Programe-se
18/07/12 10:01Um senhor de cabelos e bigode brancos coloca força nos pedais e de repente freia, derrapando a roda traseira de sua velha bicicleta diante de um contêiner de venda de ingressos.
O local, um trecho de asfalto em meio à floresta. E a demonstração de perícia do veterano ciclista é das manobras mais radicais realizadas ali, agora.
Agora. E nos últimos cinco anos. Porque até 2001 aquela era a reta que sucedia a Ostkurve -em alemão, Curva Oeste. Naquele ponto, pouco antes da chicane batizada em 1995 em homenagem a Ayrton Senna, os carros de F-1 chegavam a alcançar os 345 km/h.
Uma história de 67 anos que está em parte soterrada, em parte coberta de mato, em parte só servindo como apoio para o novo _e insosso_ traçado, riscado pelo badalado arquiteto alemão Hermann Tilke e inaugurado em 2002.
Assim começa reportagem que escrevi em 2006, sobre os trechos de Hockenheim enterrados com a reforma de 2002.
Pois é, lá se vão 10 anos da inauguração do novo traçado, tão sem graça, tão chato, tão bobo, tão sem charme, tão sem nada.
Naquela época, a antiga reta já estava tomada pelo mato. Agora, imagino, deve ter desaparecido completamente. Uma pena.
Mais um pouco do texto:
Trechos que se tornaram lenda. Eram dois arcos, de raio tão reduzido que na prática funcionavam quase como retas velocíssimas, com dois quilômetros cada um.
No seu ponto mais veloz, David Coulthard, ao volante de um McLaren, atingiu 356,5 km/h em 1998, então o recorde da categoria _hoje, é 367 km/h, marca cravada por Juan Pablo Montoya, em Monza, em agosto do ano passado.
Foi no meio da floresta que Jim Clark, um dos maiores mitos do automobilismo, morreu em 1968, numa prova de F-2 _um pneu estourou e ele arrebentou sua Lotus numa árvore.
(A íntegra daquela reportagem, para assinantes da Folha e do UOL, está aqui.)
Para os mais jovens entenderem como era o circuito, um vídeo de 30 anos atrás, com direito a cenas de pugilato aos 2min15s…
Com a destruição do antigo traçado, o maior atrativo de Hockenheim hoje está a 20 km dali: Heidelberg, uma das cidades mais bacanas para ficar na temporada da F-1. Uma centenária das mais vibrantes.
Enfim, segue programação da corrida, no horário de Brasília:
sexta
5h-6h30: 1º treino livre
9h-10h30: 2º treino livre
sábado
6h-7h: 3º treino livre
9h: treino classificatório
domingo
9h: GP da Alemanha, 67 voltas
uma pena, tirar o gp da hungria não tiram, mas destruir esse baita circuito pode… fazer o que, que seja um gp minimamente decente.
tudo bem que pra frescura da F1 eles destruiram o traçado, mas a federação alemã não poderia usar o traçado original para suas competições?? Silverstone por ex usa 4 ou 5 versões diferentes de traçado…
o mais interessante dessa briga, foi o Piquet saber, depois de 20 anos, em um janatar da BMW que aquele motor não terminaria a prova, a BMW agradeceu e contou a realidade, ele teria o mesmo problema do patrese e quebraria em no máximo 3 voltas.
piquet sempre será “o cara” lembro de uma vez, tb em Hockenheim que o companheiro dele Mansell fritou os pneus e avisou pelo radio que precisava troca-los, piquet não perdeu tempo, sabendo disso entrou nos boxes antes e colocou os pneus do Mansell que teve de dar uma volta, naquele mega circuito, com os pneus quadrados, SENSACIONAL!!!!
O PIQUET É ANTIPATICO MAS TEM SANGUE DE CAMPEAO AO CONTRÁRIO DOS MASSAS E BARRICHELLOS DA VIDA
Fabio, eh impressao minha ou os carros dessa epoca nao tinham asa dianteira? Abs
Alguns não tinham.
Abs
Bem, quanto a chatisse da nova Hockenhein, acho que o mesmo se aplica para a nova Nurburgring, bem mas a antiga Nurburgring Nordshleife era de fato outra história, outra concepção, outro tempo em que se faziam pistas fantásticas, antes das pistas de F1 se tornarem meros “autoramas”.
Em uma recente entrevista, Piquet disse que esta batida com Salazar foi ótima para a BMW! Após a vistoria, os técnicos da BMW lhe disseram que aquele motor tinha os anéis de vedação dos cilindros totalmente comprometidos, somente duraria no máximo 3 voltas, depois quebraria. Quase 25 anos depois este fato foi revelado pelo Piquet. Uma batida foi melhor do que um estouro de motor para a BMW.
Outra coisa, isto em um tempo em que os carros de F1 quebravam, tempo que um piloto não podia andar 100% o tempo todo, hoje em dia um motor não quebra, tem que durar 3 a 4 GPs….
Caramba Fábio, desenterrou hein!
Mas, falando sério, as pistas eram de verdade, os carros também. Espero que não “operem” Monza. Em Interlagos, são necessárias reformas nos boxes, mas só! Sinto falta das corridas no Estoril, que circuito fantástico! Tenho 31 anos, mas aprendi a gostar de F1 com 5 anos, e nunca mais parei. Acho que aprendi a ver F1 antes de falar… haha!
Quanto à Hockenheim, uma pena. Esse Hermann Tilke acha que os F1 são karts. Que desastre!
Campo minado.
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http://oglobo.globo.com/rio/terreno-escolhido-para-novo-autodromo-era-campo-de-instrucao-ate-com-minas-5518300
Muito legal Fábio, você lembrar como era fantástico esse circuito. Era a prova que eu mais adorava, junto com Mônaco e Spa. Hoje é a única corrida que eu não fico empolgado em assistir. Chega a cortar o coração na largada, dá para notar a grande reta ao lado e os pilotos virando a direita e ignorando tudo aquilo, coberto de árvores. Resumindo , triste