Sorte ou revés
05/07/13 03:00No comunicado de imprensa da Lotus pré-GP da Alemanha, Raikkonen fala sobre a explosão do pneu de Vergne, bem à sua frente, em Silverstone, no domingo passado.
“Achar pedaços de borracha grudados no seu capacete não é a situação ideal”, diz.
Foi mais do que isso. Ao explodir, o pneu arrebentou também partes da carenagem do Toro Rosso. Ao final da prova, o finlandês encontrou farpas de fibra de carbono incrustadas em sua luva. Não é preciso explicar o perigo que isso representa.
O relato de quem estava nos boxes indica despreparo com a situação.
“De repente mandaram a gente aumentar a pressão dos pneus para 22 PSI. Depois, para 24. Um absurdo. Os pneus estavam inflados, pareciam bexigas de festa”, contou uma testemunha.
A calibragem normal de um pneu de F-1 é 18 PSI.
Todos apontaram o dedo para a Pirelli. Que, em reação, primeiro apontou o dedo para as equipes e depois recuou, mais uma barbeiragem de seu departamento de relações públicas.
Fato é que a F-1 teve muita sorte de ninguém ter se machucado. A direção de prova assumiu um risco ao não suspender a corrida. Contou com a sorte, que desta vez a ajudou.
E está aí, na opinião deste colunista, o xis do problema. Pirelli e equipes têm suas parcelas de culpa. Mas tudo isso só ocorre por conta da inoperância da FIA sob a gestão Todt.
Primeiro, ao não rever a proibição de testes. Essa medida foi tomada ainda por Mosley, como forma de conter custos numa época em que havia duas fornecedoras de pneus e os treinos privados aconteciam quase todas as semanas.
Com o monopólio _também obra de Mosley_ o veto total não faz mais sentido. Até porque não há a necessidade de correr para desenvolver um produto antes do concorrente. A Pirelli marcaria duas ou três sessões ao longo do ano e pronto.
Em 2014 haverá quatro sessões de testes durante a temporada, por conta das drásticas mudanças técnicas que vêm pela frente. Mas e nos últimos anos? E os pneus? Não mereciam atenção especial?
A FIA não pensou nisso.
A FIA também mostra sonolência quando deixa as equipes pressionarem a Pirelli, cada uma com sua preferência.
A fabricante tentou introduzir mudanças a partir do Canadá para evitar que pneus deschapassem. Ferrari, Lotus e Force India foram contra, afinal estão se dando bem com os compostos de 2013. Todt só observou, não fez nada.
Agora, a Red Bull sugere a volta dos pneus de 2012, com os quais teve sucesso. As outras olham para o próprio umbigo se opõem. Todt só observa.
Ou a FIA toma uma atitude ou continuará contando com a sorte. Que uma hora sempre acaba.
(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)
Para mim, existe apenas um culpado. Quem aprovou o monopólio de pneus na F-1!!!!!
Fábio, você afirma que “Não. Até porque Nurburgring oferece menos força G aos pneus. Abs”. Não seria a força centrífuga? Tal força, nas curvas, provoca muita deformação nos pneus, pdoendo levar o pneu a mudar para uma forma onde o limite da resistência (ou de deformação por plasticidade) em um dos lados do pneu passa do limite?
Se um pneu tão exigido é desenvolvido para funcionar a 18 psi e colocam 24 a fabricante tem que ser totalmente eximida de qualquer responsabilidade por estouros, seria o mesmo que falar que um caminhão não cabe muita carga e colocar muito mais do que ele é capaz e depois reclamar que ele quebrou.
Só para ter idéia, 24psi esta 33% acima do correto, seria o mesmo que um pneu de passeio de 30psi rodar com 40psi sem considerar que ele é feito para passar em buracos e todo quanto é tipo de problema e não tem compromisso com peso e desempenho extremo.
A Firestone deve estar rolando de rir dessa “pior”relli. A Firestone tem q encarar cada pista ruim na F.Indy. E nunca ví acontecer essa vergonha de pneu estourando em plena pista.
Deschapar correto é dechapar. Na tranmissão da Globo conseguiram falar o tempo todo dichapar (com “i”). Pobre ‘última flor do Lácio…” :||
Bons tempos em que havia a concorrência, obrigavam a melhorar continuamente e prestar assessoria eficiente às equipes. Michelin, Bridgestone, Firestone, por exemplo. Esse negócio de monopólio só prejudica, acomoda e os tornam relaxados. Ou até relapsos. A instrução de aumentar de 18 para 24 psi é um absurdo total, totalmente contra o bom senso.Não são pneus de caminhões ou de tratores, mas sim de peças de precisão. A competição é saudável, exemplo motores, chassis. O Bernie está dando não apenas um tipo, mas muitos tiros contra seus próprios pés ao insistir no foco atual. Se continuar assim, vai acabar com a Fórmula 1… mas, ele que é bilionário e teve (e ainda tem) boa vida, nem vai sentir. Quem sentirá será a parte que sobrar depois – autênticos órfãos, que levarão bom tempo para reestruturar.
Porque é difícil encontrar notícias sobre a GP2 ? O único piloto brasileiro em condições de nos representar em um futuro próximo na F1,não é nem citado.
Este é o problema… ninguem esta lá para te representar ou representar alguem que nao seja o seu patrocinador ou equipe.
O relato do Alonso, que viu o pneu do Perez explodir na sua frente, também é bem chocante, e ele faz referências ao acidente do Massa na Hungria.
Da última vez que a Formula 1 flertou com a insegurança, morreram dois pilotos em um final de semana…
Que houve um erro de fabricação e/ou montagem, isso é bem claro, assim como a falta de testes, que seriam bons para todos, equipes e fabricante de pneus mas, a meu ver, houve uma “gritaria” exagerada por parte dos pilotos, talvez pela decepção de estar fazendo uma ótima prova (Hamilton e Massa, por exemplo). É claro que a segurança é fundamental mas num esporte de alto risco como é o automobilismo, nunca se terá 100% de segurança, isso é impossível, aliás, é impossível em tudo, inclusive no nosso dia-a-dia. Já aconteceram situações bem piores do que essas do GP inglês e a que primeiro vêm à minha mente, é o que aconteceu com o Mansell, em Adelaide-86, na disputa do título, aliás, uma época em que piloto era piloto e não um “embaixador” de empresas, excessivamente ocupado com os compromissos “profissionais”, eventos, viagens e outras mordomias. Querem segurança, vai uma sugestão: façam corrida de autorama ou, então, de simuladores.
A questão é que nunca vi uma corrida com tantos pneus estourados como nesta última. Os pilotos tem razão de reclamar porque isto pode provocar um acidente grave por um erro que pode ser evitado.
Claro que eles tem o direito de reclamar, só acho que exageraram. Não deveria acontecer mas acontece. E um acidente grave pode acontecer em qualquer situação e não apenas com o estouro de um pneu. E eles ganham muito dinheiro para isso. Como se diz: Faz parte do show. Quem não concorda, que saia!
Fabio ,você poderia explicar para um telespectador como distinguir se um pneu foi montado ao contrario como o fabricante afirma ?
A pergunta deve se ao fato de isso ser uma maneira de um mecânico(equipe) decidir quem vai ganhar dentro da mesma equipe ,houve varias corridas que vários pilotos inexplicavelmente perdia rendimento ao trocar os pneus enquanto o primeiro piloto ou mais queridinho mantinha o rendimento .
No visual, à distância, não dá para distinguir…
Abs
Fábio você acha que nesta corrida os problemas podem voltar a acontecer ?
Não. Até porque Nurburgring oferece menos força G aos pneus.
Abs
Como diria o narrador “Que fase”!!!
Essa ideia de pneu farofa, asa movel, Kers, limitação de estrategia de combustivel, proibição de testes não estao com nada!! tudo errado, F1 é boa so pra quem nao entende e assiste esse espetaculo enganoso e mentiroso.