de ponta. A melhor opção era Piquet, já às turras com a Williams.
Mas o já veterano valorizou. Fez valer o preço dos seus então dois títulos mundiais e seu tino para os negócios. A Lotus precisou colocar a mão no bolso.
Foi ganhando muito mais do que o compatriota.
(E sem Fla-Flu aqui. A situação é normal. Os dois viviam momentos bem diferentes. Senna tinha 27 anos, era então apontado como futuro campeão mundial, mas ainda com muito a provar. Aos 35, Piquet estava consagrado, rumava para o tricampeonato, já se aproximando do fim de carreira.)
O que temos, em primeiro lugar, é um memorando de entendimento entre Piquet, Lotus e R.J. Reynolds, a dona da marca Camel. São 6 páginas, que você pode ler na íntegra aqui.
O documento começa com o mesmo padrão do contrato de Senna, estabelecendo que a equipe terá direito a seus serviços como piloto, assim como a explorar “seu nome e sua fama”.
Logo na primeira cláusula, garante que ele terá status de piloto número 1 e traz uma curiosidade: Satoru Nakajima, o número 2, assinou um “código de conduta”.
Estabelece que Piquet estava liberado de fazer propagandas de cigarro “como indivíduo”, mas que sua imagem de membro da equipe poderia ser usada.Fato bem importante está na cláusula seguinte. A data. Este memorando foi assinado em 5 de agosto de 1987, e garantia a Piquet o fornecimento de motores Honda à equipe na temporada seguinte.
Isso é relevante por dois aspectos.
Se há a suspeita de que Senna descumpriu seu contrato com a Lotus ao negociar com a McLaren antes de 8 de agosto, o vice-versa não guarda dúvidas.
Existe agora a prova de que a Lotus transgrediu o que estava acordado: negociou com outro piloto, Piquet. Mais: assinou com ele.
O segundo ponto curioso: Piquet não guardou segredo. No mesmo dia, seu empresário, Eduardo Antônio da Silva Prado, que estava em São Paulo, anunciou o negócio. Piquet disputou 8 das 16 corridas daquele campeonato de 1987 já assinado com a Lotus. Mesmo assim, ganhou o título com a Williams.
A equipe garantia a permanência de Ducarouge como engenheiro-chefe em 1988 e manifestava a intenção de mantê-lo para o ano seguinte.
Piquet não tinha direitos a boné ou a espaços no macacão. Tudo tinha de ser dos patrocinadores da equipe. Ele podia fazer propagandas de outras marcas, mas tinha de submeter os contratos à Lotus, para evitar conflitos.
À grana, em valores da época.
Piquet ganhou em 1988 US$ 220 mil de luvas, mais salário de US$ 5 milhões naquele ano _US$ 3,5 mi pagos pela equipe e US$ 1,5 mi, pela R.J. Reynolds. Senna recebeu, no ano anterior, US$ 1,5 milhão.
Para 1989, o salário foi de US$ 5,5 milhões.
Ou seja, uma grande diferença, mas não tão enorme como Piquet sempre alardeou.
Como Senna, ele recebeu uma “ajuda de custos” de US$ 40 mil para viagens, bônus de US$ 4 mil por ponto conquistado e tinha a promessa de US$ 250 mil extras em caso de título mundial.
Mas não é só. Há um outro documento, assinado entre a Lotus e a empresa que representava Piquet, a Race Ace Management Corporation, com base nas Antilhas Holandesas, um paraíso fiscal. Está aqui.
Estabelece o seguro de vida para o brasileiro: £ 750 mil em caso de morte _sete vezes o valor acertado com Senna no ano anterior.
E garante mais uma vez que Piquet “é e será o piloto número 1 da equipe” durante a validade do contrato.
Lembram do tal “código de conduta”? Está na íntegra, no anexo 1 do documento.
É contrato, preto no branco.
O carro reserva tinha de ser sempre preparado para Piquet. A estratégia era sempre “positiva” para o primeiro piloto.
Segue um tradução livre do texto acima: “Em circunstâncias normais, presumindo que o carro número 1 esteja em boas condições mecânicas, é esperado que ele termine a corrida na frente do carro número 2. Para esse propósito, o carro de apoio deve aceitar que não poderá tentar nenhuma ultrapassagem a não ser que o número 1 faça um aceno, por conta de problema mecânico, ou que receba uma mensagem clara dos pits. Da mesma forma, quando o carro número 2 estiver à frente do número 1, ele vai aceitar ordens dos pits para ceder a posição”.
Isso tem 25 anos. Mas remete a situações atuais. Não dá para não lembrar e não entender melhor as situações vividas por Barrichello e Massa na Ferrari, por exemplo.
Nada como investigar o passado para entender o presente.
Mil agradecimentos aos internautas-perdigueiros que me ajudaram nesta pesquisa: Speroff, Bruno Gibin e Leandro Galleti.
Como dito na própria reportagem, a Lotus e, talvez o Senna, não cumpriram o contrato anterior, e nem por isso foi o fim do mundo.
Cabe aos Nakajimas, Barrichellos e Massas da vida não cumprirem o que está no contrato. O máximo que vai acontecer é um distrato no futuro, mas até isso muito coisa rola. É nítido que a opiinião pública é contra este tipo de atitude e é uma arma mais importante do que o contrato firmado
Pra quem acha que primeiro piloto e jogo de equipe só acontece na Ferrari. Na maioria dos casos abaixo, a ordem era entregar a posição ao líder da equipe. Até Alan Prost tinha mordomia na Williams, Arnoux já reclamava que o francês era paparicado na Renault em 81 e 82.
Grosjean entrega 2º lugar a Kimi, que agradece com a mão Bahrain 2012
http://www.youtube.com/watch?v=IXEYYGPDVT8&feature=youtu.be
Grosjean entrega 6º lugar a Raikkonen-Cingapura 2012
http://www.youtube.com/watch?v=WooZBaxb2f8&feature=youtu.be
*Bom lembrar, Grosjean entregou posição a Kimi no GP da Inglaterra e Alemanha 2013
Líder D.Hill entrega posição a Prost GP Canada 93
http://www.youtube.com/watch?v=2HSAm0pZS04
Líder D Hill entrega posição a Prost GP França 93(em inglês)
http://www.youtube.com/watch?v=sAP9Smmix3U&feature=youtu.be
Assista a partir de 9:54 os comentários de Galvão e R.Leme.
gp da italia 1993 (Italy Grand Prix 1993)
http://www.youtube.com/watch?v=4PsIAE2NfVA
Reginaldo Leme: “Williams admitiu ordem para Prost ser campeão em 93.
http://www.youtube.com/watch?v=64nMDgrzkMo&feature=youtu.be
Massa entrega posição a Heidfeld na Sauber
http://www.youtube.com/watch?v=1ol0KTDmO54&feature=related
Fisichella entrega posição a Alonso
http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=Ia8d-oupdMs&NR=1
Ralf Schumacher recebe ordens para não tirar vitória de Hill
http://www.youtube.com/watch?v=ykI39M27y10&feature=related
Líder Coulthard entrega liderança a D.Hill-GP Portugal 1994
http://www.youtube.com/watch?v=yqY9_JSa5BU&feature=youtu.be
O escocês foi até na parte suja da pista para facilitar para Hill.
F1 1997 European GP: Hakkinen pass Coulthard and Villeneuve
http://www.youtube.com/watch?v=3RMX9NiBZd0
Notem que era para David vencer, ele estava a frente de Mikka.
David Coulthard(líder) allows Mika Hakkinen
http://www.youtube.com/watch?v=aHd8n1D4wkM
Era a primeira corrida do ano, que papelão Mclaren…
Gilles Villeneuve teve que aceitar um “pedido” de Enzo Ferrari no grid no GP de Monza 79. Gilles não podia disputar posição muito menos a vitória com o companheiro Scheckter. Curioso o comentário de R.Leme aos 3:22 do vídeo abaixo, fala sobre a situação de Gilles no campeonato, com certeza ele não sabia da “armação”.
Fórmula 1 1979 – GP da Itália(Rede Globo)
http://www.youtube.com/watch?v=t9z9dKV9uKo
Um ano antes, Peterson foi impedido por contrato de disputar o título com Andretti, e olha que Ronnie levou patrocinador para a equipe em 78. Gilles e Peterson tinham boas chances de serem campeões, nem Ferrari e Lotus permitiu.
No vídeo abaixo outro momento que a Ferrari favoreceu o primeiro piloto, novamente a placa “slow” era mostrada na F1, era apenas a quinta prova na temporada, a Ferrari não permitiu que Johansson vencesse a primeira corrida na carreira.
F1 1985 FIA Review 05 Canada
http://www.youtube.com/watch?v=sH6cNwEF5fY
Nos anos 80 houve casos em que o piloto não aceitou ordens de equipe(mas o fato é que elas existiam), caso de Reutemann, Pironi e Arnoux.
Schumacher abaixo entrega a liderança a Irvine logo no início da prova, e ainda teve que ficar atrás até a bandeirada.
Galvão elogiando jogo de equipe entre Schumacher e Irvive-Malásia-99
http://www.youtube.com/watch?v=kbsawr_3sgA
Detalhe, Schumacher entregou a vitória para Irvine para ajudar o companheiro na luta pelo título contra Hakkinen.
Fábio,
Será que seus colegas internautas-pergigueiros conseguem descobrir o contrato do Nakajima? Para vermos se no contrato dele estabelece que ele é o 2º piloto e deve se comportar como tal.
Esse cara que escreveu essa matéria é um otário mesmo. Não dá para comparar o salário de um piloto que apenas começava na F1 com o de um que já estava lá a mais tempo e já tinha sido inclusive campeão do mundo. 1988 foi o ano que Senna saiu da Lotus e foi para a Mclaren. Porque não comparar o salário de Piquet na Lotus e de Senna na Mclaren em 1988? Quanto ao otário que escreveu que Piquet era mais arrojado…….kkkkkkkkkkkkkkkk nas pistas não havia NINGUÉM mais arrojado que Senna e é por isso que ele foi o grande ídolo da nossa nação.
grande ídolo do Brasil que abriu conta nas Bahamas, igual qualquer político corrupto que você deve votar também .
Mané, político tem domicílio fixo no Brasil. A origem do dinheiro é, normalmente, fruto de ato ilícito, por isso nao declarado. Senna morava no país? Não. Seus vencimentos tinham origem desconhecida? Não. Pense um pouco, só um pouco, antes de vomitar pelo teclado.
Otários! continuem assistindo essa palhaçada..
Fábio, uma vez que os documentos estão na biblioteca da Califórnia, por serem vinculados a indústria de tabaco, será que não teria os contratos de Senna na McLaren??? Ou esta não tinha a mesma ligação com a Phillip Morris como a Lotus tinha com a R.J. Reynolds???
Putz, já imaginou que legal ver o contrato de Senna no primeiro ano da McLaren, junto com Alain Prost?!?!?!
Abcs
Fábio Seixas parabéns pela matéria jornalística-investigativa…simplesmente sensacional!! Apenas lamentamos que os contratos há 25 anos já eram pautados com estes níveis de cláusulas e que o esporte em sua essência ficava cada vez mais distante; acredito também que esses contratos não eram privilégio de Piquet ou Senna e deveriam ser mais ou menos assim para as outras equipes e pilotos; tenho curiosidade de saber à partir de qual época deixou-se para trás o romantismo e passou a vigorar o “negócio F1”.
Abs
Rodney/Race-Sorocaba/SP
Alias quem esta vivo? entao prefiro os vivos , o Senna sempre teve a midia ao seu lado, fazia muita media . draminha, o piquet nao aceitava a midia chata por isso nao tinha respaldo , tinha talento mesmo. como tem invejoso…
Amigos UMA SOLUÇÃO PARA A F1:
Somente 1 piloto por equipe !! Isto faria a F1 ser competitiva de tal forma que as corridas seriam muito emocionantes. Não teria mais este jogo de equipe e manipulação de resultados !
ta certo que piquet. sempre foi grande piloto mas rubinho, e massa sao so figurante mas senna nao aceitava esse tipo de jogada tanto e ,que pra senna segundo lugar nao seguinificava nada ele batia pra ver voar cavaco
com aquela Maclaren até eu, e isso de segundo lugar é balela, vale pontos e campeonato.
E QUANDO O NAKAGIMA CONSEGUIRIA PASSAR O PIQUET ? NEM PRECISAVA ESCREVER ISSO !
Boa tarde enfim sabemos agora por que nossos pilotos mesmo talentosos acabam ficando em segundo plano quando correm com pilotos mais consagrados como o Michael e o Fernando, uma pena por que toda a visão de que em corrida deveria vence o melhor cai por terra uma pena.
sempre pensei isso mas só agora com tantos pilotos brasileiros sendo constantemente segundos imagino como deve ser frustrante não poder passar…daí surge minha indignação com eles pois, pelo que ganharam já, não precisam mais se humilhar por grana, teriam mais respeito dizendo simplesmente que não aceitam mais isso e pronto…a vida não é só formula 1…
Por estas e outras é que prefiro muito mais AMA SuperCross ,AMA Motocross e MotoGP.
Lá é pau puro, não tem jogo de equipe. Na pista é cada um por si
A F1 é um esporte, e no esporte tem que existir a competição, mesmo dentro da equipe, porque na relação da FIA são escritos os pilotos que concorrem ao título de campeão do ano.
Como admirador e espectador sou contra.
SEVERINO
No Brasil tudo acaba em Fla-Flu. Piquet era mais técnico, conhecia muito mais mecânica do que Senna. Já este era mais arrojado (até insano) e muito mais obstinado. Enfim, dois dos maiores e mais marcantes pilotos da história do automobilismo.
Não esqueça do Emersol Fittipaldi, o “rato”, que por merecimento, deve compor este trio
Concordo com você Marcelo. Discussões bestas que não levam a nenhum lugar. Acho engraçado como temos muitos mecânicos brasileiros que trabalharam na F1 aqui, é um tal de fulando era acertador, criou nao sei o que, fez o carro tal ser o melhor. Eu é que sou mal informado pelo jeito. kkkkkk
Piquet era o piloto número 1, a crítica dele ao Rubinho era ele se contentar em ser o piloto 2. O Piquet está 100% correto com a atidude do campeão que foi.
Só um detalhe, se isso é ou não ético são outros 500. A questão aqui é a atitude de querer ser o melhor.
Besteira, e o contrato do Nelsinho na Renault com o Alonso? Memória curta…
“Isso tem 25 anos. Mas remete a situações atuais. Não dá para não lembrar e não entender melhor as situações vividas por Barrichello e Massa na Ferrari, por exemplo.
Nada como investigar o passado para entender o presente”.
Fantástica a análise, Fábio. A diferença – e a indignação – é que antes era a “nosso” favor e agora não.
Do ponto de vista do inconformismo e da indignação, parece saudável pensar que “ou vale pra todos ou não vale pra ninguém”.
Exatamente, quando era a nosso favor, nunca iríamos admitir isso mas hoje achamos um absurdo hehehe, vale lembrar que Ayrton Senna foi um piloto maravilhoso e excelente ser humano, mas como 1 piloto não era nem um pouquinho melhor que o Alonso hoje, sempre quis o que havia de melhor na equipe para ele, mas também nunca aceitou ser o numero 2
Perdi meu ídolo!
isso é uma vergonha é por essas e outras que esse “lixo” de esporte perde telespectadores todos os anos
e o pior ainda é um piloto se sujeitar a isso tipo o Sr. Barrichelo
nossa quanta raiva do Barrichello, ele ganhou pouquinho pra fazer isso, melhor mesmo era ele ficar trabalhando de balconista na loja de material de construção do pai dele.
É caro Fábio, imagino que você deve ter feito esse exercício, se essas coisas estão em um contrato de 25 anos atrás, época em que os pilotos eram mais despachados, davam entrevistas, pilotos e equipes eram mais abertos e acessíveis e a gente achava que tudo se decidia na pista, imagina hoje???. O Massa deve precisar da concordância do Alonso até pra ir ao banheiro, fica até suspeito por ex, essa rodada dele na última corrida, o sujeito não deve nem poder falar que o carro quebrou, a menos que seja nítido. É a oficialização do “It`s fasther than you”, essa matéria é um punhal nos coração dos que crucificam Massa e Barrichello, agora sabem o que os caras são obrigados a engolir, alguns dirão, se assinou, não pode reclamar, agora coloquemo-nos na posição do piloto, com a chance, talvez única de dirigir para Ferrari, o sujeto acaba aceitando. Para mim a F1, fica ainda mais suspeita, e de agora em diante devemos pensar bastante antes de descer a lenha nos pilotos.
pelo contrário, para mim esse documento é uma punhalada nas costas de quem defende Massa e Barrichello, eles se submeteram a isso porque não confiam em seu próprio potencial, se tivessem qualidade teriam coragem de recusar tais obrigações, assim como faziam Piquet, Senna, Prost e hoje Alonso, Vettel também fazem. Alguém em sã consciência acha possível comparar Massa com Alonso, e pior, comparar Barrichello com Schumacher?
ah ta e vc acha que eles deveriam recusar 10 ou 20 milhões de dólares por ano só pra você ficar em paz, muito simplista o que você disse, parece que eles fazem isso de graça. e nem é questão de confiar ou não no potencial, você fala como se tivesse 100 carros de F1 pra eles escolherem.
Se o contrato foi assinado dia 5 de agosto, temos que colocar no contexto que isso aconteceu poucas semanas depois daquele GP da Inglaterra famoso pela grande ultrapassagem do Mansell em cima do Piquet.
Lembro que nessa corrida a equipe tinha determinado que seus pilotos não parariam nos boxes para trocar pneus, seguindo uma recomendação da Goodyear. Mansell alegou que seu carro estava com muita vibração e entrou nos boxes, aproveitando os pneus novos para descontar uma absurda diferença e chegar na frente. Após aquela corrida, Senna liderava o campeonato com Mansell e Piquet empatados em segundos. Acredito que naquele momento, lembrando das insatisfações do Nelson, ou as negociações começaram ou o martelo foi batido.
Teve ainda logo em seguida o GP da Alemanha, com vitória do brasileiro. E a Lotus era uma baita alternativa, graças aos motores Honda, um bom corpo técnico e não ter um segundo piloto mala enchendo o saco.
Abraço,
Luiz C T Rodrigues
O Piquet sempre foi muito mais arrojado tanto nas pistas quanto nos negócios. Era um piloto superior a todos de sua época, inclusive ao Senna. Não é à toa a diferença salarial.
O melhor piloto que a F1 já teve em todos os tempos. Revolucionou a F1.
Fabio, creio que ler esses contratos tambem ajudam a entender melhor algumas mensagens de radio atuais. Suspeito que, quando Rosbergs e Grosjeans da vida dizem no radio que estao “bem mais rapidos que o companheiro a frente”, nao estao somente pedindo “informalmente” o direito de passar, mas possivelmente estejam apelando formalmente para clausulas contratuais, como que dizendo “verifiquem se ele nao esta com problemas mecanicos, pois nesse caso meu contrato me permite a ultrapassagem”. Talvez nao seja a toa que a resposta seja sempre “ele esta lento porque nos pedimos para que reduzisse o ritmo [e nao pq tem problemas]”.
Maria Paula.
Cai na real! Em todos esportes é a mesma coisa.
você não viu a declaração do Dana White?
Ele disee: “Spider será ‘nocauteado pela realidade’ e vai pedir revanche”.
Ou seja, será que o Anderson Silva perderia mesmo a luta ou será que ele entregou a luta por um pouco mais de grana para sua aposentadoria?
Parabéns Fábio por tornar público para nós esses contratos. Você é o Snowden do automobilismo……
Até tu, Nelson? Nakagima foi foda! Depois dessa, devemos ter cuidado ao criticar Webber, Rosberg, Massa… E tirar o chapéu pra Mclaren, equipe que melhor gerência no quesito igualdade seus pilotos.
Será mesmo?!?!?!
Sabe que fiquei com a mesma dúvida? Será mesmo?
mas sinceramente não precisava existir essa clausula Nakajima nunca ia conseguir incomodar o Piquet.
Vamos ver os resultados dos dois anos do Piquet e Nakajima na Lotus e ver quantas vezes o Nakajima chegou perto do Piquet… A diferença de talento, conhecimento e coragem era brutal.
Vejamos:
Fizeram juntos 32 corridas;
nenhuma vitória, nenhuma pole;
3 podiuns pro Piquet, nenhum pro Nakagima;
1 volta mais rapida pro japones, 0 pro Piquet;
Piquet terminou 12 vezes nos pontos, Satoru 2 vezes;
Piquet fez 32 pontos, Satoru 4 pontos.
O japones nao incomodava nem um pouco…
O da Honda com a Lotus: http://legacy.library.ucsf.edu/tid/wdm14j00
Tem os valores e até o dever de dar tres carros de corrida para a Honda.
Em um trecho a Honda indica Nakajima como piloto e diz ela que pode designar o piloto da temporada seguinte…
Legal isto, hein… hehe
Primeiro piloto já existia antes mesmo da F-1 ser criada Maria Paula, o problema no Brasil é a falta de informação, torcedor sempre foi na balada do Galvão, e ele esconde muita coisa, faz isso pra “endeusar” pilotos brasileiros, ao mesmo tempo SATANIZAR pilotos de fora. Se for observar, Schumacher ou Alonso não fizeram nada diferente de outros campeões de outras épocas, por serem os melhores do grid eles exigem mesmo. No caso de Schumacher ele tinha o direito de liderar a Ferrari porque trocou um time que ganhava tudo em 94/95 pra correr em um time que não ganhava nada na Ferrari. A equipe italiana foi apenas leal com o alemão: “Se você largar a Benetton no auge, garantimos apoio total na Ferrari”. Foi com Schumacher que a Benetton chegou ao topo, e foi com o alemão que a Ferrari começou a sair da lama em 96/97/98 até chegar ao domínio nos anos 2000. Rubinho chegar depois e querer dividir o time, no minimo é uma piada…o alemão não caiu nessa, e fez muito bem. Andretti também fez isso com Peterson quando o carro “asa” estava pronto pra ser campeão em 78.
Piquet e Alonso não tiveram essa lealdade na Willams e Mclaren, mas isso aconteceu porque houve patriotada, Mansell e Lewis eram pilotos britânicos. Só que deixar dois bicampeões “na mão” como Piquet e Alonso foi um erro gravíssimo, quando eles sairam o time “despencou” tecnicamente. Pra vc ter idéia, a Honda não gostou nadinha de perder o título de 86, foi um dos motivos da fábrica deixar a Williams em 87, curiosamente seguiu Piquet e Senna em outras equipes. A Honda apostou tudo em Piquet, foi ele quem desenvolveu ao extremo o motor Honda em 86/87, Piquet por mérito tinha o direito de liderar a Williams, mas a equipe mesmo com Frank Williams em 87 tinha outros planos, ajudar Mansell a ser campeão.
Os casos abaixo comprovam que PRIMEIRO PILOTO sempre existiu no automobilismo, jogo de equipe sempre foi rotina em todas as décadas da F-1.
Hilário que só foi dar confusão quando teve brasileiro no rolo(2002 e 2010), mas não tem como negar, Schumacher e Alonso estão anos-luz a frente de Barrichelllo e Massa na F-1. Quando aparecer um brasileiro fora-de-série pode ter certeza, ele vai exigir tudo na equipe.
Luigui Fagioli ficou famoso por sua determinação e por seu temperamento explosivo. Em 1934 muito antes da F-1 existir, correndo uma prova pela Mercedes em pleno Nurburgring, recebeu ordens para ceder a vitória a um companheiro de equipe. Furioso, parou o carro na beira da estrada (a corrida era disputada em uma rodovia) e voltou para casa, deixando a equipe.
Em 1951 Fagioli era companheiro de equipe de Juan Manuel Fangio, e à altura do Grande Prêmio da França o argentino disputava o título com Giuseppe Farina. Durante a prova Fangio teve problemas com seu carro, e usando um artifício permitido pelo regulamento, a Alfa chamou Fagioli (líder da prova) para os boxes e entregou seu carro a Fangio(para Fagioli ceder é porque tinha algo no contrato). O argentino venceu a prova, mas de acordo com o regulamento, a vitória e os pontos foram repartidos com Fagioli. Bom lembrar, Fagioli entregou a liderança e terminou em 11º lugar. Era apenas a terceira prova da temporada de um total de sete, ou seja, Fangio foi favorecido muito antes da temporada terminar.
Em 1956 Peter Collins chegou à ultima prova do campeonato em Monza numa posição em que poderia ser campeão do Mundo. Fangio liderava a corrida mas teve um problema na coluna de direção indo para os boxes. A equipe ordenou a Luigi Musso para que cedesse seu carro a Fangio(de novo?), mas o italiano recusou. Contudo, o piloto argentino teve carro para prosseguir a corrida e alcançar o título. Carro cedido por… seu rival, Peter Collins. Como podem ver, a coisa era até pior que os dias de hoje, Collins tinha chance de ser campeão, mas foi obrigado a favorecer Fangio.
Mais tarde, quando a corrida terminou, Fangio celebrava o seu segundo lugar da corrida (vencida por Stirling Moss) e conseguia os pontos suficientes para ser campeão do mundo pela quarta vez. Perguntou-se a Collins o porquê deste gesto de aparente fair-play. A resposta foi simples, mas hilária:
“Sou demasiado novo para ser Campeão do Mundo”
Peço licença a quem estiver lendo…HAHAHAHAHAHAAHA!!!
Acredite quem quiser, mas eu não engoli essa desculpa “Sou demasiado novo para ser Campeão do Mundo”, Collins recebeu ordens da equipe para ceder o carro a Fangio. Luigi Musso se recusou, mas Collins aceitou sem reclamar bem ao estilo CAPACHÃO Coulthard…Collins foi um banana essa que é a verdade, tinha chance de ser campeão, mas se rendeu aos caprichos do time que bajulava Fangio.
Alguns vão lembrar que corridas em duplas ou trincas eram permitidas na década de 50. OK, mas porque Fangio era sempre o favorecido? O argentino nunca cedia seu carro, sempre ele era o piloto que pegava carro emprestado. Em alguns casos, sequer o carro de Fangio quebrava, ele sentia que o carro não estava bom, parava no boxes e pegava carro do companheiro que estava melhor(caso do líder Fagioli). Oras, assim é fácil ser pentacampeão…
Schumacher ao saber dos contratos de Senna e Piquet deve estar dando boas risadas…
Esfrega esse contrato de Piquet e Senna na cara do boca de balde do Galvão…
excelente comentário amigos. Moral da história: É primeiro piloto quem pode e não quem quer. Mas acredito ainda que só funciona esta estratégia quando há uma enorme diferença de pilotagem entre os pilotos, pois qdo são do mesmo nível a coisa muda. É só lembrar da Mclaren 88-89. Quem seria o segundo piloto? Senna. Seria uma baita mancada.
Pior de tudo é que o Piquet sempre criticou o Rubinho, e agora como fica????????
Ora… ele sempre criticou o Rubinho, e não o Schumacher… A crítica ao Rubinho é justamente pelo fato de ele aceitar ser o número 2.
Vish
E o filho dele, Nelsinho? Aceitou ser segundo piloto, levava ferro do Alonso até ficar tonto. Cadê seus argumentos? E ainda aceitou fazer parte do SingapuraGate. Gente finíssima essa galera.
Fica que a crítica se mantém.
O contrato do Piquet era para ele ser o primeiro piloto e não para ser o eterno segundo…
Não, ele não criticava o Rubinho. Quando o perguntavam sobre as possibilidades de Rubinho ser um piloto de ponta todo o ano, ele dizia: “Se fosse bom, já teria sido campeão.”