A conquista do respeito
09/11/12 03:00Existem curtições especiais entre os prazeres de assistir a uma prova de carros, motos, cavalos, gente, qualquer coisa que se mova…
Uma delas é a chamada “corrida de recuperação”.
Tem a ver com a tentação de torcer pelo mais fraco _ou por aquele que, por alguma condição especial, é momentaneamente o mais fraco. Tem a ver, ainda, com testar limites, com curtir o sofrimento alheio.
E até com aquela curiosidade sacana de “vamos ver se ele é bom mesmo”.
Se o sujeito fica pelo caminho, normal. Recebe uma ou outra crítica pontual, e logo aquilo cai no esquecimento.
Mas quando a reação acontece… Não há como não se empolgar, não vibrar, não aplaudir, não comentar no trabalho no dia seguinte, não lembrar por anos e anos.
Cada um tem sua lista, seus critérios e preferências. Este colunista não é diferente.
A preferida, por ter significado um título mundial, é a reação de Senna em Suzuka-88. Pole, viu o motor apagar no grid, aproveitou-se de estar num declive, fê-lo pegar no tranco, mas caiu para 14º. Levou só 28 voltas para chegar à liderança, ultrapassando Prost, com um carro igual. Venceu. Foi campeão.
Outro brasileiro tem lugar na galeria: Barrichello, em Hockenheim-2000. Saiu em 18º, desesperançoso, prevendo um GP difícil. Mas foi brilhante quando começou a chover, segurando-se na pista com pneus para piso seco. Venceu. Resultado que foi festejado não apenas pela façanha, mas por todo o alívio que, naquele momento, representava para o ferrarista.
Raikkonen fez parecido em Suzuka, cinco anos depois. Saindo em 17º com a McLaren, punido por uma troca de motor, ultrapassou cinco pilotos só na primeira volta. Continuou passando seus adversários como se fosse o último GP de sua vida e, na última volta, chegou em Fisichella. Passou. Venceu.
A história conta ainda que, em 1983, Watson venceu o GP dos EUA após começar em 22º. Num circuito de rua, Long Beach. É o recorde da F-1.
Isso tudo só valoriza o que Vettel fez em Abu Dhabi
Saindo dos boxes, em 24º lugar _ou 23º, porque De la Rosa teve problemas_, terminou a primeira volta em 20º. Chegou a 11º na 13ª volta, mas teve de entrar nos boxes para trocar pneus e bico. Caiu para o fundão de novo.
Dez voltas depois, já estava nos pontos. Na 29ª, era quarto. E, na 52ª, a três da bandeirada, passou Button e cavou um lugar no pódio.
Não, não venceu. Mas o efeito do que fez estava no rosto de Alonso. Ali, Vettel derrubou a adversário, selou o destino do Mundial. E conquistou algo além, inestimável: respeito de quem ainda desconfiava de seu talento.
(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)
Fabio, desta vez vou discordar. Os dois safaty cars e as quebras foram decisivos para corrida de Vetel. Sem eles, não figura nem perto do pódio. Não compararia com os feitos relatados de forma alguma
+1
Querem ver uma bela recuperação? Vejam a corrida que fez o campeão da Moto2 Marc Marquez em Cheste ontem. Largou em ultimo e ganhou, sem safety car ou pit stop e ja tinha o campeonato nas mãos. Esse garoto vai longe.
Concordo com voce, o M Marquez fez um corridaço, daqueles de “tirar o chapeú”.
Fabio, você esqueceu de uma corrida de recuperação memorável: Senna 1988 – Suzuka, quando fechou a primeira volta na 14a. posição, e em primeiro, não tinha um companheiro como Webber, mas sim o grande Alain Prost. Além desta Senna 1993 – Donnington Park, que além do show da primeira volta na chuva, dar volta no segundo colocado, nem o Shumacher com as Ferrari de 2004 e 2005, conseguiu…
Com um detalhe, aquela MacLaren de 1988 “voava” na pista, foi um campeonato de apenas uma equipe. Quanquer piloto rápido faria a mesma coisa, seja Mansell, Piquet ou um outro.
E ASSIM TMBÉM VOA A RBR NESSE MOMENTO. ETÃO, ACOMPANHANDO SEU RACIOCÍNIO, VETTEL DEVERIA, CONTANDOCOM A AJUDA DOS SAFETY CARS, E COM O SUPER CARRO QUE TEM NAS MÃOS, NÃO SÓ TER CHEGADO EM PRIMEIRO, MAS TMBÉM TER DADO UMA VOLTA NO SEGUNDO COLOCADO “FERNANDO ALONSO”.RSRSRSRSRS.
A Mclarem era mais de 1 seg por volta melhor que todas as outras; muito diferente de hoje!
EM 2011 A RBR TMBÉM CHEGOU A SER EM ALGUMAS PISTAS, MAIS DE 1 SEGUNDO MELHOR QUE AS OUTRAS E, CONFESSO A VC QUE NÃO ME RECORDO DE VER VETTEL DANDO UMA VOLTA EM CIMA DE QUALQUER SEGUNDO COLOCADO.
Fabio, sou leitor de sua coluna faz tempo e admiro seu trabalho. Se vamos falar de grandes recuperações, lembre e comente então sobre o piloto marc Marques da moto2.
Ele simplesmente largou em ultimo e venceu a ultima corrida onde as motos são praticamente iguais. E na corrida anterior ele tambem largou em ultimo e chegou no pódio sendo campeão do mundo. Que tal este exemplo?
Só queria ver onde o vettel iria chegar sem os acidentes e os safetty cars … Onde hein ? Recuperação que nada. Fez apenas a obrigação com o carro e equipe que tem.
Vcs aí achando que o bobalhão do Vetel é genial…. Afff
O Mark Webber é que é ruim demais…. Nem se ficasse meio século na formula um seria campeão (como o barrica tb nao foi).
Queria ver o Vetel na Ferrari, aposto que andaria perto do massa e olhe lá…
O Choronso sim é que é piloto… Leva aquela mer** de carro até o limite, sempre botou meio segundo em seus companheiros, com exceção ao Hamilton, que é um tb é um baita piloto, e acredito que será ele tricampeão.
A vida do Vetel na Redbull sempre foi de sombra e água fresca. Também, com o Adrian lá até eu viveria apontando o indicador pro céu.
E o Marques hoje na Moto2? Que monstruooooo