Rosberg, num GP sem segurança
30/06/13 10:47A vitória foi de Rosberg. A terceira da carreira, a segunda no ano, parabéns para ele.
Mas o destaque da corrida foi a Pirelli.
Destaque dos mais negativos.
Quatro pneus explodiram de forma idêntica, e por sorte ninguém se machucou. Um quinto pneu esvaziou.
E não duvido que a conta suba com os relatos dos pilotos e engenheiros após a corrida.
Um vexame. E um vexame perigoso.
Silverstone viveu um bom GP, mas uma tarde estranha, com receio, com medo, com conversas intensas pelo rádio.
Algo precisa ser feito. E a empresa, no mínimo, precisa se pronunciar.
Na largada, os grandes nomes foram Vettel e Massa.
O alemão superou Rosberg e pulou de terceiro para segundo. Massa fez mágica: saindo em 11º, contornou a primeira curva em 6º.
O top 10 na primeira volta, Hamilton, Vettel, Rosberg, Sutil, Massa, Raikkonen, Ricciardo, Grosjean, Alonso e Button.
Na ponta, o inglês tratou de tentar abrir vantagem. Na quinta volta, tinha 1s9 sobre o alemão. Na sétima volta, eram 2s.
Foi então que começou o vexame.
A TV mostrou uma torcedora gritando “noooooo!”
Yes, madam.
Na oitava volta, o pneu traseiro esquerdo de Hamilton, tipo médio, foi pelos ares em plena Woodcote. Ou seja, um enorme caminho até os boxes e a vitória indo para o espaço.
Um absurdo, uma vergonha para a Pirelli.
Na décima volta, mesmíssimo vexame aconteceu com Massa. Mesmíssimo ponto da pista, mesmíssimo tipo de pneu.
Uma pena, o brasileiro vinha fazendo uma belíssima prova.
(Imaginem vocês a cabeça dos outros 20 pilotos tendo que acelerar a mais de 300 km/h e sendo informados pelas equipes que pneus estavam explodindo…)
Não por coincidência, começaram os pit stops.
Todo mundo entrou nos boxes e, via de regra, a opção _até pela segurança_ foi pelos pneus duros.
Na 15ª volta, acreditem: o pneu traseiro esquerdo de Vergne explodiu. E era o duro.
Alguém acha que é coincidência?
A direção de prova ordenou a entrada do safety car. Não havia carro atravessado na pista, não havia detritos…
Claramente foi um paliativo para reduzir a velocidade dos carros enquanto os comissários e a Pirelli tentavam entender o vexame e decidiam o que fazer.
Ninguém pediu minha opinião, mas eu disse no ar nas rádios Bandeirantes e BandNews FM: tinham que encerrar a corrida.
Já houve um precedente: em 2005, a Michelin reconheceu que seus pneus não ofereciam segurança em Indianápolis e nenhum dos seus carros disputou a prova. Mesmíssimo caso. Mas talvez falte humildade à Pirelli.
Enfim…
Para não passar em branco: instantes antes do susto de Vergne, a Lotus mandou um “Kimi is faster than you” para Grosjean. Lamentável.
A relargada veio na 20ª volta, com todos os pilotos orientados pelo rádio a não atacarem as zebras.
Vettel segurou a ponta, abrindo 1s3 sobre Rosberg em duas voltas. Alonso, em quarto, passou a pressionar Sutil.
Lá no fundão, Hamilton e Massa tentavam se recuperar. Na 25ª volta, o inglês já era 13º e o brasileiro, 17º.
Na 26ª volta, o quarto caso: o pneu de Hulkenberg não explodiu, mas esvaziou subitamente. O alemão precisou dirigir lentamente até os boxes.
Quatro voltas depois, Raikkonen abriu a segunda janela de pits entre os pilotos da ponta. Alonso e Grosjean pararam na seguinte. Na 32ª, Webber entrou. Na 33ª, Ricciardo e Button.
Na 33ª, Raikkonen passou Hamilton na Copse. Alonso aproveitou e fez o mesmo. Embora lutasse, o carro do inglês não tinha mais o mesmo ritmo do início.
Rosberg parou, Vettel também entrou, posições inalteradas na ponta com 2s8 de diferença entre ambos no retorno à pista.
Um pouco mais atrás, Webber passava Alonso para assumir o quarto lugar.
O top 10 ao fim da segunda rodada de pits,: Vettel, Rosberg, Raikkonen, Webber, Alonso,
Sutil, Ricciardo, Pérez, Grosjean e Button. Massa era o 13º.
Foi quando a TV mostrou um senhor aplaudindo na arquibancada.
Yes, sir.
Na 42ª volta, a caixa de câmbio de Vettel quebrou. Ele teve de estacionar em plena reta, em frente aos boxes. Vibração da torcida inglesa em Silverstone.
O safety car foi acionado mais uma vez, e houve corre-corre nos boxes. Quem estava por perto da entrada dos pits, aproveitou para fazer a última parada.
Alonso foi o primeiro. É, além de tudo o espanhol tem muita sorte…
A relargada veio na 45ª volta. E o final de prova foi sensacional.
Webber passou Ricciardo pela quarta posição. Alonso superou Button e assumiu o sexto lugar.
Foi quando mais um pneu explodiu: o traseiro esquerdo de Pérez. O mexicano teve de abandonar.
Na 48ª, Alonso e Hamilton superaram Ricciardo. Massa, diga-se, já era o oitavo.
Com pneus médios, lutando contra adversários de pneus duros, Webber deixou mais um pra trás na 49ª: Raikkonen. Chegou à segunda posição.
Alonso e Hamilton também seguiam fazendo vítimas. Ultrapassaram Sutil. Massa já era o sétimo.
Na antepenúltima volta, Alonso passou Raikkonen e assumiu o terceiro lugar. Webber tentava tudo para se aproximar de Rosberg: apenas 1s3 os separava.
Hamilton passou Raikkonen na penúltima volta. Instantes depois, Massa superou Sutil.
Ufa. Foi difícil não perder nenhum lance. Se aconteceu, peço desculpas. O final de prova foi dos mais alucinantes…
Rosberg cruzou a linha de chegada com 0s7 sobre Webber. Alonso terminou em terceiro.
Hamilton foi o quarto. Que corridaça do inglês.
Raikkonen foi o quinto, seguido por Massa, Sutil, Ricciardo, Di Resta e Hulkenberg.
Um resultado lindo para Alonso. Ele foi a 111 pontos e reduziu a vantagem de Vettel no campeonato. Era de 36 pontos quando a F-1 chegou a Silverstone, caiu para 21 agora. Raikkonen é o terceiro, com, 98.
Vettel continua sendo o favorito ao título, mas nada está garantido e o campeonato ganha emoção.
Mas isso, hoje, é detalhe.
“A Pirelli precisa trabalhar. É uma questão de segurança, estamos falando da vida dos pilotos”, disse Pérez.
“O que aconteceu é inaceitável”, falou Massa.
Disseram tudo.
O massinha já participou de vários “…GATES” desde a época Shumacher até agora. A única diferença é a parceria vitalicia que a equipe “Ferraz” tem com a Ferrari International AutoRace que não deixa que eles sejam descobertos. Mas, como ninguém vai se purificar no céu, acho que tanto alonso como massa já vem pagando seus pecados em suaves prestações. Beijo p/ vcs.
a difrença é que você esta inventando essa notícia, Hamilton e Rosberg sim Pirelli gate, malandragem gate
a o Ross nem precisa falar Rossgate, Mercedezgate.
Hamilton é dissimulado , faz Pirelli gate e fica posando de bom moço , enche o box da Maclarem de pessoas da noite, a ponto do Ron deniis proibir a entrada de vários depois disso, não que eu tenha nada contra, mas eu não fico depois pousando de bom moço, ou seja Hamilton se fosse brasileiro seria igual a esses políticos corruptos que tem no poder, fazem uma coisa e pro público jogam pra torcida, não quero nem pensar nisso.
SEE YOU IN HELL…KISSES.
Com certeza você ira
“Já houve um precedente: em 2005, a Michelin reconheceu que seus pneus não ofereciam segurança em Indianápolis e nenhum dos seus carros disputou a prova. Mesmíssimo caso. Mas talvez falte humildade à Pirelli.”
Em 2005 o GP dos EUA no velho oval foi disputado com seis carros. Talvez o que falte pra Pirelli, além de humildade, seja concorrência mesmo. Daí a acomodação. Daí esse gosto amargo de “danem-se vocês!” que ela deixou na boca de todo mundo depois dessa corrida.
Infelizmente foi um sonho de verão a vitória da lotus no início da temporada. O time parou de evoluir. E só ainda está na parte de cima da tabela porque conta com um fora de série, Kimi – veja a posição de Grosjean. E até mesmo a parte boa da equipe, a estratégia, está decaindo. Kimi não foi pro pódio por um erro grotesco da equipe – o de não chamar kimi assim que o safety car entrou devido a quebra de Vettel. Foi deprimente ver o finlandês não poder fazer nada quando weber e alonso e hamilton chegavam e passavam, pois contavam com pneus menos desgastados. Espero que na dança das cadeiras o finlandês vá para a Red Bull – ou, em outras palavras, que Vettel não o vete .
“A direção de prova ordenou a entrada do safety car. Não havia carro atravessado na pista, não havia detritos…” Creio que houve um pequeno engano de sua parte. Havia detritos e a pista foi varrida. Ao menos a TV nos mostrou isto. Quanto aos pneus, ainda é cedo para comentar o quê houve. Sem dúvida um sério risco para os pilotos. Mas e o que não estouraram? Sutil não foi o que demorou mais para fazer o pit e trocar pneus? Há muitas causas para serem analisadas como ocorre em todos os eventos. Do resto, um final sensacional.
Fábio,
Você percebeu a lista dos pilotos com pneu estourado? Hamilton, Massa, Vergne, Perez, Gutierrez.
Uma coisa em comum que tem esses pilotos: são os que mais levam o equipamento ao limite e tem pilotagem agressiva.
Sei que não é uma novidade, mas se a bridgestone voltar a F1, a vida desses pilotos seria outra…
Ninguém se lembrou de que mais uma vez o Kimi pontuou e, assim, bateu o recorde de regularidade do Schumacher?
Não, Wilson. Ninguém lembrou. Ninguém lembrou nem vai lembrar que, na imagem recuperada da largada pela câmera do Alonso, passou um petardo vermelho pela esquerda, como se todo mundo no grid ainda estivesse parado, e só ele tivesse largado. Ninguém vai lembrar do monte de coisas espetaculares que aconteceram nesse fim de semana naquele que já foi chamado de “Silvastone”. Porque a marca desse GP da Inglaterra de 2013 foi, infelizmente, a incompetência e a (nossa velha conhecida) impunidade. Abraço.
Fabio todo mundo fala de segurança. Pensando em uma batida por causa dos pneus. Eu penso no risco de um pneu estourar e a capa de borracha com arames ir na cabeça de algum companheiro. Parece que pode causar ferimentos sérios.
Provavelmente vou ser mal interpretado por alguns, mas automobilismo em geral, assim como o futebol aqui no Brasil, cartolas/executivos e a coletividade envolvida não perdem a oportunidade de reclamar, cornetar e ironizar, mas todos se merecem. Até hoje, nesta questão dos pneus, ninguém se importava com a segurança dos pilotos (afinal, seguros de vida servem pra isso, e sempre tem alguém para jogar a culpa), apenas nos “supostos” décimos e centésimos que o concorrente ganharia com uma troca do produto. Mas como seus lucros e imagens estão sendo questionadas, fazem reuniões de emergência e se fazendo de vítimas. OK, antes tarde do que nunca, mas se não houver consenso, que apontem o dedo para o que não concorda (sim, eu sei, estou pedindo demais). Por enquanto, vai cair tudo nas costas da Pirelli, que concordou – e parece que ainda paga por isso – com um maiores exemplos de anti-marketing da história.
A macumba do Alonso funcionou, o Rosberg agradece, o Hamilton deve estar chingando a Pirelli até agora, o Vettel apesar do abandono ainda está com boa vantagem, o Massa mais uma vez lamenta, o terceiro lugar foi satisfatório para o Alonso, mas o Pneu Pirelli tem que ser mais resistente e não pode explodir em tão pouco tempo numa curva ou numa reta, e a FIA tem que tomar alguma providência valendo pela segurança dos pilotos. Um piloto que derrepente fica com três pneus na pista, não é emocionante, é perigoso!