Os donos da rua
12/05/12 17:23É uma pequena história pessoal que resume e explica um pouco o estado das coisas no Brasil.
Moro no Rio de Janeiro. E são comuns, por aqui, prédios antigos, sem vagas de garagem.
O prédio onde moro até tem algumas vagas, mas insuficientes para todos os apartamentos. O meu, por azar, não tem.
(Sim, é algo estranho para quem vem de São Paulo. No meu prédio no Ipiranga, por exemplo, eu tinha três vagas. Mas com o tempo percebi que são apenas estilos diferentes de vida. Meu prédio aqui também não tem varanda gourmet ou salão de festas ou churrasqueira ou piscinas. Mas é charmosinho. E perto da praia. Enfim, cada um tem seus prós e contras. E vamos levando…)
Ocorre que, desde que mudei para este prédio, em dezembro, eu vinha alugando uma vaga por R$ 350 mensais. Absurdamente caro, não? Pois um dia achei o mesmo. E, como minha rua é bastante sossegada, bucólica, daquelas de parar o carro debaixo da própria janela, decidi que era hora de economizar esses trocos.
Os problemas começaram na terceira noite em que estacionei ali. Um rapaz vestindo uniforme de uma empresa de segurança veio até o carro e me abordou. O diálogo foi mais ou menos assim:
Ele: “Boa noite, senhor. A gente faz uma trabalho de segurança aqui na rua e se responsabiliza por uns carros…”
Eu: “Vocês se responsabilizam? Como assim? Se roubarem meu carro vocês me dão outro?”
Ele: “Não, senhor…”
Eu: “E se riscarem meu carro, vocês consertam?”
Ele, já meio assustado: “Não, senhor… Mas a gente cobra R$ 70 por mês para olhar os carros…”
Eu: “Então deixa. Não tem problema, vou continuar parando aqui.”
Era só o início dos problemas.
Outro empecilho para minha ousada decisão de parar o carro na rua onde moro é que toda a zona sul do Rio está loteada para vendedores de talões de estacionamento.
Em São Paulo, você compra um talão na banca de jornal e pronto. Aqui no Rio, não. Os tais vendedores de Área Azul, de uniformes, atuam como donos do pedaço. São uma máfia.
Não muda muito minha vida no dia-a-dia porque saio de casa às 7h30 e, quando volto, o cartão não é mais exigido. Mas, nos finais de semana, é um transtorno. Duas horas de estacionamento custam R$ 2.
Descobri, então, que existe um tal “Cartão Morador”. Liguei para a subprefeitura, me passaram um número da CET-Rio. Liguei mais de 20 vezes, sempre tocando até cair. Desisti, fui procurar informações na internet.
Bom, é como se o cartão não existisse, tamanha a lista de exigências burocráticas para obtê-lo. Eu, morador do Rio, não posso ter o Cartão Morador porque meu carro está em nome de pessoa jurídica. O que isso muda no fato de eu morar naquele endereço e precisar parar o carro em frente de casa, não sei.
E a burocracia, amigos, é indobrável. Desisti do Cartão Morador e passei a gastar dinheiro com cartões de Área Azul sempre que necessário.
Até que resolveram recapear minha rua. Surpreendente. É um bairro bacana do Rio, o asfalto parece uma mesa de bilhar.
Imagino que bairro mais humildes tenham centenas de ruas precisando de recapeamento. Mas, não. Resolveram refazer o que já estava bom, típico show pré-eleitoral para a classe média.
O serviço era feito de madrugada e, por três noites, para não ter o carro rebocado, tive de procurar outra rua para deixá-lo dormindo.
Na primeira, deixei-o num estacionamento. A conta para o pernoite: R$ 45.
Na segunda noite, parei numa rua. Idem na terceira. Na manhã seguinte, 7h30, indo trabalhar, adivinhem?
Eu estava já ligando o carro quando surgiu um vendedor de Área Azul com seu indefectível colete de “dono da rua”. Com toda a prepotência do mundo, já veio fazendo sinal para eu abaixar o vidro, como se ele fosse alguma autoridade.
Era manhã, o dia estava lindo, eu ainda estava de bom humor. Abaixei o vidro. O diálogo foi mais ou menos assim:
Ele: “O senhor mora aqui na rua?”
Eu: “Não”.
Ele: “Pô, o senhor tá parando o carro aqui.”
Eu: “E daí?”
Ele: “E daí que o senhor nem me deixou uma moral.”
(Imagino, eu, que seja um sinônimo para dinheiro, caixinha, grana.)
Eu: “Que moral? Tô saindo às 7h30.”
Não falei mais nada. Já estava puto, meu dia já tinha ficado ruim. Saí acelerando, sem acreditar na arrogância do sujeito. Não voltei a parar lá, até porque terminaram o teatrinho do recapeamento na minha rua. Mas imagino que não seria bem-vindo se o fizesse.
O último lance da história aconteceu ontem. Na véspera, deixei o carro na minha rua, em frente ao meu prédio. Bem ali, onde um segurança pediu _e não levou_ R$ 70 para “se responsabilizar” pelo veículo.
Quando fui pegá-lo, de manhã, havia um pedaço de ferro enfiado na fechadura. E um risco na porta, de ponta a ponta.
Sugeriram-me que eu pagasse os R$ 70 pros seguranças. Não, não vou fazer. Agora que não vou mesmo.
Não posso afirmar que foram eles. Mas eles passam as madrugadas ali. No mínimo, fizeram corpo mole. Usando o raciocínio inverso, duvido que meu carro estivesse riscado se eu tivesse pago o que pediram.
Mas ok. Podem riscar meu carro todo. À vontade. Não vou pagar.
É isso, enfim. No Rio _e em outros lugares do Brasil, imagino_, um cidadão não tem direito a parar o carro na porta de casa.
Na zona sul do Rio, ou você é achacado por seguranças privados ou por estacionamentos a preços extorsivos ou por vendedores oficiais de Área Azul ou pelas burocracia sem sentido da prefeitura. Não há o que fazer, não há para onde correr.
A solução mais básica, parar diante de casa, não existe.
Se você tem um carro e mora num prédio sem garagem, seu orçamento pessoal precisa ter uma rubrica “propina” ou você corre o risco de danos ao seu patrimônio.
Um monte de gente convive com isso. E acha normal. E paga. E se submete. E tudo vai se eternizando. E os caras vão se legitimando como donos da rua.
E assim, em milhares de casos corriqueiros como este, em várias e várias situações cotidianas parecidas, todos vamos nos afundando na lama.
Ou pior, no lixo.
Realmente isso é o Brasil, barbarie, crime, corrupção do barnabé ao presidente, salve-se quem puder, vamos mudar pro Afeganistão que estaremos mais seguros. 50.000 mortes no transito, só os que morreram no local, os que morreram no hospital não estão aqui.
Esse é o pais do faz de conta, só que quem paga a conta, não faz de conta. Mas os politicos do faz de conta, todos sem exceção , são que nem esses flanelinhas que vc tanto repudia. Ou vamos morar no Bahrein pra viver em paz.
Há, certamente, uma solução rápida para esse seu problema, Fabio. Nós vivemos num mundinho politicamente correto, onde as autoridades prostituídas — de propósito — não priorizam a segurança pública. Qual o resultado prático disso? Estamos involuindo como sociedade; estamos voltando aos tempos do faroeste. No faroeste cada um tinha sua arma e a usava para defender seus direitos. Tenho certeza de que se uns dois ou três achacadores de 70 reais aparecessem mortos a tiros em diferentes manhãs, eles sumiriam da parada. Mas… é o tal círculo vicioso. Vivemos num mundinho politicamente correto. Se bem que, qualquer dia, a casa cai. Aí vai ser cada um por si. Lamentavelmente.
Na boa, na boa. Para viver os dias tranquilamente, sem stress desse tipo, melhor não economizar os R$ 350. De qualquer forma, valeu por escancarar os fatos. Boa sorte!
É isso aí Fábio! taca a m… no ventilador! Também sou assim! Só a verdade liberta! Faça bastante barulho para ver se esses parasitas se mexem…Quanto a solução para seu problema, digo que confie em sua inteligencia e bom senso que a solução apareçerá!
http://m.youtube.com/index?desktop_uri=%2F&gl=BR#/watch?v=qtfGFudO9w0
Divirtam-se, galera.
vergonha!
safados, em todas as grandes cidades, que vão se apoderando do patrimônio público e acossando cada vez mais o cidadão.
Todo brasileiro deveria fazer como o Fábio. E se mesmo assim continuassem a tentar nos roubar, deveríamos montar vigília e sair dando paulada nestes fdps. O que estraga o Brasil é o brasileiro.
Gostei da atitude Fábio… sou paulista assim como você “com imenso orgulho, diga-se de passagem…”e fui ao rio algumas vezes a trabalho, uma cidade linda, com muita gente trabalhadora, e pontos de lazer sem iguais, mas esta tão afundada na cultura do espertalhão que nunca consegui me sentir a vontade… uma pena, alguns energúmenos conseguem estragar um dos trabalhos mais bem feitos da natureza… o Rio de Janeiro continua lindo em lente angular, quando aproxima o foco é feio e fede…
Parabéns pela atitude.Não foi nesse mesmo estado que um governador em exercício de mandato não chamou de trouxa uma criança que fez perguntas públicas a respeito de princípios éticos.
Fabio, vamos colocar uma câmera vigiando seu carro e pegar estes marginais, isso é a cidade maravilhosa, esta parecendo Brasilia onde tudo é propina.
Enquanto Rubens Barrichello que você fala mal e diz ser um péssimo profissional tem dezenas de garagens e dezenas de carros a sua disposição,você coitado e invejoso Fabio,não tem nenhuma em sua ´´grandiosíssima ´´carreira de jornalista.
kkkkkkkkkkk.
Nossa! Que imbecil!
Começam riscando e logo irão roubá-lo ou pôr fogo.
Não sou mãe Diná, apenas experiência própria.
Mas pelo que entendi, o carro é alugado ou pertence à folha, não é seu.
Aí, com todo o respeito, fica fácil peitá-los, pois o seguro cobrirá o prejuízo.
Agora, pro pobre trabalhador que parcelou o carrinho em 48 prestações (sem sobrar o do seguro) e, em muitos casos, é o único patrimônio da familia, só resta pagar religiosamente.
O que eles fazem não é diferente do que acontece ao lado do Morumbi, em dia de jogos, shows, etc. É a extorsão institucionalizada.
Boa sorte.
Fábio,
você tem um poder que nem todos tem, esta caneta de jornalista e escreve para um grande meio de comunicação. Aproveite dele e dê nome aos bois, pergunte o nome dessas “otoridades” e denuncie esse absurdo. Alie-se a um repórter da folha da seção policial e aprofunde-se na investigação, com câmeras e fotos. Todo tipo de bandido no Brasil tem um chefe, com certeza esses daí tem um político na ponta da cadeia alimentar e vocês chegarão nele. É só uma sugestão, como não sei qual o risco que se corre sendo jornalista não é obrigação sua, mas que iria ajudar, ah isso iria.
Vc está mais do que certo, isso é uma irresponsabilidade da própria prefeitura.
Então quer dizer q se pararem na frente da minha casa, eu posso cobrar uma “caixinha” e se não pagarem eu posso arrebentar o carro da pessoa?!!?
Ridiculo isso!
Fábio, acompanho seu blog desde o tenro início da temporada 2007 de formula 1. E é por esses seus posicionamentos que faço questão de entrar diariamente para “ler o que você pensa”. O nosso país precisa de mais gente como você. Eu tenho fama de pão-duro, mal-educado, mesquinho e barraqueiro, apenas por tomar atitudes como a sua no dia-a-dia. Taí alguém que pensa diferente. O país seria bem melhor…
valew!
Fábio, atitude corajosa e exemplo de retidão. Ao mesmo tempo, certamente terá outros dissabores… seu algoz não lerá seu texto, mas deve fazer acontecer a parte do “…podem riscar meu carro todo. À vontade. Não vou pagar.” O seguro do carro consta como pernoite fora de garagem?
Fábio, li e a medida que lia fui me indignando, acho que pude sentir um pouco do que passou. O pior é a sensação de impotência diante do fato, se correr o bicho pega se ficar o bicho come…
Fábio, se por um lado acho ruim sua visão parcial em relação a Barrichello (por inúmeros motivos), por outro lado queria te dar os parabéns por reservar um espaço para publicar “A Descriminalização da Extorsão”.
Foi se o tempo que Flanelinhas pediam 2, 3 reais para olhar o carro. É como você disse: Pedem 50, 70…
E isso não vai mudar porque: 1. Não atinge quem manda na cidade. 2. A Polícia sempre tem coisas mais importantes para resolver. 3. As Leis e pessoas que vivem em outro planeta acham que o Brasil na verdade é o Japão ou Finlândia, é que se existem flanelas, são pobres coitados marginalizados pela sociedade burguesa e opressora.
No parque do Ibirapuera era corriqueiro o problema de flanelinhas pedindo 20 reais para olhar o carro…e… a Polícia diz que não pode fazer nada, pois a pessoa dá o dinheiro se quiser, e se quiser reclamar, que perca a madrugada (e o tempo) abrindo um B.O. na delegacia, onde o escrivão irá arquivar imediatamente a ocorrência, isso se não jogar fora.
Esse trabalho seu, se for seguido por outros colegas de comunicação pode dar resultado.
Lembrando, o flanelinha não pediu 2, 5, 10 reais (que já seria um absurdo). Pediu 70. Não é um coitadinho passando fome.
Parabéns novamente.
Vc esta cometamento certo, esses nao sao coitados, sao vagabundos da pior espécie …. Sao bandidos de terceira categoria covardes e imbecis…..
Isso revolta! E muito! Moro em Brasília é o que mais se tem nas ruas por aqui são flanelinhas, sendo que meu carro já foi riscado várias vezes porque me recuso a dar dinheiro e esses bandidos. Os caras vão para o estacionamento de carro e ficam lá o dia inteiro te cobrando para não riscar seu carro!
Se todos se recusassem a dar o dinheiro isso acabaria, ou não?
Esse é o problema de um país que não investe em educação e consequências da impunidade. E se tentarem toamr alguma medida contra flanelinhas ou coisas do tipo e representantes, ONGs de direitos humanos também cairão em cima de nós, pequenos burgueses de olhos azuis. Já houve lei querendo regularizar a profissão de flanelinha, não sei se aprovaram. E não considero falta de coragem em pagar a propina, principalmente quem tem família e com esses malandros que sabem onde mora. E o poder público não fará muita coisa pois alegam que para esse tipo de delito não há criminalização. E pensava que poderia se feito o seguinte, um policial a paisana se passar pelo motorista e ao ser extoquido dar voz de prisão mas, alguns anos atrás li que a corregedoria de polícia civil de SP, queria “plantar” carros roubados nas rua e monitorar a atuação de policias afim de flagrantes de roubo/corrupção por parte desses agentes porém a lei brasileira não permite que se forjem flagrantes, como vemos em filmes americanos.
A lei brasileira e uma vergonha mundial, parece que foi feito por bandidos para bandidos…. Brasil e uma vergonha mundial ainda….
Continuo achando você um otimista irremediável, Fábio. O ” Vamos afundar na lama”, demonstra claramente esta condição. Em uma opinião realista, já estamos, em uma pouco mais pessimista, não é lama, sim dejetos.
Só dou um conselho, sé é que você precisa: veja bem as características do “moralista”, do “segurança particular de estacionamento” antes de tecer qualquer crítica. Na verdade, para evitar constrangimentos, seria mais fácil e até prudente, toda manhã, antes de sair de casa, servir-lhes café da manhã, presenteá-los com rosas e pedir desculpas por acreditar que o que é ilegal para você, membro remediado das zelites culpadas por todos os erros históricos sem ter reconhecidos os acertos, também deveria ser ilegal para os outros.
ser um membro de elite culpada por processo histórico não obriga ninguém a dar R$ 70 a um vagabundo por um serviço ridículo. Tem muito médico (membro da tal elite culpada) ganhando 20% desse valor para atender a um paciente doente. Esse papo não tem nada a ver com o processo de formação histórico do Brasil e das elites que acumularam riqueza. Manter essa coisa ridícula de flanelinha é que reafirma os valores coloniais no país: se não incomoda as elites, está valendo . E a elite no país anda de helicóptero, passa férias em Miami, tem 5 vagas na garagem com 5 SUVs diferentes para todo o seu núcleo, congela espermatozóides do filho de 18 anos e o submete a vasectomia e manda comer mesmo a mulherada, já garantido que elas não vão levar NADA em troca. O médico que estudou e correu atrás, o jornalista, o professor, meu caro, não são da elite exploradora, só pelo fato de que vivem com algum conforto e dignidade. A elite de verdade não gosta nem de estacionar o veículo, meu caro. Não admite ter que fazer uma manobra a mais na garagem do prédio (com 5 vagas) se eu estou com o meu carro próximo ao elevador para descarregar meu bebê de 6 meses doente na noite fria (acredite, levei xingo, porque o Porsche do infeliz teve que fazer uma curva mais aberta e interferiu na manobra).
E o país não muda e mudá-lo será uma luta, pois mesmo em um blog, com a gente pedindo um pouco mais de sensatez e liberdade, vem alguém e fica apontando dedos sobre isso ou aquilo que resvala nessa corja da censura e vigilância do politicamente correto que ronda nossa internet e nosso dia-a-dia.
Infelizmente, meu caro Fábio isto é o Brasil. E o Rio é só o lugar digamos assim mais avançado, depois estes “métodos” se espalham pelo país todo…e nos achamos os mais espertos do planeta!
Excelente atitude!!! Parabéns!!!
Não encontro outras palavras se não RIDÍCULO e REVOLTANTE, e a mídia preocupada com o clip do Alexandre pires ao invés de “lutar” contra esse ladrões vagabundos!!
Carpir lote eles não querem?
Acho que você quis dizer “Capinar”… Carpir é chorar…
Ops! Agora que vi os erros de digitação no meu comentário aí em cima. Ainda esotu engatinhando no meu tablet. Só tenho intimidade com o desktop. Abraços!
Flávio,
no Rio, em São Paulo, em Recife, em Salvador, Porto Alegre… sugestão: vá de bike ou pelo menos lute para que um dia isto possa ser uma opção minimamente segura.
Abraços
Fábio, você mencionou que seu carro está em nome de pessoa jurídica. É seu ou da Folha?
DESSE SER DA FOLHA,POIS O FABIO GANHA UM SALARIO MINIMO POR MÉS COMO MELHOR DO MUNDO COMO JORNALISTA COMO ELE PENSA QUE É KKK.
E ainda dizem por aí que o Brasil é o país do futuro.
O “futuro” vem sempre acompanhado de civilidade, de justiça (feita) e de direito de ir e vir. Alguém vê isso por aqui?
Se fosse eu morador do Rio, ia comprar um carro muito ruim e colocar sistema de camera oculta infravermelho dentro dele. Para se aparecer riscado alguma coisa por esses “donos da rua” , eu no minimo processar o cara. E estampar a cara do vagabundo em todos os jornais, internet e afins.
Fábio, melhor gastar R$ 70 do que 2.000 para arrumar o estrago e ainda ter dor de cabeça por meses. Esquece filhão, vc não vai mudar o mundo! Contente-se se o mundo não mudar vc. Faça a sua parte, já está ótimo. Se o flanela é um merda, problema dele. Faça o joguinho dele qdo estiver por perto e suma da frente dele assim que puder. Siga sua vida. Boa sorte. Abraço
Prefiro pagar R$ 2000 prum funileiro honesto.
Abs
KKK E GASTAR 3 MESES DE SALÁRIOS SEU GRANDE JORNALISTA QUE SE DIZ SUPERIOR NA CARREIRA DO QUE O BARRICHELLO.
O funileiro tá no esquema…
“E, como minha rua é bastante sossegada, bucólica, daquelas de parar o carro debaixo da própria janela, decidi que era hora de economizar esses trocos.”
Pelo visto não é…….
Funileiro honesto? Outra raridade no Rio de Janeiro…
Concordo 100% com o F. Seixas.
Ele sozinho não “muda o mundo”, todo mundo fazendo o mesmo muda. Ou pelo menos vale a tentativa.
PS: Se o carro é ou nao do FB nao justifica nada.
O fato do carro estar em nome de pessoa jurídica muda tudo. Pode ser um “esquema” para não ficar com os pontos na carteira, ou pagar menos imposto.
DUVIDO que se o FB estiver com 19 pontos na carteira e receber uma multa no carro pessoa jurídica vai passar os pontos para ele mesmo e perder a carteira. DUVIDO.
Ética e honestidade só no discurso é muito fácil…
Não seja leviano. Tanto passo os pontos para minha carteira que já a perdi. E cumpri a punição.
Fábio, então por que coloca o SEU carro em nome de empresa? Tem que ter um motivo.
A Folha comprou o carro, e eu estou pagando para a Folha. Assim que eu quitar o pagamento, o carro será transferido para meu nome. Todas as multas que a Folha recebe para o carro são passadas para minha CNH. Está explicado?
Fábio, me desculpe, de coração, mas você acabou de provar o meu ponto. Minha única implicância é de se colocar como a pessoa mais correta do mundo, quando isso simplesmente não existe. Todos nós falhamos em algum momento, uns mais, outros menos, mas não devemos nos colocar como absolutamente éticos (está aí o Demóstenes para provar), até porque não existe ética absoluta.
No seu caso, só em caso de não ter ficado claro ainda, não vou nem entrar no mérito da Folha ter comprado o seu carro (que provavelmente pagou mais barato por ser frotista, e a venda pode ter sido feita mediante desconto na remuneração para evitar encargos/impostos), pois não sei exatamente como foi, mas vamos focar na perda da sua carteira: Se chegou ao ponto de você ter o seu direito de dirigir cassado, foi porque cometeu várias infrações, possivelmente algumas gravíssimas, eventualmente colocando a vida alheia em risco (andando acima do limite de velocidade ou falando ao celular) ou ainda atrapalhando o direito dos demais (estacionamento proibido, etc). Veja bem que forcei as palavras para provar meu ponto, mas não estou te julgando por isso de maneira alguma, também eventualmente as cometo, porém não fico posando de rei do comportamento impecável. O fato de ter cumprido a punição não atenua o fato de ter cometido um crime. Não estou comparando pois são crimes completamente diferentes, mas um assassino estuprador que cumpre 15 anos de pena não ‘apaga’ o assassinato.
Pessoalmente, sou a pessoa mais ética que conheço, e não estou brincando. Podemos pegar, por exemplo, deslizes comuns como ter software pirata: eu compro todos os meus softwares, Windows, Office, especialmente os de programadores menores, e todos do iPad/iPhone. Mas tenho plena consciência de que só faço isso porque felizmente tenho condições financeiras favoráveis. E compreendo perfeitamente quem tem recursos mais limitados e usa cópia pirata, até para trabalhar, ganhar dinheiro e um dia, quem sabe, vir a poder pagar. Não os julgo em absoluto por isso. Quanto à música, atualmente compro todas pelo iTunes, até por ser mais cômodo, mas ainda assim tenho MP3 antigos pirateados. E também duvido que você não os tenha. Enfim, acredito que temos que fazer o nosso melhor, mas entendo também que ética não é um conceito absoluto, e que todo fanatismo é prejudicial.
Sobre seu problema pessoal com o flanelinha, acho que você, como cidadão, está conduzindo de forma totalmente equivocada. Seria muito mais eficaz e útil para toda a sociedade se você fosse, por exemplo, em seu vereador, ou mesmo, uma vez que é jornalista, usasse a mídia para o bem e propusesse uma lei que tipificasse este delito de se cobrar por estacionamento em local público, prevendo pena para quem cobrasse por esse ‘serviço’ de olhar o carro. Passe para algum amigo advogado, deve ter alguma forma de cercar isso, e você teria apoio praticamente unânime, pois flanelinha é uma raça odiada por todos. Uma vez sendo crime, toda a sociedade acionaria a polícia para coibir tal ação, e mesmo que o flanelinha passasse só uma noite na delegacia, se toda vez a população acionasse, já não valeria a pena para ele, e o problema se reduziria ou acabaria.
Enfim, acredito muito mais nisso que na sua atitude quixotesca. Abs
Eu cometi crime? Levar multa é crime? Ter a carteira suspensa é crime? Você deveria se informar antes de escrever esse tipo de coisa.
Não, não sou a pessoa mais correta do mundo. Vivo cometendo erros, alguns feios. Nem me coloco como tal, ao contrário de você, que se diz a “pessoa mais ética que conheço”.
Uma novidade para você: você não é a pessoa mais ética que eu conheço. Uma pessoa ética não faria ilações como a que você comete ao dizer, por exemplo, que eventualmente coloquei vidas alheias em risco porque tomei multas. Chega a ser risível alguém que escreve isso afirmar, linhas depois, que é o rei da ética.
Fábio, pena você não ter pegado a parte “boa” do texto e ter se prendido a detalhes. Hora nenhuma afirmei nada, nem te acusei de nada, está tudo no campo da suposição, da possibilidade teórica. Você que me chamou de leviano, mas tudo bem. Achei que tinha ficado claro que a intenção não era ofender e sim demonstrar um ponto. E pode substituir “crimes” por “coisas”, saiu errado mesmo, tanto que antes chamei de infrações, e não crimes. E não só não te acusei como ainda estava na verdade do seu lado, dizendo que não o julgava mal por isso, pois é normal, eu também cometia. Meu ponto era só demonstrar que não há como ser totalmente correto e, principalmente, que há maneiras melhores de lidar com essas questões. Abs
Seus argumentos foram péssimos. Falou em crime. Disse que não queria comparar, mas comparou multa de trânsito com estupro!
Na boa, não tem nem cabimento discutir com alguém com argumentos como os seus. Não vale a pena. Pode retrucar essa mensagem, aliás, porque não vou responder.
Da próxima vez, reflita antes de escrever.
Menos ódio no coração, Fábio! Se você insiste em ler meu “NÃO ESTOU comparando porque são coisas completamente diferentes” como “ESTOU comparando porque tem tudo a ver”, ok. Aproveite o final do domingo com sua família! Tudo de bom, abs
concordo com vc, meu carro é velho e mando praquele lugar, simplesmente não pago.
Olavo, sucumbir = se corromper e ser corruptivel = ceder a corrupção
Fabio, vc pode colocar uma camera interna e gravar toda santa noite, vai gastar poucos reais e saberá quem é o filho da mãe que fez isso. Fale com seus colegas investigativos do jornal
um grande abraço e não desista, estamos com vc, parabéns !!!!
Em Manhatan só quem anda de carro próprio é pobre ou trouxa! Quem mora no Leblon não pode reclamar de pagar R$ 350,00 de garagem. Você pode ir de metrô para o trabalho, mas como é midiático, “ponha o custo na conta” e bola para frente!
Não moro em Manhatan e todo cidadão, de todo bairro, deveria ter os mesmos direitos.
Abs
Eu entendo você Fábio, também prefiro “gastar mais” do que dar dinheiros para estes bandidos, é uma questão moral. Mas é uma situação profundamente revoltante, dominados pelo sistema corrupto e o poder paralelo e sem perspectiva de libertação. Enquanto os Vingadores não vêm ao Brasil acabar com os maus feitores, sugiro fortemente este sistema ao seu carro: http://www.youtube.com/watch?v=0KJ9EaBBmEQ
Você reproduziu o pensamento da maioria das pessoas. E, por serem a maioria, esse país é assim. Se o Fábio não vai mudar o mundo, pelos menos ele está fazendo a parte dele, e não sendo conivente com esse comportamento extorsivo. Prefiro fazer parte da minoria e bater palmas para o comportamento do FS nessa situação do que me acomodar com a corrupção e extorsão arraigadas na cultura do brasileiro. Só assim posso ter esperança em dias melhores.
Olavo. Tambem discordo da sua opinião.
Não creio que a melhor maneira seja se “adequar” ao que é mais conveniente. Isso tem que mudar. Esse é só mais um exemplo de abuso, assim como (SP) pagar pra estacionar na rua, cerca de R$ 50,00 ao redor dos estádios, (Santos) Pagar para ir à um casamento, mais de R$ 40,00 pois não há vagas próximo às Igrejas. É preciso cobrar da polícia que se encarregue de retirar esses marginais das ruas, pois eles estão nos coagindo com suas ameaças, e isso é crime previsto, e passivel de punição.
Aceitar tal ação é ser conivente com o abuso.
Prefiro gastar os R$ 2.000,00 em ligações cobrando a porcaria de polícia que temos, que alem de ser mal preparada, é muito mal intensionada nessas questões. E antes que digam dos seus salários… Mesmo se tivessem um salário maior, não mudaria a situação, pois é questão de caráter.
Esse Olavo é um cagão! Deve ser o tipo de sujeito que, ao ver o estuprador em ação, finge que não é com ele… Cuidado em “filhão”, um dia poderá ser sua filha (ou você)!
Sem dúvida (pela honestidade do desabafo) um dos melhores posts já publicados! Parabéns pela atitude Fábio! Se pelo menos 10% dos leitores do blog adotarem postura similar, podemos ter esperanças!
Essas pessoas (“flanelinhas” e “Olavos” da vida) não merecem nada além do que nossa indiferença!
Oooooo… Meu herói!!!
É por essas e outras que esses marginais, também chamados de “flanelinhas”, crescem e intimidam a sociedade, a qual, por sua vez, ao aceitar esse achaque, contribue decisivamente para essa proliferação.
Se cada cidadão fizesse o que o Flávio fez, certamente esses “flanelinhas” não se propagariam porque lhes faltaria combustível ($$$).
Aí virão os mais puros e dirão:
“Ah, mas é melhor serem “flanelinhas” do que tornarem-se marginais…”
E pergunto:
E o que eles são?
É possível mudar o mundo, sim, desde que a sociedade se una e mostre a sua indignação!
O único problema é que esse tipo de postura, “não posso mudar o mundo”, é que mantem o cara na rua achacando as pessoas. A postura correta não é a de deixar pra lá, mas sim de opor-se ao fato.
Afinal um BO na DP, não irá ocorrer nada mas 10 por dia … irá no mínimo aborrecer o delegado.
é por causa de gente como você, que abaixa a cabeça pra quem faz o que quer, que o Brasil é a merda que é. tome um pouco de vergonha na cara e entenda que “fazer a sua parte” não é financiar estelionatarios das ruas, mas sim lutar pra que essa pratica odiosa seja exterminada. é por causa de gente como você, que se submete às extorsões e ameaças de um criminoso, que os flanelinhas continuam existindo. sua estratégia para lidar com o problema é míope, ainda por cima, pois nada impede que risquem seu carro depois de voce pagar o flanelinha. nunca estao lá na volta e mesmo que seja um “fixo” ele nao tem responsabilidade alguma sobre seu carro. voce literalmente paga pra ele olhar o carro, nao cuidar do carro. só sendo trouxa mesmo!
verdade! o problema sou eu!
Quase exatamente! O Sr. não é todo o problema, mas é parte dele, e parte importante. E sua falta de consciência desse fato, talvez somada ao comodismo, é que o conduzem ao seu comportamento. De fato, em todas as culturas, durante toda a história, houve espaços de tempo em que a maioria pensava como o Sr., enquanto a minoria se sacrificava e reagia. O Sr., sua família, seus amigos, desfrutam de incontáveis benefícios dessas minorias. O Sr. pode votar? Lembre-se, entre outras coisas, da revolução francesa; se o seu modo de pensar prevalecesse, ainda estaríamos sendo governados por reis absolutos, por tiranos. Faz, ou fez, uso da medicina moderna? Agradeça aos que desafiaram até fogueiras, pois se não fosse por eles, o Sr. estaria, até hoje, dependendo de pajés, ou exorcistas. O Sr. usa computadores, certamente celulares (quem sabe, smartphones), mas sem satélites, sem a ciência, nada disso existiria; Galileu teve mais sorte do que Giordano Bruno, ao desafiarem a Igreja Católica sobre os fundamentos da cosmologia, e sem essa ciência, e esses “inconformados/inadequados”, o Sr. ainda estaria usando pombos para se comunicar à distância. Não sei se o Sr. tem alguma filha, se é casado com uma mulher, mas certamente tem, ou teve, mãe; ela pode votar, e não mais é considerada uma ligação maligna com os demônios porque, depois de milhares de mortes, ela pode, ou pôde, exercer seus direitos, assumir sua condição de igualdade.
No fundo, não acho que o Sr. aprove suas próprias declarações, o Sr., como milhões de outros, sabem o que, e como, as coisas devem mudar, mas fica somente esperando que os outros façam as mudanças, pois assim o Sr. se prevalece dos benefícios sem arcar com os custos.
E aproveitando o ensejo, acima o cidadão Bruno, pretensamente idôneo e zeloso das boas virtudes, colocou em cheque (na verdade, não somente ele) a qualidade moral do Fabio Seixas. Uma pessoa que se auto-define como a mais ética que conhece, é tão pretensiosa que já merece total descrédito, julgamento que se confirma pela tortuosa via de julgamento e de supostos lapsos no uso de determinados adjetivos, e adjetivações, endereçadas ao jornalista. Pessoas como o Sr. Olavo e o Sr. Bruno, devem ser ouvidas, tem esse direito democrático, direito esse conquistado pelos que, por ela, agiram. Mas, além do exercício desse direito, saber da opinião deles fornece material para que possamos refletir e estabelecer os contrapontos que venham a fazer das culturas, da civilização, da humanidade, coisa sempre melhor. Porque há sempre o que melhorar, então o conformismo, a estagnação, a ignorância, nunca fornecerão boas respostas para os problemas que sempre existirão. A busca pela perfeição é utópica, mas almejar o aperfeiçoamento, é essencial.
Olavo, o “siga sua vida” daria a entender “viva”, mas não é. Isso é sobreviver, conceito diferente de viver. Respeito sua opinião, mas nada de bom na história da humanidade veio desse tipo de conceito, só coisas ruins, muito ruins. Nós não conheceríamos as bactérias, não teríamos medicamentos, a América não teria sido descoberta, a Terra ainda seria o centro do universo, os negros continuariam a ser escravos, as mulheres seriam seres de 2ª categoria, e paro por aqui, pois dá para escrever milhares de laudas a respeito disso. Essa situações estapafúrdias, e contrárias a qualquer desenvolvimento da civilização, vão sendo resolvidas na velocidade com que os cidadãos conscientes adotam comportamentos para combatê-las. Aprovo integralmente a postura do Seixas, e recomendaria que ele abrisse B.Os. para todas essas situações; aposto que, se não o fez, foi por falta de tempo e de confiança (pertinente) nos poderes públicos. Mas se TODO MUNDO começar a abrir reclamações nas delegacias, e não se render ao acomodamento, aos poucos as coisas vão melhorando.
Ah, dar bons exemplos, ser (e usá-la) bem educado, e votar conscientemente, também ajudam prá caramba!
Discordo completamente.
O mundo não!
Vai em qualquer país de primeiro mundo e verás que estacionar na rua é o normal, e não tem nenhum problema, muito menos flanelinha.
O problema é esse lixo de sociedade que temos no BR…