Rebelde com causa
14/06/13 03:00No ano passado, após sete etapas, o líder do campeonato era Hamilton, com 88 pontos. Alonso tinha 86. Vettel aparecia em terceiro, com 85.
No final da temporada, tricampeonato do alemão: 281 pontos contra 278 de Alonso.
Raikkonen se intrometeu na terceira posição. O inglês, em crise com a McLaren, terminou apenas em quarto.
Em 2013, após as mesmíssimas sete corridas, o cenário é bem diferente. Vettel soma 132 pontos, contra 96 de Alonso e 88 de Raikkonen.
Ok, 2012 foi atípico, de equilíbrio inédito na história da F-1 _até aquele momento, sete pilotos haviam vencido GPs. A distribuição de pontos foi farta. Tanto que a pontuação do líder, há um ano, é a do terceiro colocado hoje.
Mas, como os carros pouco mudaram de uma temporada para outra, o sistema de pontos é idêntico e os protagonistas _salvo Hamilton_ continuam os mesmos e nas mesmas escuderias, a comparação parece honesta.
E a conclusão salta aos olhos: a não ser que uma inesperada revolução aconteça, Vettel deve conquistar o tetra.
A pergunta que se faz, então, é: como isso aconteceu?
A explicação mais rasa e óbvia está linhas acima: este está sendo um campeonato “normal”, e o último é que foi um ponto fora da curva.
O buraco, porém, é mais embaixo. O motivo para isso nada tem a ver com o acaso.
Foi fruto de ação humana. Teve o dedo de Vettel.
Malásia, 44ª volta da segunda etapa do Mundial. Em vez de seguir as ordens da equipe, o alemão partiu para cima de Webber, fez a ultrapassagem, ganhou a prova.
O australiano chiou. A polêmica tomou o paddock.
Vettel foi crucificado, acusado de desleal _com razão.
Depois pediu desculpas. Que me convenceram tanto quanto promessa de político.
Mas o fato é que ali, no início do Mundial, com aquela desobediência, seguindo seus instintos de competidor em vez de instruções pelo rádio, Vettel aniquilou qualquer chance de equilíbrio no ano.
A questão não está nos sete pontos que separam vencedor e segundo colocado. Isso é detalhe. Está nos reflexos daquela atitude.
Se aquela vitória tivesse ficado com Webber, teríamos assistido a um início de Mundial dos mais igualitários. Teriam sido quatro vencedores nas quatro provas iniciais. E cinco nas primeiras sete.
E há ainda o aspecto psicológico. Vettel detonou a pior crise da história da Red Bull, mas saiu fortalecido.
Tanto que, no início desta semana, renovou o contrato por mais uma temporada, até dezembro de 2015. Webber? Nunca mais deu um pio.
Se o alemão levar mesmo este título, os livros de estatística deveriam se permitir uma justificada transgressão: registrar, como data da conquista, aquele agitado 24 de março.
(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)
Boa análise!
Também acho que qualquer previsão é besteira, a Ferrari tem o melhor carro do grid e ainda temos bastante temporada adiante.
Vettel é o melhor piloto do grid, fato é que o Alonso não tem sido o de 2012 com a Ferrari desse ano…apenas isso!!! Se Fernando continuar a não se encontrar com essa Ferrari, não terá chances contra Vettel.
Acho meio cedo pra dar o Título a Vettel. Ano passado, todo mundo cravavaAlonso como campeão antecipado e deu no que deu.
Incrível como, com uma sacaneada no companheiro de equipe no currículo, colocam Vettel na categoria dos vigaristas. Não dá nem pra comprarar com as sujeiras de Alonso e Schumacher, só pra ficar na parte q eu conheço da F1.
Talvez não dê pra falar q ele tenha sido um piloto 100% limpo, mas está longe de ser um Maluf das pistas
Parabéns pela avaliação! é coisa de repórter dos bons!
Acho que o Vettel leva esse ano com umas 3 provas de antecedência,infelizmente isso vai acontecer..a Fórmula 1 está ficando chata novamente igual a época em que o Schumacher dominava…
Ano passado o Alonso chegou a ter uma bela vantagem nos pontos no mundial mas acabou perdendo o titulo no final.
Vettel tá na frente mas já mostrou este ano que ainda faz algumas besteiras e desobedece o alto comando da equipe.
Então tudo pode acontecer até o final da temporada.
Lembrando tbm que este ano as equipes não poderão dar muita atenção ao carro de 2013, pois o modelo 2014 exigirá uma atenção e trabalho muito maior pelas mudanças nas regras.