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Fábio Seixas

Automobilismo e pitacos sobre tudo o mais

Perfil Fábio Seixas, 38, é jornalista com mestrado em Administração Esportiva

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A hora da atitude

Por Folha
29/03/13 03:00

“A paz acabou na equipe campeã do mundo (…) A disputa começa a fugir do controle. A prova de ontem foi uma corrida de riscos desnecessários. Os dois andaram no limite do possível.”

O relato é de Mario Andrada e Silva, um dos melhores repórteres de F-1 deste país, e foi publicado nesta Folha em 24 de abril de 1989.

Tratava do GP de San Marino, disputado na véspera, em Imola. A corrida em que a cordialidade entre Prost e Senna foi para o vinagre.

Havia, ali, um acordo de cavalheiros entre os dois: não atacar na curva Tosa na primeira volta. Ambos concordaram que o risco seria grande. Era a segunda corrida do calendário, o campeonato apenas se esboçava, não valia a pena cometer loucuras.

Houve duas largadas. Na primeira, Senna manteve a ponta, mas a prova foi suspensa na quarta volta, depois que Berger arrebentou a Ferrari na Tamburello. Na segunda, Prost pulou à frente logo nos primeiros metros. Veio a Tosa. E acho que aqueles que não viram ou não se recordam podem agora imaginar o que Senna fez.

Foi a declaração de guerra, o estopim para a deflagração de uma das mais agressivas rivalidades do esporte. Prost levaria aquele campeonato 13 corridas depois, jogando seu carro sobre o do companheiro, em Suzuka. O brasileiro daria o troco no ano seguinte. Até o final da vida de Senna, ambos se odiariam e protagonizariam duelos épicos, para sorte do torcedor.

A gênese não é muito diferente do que aconteceu em Sepang, no domingo. Segunda corrida do campeonato longo, equipe dominante nos últimos anos, o piloto mais abusado desrespeitando um acordo, partindo para cima do mais cerebral, vencendo.

Vettel merece críticas pela deslealdade, mas também compreensão por ter feito valer o instinto de competidor. Mais críticas merece a Red Bull, por tentar suspender a disputa, o esporte. Como a Mercedes. Como a Ferrari, tantas vezes criticada pelo mesmo motivo neste espaço.

Mas o ponto é: e o Webber? Vai reagir? Vai endurecer? Vai chutar o balde e se tornar um adversário para Vettel?

Seria sensacional. O australiano não tem muito a perder. Aos 36 e na 12ª temporada na F-1, já começou o Mundial sabendo que provavelmente seria o último.

Desde 2010, quando começou o reinado da Red Bull, foram 60 GPs. Em 18, ou 30%, a primeira fila foi da equipe. É tentador imaginar o que poderia ter acontecido se não houvesse ordens via rádio.

Que Webber se rebele. Que decida não entrar na história como mais um subserviente. Que confronte publicamente a equipe _e a marca Red Bull_ com o irrefutável argumento do espírito esportivo.

Aqueles que não aguentam mais interferências do pitwall agradeceremos aliviados.

(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)

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Comentários

  1. Felipe Brait comentou em 03/04/13 at 6:59

    “Até o final da vida de Senna, ambos se odiariam”

    Fail, isso não é verdade. Eles fizeram as pazes, tanto que dias antes de morrer o Senna mandou um recado “para meu amigo Alain” dizendo que ele fazia falta. Fail total

  2. Victor comentou em 02/04/13 at 19:13

    Webber é segundo piloto? É. Tem desempenho de segundo piloto? Tem. Tem postura de segundo piloto? Não.

  3. Luiz comentou em 01/04/13 at 19:09

    Verdade Fábio, é nessas horas que se vê o caráter de um cara, vide Senna em 89 quando passou Prost e ignorou o combinado

  4. Fabio comentou em 01/04/13 at 16:48

    O Vettel na verdade nesse caso só merece críticas. Não vou entrar no mérito se ele foi favorecido anteriormente, ou se é sempre favorecido pela equipe. O que está em discussão não é se foi instinto de campeão desobedecer uma ordem e buscar a vitória, se fosse isso, tudo bem, o problema é que ouviu a ordem e acatou na palavra e descumpriu na atitude e campeão tem que ter palavra, tem que ser homem para assumir as atitudes, certas ou erradas, tem que se cumprir o que se fala e não foi o que aconteceu. O que está em debate é a palavra, é a honra, o caráter, e não o competidor e sim o homem. Se tivesse ouvido a ordem e discordado desde o início, diria que é um piloto competitivo e que só se interessa por brigar pela vitória, como não foi o caso, a analise é direcionada para o homem que combina uma coisa, dá a palavra, concorda e faz o contrário daquilo que se comprometeu. Infelizmente não é o caso de um piloto competitivo e sim de um homem que não cumpriu com o que se comprometeu, o caso de um homem que não deu valor a palavra. E esse homem aparentemente percebeu que errou e pediu desculpas, se for sincero é atitude de campeão. Se é sincero ou se é marketing, não posso julgar, pois é de fórum intimo, se Vettel tem ou não consciência moral, o que tenho são fatos, e os estão noticiados e através deles que estou analisando.

    • Luiz comentou em 01/04/13 at 19:10

      Verdade Fábio, é nessas horas que se vê o caráter de um cara, vide Senna em 89 quando passou Prost e ignorou o combinado….

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