Sexta, coluna
20/04/12 12:45A manifestação teve reflexos para os três. Foram punidos pelos comitês de seus países, mas essa foi a parte fácil. Carlos viu a mulher se suicidar, pressionada. A mãe de Smith morreu de ataque cardíaco após receber ratos mortos e esterco pelo correio.
Nenhum deles jamais se arrependeu. E a explicação talvez esteja simbolizada num mural que há em Sydney, patrimônio da cidade.
É um desenho do trio, sobre a frase: “Três pessoas orgulhosas”.
Depois daquilo ficou difícil alguém dizer que o esporte não tem mensagens a passar, que deve ficar restrito às quatro linhas, que é só diversão.
Sim, o esporte pode formar mais do que bíceps e tórax.
E perdeu enorme chance nesta semana de formar um pouco de consciência.
O mural 'Three Proud People", em Sydney
A postura de Smith, Carlos e Norman no pódio dos 200m dos Jogos do México-68 é o ponto de partida para a coluna desta semana, sobre a decisão da F-1 de correr no Bahrein.
A íntegra está aqui, para assinantes da Folha e do UOL. Na Folha Digital e na Folha de papel, é só avançar até a pág. D9.
Lutar contra um sistema POLITIQUEIRO DEMAGÓGICO, diga- se: corrupto.
Lutar contra um certo grupo dominante de GRANFINALHAS do CAIXA 2, 3, 4, 5… , diga- se: que corrompem.
Lutar contra certos indivíduos que estão PARASITANDO O ESTADO nos três poderes públicos: Executivo, Legislativo e Judiciário. Que degradam, corrompem e promovem a roubalheira generalizada que gangrenam todas as instituições públicas do nosso país.
Etc.
(…)
Muitos que lutaram, protestaram, que criticaram e enfrentaram de frente sistemas opressores e autocráticos, não tiveram vida fácil desde que passaram a enfrentar e questionar esses estados de injustiças e violações dos direitos civis.
Muitos que lutaram contra as dominações coloniais do século passado pagaram com a vida.
Muitos que lutaram contra regimes autocráticos sofreram e muito para conseguir liberdade.
Muitos que lutaram contra as segregações raciais dos Estados Unidos nos anos 60 e o Apharteid no início dos anos 90, conseguiram de forma heróica garantir a dignidade de gerações futuras.
Recentemente ocorreu a Primavera Àrabe.
Uma revolução popular de caráter social contra as desigualdades e injustiças sociais, que conseguiram em alguns países derrubar governos corruptos e tirânicos.
E hoje? Aqui no Brasil?
Recentes casos de corrupção mostrados nos jornais.
São tantos escândalos de corrupção que se por ventura ocorrer outro, vão deixar o anterior de lado para investigar o outro escândalo. Revoltante!
E a população do nosso país? A opinião pública? Não deveriam estar nas ruas ou nas redes sociais em protestos maciços contra essa roubalheira do dinheiro público?
O que falta pra ocorrer essa mobilização social?
Se muitos, milhares ou milhões tivessem atitude, senso de cidadania e a virtude de justiça dos três atletas da foto do Post, com certeza haveria muita reação contra esses corruptos e demagogos políticos e PRESTEM ATENÇÃO, É ANO DE ELEIÇÕES!!!
E estes três grandes heróis serão lembrados e eternizados nos livros de história por seu supremo ato de heroísmo.
PUNHOS ERGUIDOS PARA O ALTO E UM LENÇO PRETO NAS MÃOS!
CHEGA DE CORRUPÇÃO!!!
Até mais.
No mundo todo existe Terrorismo.
No Brasil o PT.
E no Bahrain a família Al-Khalifa.
a F1 sempre passa mensagens políticas super evidentes, a principal é = O QUE IMPORTA É O DINHEIRO, MONEY TALKS…
Não existe mensagem mais “política” do que essa.
O esporte é isso, não há excessão, não tem pq querer q o esporte seja algo que não é, e nunca foi.
Não sei de onde o fabinho tá tirando esse idealismo de boutique, se fosse assim tão preocupado com esses assuntos, deveria ter escolhido outro caminho na vida.
“Não tem dinheiro vai correr na São Silvestre” famoso dito de um chefe de equipe brasileira.
Nos primórdios do século passado um chefe de estado ganhava mais que qualquer esportista. Hoje a elite de qualquer esporte de massa ganha mais que qualquer chefe de estado.
Quem é mais importante para o bem estar de um país? De quem depende mais o presente e o futuro imediato de uma nação?
Segundo a opinião pública os políticos não são dignos de um alto salário, mas os esportistas sim, talvez porque nos esportes as regras sejam mais claras. O Ex-presidente Lula, mesmo sendo querido pelas massas, não tinha um salário digno. Quando presidente ganhava o salário de um jogador de futebol de segunda divisão (segundo ele mesmo disse). Isto é bem longe do que pode ser considerado um salário digno da elite esportista brasileira. Lula estava com toda a razão. Essa é uma das suas grandes qualidades se comparado diretamente a outro ex-presidente conhecido por ser um mão de vaca, desculpem mencionar esse tal de fhc.
Os políticos deveriam ganhar muito mais, só não deviam ganhar aposentadoria integral eterna, e o alto salário só deveria valer durante o mandato… mas isto é outra história
Quanto ganham futebolistas, tenistas, lutadores de MMA UFC e Boxe (numa única luta)? Um jogador de Golf mestiço (a mãe era da “raça amarela”) foi o primeiro a ultrapassar o um bilhão de dólares. Salvo engano, coisa que no meu caso acontece com muita frequência, quem ganhou mais com o esporte, e declarou no imposto, foi o dirigente Bernie Ecclestone e a ex-mulher do Ecclestone que além de bater no velhinho baixinho, porque tinha quase o dobro do tamanho do infeliz, e idade para ser filha mais nova dele, ficou aproximadamente com dois bilhões de dólares na separação.
Fábio Seixas
Em 1978 o Xá (Rei) Rheza Pahlevi do Irã,
era considerado o homem mais rico do mundo. A revista Manchete, a
TV Globo, o mundo foi contra aquele rei rico.
Como um cara tão rico podia
viver num país de maioria tão pobre?.
Todo mundo, eu incluso, achava aquele
Aiatolá de turbante em Paris, muito mais árabe e original, que o Xá do Irã que
usava trajes ocidentalizados, antiquados tipo casamento de príncipe da
Inglaterra e ainda por cima tinha uma coleção de carros esportivos e de luxo.
A opinião publica mundial ficou a favor do de Aiatolá Khomeini, que
estava exilado em Paris e recebeu o apoio popular nas ruas transmitidas pelo no JN. Com isso o líder saiu do exílio na França para voltar triunfalmente ao Irã.
O que aconteceu depois foi uma mistura de Igreja e estado, algo
medieval, a forte influência religiosa dos aiatolás no estado ficou clara rapidamente.
Até chegar ao ponto de Ahmadinejad eleito, num estado de direito apoiar “democraticamente” que o povo lapidasse (apedrejasse) aquela mulher chamada Sakineh no ano passado. Alguns opositores também foram coletivamente enforcados em praça pública e pendurados nos guindastes para exposição.
Se o Rezha era ruim o regime atual mostrou ser terrível.
No Bahrein hoje a maioria xiita, é conhecida pelo radicalismo. Se o regime atual não é bom, nada garante que não possa ser piorado.
Nada garante que as minorias serão respeitadas pelas futuras maiorias. Ou que a coisa não acabe com chefe de estado de como Ahamadinejad que chegou a dizer
que outro estado deveria ser eliminado do Mapa. Democracia é justamente
defender as minorias, não impor a força uma religião e nem
perseguir minorias étnicas. O que tem se visto no Oriente Médio é uma fuga das minorias religiosas.
Estamos a uma guerra midiática. É a turma do “Tudo está bem” contra a turma “do tudo está mal”. A Guerra consiste em se aproveitar melhor da mídia, que é onde se travam as modernas batalhas, como todos sabem.
Seria bacana que os dois lados parassem a guerra, para e ver a corrida, w depois continuassem. A briguinha agora consiste em começassar a guerra bem na hora da corrida. O lado sunita garante que abafa enquanto o outro lado o xiira apesar de estar dominado, tem a vantagem de que praticar um ato terrorista. destruir, matar, assassinar seria uma grande vitória
PS1. Hoje a coleção de carros milionários do
Pahlevi e da vontade de rir. A tal coleção perde feio para uma
Bugatti Atlantic e uma Ferrari Testarrosa (aquela antiga do
Scaglietti). O Jay Lehno tem uma coleção de carros que humilharia a do Rei. Rheza Pahlevi hoje não apareceria na lista dos homens mais rico do mundo .
Posso estar enganado, não sei. Só tenho medo de pensar que estou absolutamente certo como pensava estar (junto com a unanimidade burra) no caso da derrubada do Xá.
Como é que alguem pode criticar o Bahrain e não olhar para o proprio pé, o chão onde vive. Só pode ser coisa de pelego. Ou morrer aqui é mais nobre do que morrer no Bahrain, ser bandido no Brasil tem mais valor do que os manifestantes de la!!!!
Pra mim, isso se chama cobrir o sol com peneira. La pode, porque aqui ta tudo mil maravilhas.
Preconceito racial é uma coisa, ideologia política é outra. Aqui no Brasil misturam tudo.
Vettel o teu comentario não passa de
um esteriotipo ,onde a comparação vira em parte deboche , os brasileiros são um
povo pacífico e não pode responder sobre
atitude de poucos insanos, onde o tempo
consome parte da capacidade de
raciocínio e procuram ao inverso da sociedade ,vantagem a qualquer preço, simplesmente não se percebendo que mancha uma nação fazendo casos isolados parecerem cotidiano não podemos ser hipocritas a ponto de fechar
os olhos para essa doente social, tem solução sim é uma questão de conciencia.
Membros da Force India passarm por um confronto entre polícia e manifestantes e quase foram atingidos. Por causa disso equipe não participou do P2:
http://joesaward.wordpress.com/2012/04/20/no-sign-of-force-india-in-fp2/
Sempre, Fábio.
Todo momento o esporte tem essa oportunidade de nos mostrar algo que vale a pena.
Seja caminho dos recordes, das grandes marcas ou da cidadania, humanidade, humildade e democracia.
Eu não sei onde foi que perdi o “bonde” pois estão todos trocando a menor das qualidade que seja por dinheiro e todos os absurdos (no esporte ou no cotidiano)logo se justifica se for por dinheiro.
Meus parabéns Fábio você ilustrou quem é merecedor, e quais são os esportistas quem vale a pena torcer e/ou espelhar-se, obrigado.
Ficarem lá preocupados com tempo, pneus, carros é covardia.
O Vetel foi crucificado por dizer a verdade, to gostando desta juventude a nova geração do automobilismo que não ficam no politicamente correto tem que falar a verdade ou o que sente.
A tirinha do André Dahmer na Ilustrada complementa perfeitamente seu texto.
Fábio,
Sinceramente não via correlação entre a foto (protesto) com o problema que acontece (protesto) no Bahrein. Nomes iguais, situações, nesse momento, completamente diferentes. A não ser que as equipes subvertam a FIA e de forma séria então, na largada ou no final da corrida, façam algo similar ou que lembre o que a foto mostra, caso contrário passará em branco mesmo.
Por outro lado tem algo intrigante, será que nos acostumamos com a violência doméstica? Pelos vários posts aqui colocados a imagem deveria ser ao contrário? Dessa forma entendo que quem não vive aqui, e frequenta “n” lugares ao redor do mundo deve saber o que lhe impressiona mais. Ou pregamos xenofobia na questão, porque ainda não aconteceu comigo, com voce ou algum outro?
Rapaz o problema chama-se “dinheiro”. Existem pessoas aos montes em todo o mundo que fazem qualquer coisa pelo seu deus “o dinheiro”. Se são capazes de colocar a vida de outras pessoas em risco uma mera questão política não significa nada para essas pessoas.
Parabens Fabio, é por este tipo de postque sou leitor assiduo do blog. Dentro de tantas decepções com a imprensa brasileira – vide caso veja – fico realmente feliz em ver uma posição politizada e inteligente como esta. Parabens novamente.
Quem sabe quando o bernie morrer a coisa muda….. quem sabe.
Ps. To louco pra ver ele no caixão, carros com freio a ferro, uma unica asa dianteira(e não essa tripla que se usa), uma unica asa traseira(e não a dupla que se usa, e nem movel), volta de Interlagos antiga, quer saber… nem vale a pena.
Tem mudar muita coisa pra F1 voltar a ser mais do que interessante.
Bahrein:
84 pessoas morreram em um ano de manifestações no Bahrein.
Isto fez saltar a taxa de homícidios per cápita (100.000 hab.) per ano de 1 para 7.
Brasil:
136 pessoas são assassinadas no Brasil POR DIA.
A taxa brasileira per cápita de assassinatos é 400% maior que a taxa do Bahrein (com manifestações). E 3000% sem manifestações.
Fábio Seixas critica Vettel e Whitmarsh (chefe do sequestrado Button em SP), pois compararam Bahrein com o Brasil. Fábio acha que não se pode comparar crimes comuns com políticos.
Só que o Fábio esquece que a sensação de violência é única. É a chance de alguém sair de casa e levar um tiro. De que importa ao atingido se a bala é de motivação política ou banal.
Em suma, é desproporcional a reação da mídia ocidental (da qual Fábio segue a cartilha) ao Bahrein. Visa uma coisa só: estender a primavera árabe. Criar e dissolver ditaduras é como o ocidente controla a região.
Me diz por favor, quanto é a população do Bahrein e a população do Brasil?
Deixa que eu respondo(valores aproximados):
Brasil:200M de pessoas
Bahrein:1,5M
se não tivesse taxa de morte maior o Brasil seria melhor que o EUA.
Concordo que brasil não é seguro, mas comparar com o bahrein é forçar a barra.
Mauricio, o Cláudio se refere a uma taxa “homicidios per capita” e não números totais, este dado estatistico serve justamente para uma comparação levando-se em conta a diferença populacional.
E pode até ser uma questão de opinião, mas o Bahren é muito melhor do que os EUA.
“A taxa brasileira per cápita de assassinatos é 400% maior que a taxa do Bahrein (com manifestações). E 3000% sem manifestações.”
Não interessa a população dos dois países. já que estamos falando de uma medida relativa. No brasil existem 400% mais assassinatos que o Bahrein em periodo de manifestacoes.
Parabéns pelo post Cláudio. Senti vergonha de ser brasileiro ao ver comentaristas da SporTV criticarem o Vettel com palavras xulas e etc.
Marcio, não se pode sentir vergonha e sim, combater esses falsos jornalistas.
A questão da violência em SP é real. Assaltos nas imediações do autódromo etc.
No caso deste GP, eles tomaram como protesto a tentativa de impedir a sua realização. O que torna as coisas mais perigosas, para quem é do grupo.
A segurança dessas pessoas tem que ser garantida. Qual o real risco que estão correndo?? não sei
A F1 não tem (nem nunca teve), nada de politicamente correta, é elitista, dispendiosa, poluente e por mais que a gente queira acreditar que a tecnologia criada ali seja necessária pra humanidade na verdade é totalmente dispensavel.
Assisto a F1 somente para ver seres humanos superando seres humanos, a superação, a disputa, a persistência, é o que me atrai.
E isso é demais, vc poder assistir a uma disputa (transformada em esporte) com a mais alta tecnologia que traz a tona os sentimentos mais primitivos da raça.
E a verdade é que a F1 já tomou seu partido a muito tempo à traz, disputou corridas no Bahren e em vários países não “politicamente corretos” durante anos sem serem criticados.
Qualquer que fosse a atitude da F1 haveriam manifestações contra e a favor, se não fosse ao Bahren estaria concordando com os manifestantes, mas quem é que esta correto?
Acho que quem não gosta de F1 como ela é não deveria nem perder seu tempo entrando em blogs ou assistindo as corridas em um canal de TV que tbém pode ser amplamente criticado por sua postura politica.
Nada é perfeito e os defeitos nos atraem tanto quanto as qualidades.
Chega de hipocrisia, vamos ficar de olho na pista, que é o que todos gostam.
Vettel: “No Brasil, há lugares em que não queremos estar” > ISTO NÃO PASSA DE UM COMPLEXO DO ALEMÃO.
Excelente sacada!!!!!
A coluna deve estar ótima (pena que não dá para ler inteira infelizmente) e finalmente um bom nível aqui nos comentários, espero que continue este nível, as baixarias que estavam rolando aqui eram ridículas.
O que Thiago Leifert diria deste post? (para ele, esporte não se leva a sério)
Meu caro Fabio, cada vez mais quem manda é o $$$. Ilusão pensar o contrário. Só tende a piorar, infelizmente.
Bela reportagem! Parabéns!
Olá Fabio, acompanho a F1 desde 1972. Durante esses anos já vi e ouvi de tudo que fosse imaginável. Até aquela corrida nos EUA, que foi boicotada pela maioria dos pilotos, por questão de segurança. Agora correr num país que se ve envolto em uma crise política, beirando uma guerra civil, onde as atitudes de um povo contrário ao regime beiram a insanidade, é uma idéia mais insana ainda. Fábio, me responda com sinceridade; Voce acha que uma corrida de F1, vai resolver o problema daquele país? Ou o governo e os dirigentes da F1 querem passar ao público, que tudo está bem, e que após a corrida, todos estarão se abraçando e festejando pelas ruas? Sabe, cancelar a prova enquanto é tempo, não passa pela cabeça do Sr. Bernie pelo simples motivo de custo. A questão é desembolsar uma enorme quantia de milhões de dólares. É simplesmente um absurdo. Imagine se aquele coquetel molotov atingisse algum membro da Force India. Já pensou nisso? Um forte abraço, e vamos esperar o melhor, mas confesso que estou preocupado.
Conforme suas palavras ” …onde as atitudes de um povo contrário ao regime beiram a insanidade…”, quer dizer que voce concorda com a passividade do brasileiro em relação à roubalheira existente aqui???? É por pensamentos iguais aos seus que, nem nos próximos 500 anos isso aqui mudará, aliás, tende a piorar.
Concordo com você Murilo Rodrigues. Infelizmente, ALGUNS CONFORMISTAS DE PLANTÃO que não fazem nada para mudar o nosso país, o tornam cada vez mais pobre e desigual. Esse comentário do Max Holfeld foi um tanto equivocado e infeliz, e que não tem sequer a noção de que em que mundo ele vive. Lamentável.
Sem mais, brilhante. Parabéns pelo texto.