Programe-se
25/07/12 16:14Às vezes é engraçado pensar sobre as lembranças que retemos dos lugares.
Acho que a grande maioria das pessoas que vai à capital húngara lembra do Danúbio, das pontes que ligam Buda e Peste, dos castelos, das belas praças.
Eu lembro dos taxistas.
Em nenhum outro lugar do mundo enfrentei tantos problemas com taxistas como na Hungria.
O auge foi em 2005. Peguei um táxi no circuito para o hotel. Distância curta, menos de 10 km, a maior parte por uma autoestrada.
Assim que o táxi começou a rodar, perguntei pro sujeito se ele não ia ligar o taxímetro. “Fixed price”, ele respondeu, puxando no erre, aquele sotaque carregado. E o tal preço era na faixa dos US$ 80, um roubo.
Eu disse que não concordava, pedi para ele ligar o taxímetro. “Fixed prrrrrice.” Pedi então para ele parar o táxi e me deixar ali mesmo. “Fixed prrrrrice”, lançou de novo, acelerando e pegando a autoestrada. Deve ter imaginado que, ali, seria mais difícil de eu saltar do táxi.
Tinha sido um dia difícil no autódromo, Barrichello saindo da Ferrari, Massa o substituindo, eu não estava com o humor nas alturas. E não aguentei aquele achaque: olhei pra trás, vi que a estrada estava livre, e puxei o freio de mão em plena rodovia.
O carro deu aquele rabeada, o cara conseguiu parar no acostamento e eu desci. “Fixed prrrrrice porra nenhuma”, eu falei, em português mesmo. A discussão voltou pro inglês, quase descambou para a porrada, até que o cara perguntou quanto eu queria pagar. Lancei o valor que eu considerava justo e ele falou pra eu entrar no carro.
Entrei. E daí caiu a ficha que, talvez, aquilo não fosse muito prudente. Ele pegou o celular e começou a fazer várias ligações, falando sempre em húngaro. “É, vai me desovar no Danúbio.”
Após alguns minutos de preocupação, vi a saída para meu hotel. Indiquei-a pro cara, ele pegou o caminho certo, não houve mais problemas.
Enfim, mais uma história que corrobora a célebre frase lançada pelo amigo Pedro Bassan, quando deixamos de cobrir todos os GPs, no fim de 2006: “A F-1 só nos tornou pessoas piores”.
Bom, mas vamos à programação do GP da Hungria, no horário de Brasília:
sexta
5h-6h30: 1º treino livre
9h-10h30: 2º treino livre
sábado
6h-7h: 3º treino livre
9h: treino classificatório
domingo
9h: GP da Hungria, 70 voltas
Em Shangai, o taxista cochilava a cada parada num farol vermelho. Quando ficava verde, eu e meus amigos começávamos a rir alto, tossir, produzir algum ruído para o cara acordar. Lá o taxista fica “isolado” por uma cobertura plástica transparente, tinha que fazer muito barulho. Hoje eu posso rir da história, mas naquela noite, estávamos preocupados.
Excelente estória Fábio, e muito bem contada. Mudando de assunto, embora não haja nenhuma relação com o “Alonso is faster than you”, o maior patrocinador da Ferrari está decepcionado com o Brasil – link para assinantes do UOL = http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/07/26/lucro-do-santander-cai-pela-metade-no-mundo-analistas-culpam-brasil.jhtm
Pena não podermos atribuir o fato a uma retaliação de brasileiros à Ferrari.
xará, bolei de rir da tua experiência pq em 2009 passei por algo parecido. Estava com minha namorada e uma tia e na praça dos heróis, justo na autopista que dá pro autódromo tomamos um taxi e então o sujeito falou exatamente o mesmo, fixed prrrice, com aquele “jeitinho” hungaro rsrsrsrsrsrs…tivemos mais sorte que você pois o fixed prrrrice custou 20 euros e atravessamos a cidade rsrsrsrsrs
Adorei a história.
Poderia fazer um livro contando esse outro lado do mundo de um jornalista que acompanha a F1.
Muito interessante !
Fabio, talvez o taxista estivesse pedindo pra voce fixar o preco… depois que o fez…tudo correu bem… hehehe
Tem que estar num dia de cao pra fazer destas! Reli algumas vezes pra imaginar a cena! kkkkk
Mas a pergunta que nao quer calar : quanto pagou (qual era o preço justo à seu ver)?
Uns US$ 30, por aí.
Abs
Nós vamos ver o ALONSO ser TRI sem há ajuda do MASSARUGA, que tudo indica deixará a FERRARI desvalorizado.
Vc parou de viajar em 2006, mas em que ano começou a cobrir a F-1 com viagens?
Bom, neste episódio relatado você deve ter se sentido em casa (me referindo ao fixed price oportunista que acontece aqui de vez em quando, como na saída de grandes shows do Morumbi). Era a atitude que todos deveriam ter, parabéns pela coragem.
Comecei a viajar no final de 1998.
Abs
hahahahaha mandou bem ao puxar o freio de mão… mas eu não teria voltado para o Taxi! Mas taxistas são engraçados, no mundo inteiro…
Quanto tempo sem ler um texto seu. Entrei esses dias no endereço antigo, mas o link para este novo dava erro. Boas lembranças e os seus palavrões! rs
Beijos
Em toda parte do mundo há um que quer se destacar, no caso os taxistas, não vejo como uma categoria desonesta
alguns profissionais querem exerecer a Lei de Gerson levar vantagem em cima da população.É um absurdo o mal profissional sempre erra pela ganancia seja lá em que país for, história de Fabio Seixas foi só uma de tantas outras que nós observamos todos os dias , atitude sem expressão de orgulho,percebe-se um desvaneio intencional, que poderia causar um grave acidente , por este motivo os internautas não devem copiar tal atitude , além de irracional é tosco.
Fábio,
Imagino quanta paciência que vc deve ter com os taxistas do Rio de Janeiro.
Alô Fabio,
Bela história. É bom ler as experiências de quem andou pelo mundo nas mais diversas culturas.
Porque não vez em quando relatar casos pitorescos como este em outros posts?
Um abraço.
Ué, mas é isso que estou fazendo…
Abs
Qual o causo em que você e o Flavio Gomes, “por engano”, foram parar em um local com muitas moças?
O Flavio Gomes comentou no blog dele de um lugar que ele e voce frequentavam em Budapeste.Uma casa de alto nivel de tolerancia e elegancia. Te dá alguma boa lembrança? Recomenda?
Boa noite Fabio….lembrança boa que tenho da Hungria, foi em 1986…lembra??
Lembro, sensacional.
Abs
e não vão contar pra gente?
Como disse certa vez em aula meu antigo professor de gramática (Pasquale Cipro Neto, outra figuraça), se a história é boa então merece ser contada. Excelente história Fábio, meus parabéns pelo texto.
Eu também fiquei imaginando a cena, rsrsrs. Mas uma coia, isso existe em muitos lugares e aqui no Brasil, é até comum. Dizem que isso acontece muito quando se desembarca no Santos-Dumont. Quando viajo e pego taxi, costumo falar ao taxista o trajeto e , sabe, até dou uma segunda alternativa; isso é para ele saber que conheço bem o lugar.
Fabio,pelo menos seria desovado no Danubio,ja pensou se fosse no Tietê?
Fábio, o que você acha de colocar os horários da GP2 também, junto com a programação de cada GP?
Muito boa!. Mais eu não teria entrado no taxi de novo nem morto eu ia embora andando se fosse o caso.
Fábio, história engraçada! Li-a detalhamente, teria outras perguntas a fazer, porém, gostaria de entender: “quando deixamos de cobrir todos os GPs”. Como assim? Como funciona atualmente?
Valeu! Adoro o blog, apesar de achar que esse ano está menos movimentado (noticiado) que o ano anterior, quando o descobri. Mas adoro!!!
Eu deixei de viajar para todos os GPs no final de 2006. O Bassan, idem. Era hora de buscarmos outras experiências.
Abs
Da Hungria, a lembrança que me vem é o Piquet passando o Sena.
hahahaha muito boa a história.
Agora mudando de assunto… Fábio, assisti na ESPN a reportagem que você fez durante a Copa de 2010, muito legal a cobertura e as viagens pelos países participantes. Bom, talvez eu esteja enganado, mas tenho uma pergunta… por que só agora está passando a reportagem?
Abraços
Porque só agora o filme ficou pronto!
Abs
bordão atual aqui no rio
“imagina na copa”
aqui q o brasileiro é desonesto, principalmente os taxistas do rio e de sampa, os gringos tão fú
Cheguei faz 5 dias da Hungria, e não tive qualquer problema com taxi. Aconselho à pegar só taxi atravéz da Recepção dos hotéis, pois já tinha lido que os taxistas lá dão mesmo volta nos turistas incautos.
historia engraçada, mas todos os gps voce reclama de alguma coisa…e ainda lança uma frase falando que a f-1 o tornou uma pessoa pior. entao vá cobrir outra coisa e arrumar outro ganha pão. ao inves de ficar de “rabugisse”
Depois eu que sou o mal-humorado…
ehhh Fábio; vc esqueceu de comentar sobre aquelas mocas que nos abordam ali perto da ponte das correntes.
Comeco a rir sozinho qd lembro do que já passei por lá 🙂
Mas é uma mão de vaca esse Fabio, só reclama de dinheiro tchê.
Não posso acreditar que um cara com essa experiência e formação ganhe mal, puta que pariu!!!
Chora Fabio, chora!!!
Abraço!
Fala muito, Leandro.
Perdão Leandro, mas você não tem senso.
hahahahahahahahahahahahaha. Crazy Fábio.
Ri muito.
simplesmente umas das melhores historia que eu já ouvi fala , fico imaginando a cena e não paro de dar risada, cara na boa você tem que escrever um livro, kkkkkkk
hahahaha aconteceu comigo algo semelhante em Maceió. Era um trajeto que eu conhecia bastante, mas o taxista malandro (sempre tem um), fez uma volta mostruosa e deu 3x o valor normal.
Quando parou, eu disse: não teria sido mais fácil vc ter vindo pela avenida tal e pego a rua tal, em linha reta?
Quando ele percebeu que eu conhecia a cidade, disse que o trecho estava em obras.
Enfim, paguei o valor correto e na volta comuniquei ao hotel, já que ele era “credenciado”.