Stockdependência
01/03/13 03:00São 34 carros de 17 equipes, cada uma empregando de 20 a 25 funcionários, em média. Uma estrutura que ocupa outras 2.000 pessoas por etapa, entre bilheteiros, fiscais, seguranças, garçons, recepcionistas etc e tal. Um campeonato que visita sete autódromos e que monta duas pistas de rua por temporada.
A Stock Car é, hoje, o automobilismo brasileiro. E um exercício simples comprova a tese: imagine o que sobraria se ela fechasse as portas.
Dos circuitos, Interlagos sobreviveria graças à bênção anual da F-1 –os outros teriam sérias dificuldades. Pilotos ficariam em casa ou teriam de tirar terno e gravata dos armários. Mecânicos buscariam emprego em oficinas.
Sobrariam a Truck –muito específica, digamos– e categorias regionais, amadoras. Gols bolinha, Fuscas, Opalões. Mais nada. Só isso.
Por um lado, culpa da CBA. Que assistiu de braços cruzados ao definhamento das categorias de fórmula. Que não assumiu a responsabilidade quando montadoras mudaram suas estratégias de marketing. Que confiou demais na enganosa fábula de que nosso segredo está na água.
Por outro, mérito dos promotores da Stock, que souberam aproveitar a chance de aparecer na TV para crescer. Que, pensando na renovação, criaram subcategorias. Que atraíram e mantiveram patrocinadores. Que criaram um pacote atrativo, capaz de segurar pilotos que contam com bom mercado.
Da turma que começa a disputar o campeonato neste domingo, em São Paulo, Cacá, Thiago, Barrichello, Max, Átila, Zonta e Ricardinho poderiam tranquilamente correr lá fora. Mas, até do ponto de vista financeiro, acham melhor ficar por aqui.
Stockdependência do automobilismo brasileiro? Sim. Mas é daqueles casos em que a abstinência seria nociva. Mataria o paciente.
TESTES
Depois de oito dias em que a principal preocupação foi testar funcionamento e confiabilidade dos carros, a F-1 iniciou ontem sua última bateria de treinos da pré-temporada com outro objetivo: a hora é de acelerar, de buscar performance, de entender onde cada equipe está.
E, coincidência ou não, o mais rápido logo de cara foi Webber, com seu Red Bull. Lá no fundo, Chilton testou outra vez com a Marussia.
A situação de Razia, que andou apenas dois dos nove dias até agora, parece cada vez mais complicada…
SOBRENOME
A respeito da coluna da semana passada, o estafe de Bruno informa que ele tentou estrear na F-BMW, em 2004, usando capacete cinza e o sobrenome paterno: Lalli.
Antes mesmo da primeira corrida, porém, o segredo já tinha vazado. Não teve jeito: virou Senna.
(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)
O Fábio não permite comentários contrários, então meu comentário deve ter sido vetado. O automobilismo brasileiro, dependente da stock, acabou então. Saudades de Toninho da Matta, Arthur Bragantini, Antonio Castro Prado, Alfredo Guaraná Menezes, Ingo, da Hot Car,e muitos outros que amam a velocidade.
Acho que vc se enganou de blogueiro.
Se o automobilismo brasileiro for “stockdependente”, ele já terminou então. A stock será uma categoria séria quando tiver regras sérias, que os pilotos ganhem sem dar totó um no outro, senão vira tromba tromba, menos carros na pista, maior duração, um horário determinado, transmitir sempre, e não só quando o Cacá tiver chance de ser campeão, e outros ajustes que os mais antigos sabem. Por enquanto é só uma categoria de pilotos aposentados e empresários mais favorecidos que gostam de correr.
A stock é só o q temos, e é um lixo. A categoria pertence ao pai de um competidor, que é patrocinado pela empresa que emprega o pai (Globo-Sky), e por uma empresa que era boicotada pelo pai, até assumir o patrocínio do filho (RBull). Ou seja, no automobilismo, como em todos os setores da nossa sociedade, o que vemos é corrupção e achaque. WILSON, MAURICIO, temos vários pilotos bons de turismo ali, mas as cartas são marcadas, até o insosso DANIEL SERRA consegue disputar o título, tamanha a superioridade da equipe do filho pródigo. Em suma, Stock Car é Brasil mesmo!
Pedalando nas ciclofaixas de lazer, dei de cara com o autódromo de Interlagos no último domingo. Não resisti e fui dar uma olhada na pista. Acostumado a ver o autódromo fervilhando em dias de F-1, deparei com um cenário desolador: dez carros na pista, arquibancadas vazias, fiscais pegando no sono… Triste. No final da corrida, entrei na pista por um enorme buraco no alambrado, junto ao S do Senna. De bicicleta! Fazer o S de bike é um tesão. Descida forte, curva fechada, pista larga. Depois peguei a reta e… fim de festa: um segurança me interceptou de moto e me conduziu até a arquibancada, de forma educada, diga-se. Fiquei feliz pelo passeio e triste pela situação de abandono do autódromo. Interlagos merece lotação máxima em todo fim de semana. Com trinta carros rasgando a reta oposta e não um solitário senhor de bike… O que eu encontrei, infelizmente, foi algo parecido com um jogo de várzea. Domingo, dia de Stock, deve ficar legal. Se tiver ciclofaixa, vou até lá de novo.
Fabio, gostaria de uma coluna que explicasse melhor o que a CBA poderia ter feito, e um paralelo com os efeitos da morte do Senna pro automobilismo nacional (no Brasil).
Recentemente assisti a uma corrida de F3 em Interlagos (1994) que o Flavio Gomes postou no Blog dele. Aquilo sim era escola.
Fico pensando nos vários “culpados”. Não sei muito bem (não acompanhava de perto na época) o que a CBA poderia ter feito, mas pra mim é muita coincidência que as categorias de base foram acabando nos 10 (ou mais) anos seguintes a morte do Senna, e ao final da carreira do Piquet. Ou seja, o quanto esses eventos não implicaram na falta de interesse dos patrocinadores e até dos novos talentos?
E a Globo trata tão mal o produto…Se não for tomada as devidas providencias só restará o Camarada Gomov e seu bólido Meianov…
Boa tarde Fábio Seixas,
Chegará um dia em que, devido à comparações com a Nascar dos EUA, o público brasileiro no futuro, exigirá corridas de Stock Car mais emocionantes e acirradas. Com corridas de alta tensão e muita adrenalina.
E a Stock Car Brasil atual? A categoria brasileira teria condições de realizar corridas velozes em circuitos ovais e mixtos, igual a da categoria norte americana?
Prezado. Concordo com sua conclusão. Parabéns aos organizadores da Stock. Mas o automobilismo brasileiro deixou aquela cena mais pungente. Não há incentivo suficiente para categorias de base, p. ex. o kart, as Associações de Pilotos – principalmente as regionais – estão sem fôlego. Não há divulgação e nem interesse midiático. Qual será a receita para a melhora, pois sem isso, acredito, dificilmente veremos pilotos tão bons representando o País. Abraço.
A Stock Car Brasil nesses últimos anos consolidou definitivamente seu status de categoria principal do esporte automotivo do país. Já que a categoria de fórmulas defasou ou está em estado terminal.
Sem querer ofender, mas, comparando a Stock Car Brasil com a Nascar dos EUA, a categoria brasileira se compararia a qualquer uma categoria de esporte automotivo de quinta divisão. E olha que lá nos EUA que, além da Nascar e Fórmula Indy, existem uma centena de categorias diferentes do esporte automobilístico americano que investem muita grana, patrocínios e marketing.
Se realmente a principal categoria do esporte automotivo brasileiro conseguir evoluir para melhor, então, haveria uma possibilidade de outras categorias de fórmula renascerem.
trago boas e más notícias
Col não faz mais parte da VICAR vendeu o pouco que restava para a time4fun do doente mental/genio do Nizan, esses dias, o brasileiro de marcas será transmitido pela band, é uma categoria que tá subindo, mas não tem público, é da vicar tb
Será criada uma subcategoria pros stockão, já tem projeto, será o acesso, como podem ver, ainda nem lançaram e estamos em março, o carro é lindo, monocarroceria
A stock não tem hoje um patrocinador master, eles estão prevendo que seja assim, até o final de 2014, graças aos anos pré copa.
Vamos torcer e fazer oq podemos fazer, prestigiar, senão……
Acredito que o sucesso da Stockcar se deve a um único nome (ou sobrenome), Galvão Bueno, se os filhos corressem na Padock car ou na Envelope car, essas seriam as maiores.
A presença dos filhos e a consequente retransmissão na Globo fez com que a Stock subisse no conceito de patrocinadores e público.
No dia que a Globo começar a transmitir outro circuito, será esse que terá os dirigentes que pensarão em renovação e conseguirão por sua competência atrair público e patrocinadores.
Fabio,ja que a Globo transmitirá apenas 3 provas (o resto na Sportv) existe a possibilidade da Stock aumentar pelo menos um pouco a duração da prova? Tenho muita vontade de sair daqui de Itu para ir a interlagos,mas,sinceramente uma prova de 40-50 minutos nao me anima nem um pouco.Abs
Bom dia Fábio. Considerando todos os testes realizados até agora na F1, qual foi a melhor volta? Ela vale alguma coisa? Abs.
bOM DIA
E qual é o público presente em cada etapa da Stock?
média de 40 mil
25 mil em Interlagos, 10 mil no resto.
40 mil só em F1.
Se continuar assim o que vc vê para os próximos 10 anos Fábio? Não vamos ter piloto algum lá fora? Categorias de fórmula e as Tops de turismo e rally serão algo fora da nossa realidade? Abs.
“Por outro, mérito dos promotores da Stock, que souberam aproveitar a chance de aparecer na TV para crescer. Que, pensando na renovação, criaram subcategorias. Que atraíram e mantiveram patrocinadores. Que criaram um pacote atrativo, capaz de segurar pilotos que contam com bom mercado.”
Perfeito!
Pois é fabio quem tem Newman, nao precisa se preocupar, esse cara faz mais cálculos que um servidor e deve coordenar 100 engenheiros como se fosse jogo de age of Empires.
Sobre o senna, sempre acompanhei os seus comentários, além do blogs de jornalistas internacionais, e dos fóruns internacionais. O concesso sempre foi que o Bruno era “uma ótima pessoa, um gentleman ” tipo um “Jenson button” , pena que faltou velocidade na hora certa, mas vida que segue.
Como bem dito por você, a truck é específica, corrida de nicho. Só que nela se vê grande público, grandes marcas investindo realmente (motores diferentes, concorrência em tecnologias, etc), envolvimento e cativação do público.
E isso a stock não tem, com essa pasteurização tecnológica, já que a diferença entre um carro e outro é apenas da bolha que o envolve.
Eu particulamente deixei de assistir essa tranqueira depois daquelas palhaçadas nas tramissões. Coisas do tipo anunciar e não cumprir; mostrar só as ultimas voltas, etc.
E esse ano promete. Na TV aberta serão pouquissímas as provas transmitidas. Na fechada, parece que ouvi algo sobre a transmissão no domingo. Uma subserviências às vontades da TV que fará com que a categoria acabe de uma vez.
E nem vou falar do número de vezes que repórteres, narradores e comentáristas pronunciam o nome “Cacá” durante as transmissões. Coitados, muitos precisam manter seus empregos.
Falou tudo!
A Mídia, na pessoa da TV Globo é a maior ameaça à sobrevivência da categoria, com Cacá, Popó ou quantos filhos mais do Galvão…
Comprou os direitos pras outras não passarem.
Só passam quando se cansam das dancinhas do Neymar.
Prum fã de corridas, mais do que lamentável..