Salvem o japonês
26/10/12 03:00Nestes tempos de Twitter, o apelo surgiu em 119 caracteres. Com seu inglês yakissôbico, Kobayashi usou o microblog para dizer que seria muito bom, um dia, contar com o apoio de um patrocinador.
Essa é a tradução mais lógica do que ele escreveu. Mas há algumas outras por aí –repetindo: o idioma de Shakespeare não é seu forte.
Dois pontos que já seriam suficientes para diferenciar o japonês dos outros 23 pilotos no grid. 1) O inglês tosco, que obriga repórteres a se reunirem após suas entrevistas para uma decodificação coletiva do que acabaram de ouvir. 2) A humildade, em meio a um oceano de arrogância, de reconhecer que está lascado.
Sim, Kobayashi está lascado. Sem patrocinadores fortes, não deve conseguir se manter na Sauber no ano que vem –o mercado aposta em Gutierrez e Hulkenberg como dupla do time suíço em 2013.
Pior: não deve conseguir lugar nem mesmo numa equipe nanica. O mais provável, hoje, é que ele deixe a F-1. Seria uma pena.
Desde que surgiu na Toyota, há pouco mais de três anos, em Interlagos, Kobayashi se tornou uma das grandes figuras da categoria.
Primeiro, pelo que faz na pista. Ele não é um gênio da técnica nem nunca será campeão. Mas é mais arrojado do que a maioria, sem ser estabanado como alguns.
É como se “ponto de ultrapassagem”, para ele, fosse um conceito relativo. Em todo ponto é possível ultrapassar. Ou ao menos tentar alguma coisa diferente. E são raros os erros, os acidentes, os choques, as lambanças… Um equilíbrio muito difícil de conseguir, Grosjean e Maldonado que o digam.
Tornou-se, sem o apoio dos antecessores, aquilo que as montadoras japonesas tentaram por tanto tempo fabricar: um bom piloto japonês. O melhor que já passou pela F-1.
Mas Kobayashi é uma figura também fora das pistas. Talvez fruto de sua origem, que lhe permitia poucas ambições: até os 16, fazia sushis no restaurante do pai, em Amagasaki, a oeste de Osaka.
Em Suzuka, terceiro colocado, subiu para seu primeiro pódio antes de todo mundo, como se fosse o vencedor. E emocionou-se com os gritos de “Kamui, Kamui” vindos das arquibancadas.
No circuito de Buddh, onde talvez dispute um de seus últimos GPs, vem mantendo o sorriso no rosto, resignado. “Tento manter meu sonho”. Por essas e outras, voltando ao Twitter, ganhou por lá o debochado apelido de “mito” entre os torcedores.
Kobayashi diverte, dentro ou fora do carro. É daqueles coadjuvantes que ganham o Oscar. É daqueles pilotos que merecem ficar na F-1.
(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)
Poucos se lembram que Kamui liderou o crescimento da Sauber por conta própria, pois não teve companheiros de equipe com quem aprender. Mas não evoluiu a partir de um certo ponto. Uma mudança de equipe seria justo para o que ele fez nestes anos.
Parabéns pelo texto Fábio, ele ficou excelente, o melhor que você já escreveu e que eu li obviamente… Mas é uma pena o Koba sair, ele é muito rápido e se não fosse a crise que assola o Japão, aposto que uma grande montadora poderia patrociná-lo , é uma pena para os japoneses, piloto certo na hora errada
Nunca ser campeão é algo muito forte para determinar o futuro de alguém, pois a própria história nos diz que pilotos incríveis não foram campeões e pilotos medianos os foram, no primeiro exemplo temos o Gilles Villeneuve, no segundo Rosberg (pai), Villeneuve filho, Damon Hill etc…
Isso é lamentável, mais uma vez, aconteceu em um esporte, como em todo o esporte, deveria dar exemplos, principalmente de filosofias de vida. E indicando o ser humano de uma certa forma e, também educativa, indicá-lo ao caminhos certos. A realidade da Fórmula 1 é essa por trás do espetáculo e dos holofotes. Logo um piloto como o Kobayashi ficar fora da Fórmula 1. Sem mais comentários.
Que merda… o grid tá cheio de pilotos não pagantes medíocres e um talendo como o Koba está nessa situação. A Ferrari renova com o Massa, a RedBull que fica nessa panelinha com STR, coisa que deveria ser proibida, enquanto pilotos bons se ferram. Assim dá desânimo cada vez mais de acompanhar a F1. Essas corridas de madrugada eu já cortei. Se não fosse o Perez que além de bom tem grana… e a McLaren pra contratar pelo talento e não pelo dinheiro a F1 pra mim já era.
Se o nosso Mito sair da F1 no ano que vem, vou reconsiderar acordar cedo sábado e domingo para assistir as corridas! Vou acompanhar, mas não terei piloto para torcer.
Acho esse negócio de falar que nunca vai ser campeão relativo. Se tivesse por exemplo que escolher entre Rosberg e Kobayashi para quem eu acho que seria campeão em um bom carro, eu escolheria fácil o Kobayashi. Na Sauber, a única vantagem que o Perez levou foi a de conservar melhor os pneus e com isso fazer corridas onde se colocou bem devido a estratégia. Agora em ritmo de corrida o Koba não deve em nada para o Perez.
O mundo do automobilismo é assim mesmo ! Esporte caro e para poucos. Manter uma equipe não é fácil, então entendamos: é mais fácil para a Sauber manter um bom piloto pagante do que sair com o pires na mão batendo de porta em porta. Piloto pagante não é demérito para ninguém desde que se apresente um bom rendimento e nessas condições há vários garotos rondando o Padock. O esporte não vive sem Patrocínio e Patrocinadores, os tempos nostálgicos já se foram. Até mesmo numa competição regional no Brasil, um piloto não alcançará seus objetos se não tiver um suporte financeiro substancial que lhe dê o melhor equipamento. Tomara que o Japa consiga senão, vai esquentar o banco de alguma categoria menor.
Kobayashi já estava na hora de vazar da F1, pois já tem mais tempo que o Perez na categoria e não conseguiu nada durante esse tempo, em que estreou em 2009 pela toyota, fazendo as últimas duas corridas e depois teve três anos de sauber e com muito mais experiencia que o mexicano e este já conseguiu uma vaga na Mclaren e o outro está com o pé fora da F1… Muitos idolatram esse piloto pelo seu arrojo e tal, mas ele comete muito mais acidentes do que pontuar, logo já vai tarde e segue o lema de que japonês não serve para ser piloto de F1, pois nunca vi um vingá na F1. Piloto bom são os Europeus e Sulamericanos, e Asiático só serve para colocar dinheiro nas equipes e nada mais.
Ótimo texto heim, gostei. Um dos melhores. Koba é melhor do que as mesmices que temos no grid. Massa e Webber para citar dentre os times grandes. E quase todos ja citados por ai pelos demais. Descarta-lo seria muito ruim… É um personagem muito legal e que a F1 realmente precisa. Nem de estrelas se faz o show e como coadjuvante é excelente!!!
#FicaKoba
koba vai pra indy correr em indianapolis voce vai da espetaculo la.
Quanto o massa contrato assinado agora nos vamos começar a rodar na pista
Fabio você concorda, com aquela velha frase de quem é bom se estabelece!
Infelizmente, em muitas profissões há outros fatores que influenciam.
Abs
Os bons reconhecem os bons, os meia boca reconhecem apenas resultados.
Não querendo dizer que o Japa é bom (nivel dos melhroes). Apenas dando uma resposta à altura para essa sua faze medíocre, simplista e clichê.
Assino embaixo. Ele é mais piloto que:
Maldonado, Senna, Grosjean, Petrov, Kovalainen, Karthikeyan, De La Rosa, Pic, Glock Ricciardo e Verne. Será um pecado muito grande da categoria se ele ficar fora do grid em 2013. Cadê a Honda numa hora dessas pra montar a equipe Mito Kobayashi, hein?!
Infelizmente, em tempos de Maldonados e Grosjeans estabanados.
Os verdadeiros pilotos de F-1 vão sendo descartados da categoria. E o que vale para um piloto ingressar na categoria top do automobilismo mundial, é ter muita grana e ter muito pouco talento.
Depois de algumas décadas com o Japão participando na F-1, que sempre apostou todas as fichas no surgimento de um piloto de ponta nipônico, capaz de se igualar aos melhores pilotos do momento. E que atualmente hoje na F-1, a ascensão de Kamui Kobayashi se consolida como o melhor piloto japonês – ou senão, de todos os tempos – que o Japão revelou ao mundo do automobilismo, é agora, uma realidade.
Mas, que por muita ironia, ficará sem equipe para a temporada de 2013.
Talvez ocorra alguma reviravolta para o japonês. E que finalmente, alguma equipe média, reconhecendo o seu talento e competência, o contrate para correr na temporada que vem, em 2013.
Mas, e se mesmo assim, for confirmado a saída do japonês por falta de vaga, vai ser lamentável para a F-1 e para os fãs do esporte.
Assino embaixo. O grid vai ficar mais chato no ano que vem.
Esse é o tipo de piloto coadjuvante que irá fazer falta, muita falta!!!
É uma pena pensar que ano que vem não teremos o mito sentado em F1. Poderia vir para indy.
textinho bem cheinho de preconceitinhos hein?coisa normal na Folha…
Aponte um, por favor.
Concordo com Elloina… Então quer dizer que Koba “… não é um gênio da técnica nem nunca será campeão” ? Ora, ora, ora… O cara é piloto de F1, é arrojado, e sumariamente já é decidido pelo blogueiro de que ele não será campeão… (??) Claro que ele pode ser campeão, assim como a muitos pilotos que passam pela categoria. Basta ter o carro certo nas mãos. Dizer que Koba nunca será campeão equivale a dizer que o blogueiro Fabio Seixas nunca será também um grande jornalista… Acho que não é bem assim. Todos nós podemos evoluir no que fazemos…
Ok, você pode não concordar. Mas isso não é preconceito, é apenas minha opinião. Há uma enorme diferença, meu caro.
Abs
Eu sei que essa é apenas sua opinião, e é extamente isso que causa tanta estranheza… Apesar de ser um jornalista mestrado, você na maioria das vezes não age como tal, mas sim como um simples blogueiro… Com base no raciocínio de um simples blogueiro, é perfeitamente compreensívil a sua opinião e posicionamento a respeito de certos assuntos, não como um Jornalista… Galvão Bueno, por exemplo, quando Schumacher surgiu, ele ficava malhando o jovem piloto alemão, chamando-o de tamanqueiro e outras coisas… O tempo passou e o velho jornalista aprendeu a render homenagens ao piloto alemão, ainda que hoje em dia, vira e mexe, ele insista em denegrir um pouco a obra do piloto… Mas o Galvão Bueno – assim como todos nós – sabe muito bem o porquê do seu comportamento… Acho que vocês deveriam pensar um pouquinho mais antes de escrever certas coisas…
Acho que o que o Fabio falou também tem mais haver com “ele não será campeão por não nunca ter as condições pra isso e isso inclui carro, equipe e politica”. Mesmo assim Kamui é um MITO. Uma pena mesmo que não tenha conseguido ainda uma patrocinador. Quem sabe a Honda, Toyota ou outra marca forte não aproveita a chance!
Também acho que Koba nunca será campeão. Menos pelo talento, que ele tem e que pode crescer, do que pelas chances comerciais que lhe faltam. Hora de alguma grande empresa japonesa, como a Panasonic na Toyota, resolver bancar o cara no grid em alguma equipe média. Sua aplicação e arrojo nas parelhas fazem bem ao esporte. Seja como for, sorte ao japa.
É a opinião do cara. Não concorda, ok, seu direito. Mude de pagina. Agora…..preconceituoso mesmo foi seu comentário.
Pior coisa que aconteceu para a F1 foi a retirada dos patrocínios de cigarros. Nos anos 80 e 90 não tinha esta choradeira de falta de dinheiro por parte das equipes, as montadoras se animavam em ficar na F1, e não tinha esta quantidade de pilotos pagantes.
Realmente, uma pena para a F1 se ele for embora.
Pesquisando pela internet, reparei que no mundo inteiro estão triste pela possível saída do Koba, então paro e penso:
“Não tem uma empresa do mundo, a própria Telmex, que vendo esse carinho e apego que as pessoas tem com o Kamui, poderia patrocina-lo??”
Por mim sai Bruno e fica Kobayashi.
E a Panasonic patrocinando o Takuma Sato. Não dá pra entender cabeça de executivo.
Isso é um problema cultural. Só os japoneses conseguem entender a proximidade de um com uma empresa e outro não. O Japão tem uma lógica toda peculiar…