Fábio Seixasrelato – Fábio Seixas http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br Automobilismo e pitacos sobre tudo o mais Mon, 18 Nov 2013 13:33:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Vettel, vitória para respirar um pouco http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/07/vettel-vitoria-para-respirar-um-pouco/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/07/vettel-vitoria-para-respirar-um-pouco/#comments Sun, 07 Jul 2013 13:47:47 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=3424 Continue lendo →]]> O sábado foi um aperitivo. E já foi muito bom.

O prato principal veio hoje, o GP da Alemanha. Que foi ótimo, com acirradas brigas na pista, boas variações estratégicas, incertezas até o final.

Vitória de Vettel, a quarta no ano, a 30ª na carreira, a primeira diante de sua torcida.

Vettel comemora sua primeira vitória em casa (Luca Bruno/AP)

 

Ele fica a um triunfo de igualar Mansell e entrar para o top 5 histórico da F-1.

Raikkonen foi o segundo, com Grosjean em terceiro. Alonso foi o quarto.

Com o resultado, Vettel vai a 157 pontos e ganha um pequeno respiro no campeonato. Sua folga para Alonso subiu de 21 para 34 pontos _o espanhol tem agora 123. Raikkonen tem 116.

Na largada, Hamilton mal viu os carros da Red Bull.

Vettel veio pela direita, Webber atacou pela esquerda, e os dois contornaram a primeira curva à frente do inglês.

Raikkonen e Grosjean mantiveram suas posições. Massa ganhou a posição de Ricciardo e completou a primeira volta em sexto. Alonso ficou em oitavo mesmo. Logo atrás, Pérez passou Button e assumiu o nono lugar.

Ao fim da segunda volta, Vettel já tinha 0s9 sobre Webber, que abria 1s para Hamilton.

A boa corrida que Massa vinha fazendo durou quatro voltas. Ele rodou sozinho na curva 1, o motor apagou, baubau. Abandonou.

(Sei como é, já aconteceu comigo.)

Problema de câmbio, ao que tudo indica. Ele vinha relatando problemas para engatar algumas marchas. E a dinâmica do acidente indica isso mesmo: uma marcha mais baixa entrou, a traseira escapa. Não há como consertar.

Uma volta depois, Di Resta abriu a primeira janela de pits.

Ricciardo, Sutil, Van der Garde e Bianchi pararam na sexta. Hamilton entrou na seguinte. Vettel parou na oitava.

Na nona, Raikkonen e Webber pararam. E então um lance perigoso: quando o australiano deixava os boxes, a roda traseira direita de seu carro se soltou.

Estava mal colocada, e acertou em cheio as costas de um cinegrafista. Webber foi puxado de volta para seu boxes, colocou novos pneus, voltou pra pista. Mas com as chances de vitória já destruídas.

Na 13ª volta, Alonso parou e colocou novo jogo de pneus médios.

Na 14ª, Grosjean, que largou com os macios, foi para os boxes, e se tornou o grande beneficiado desta rodada de pits.

De duas, uma. Ou foi mais uma estratégia furada da Ferrari ou este carro é mesmo muito ruim com pneus macios.

Pensando bem, talvez sejam as duas coisas.

Rosberg entrou na 16ª. Hulkenberg, na 18ª.

Button, Maldonado e Bottas nem tinham parado ainda quando Ricciardo fez seu segundo pit stop programado.

Sim, o australiano fez dois pits em 19 voltas.

Button entrou apenas na 21ª volta, reestabelecendo a ordem “normal” à ponta do pelotão.

O top 10, então, Vettel, Grosjean, Raikkonen, Hamilton, Alonso, Button, Pérez, Hulkenberg, Sutil e Di Resta.

Alonso partiu para cima de Hamilton, que reclamava muito dos pneus traseiros. Tanto que entrou na 23ª volta, deixando o espanhol com ar livre à frente.

Instantes depois, um lance dos mais bizarros.

O motor de Bianchi estourou e ele encostou, com o carro pegando fogo. O guindaste chegou para levar o Marussia, mas algo escapou.

A próxima cena que vimos foi a de um carro sozinho, descendo o gramado, desgovernado.

Imaginem se fosse em Interlagos…

Safety car, e corre-corre para os boxes.

Vettel, Grosjean, Raikkonen, Alonso, Pérez, Sutil, Di Resta, Rosberg, Webber e Pic entraram. E o australiano se deu bem, porque pelo menos recuperou a volta perdida com a lambança da Red Bull.

O top 10 atrás do safety car, após tantas trocas de pneus: Vettel, Grosjean, Raikkonen, Alonso, Button, Hulkenberg, Hamilton, Maldonado, Pérez e Sutil.

A relargada veio só na 30ª volta.

Vettel manteve bem a posição, o que se seguiu mais atrás. Em outras palavras, ninguém ameaçou ninguém _à exceção de Webber, claro, que almoçou três em menos de uma volta.

Minha curiosidade então se voltou para a Lotus. Em Silverstone, a equipe já tinha lançado um “faster than you”, literal, para Grosjean. Aconteceria de novo?

A briga estava boa. Raikkonen cravou a então melhor volta do GP, na 32ª. Grosjean respondeu na 33ª. Raikkonen deu o troco na 34ª.

Neste embalo, os dois se aproximaram de Vettel, que sofreu com um problema no Kers e precisou resetar o sistema no volante.

Na 35ª volta, o trio formava um pelotão compacto, com 0s871 separando-os.

O ritmo dos três era alucinante. Uma linda disputa!

Sem conseguir tentar o bote, Grosjean foi para os boxes na 41ª volta. Vettel entrou na seguinte.

Raikkonen ganhou nove voltas para acelerar como um louco e tentar tomar a posição do companheiro.

Jogo de equipe? Deu pinta que sim. Mas sem chilique desta vez.

O finlandês chegou a Nurburgring como terceiro no Mundial, com 98 pontos. Grosjean em nono, com 26. A opção parece óbvia.

Enquanto Raikkonen acelerava forta lá na frente, Vettel tentava não perder contato. Seria fatal. Na 45ª volta, ultrapassou Hamilton após um acirrado duelo que durou cinco curvas.

Raikkonen e Alonso pararam na 50ª e colocaram os macios para as últimas 10 voltas do GP.

O “problema” para a Lotus é que Raikkonen voltou atrás de Grosjean _num domingo tão bom que chegou a ser irreconhecível. Alonso retornou em quarto.

Na liderança, Vettel tinha 1s5 de folga para o francês.

Pobre Grosjean. Com pneus médios, tinha atrás de si Raikkonen e Alonso babando, cravando sucessivamente a melhor volta do GP. Até que veio o rádio, na 52ª volta.

“Kimi tem pneus macios, não dificulte para ele.”

O francês obedeceu três voltas depois, a cinco do fim.

Tentando minimizar o prejuízo no campeonato, Alonso fez o que podia nas últimas voltas, mas não conseguiu superar Grosjean. Precisou se conformar com a quarta posição. E não conseguiu nem chegar aos boxes: parou logo após cruzar a bandeirada.

Fechando a zona de classificação, Hamilton foi o quinto, seguido por Button, Webber, Pérez, Rosberg e Hulkenberg.

(E a Mercedes, heim? Tem um carro imbatível em treinos classificatórios, mas que desaparece em corridas. Alguém precisa avisar lá que o que vale é o domingo. Enquanto isso, Vettel agradece…)

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Rosberg, num GP sem segurança http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/06/30/rosberg-num-gp-sem-seguranca/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/06/30/rosberg-num-gp-sem-seguranca/#comments Sun, 30 Jun 2013 13:47:01 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=3339 Continue lendo →]]> A vitória foi de Rosberg. A terceira da carreira, a segunda no ano, parabéns para ele.

Mas o destaque da corrida foi a Pirelli.

Destaque dos mais negativos.

Quatro pneus explodiram de forma idêntica, e por sorte ninguém se machucou. Um quinto pneu esvaziou.

E não duvido que a conta suba com os relatos dos pilotos e engenheiros após a corrida.

Um vexame. E um vexame perigoso.

Silverstone viveu um bom GP, mas uma tarde estranha, com receio, com medo, com conversas intensas pelo rádio.

Algo precisa ser feito. E a empresa, no mínimo, precisa se pronunciar.

Na largada, os grandes nomes foram Vettel e Massa.

O alemão superou Rosberg e pulou de terceiro para segundo. Massa fez mágica: saindo em 11º, contornou a primeira curva em 6º.

O top 10 na primeira volta, Hamilton, Vettel, Rosberg, Sutil, Massa, Raikkonen, Ricciardo, Grosjean, Alonso e Button.

Na ponta, o inglês tratou de tentar abrir vantagem. Na quinta volta, tinha 1s9 sobre o alemão. Na sétima volta, eram 2s.

Foi então que começou o vexame.

A TV mostrou uma torcedora gritando “noooooo!”

Yes, madam.

Na oitava volta, o pneu traseiro esquerdo de Hamilton, tipo médio, foi pelos ares em plena Woodcote. Ou seja, um enorme caminho até os boxes e a vitória indo para o espaço.

Um absurdo, uma vergonha para a Pirelli.

Na décima volta, mesmíssimo vexame aconteceu com Massa. Mesmíssimo ponto da pista, mesmíssimo tipo de pneu.

Uma pena, o brasileiro vinha fazendo uma belíssima prova.

(Imaginem vocês a cabeça dos outros 20 pilotos tendo que acelerar a mais de 300 km/h e sendo informados pelas equipes que pneus estavam explodindo…)

Não por coincidência, começaram os pit stops.

Todo mundo entrou nos boxes e, via de regra, a opção _até pela segurança_ foi pelos pneus duros.

Na 15ª volta, acreditem: o pneu traseiro esquerdo de Vergne explodiu. E era o duro.

Alguém acha que é coincidência?

A direção de prova ordenou a entrada do safety car. Não havia carro atravessado na pista,  não havia detritos…

Claramente foi um paliativo para reduzir a velocidade dos carros enquanto os comissários e a Pirelli tentavam entender o vexame e decidiam o que fazer.

Ninguém pediu minha opinião, mas eu disse no ar nas rádios Bandeirantes e BandNews FM: tinham que encerrar a corrida.

Já houve um precedente: em 2005, a Michelin reconheceu que seus pneus não ofereciam segurança em Indianápolis e nenhum dos seus carros disputou a prova. Mesmíssimo caso. Mas talvez falte humildade à Pirelli.

Enfim…

Para não passar em branco: instantes antes do susto de Vergne, a Lotus mandou um “Kimi is faster than you” para Grosjean. Lamentável.

A relargada veio na 20ª volta, com todos os pilotos orientados pelo rádio a não atacarem as zebras.

Vettel segurou a ponta, abrindo 1s3 sobre Rosberg em duas voltas. Alonso, em quarto, passou a pressionar Sutil.

Lá no fundão, Hamilton e Massa tentavam se recuperar. Na 25ª volta, o inglês já era 13º e o brasileiro, 17º.

Na 26ª volta, o quarto caso: o pneu de Hulkenberg não explodiu, mas esvaziou subitamente. O alemão precisou dirigir lentamente até os boxes.

Quatro voltas depois, Raikkonen abriu a segunda janela de pits entre os pilotos da ponta. Alonso e Grosjean pararam na seguinte. Na 32ª, Webber entrou. Na 33ª, Ricciardo e Button.

Na 33ª, Raikkonen passou Hamilton na Copse. Alonso aproveitou e fez o mesmo. Embora lutasse, o carro do inglês não tinha mais o mesmo ritmo do início.

Rosberg parou, Vettel também entrou, posições inalteradas na ponta com 2s8 de diferença entre ambos no retorno à pista.

Um pouco mais atrás, Webber passava Alonso para assumir o quarto lugar.

O top 10 ao fim da segunda rodada de pits,: Vettel, Rosberg, Raikkonen, Webber, Alonso,

Sutil, Ricciardo, Pérez, Grosjean e Button. Massa era o 13º.

Foi quando a TV mostrou um senhor aplaudindo na arquibancada.

Yes, sir.

Na 42ª volta, a caixa de câmbio de Vettel quebrou. Ele teve de estacionar em plena reta, em frente aos boxes. Vibração da torcida inglesa em Silverstone.

O safety car foi acionado mais uma vez, e houve corre-corre nos boxes. Quem estava por perto da entrada dos pits, aproveitou para fazer a última parada.

Alonso foi o primeiro. É, além de tudo o espanhol tem muita sorte…

A relargada veio na 45ª volta. E o final de prova foi sensacional.

Webber passou Ricciardo pela quarta posição. Alonso superou Button e assumiu o sexto lugar.

Foi quando mais um pneu explodiu: o traseiro esquerdo de Pérez. O mexicano teve de abandonar.

Na 48ª, Alonso e Hamilton superaram Ricciardo. Massa, diga-se, já era o oitavo.

Com pneus médios, lutando contra adversários de pneus duros, Webber deixou mais um pra trás na  49ª: Raikkonen. Chegou à segunda posição.

Alonso e Hamilton também seguiam fazendo vítimas. Ultrapassaram Sutil. Massa já era o sétimo.

Na antepenúltima volta, Alonso passou Raikkonen e assumiu o terceiro lugar. Webber tentava tudo para se aproximar de Rosberg: apenas 1s3 os separava.

Hamilton passou Raikkonen na penúltima volta. Instantes depois, Massa superou Sutil.

Ufa. Foi difícil não perder nenhum lance. Se aconteceu, peço desculpas. O final de prova foi dos mais alucinantes…

Rosberg cruzou a linha de chegada com 0s7 sobre Webber. Alonso terminou em terceiro.

Hamilton foi o quarto. Que corridaça do inglês.

Raikkonen foi o quinto, seguido por Massa, Sutil, Ricciardo, Di Resta e Hulkenberg.

Um resultado lindo para Alonso. Ele foi a 111 pontos e reduziu a vantagem de Vettel no campeonato. Era de 36 pontos quando a F-1 chegou a Silverstone, caiu para 21 agora. Raikkonen é o terceiro, com, 98.

Vettel continua sendo o favorito ao título, mas nada está garantido e o campeonato ganha emoção.

Mas isso, hoje, é detalhe.

“A Pirelli precisa trabalhar. É uma questão de segurança, estamos falando da vida dos pilotos”, disse Pérez.

“O que aconteceu é inaceitável”, falou Massa.

Disseram tudo.

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Vettel, vitória-desabafo no Canadá http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/06/09/vettel-vitoria-desabafo-no-canada/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/06/09/vettel-vitoria-desabafo-no-canada/#comments Sun, 09 Jun 2013 19:39:54 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=3168 Continue lendo →]]> Nos últimos dois anos Vettel largou na frente em Montreal, mas não conseguiu vencer.

Desta vez decidiu que seria diferente. E fez uma prova impecável.

Perdoem o clichê, mas não pensei em nada melhor: o alemão correu com a faca nos dentes.

Foi uma vitória-desabafo.

Mandou 13s586 de vantagem sobre Alonso, o segundo colocado. Hamilton ficou o terceiro. Massa terminou em oitavo.

Foi a 29ª vitória do alemão na F-1 e a terceira em sete corridas nesta temporada. Foi, ainda, o primeiro triunfo dele e da Red Bull na Ilha de Notre Dame.

A corrida não foi das melhores, mas teve lances interessantes.

Vettel não deu moleza na largada e manteve a primeira posição. Hamilton também segurou seu segundo lugar. Rosberg pulou para terceiro, seguido por Webber. 

Alonso e Bottas protagonizaram um bonito duelo, acirrado e leal, com vantagem para o espanhol.

O top 10 ao final da primeira volta, Vettel, Hamilton, Rosberg, Webber, Alonso, Bottas, Vergne, Sutil, Ricciardo e Raikkonen. Massa ganhou duas posições e cruzou em 14º.

Mantendo sua tática de não dar sopa para o azar, Vettel tratou de abrir vantagem. Na quinta volta, já tinha 4s3 sobre Hamilton.

Na sexta volta, Sutil rodou, mas não acertou ninguém. Foi parar atrás de Massa, que agradeceu. Na sequência, o alemão ainda levou um toque de Maldonado, que ganhou mais um drive-through para sua coleção.

Com tudo meio igual lá na frente, o brasileiro virou a atração do começo da prova, escalando o pelotão. Na nona volta, já era o 11º. Na décima, entrou na zona de pontos.

Um ritmo sensacional, que bom se fosse sempre assim.

Massa chegou então em Raikkonen, que estava preso atrás de Ricciardo. Tentou, tentou, mas foi o finlandês que conseguiu a ultrapassagem sobre o australiano.

O brasileiro então partiu pra cima de Ricciardo. Teve sua vida facilitada quando, na 13ª volta, o adversário entrou nos boxes. Nona colocação.

Na 14ª volta, Webber abriu os pits entre os pilotos do pelotão da frente. Tirou os supermacios e colocou os médios.

Rosberg parou na seguinte, mas colocou outro jogo de supermacios. Uma aposta estratégica que teria consequências mais à frente.

Vettel parou na 16ª. Alonso, na 17º. Ambos colocaram os médios. Massa entrou na 18ª e manteve os supermacios.

Então líder, Hamilton entrou na volta seguinte. Colocou os médios e saiu 11s atrás de Vettel.

Raikkonen parou na 23ª e perdeu tempo nos boxes.

As duas histórias da prova permaneciam boas. Vettel continuava abrindo para Hamilton, e Massa seguia acelerando fundo.

Na 28ª volta, o alemão tinha 15s5 sobre o inglês. E o brasileiro era o décimo, mas atrás de dois pilotos que ainda não haviam parado, Di Resta e Grosjean.

Surgiu, então, outra boa história: Rosberg x Webber x Alonso na briga pela terceira posição. Mas essa foi facilmente resolvida.

Na 31ª, Webber passou o alemão. Alonso veio no embalo e fez o mesmo poucas curvas depois.

Não foi coincidência. A tal estratégia diferente de Rosberg não se sustentou. Com os pneus no bagaço, ele teve de parar na 32ª. Aposta errada.

Massa tornou-se então o único piloto na pista com os supermacios. De novo não foi coincidência: empacou atrás de Sutil. Outro que errou.

Na 38ª, Van der Garde aprontou: retardatário, fechou Webber, que perdeu um pedaço da asa dianteira. Stop and go de 10 segundos para o holandês.

O top 10 na 40ª volta tinha Vettel, Hamilton, Webber, Alonso, Rosberg, Vergne, Di Resta, Grosjean, Massa e Pérez. Com um detalhe: Di Resta e Grosjean ainda não haviam parado.

Só então Hamilton e Alonso começaram a apertar o ritmo. Deu certo para o espanhol, que na 42ª volta passou Webber e assumiu o terceiro posto.

Na 43ª, Massa foi para seu segundo pit. É…

Grosjean parou na 43ª. Di Resta tornou-se o único na pista que não havia passado pelos boxes. Aplausos. 

Na 47ª, Webber parou, o primeiro pit “normal” entre a turma lá da frente. Alonso entrou na sequência. Na 49ª, foi a vez de Vettel e Hamilton trocarem os pneus.

Vettel? Tomou um susto na 52ª volta. Quase escapou na primeira chicane, mas se manteve na pista. Típica falta de concentração de quem está tranquilo na liderança _ele tinha, àquela altura, 14s8 sobre Hamilton.

“Fique tranquilo”, disse o engenheiro pelo rádio, mais um “pelamordedeus” do que um conselho.

Na 54ª, Massa enfim passou Grosjean e retornou à zona de pontos.

E o Di Resta? Lembram dele? Pois é, fez seu primeiro e único pit na 57ª volta e voltou à pista em sétimo. 

Os pneus dele vão ter que ser dissecados para estudos.

Das histórias da prova, Vettel continuava bem. Massa nem tanto: após o erro estratégico, ficou ali mesmo em décimo.

O barato da prova tornou-se a aproximação de Alonso sobre Hamilton. Faltando 10 voltas para o fim, 0s4 separavam os rivais.

Na 63ª, Alonso tentou pela primeira vez e não conseguiu. Na 64ª, não teve jeito, colocou sua Ferrari à direita da Mercedes e com precisão milimétrica tomou o segundo lugar.

Hamilton grudou na caixa de câmbio do espanhol, tentou dar o bote algumas vezes, mas não conseguiu finalizar a manobra.

Quem conseguiu um brilhareco no final foi Massa. Fez uma bela ultrapassagem sobre Raikkonen e tomou-lhe o oitavo lugar.

“Sim! A gente venceu no Canadá”. gritou Vettel, quando cruzou a linha de chegada.

O top 10 na bandeira quadriculada, Vettel, Alonso, Hamilton, Webber, Rosberg, Vergne, Di Resta, Massa, Raikkonen e Sutil.

Com o resultado, Vettel continua na liderança do Mundial.

Soma 132 pontos, contra 96 de Alonso, que tomou a vice-liderança de Raikkonen. O finlandês agora tem 88, em terceiro. Hamilton tem 77, seguido por Webber, com 69. Depois aparecem Rosberg, com 57, e Massa, com 49.

Entre os Construtores, a Red Bull tem 201, contra 145 da Ferrari e 134 da Mercedes.

Nesta temporada, Vettel é o piloto que mais venceu (3), o que mais subiu ao pódio (4, empatado com Raikkonen), o que mais fez poles (3, empatado com Rosberg) e o que mais cravou melhores voltas (3).

Seu tetracampeonato já começa a parecer a mais forte das possibilidades para o fim do ano.

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Rosberg, de ponta a ponta http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/05/26/rosberg-de-ponta-a-ponta/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/05/26/rosberg-de-ponta-a-ponta/#comments Sun, 26 May 2013 14:27:06 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=3085 Continue lendo →]]> Deu a lógica em Mônaco. Pela nona vez em dez anos, o pole venceu.

Corrida chata, poucas emoções, vitória de Rosberg.

O alemão saiu na frente, terminou na frente.

É a primeira vitória da Mercedes na temporada e a segunda nesta nova aventura na F-1 _a anterior também havia sido com Rosberg, em Xangai, no ano passado.

Vettel foi o segundo, seguido por Webber.

Foi de ponta a ponta. E, com poucas ultrapassagens, o agito ficou restrito aos acidentes: houve duas intervenções do safety car e uma bandeira vermelha.

Na largada, Rosberg manteve a primeira posição, deixando Hamilton para se virar com os ataques de Vettel.

Alguns toques, Van der Garde e Maldonado passaram pelos boxes para colocar novos bicos, mas nada de muito grave. Lá atrás, Massa ganhou três posições e pulou para 18º.

O top 10 na primeira volta, Rosberg, Hamilton, Vettel, Webber, Raikkonen, Alonso, Pérez, Button, Sutil e Vergne.

Pelo rádio, Button reclamou de Pérez. Caguetou o companheiro para a FIA. “Sei que somos companheiros de equipe, mas ele cortou a chicane!”

Que fase vive a McLaren…

Com Vettel preso atrás de Hamilton e sem grandes ataques no meio do pelotão, aconteceu o que todos temíamos: o GP virou uma procissão, um trenzinho.

Até a décima volta, só Button ganhou posições entre os dez primeiros colocados. Primeiro de Sutil, depois de Pérez, para seu alívio.

Corrida chata, chata, chata…

Para a Mercedes, a boa notícia foi o baixo desgaste do pneus. Pelo menos no principado, o fantasma dos pneus-farofa não apareceu.

Na 23ª volta, Ricciardo e Bottas abriram a janela de pits. Na 25ª, Webber e Chilton pararam. Na 26ª, Raikkonen e Button.

Na 27ª, Massa, que largou com os pneus mais duros à disposição, mas não conseguiu levar adiante a ideia de apenas um pit stop.

Alonso entrou na 29ª, junto com Pérez…

E foi então que assistimos a um replay do sábado. Massa perdeu o controle no mesmíssimo lugar do terceiro treino livre. Virou passageiro do carro.

Bateu nos mesmíssimos pontos, embora com menos violência. Mas foi o suficiente para deixá-lo atordoado e exigir a entrada do safety car.

Corre-corre nos boxes, entre aqueles que não pararam. E Hamilton se deu mal.

A Mercedes não chamou seus pilotos imediatamente para os boxes. E quando o fez, na volta seguinte, Hamilton precisou ficar esperando Rosberg ser atendido. Resultado: o inglês perdeu posições para Vettel e Webber.

Entrou nos boxes em segundo, saiu em quarto. Deve ter ficado muito feliz dentro do capacete…

A relargada veio só na 39ª volta. Sem grandes ataques.

Na 41ª (ufa!), Hamilton deu o bote sobre Webber. Fizeram a Rascasse lado a lado, mas o australiano conseguiu manter a terceira posição. 

Em seguida, um rádio importante: “Lewis, você tem que dar mais 46 voltas com esses pneus”. Ou seja, ele também iria tentar apenas uma parada.

Na 42ª, Button tentou passar Alonso. Deu um totó com o bico no pneu traseiro do espanhol. Perdeu ritmo, Pérez aproveitou, passou e partiu para cima do bicampeão. Tentou ultrapassá-lo na saída do túnel e só não conseguiu porque o ferrarista cortou a chicane. Pelo rádio, reclamou.

(Na falta de Kobayashi, o papel de showman da corrida deste ano coube ao mexicano.)

Quatro voltas depois, bandeira vermelha, corrida interrompida. O motivo: Chilton mandou Maldonado para o espaço na Tabacaria.

Barbeiragem horrorosa, imperícia inadmissível e perigosa, passível de punição severa. Chilton não é piloto para a F-1.

A FIA? Deu apenas um drive-through para o inglês. Brincadeira…

O impacto do venezuelano foi tão forte que a barreira de pneus ficou destruída, obstruindo parte da pista. Não tinha mesmo como continuar, pelo menos nisso a direção de prova acertou…

Péssima notícia para Hamilton e todos aqueles que planejavam fazer o GP com apenas um pit, já que a troca de pneus é permitida sob bandeira vermelha. Dali pra frente, ninguém mais pararia.

Enquanto todos esperavam no grid, veio a notícia de punição ao Alonso. Ele foi avisado de que teria de ceder a sexta posição ao Pérez. Justa: ele só se manteve à frente do mexicano porque cortou a chicane.

A segunda relargada aconteceu faltando 30 voltas para o final.  

Rosberg manteve a ponta, seguido por Vettel, Webber e Hamilton. Completando o top 10, Raikkonen, Pérez, Alonso, Button, Sutil e Vergne.

O pelotão ficou bem compacto. Sutil aproveitou e passou Button na Lowes _não adianta, para mim, vai sempre chamar Lowes. Na 57ª volta, no mesmo ponto, o alemão deixou Alonso para trás.

Na 63ª volta, Grosjean, que estava calminho até então, resolveu aparecer. Tentou superar Ricciardo passando no meio do carro da Toro Rosso. Acertou o australiano por trás na Saint-Dévote, uma panca respeitável. Safety car de novo.

A relargada veio na 66ª volta, a 12 do final.

Na 70ª, Pérez e Raikkonen, que já vinham se estranhando, bateram. O mexicano abusou do otimismo ao tentar passar de novo na chicane. Pior para o finlandês, que teve de passar nos boxes e voltou à pista em 16º.

O show (algumas vezes no mau sentido) de Pérez terminou a quatro voltas do final. Ele encostou e abandonou.

“A bola pune”, diria Muricy, fosse isso um jogo de futebol.

Rosberg cruzou a linha de chegada com 3s8 sobre Vettel, que fez questão de cravar a volta mais rápida na penúltima, para desespero do seu engenheiro. Webber ficou a 2s4 do companheiro.

Fechando o top 10, Hamilton, Sutil (muito bem), Button, Alonso (muito mal), Vergne, Di Resta e Raikkonen.

Esta décima posição merece uma menção pra lá de honrosa. Porque foi sensacional. O finlandês ganhou seis posições em sete voltas e terminou nos pontos pela 23ª corrida seguida. Mais uma e iguala o recorde histórica da F-1, de Schumacher. 

No Mundial de Pilotos, Vettel tem agora 107 pontos, contra 86 de Raikkonen e 78 de Alonso. No Mundial de Construtores, 164 pontos para a Red Bull contra 123 da Ferrari.

A Mercedes vai sair ganhando corridas agora? Não dá para dizer. Mônaco é um circuito à parte, que provoca circunstâncias exclusivas.

O que dá pra dizer é que, caso controle o desgaste dos pneus, sim, a equipe pode entrar na briga. Tem velocidade e, ao que tudo indica agora, um carro confiável.

Daí a importância da polêmica sobre os testes secretos em Barcelona.

Isso vai dar pano pra manga, será o assunto dos próximos dias, podem esperar.

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Alonso, o quarto mais vitorioso da história http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/05/12/alonso-o-quarto-mais-vitorioso-da-historia/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/05/12/alonso-o-quarto-mais-vitorioso-da-historia/#comments Sun, 12 May 2013 13:44:36 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=2987 Continue lendo →]]> A estatística de vitórias da F-1 mostra Schumacher como o recordista absoluto da categoria: ganhou 91 GPs.

Depois aparece Prost, com 51 triunfos. E Senna, com 41.

Isso continua igual.

Mas há uma mudança importante logo atrás. Alonso, desde hoje, é o quarto piloto mais vitorioso da história da categoria.

Alonso comemora a vitória em Barcelona (Manu Fernandez/AP)

 

Diante de arquibancadas em delírio, o espanhol venceu o GP da Espanha. Foi a 32ª vitória da carreira. Ele supera Mansell, com 31.

Foi, ainda, a segunda na temporada e a segunda no circuito catalão _a anterior, em 2006.

Um resultado significativo. Porque não foi fruto do acaso, de azares dos adversários, de acidentes e incidentes de qualquer natureza.

Foi fruto de um carro muito rápido e muitíssimo bem equilibrado. A Ferrari sobrou nas 66 voltas do GP deste domingo.

Raikkonen foi segundo, com Massa em terceiro.

Um resultado que começou a surgir logo nos primeiros metros da prova.

Na largada, Alonso, Massa e Vettel brilharam.

O alemão pulou de terceiro para segundo. Instantes depois, Alonso se livrou de Hamilton e assumiu o terceiro lugar.

Massa, nono no grid, fechou a primeira volta em sétimo. Na segunda volta, passou Pérez e subiu para sexto.

Pelotão muito próximo, ninguém conseguiu se desgarrar no começo da prova.

Na sétima volta, Raikkonen passou Hamilton e assumiu o quarto lugar. Quase que simultaneamente, Webber entrava nos boxes para seu primeiro pit stop.

Na oitava volta foi a vez de Massa deixar Hamilton para trás. Não durou quase nada: ato contínuo, ele entrou nos boxes.

Sutil e Grosjean também entraram e tiveram problemas. O alemão conseguiu voltar à pista, o francês ficou por lá mesmo _estava com a suspensão traseira direita em frangalhos.

Alonso, Hamilton e Di Resta pararam na décima volta. Na seguinte entraram Rosberg, Vettel, Raikkonen e Pérez.

Nessas, Alonso ganhou a posição de Vettel. E decidiu partir para cima de Rosberg de qualquer jeito.

Tenta daqui, tenta dali, Alonso conseguiu a ultrapassagem na 13ª volta, para delírio da torcida local. Vettel aproveitou o embalo e passou logo depois. Massa e Raikkonen não demoraram para fazer o mesmo.

O top 10 na 15ª volta, Alonso, Vettel, Massa, Raikkonen, Rosberg, Webber, Pérez, Di Resta, Ricciardo e Hamilton.

Sem ninguém à frente, e com apoio da torcida, Alonso começou a abrir vantagem. Na 19ª volta, já tinha 3s7 para Vettel.

Reclamando de desgaste dos pneus, Massa foi chamado aos boxes na 20ª volta. Webber também entrou. Alonso parou na seguinte.

Na 23ª, lambança da Caterham. A roda traseira esquerda de Van der Garde se soltou e ele voltou para os boxes na base do tripé.

Vettel entrou na 25ª, e perdeu a posição para Massa. Raikkonen parou duas voltas depois, devolvendo a ponta para Alonso.

O finlandês colocou o terceiro jogo de pneus médios, uma estratégia curiosa, diferente. Que, na matemática, tinha tudo para dar certo: conservando muito bem os pnes, ele pararia uma volta a menos do que a concorrência.

O problema foi que ele perdeu tempo atrás de Vettel. Por isso mesmo tentou desesperadamente ultrapassar o alemão. Conseguiu na 33ª volta, numa manobra de fazer qualquer um levantar do sofá.

O top 10 na 35ª volta, Alonso, Massa, Raikkonen, Vettel, Webber, Di Resta, Rosberg, Hulkenberg, Ricciardo e Pérez.

A história da corrida ficou então na diferença entre Alonso e Raikkonen. Era de 16s9 na 36ª volta, sendo que o tempo total de pit stop era na casa de 19s. Ou seja, estava lindo para o finlandês.

Alonso e Massa então foram para a terceira parada. Webber parou na 37ª.  

Então veio o momento chave da corrida.

Alonso chegou em Raikkonen e passou. Fácil, fácil. Pronto. Ali, conquistou a vitória.

O problema de Raikkonen foi não conseguir, no terceiro jogo de pneus, o mesmo ritmo dos dois primeiros. Pode ter sido resultado do desequilíbrio causado pela temperatura dos freios: instantes após, a Lotus informou o finlandês que os dianteiros estavam quentes demais, e os traseiros, muito frios.

Na 46ª, ele parou para seu terceiro e último pit. Seus adversários teriam um a mais para fazer.

Alonso fez seu quarto pit na 50ª volta. Massa e Vettel pararam duas depois.

A briga ficou então entre Raikkonen e Massa. O brasileiro saiu dos boxes atrás do finlandês, mas com pneus oito voltas mais novos.

Ele tentou tirar a diferença. Até conseguiu se aproximar um pouco. Mas não foi o suficiente.

Vitória de Alonso, com 9s3 de vantagem sobre Raikkonen na linha de chegada. Massa chegou a 16s7 do finlandês, garantindo seu primeiro pódio na temporada. Fechando o top 10, Vettel, Webber, Rosberg, Di Resta, Button, Pérez e Ricciardo.

No Mundial de Pilotos, Vettel ainda é o líder, com 89 pontos, quatro a mais do que Raikkonen. Alonso é o terceiro, com 72. Hamilton tem 50, seguido por Massa, com 45.

No Mundial de Construtores, a Red Bull tem 131, contra 117 da Ferrari e 111 da Lotus.

A Mercedes foi a grande decepção da abertura da fase europeia da F-1. A McLaren está mortinha. A Red Bull não é a mesma dos últimos anos. A Lotus se salva porque tem um sujeito chamado Raikkonen ao volante.

Não restam dúvidas: o melhor carro da F-1, hoje, é a Ferrari.

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Vettel, vitória e respiro no Mundial http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/04/21/vettel-vitoria-e-respiro-no-mundial/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/04/21/vettel-vitoria-e-respiro-no-mundial/#comments Sun, 21 Apr 2013 15:27:44 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=2867 Continue lendo →]]> Difícil dizer o que mais fez Vettel sorrir neste domingo. O resultado da corrida em si ou seus efeitos para o Mundial?

Vettel celebra sua vitória no Bahrein (Hassan Ammar/AP)

 

Fato é que o alemão sobrou na pista. E conseguiu um bom respiro na classificação do campeonato.

Largando em segundo lugar, ficou apenas três voltas atrás de Rosberg até conseguir a ultrapassagem e começar a mandar na prova. Poderia ter aberto 30s para o segundo colocado, se quisesse. Não o fez porque, por várias e várias vezes, a Red Bull pediu que ele aliviasse o ritmo e poupasse equipamento e pneus.

Mesmo assim, como que para mandar um recado para a concorrência, fez o melhor tempo da corrida na antepenúltima volta.

Foi a 28ª vitória do alemão na F-1. Com isso, ele supera outro tricampeão, Jackie Stewart, e se firma como o sexto piloto da história nessa estatística. Ah, sim: de quebra ainda acabou com a brincadeira de pilotos diferentes vencendo GP a GP.

Raikkonen foi o segundo, seguido por Grosjean. E tive a impressão de que o francês, com pneus mais novos, poderia ter chegado no companheiro nas voltas finais da corrida. Sim, ultrapassar Raikkonen não seria fácil, mas acho que o rádio funcionou por lá.

De qualquer forma, aplausos para a Lotus. Raikkonen era o oitavo no grid. Grosjean, o 11º _e com pneus duros.

Aliás, a comparação é inevitável: Massa e Grosjean. Os dois pilotos mais bem colocados no grid com pneus duros.

O brasileiro saiu em quarto, terminou em 15º.

Sim, Massa enfrentou problemas com dois pneus que, aparentemente, passaram por cima de detritos. Mas o fundamental para sua má corrida aconteceu logo no começo, no primeiro pit stop.

Até os camelos do deserto do Sakhir imaginavam que, com pneus duros, o brasileiro faria um primeiro trecho de prova mais lento que a resto do pelotão da frente. Combinada com uma boa largada, essa estratégia poderia render bons frutos na linha de chegada. 

Não foi o que aconteceu. Massa fez seu pit stop na décima volta! Dez voltas! Seus pneus duros duraram apenas dez voltas!

Assim, amigos, nem com reza braba, como dizia minha avó.

Alonso também teve um dia para esquecer. Seu DRS travou aberto e os mecânicos quase que tiveram que amarrar um tijolo ali para o negócio não abrir de novo. Resultado: o espanhol passou a maior parte da prova sem poder usar a asa traseira.

Merece destaque, ainda, o desempenho de Pérez, que quase tirou Button da corrida algumas vezes.

Está certo, o mexicano. Mas sabemos que, nesta F-1 de hoje, ele levará um belo esporro da McLaren. Button já chiou. Uma pena.

O resumo da história é: Vettel chegou ao Bahrein com três pontos de vantagem sobre Raikkonen, deixa o Bahrein com dez pontos de folga. E, pela segunda vez em quatro GPs, Alonso deixa pontos importantes pelo caminho.

Se Vettel conseguir o tetracampeonato, ao final do ano, esta terá sido uma corrida chave.

(PS: Desculpem a demora. Comentei a corrida para o Sportv e só agora consegui sentar e escrever. O VT da prova irá ao ar neste domingo, às 23h30. Conto com a audiência e os comentários de vocês!)

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Alonso, mordido, iguala Mansell http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/04/14/alonso-mordido-iguala-mansell/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/04/14/alonso-mordido-iguala-mansell/#comments Sun, 14 Apr 2013 08:50:48 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=2805 Continue lendo →]]> Quem ficou acordado viu uma exibição de gala de Alonso nesta madrugada, em Xangai.

Alonso comemora em Xangai (Eugene Hoshiko/AP)

 

O espanhol estava claramente mordido. E transformou isso em pé fundo no acelerador.

Largando em terceiro, venceu o GP da China. Foi a 31ª vitória na carreira, o que o coloca como quarto piloto mais vitorioso da história, ao lado de Mansell. 

Raikkonen foi o segundo, seguido por Hamilton e Vettel. Massa teve um bom início de prova, mas depois se perdeu: terminou em sexto.

Na largada, Hamilton manteve a ponta e a Ferrari foi o destaque.

Alonso pulou para segundo e Massa, para terceiro. Raikkonen, segundo no grid, caiu para quarto.

O top 10 na primeira volta, Hamilton, Alonso, Massa, Raikkonen, Rosberg, Grosjean, Ricciardo, Button, Vettel  e Hulkenberg.

Lá atrás, Webber saiu com pneus macios, deu uma volta, parou nos boxes e colocou os médios. Partiu para uma estratégia maluca.

Alonso não deu sossego para Hamilton. Na quinta volta, partiu pra cima, jogou para a esquerda e passou. Massa aproveitou o embalo, jogou para a direita e também fez a ultrapassagem. Sensacional.

Na volta seguinte, Hamilton foi para os boxes, seguido por Rosberg.

Sutil também foi, mas por um motivo ainda mais complicado: foi acertado por Gutierrez no final da reta, ao melhor estilo torpedo desgovernado celebrizado por Schumacher.

Líder, Alonso parou na sétima volta. Massa entrou na seguinte e se deu mal. Perdeu posições para Hamilton, Raikkonen e até para Webber.

Na décima volta, o brasileiro passou o australiano.

“Alonso está muito rápido”, disse Hamilton, pelo rádio. É, estava mesmo: o espanhol vinha babando no capacete, passando para trás mesmo aqueles pilotos que ainda não haviam passado pelos boxes.

Na 14ª, Hulkenberg e Vettel pararam.

Simultaneamente, Webber tinha problemas: bateu em Vergne, e foi para os boxes trocar pneus e bico. Na volta, a vida continuou complicada: instantes depois, ele perdeu a roda traseira direita e abandonou.

Que vexame para a Red Bul…

O líder? Button, que ainda não tinha parado.

Na 20ª, Massa e Rosberg entraram nos boxes pela segunda vez. Na 21ª, Alonso não quis saber de esperar: partiu para cima de Button, passou, reassumiu a liderança.

Na volta seguinte, Hamilton e Raikkonen pararam.

Alonso parou na 24ª, exatamente quando Button entrou para seu primeiro pit. Pérez só parou na 25ª.

Admirável, o comportamento dos McLaren com os pneus médios.

Lá na frente, continuava tudo embaralhado entre pilotos com uma e com duas paradas. Vettel (1 pit) liderava, seguido por Alonso (2), Hulkenberg (1), Button (1) e Hamilton (2).

Na 29ª, Hamilton passou Button. Instantes depois, Alonso passou Vettel. A diferença de estratégias significou briga zero em ambas as disputas.

Três voltas depois, Vettel parou. Retornou atrás de Massa e passou o brasileiro voando, na curva 6 _Massa não deve ter visto até agora.

Vettel continuou acelerando forte. Na 34ª, passou Hulkenberg. Sua próxima vítima seria Button. E foi: levou três voltas para que o tricampeão fizesse a ultrapassagem.

Enquanto Vettel dava show, Massa e Hulkenberg paravam mais uma vez. Hamilton entrou na seguinte.

Foi quando veio uma indicação surreal na tela: Vettel, Webber, Raikkonen, Bottas, Ricciardo, Chilton, Button e Grosjean seriam investigados após a prova por uso do DRS fora da área delimitada.

Surreal, repito. Incompreensível. Demora em julgamentos de acidentes em até entendo. Envolve questões subjetivas, depoimentos, etc.

Mas não entende demora para olhar na tela e ver se o sujeito usou a asa no lugar errado da pista. Não dá. Inacreditável.

Na 41ª, Alonso fez seu terceiro e último pit. Voltou atrás de Vettel. Passou voando, no mesmo estilo de Vettel contra Massa, pouco antes.

Button, então, começou a perder ritmo. Normal, ainda estava com os pneus de sua única parada.

O inglês só entrou na 50ª. Voltou atrás de Massa e usou a asa para deixar o brasileiro para trás. Vettel entrou na 51ª e voltou à pista em quarto.

Pelo rádio, a Ferrari já pedia para Alonso tirar o pé e administrar. “É o que estou fazendo”, respondeu.

Na linha de chegada, o espanhol tinha 10s1 sobre Raikkonen. Hamilton e Vettel brigaram até o fim, com vantagem para o inglês.

“Fenomenal, fenomenal. Um grande final de semana, depois de tanta pressão”,  disse o engenheiro ferrarista ao espanhol.

Massa fez uma prova apagada, apagada. De quebra, perdeu a dianteira sobre Alonso no Mundial. 

Na classificação, a liderança ainda é de Vettel, com 52 pontos. Depois aparecem Raikkonen, com 49, e Alonso, com 43. Hamilton é o quarto, com 40. Massa é o quinto, com 30.

No Mundial de Construtores, a Red Bull tem 78 pontos, contra 73 de Ferrari e 60 de Lotus.

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Vettel vence duelo e GP http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/03/24/vettel-vence-duelo-e-gp/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/03/24/vettel-vence-duelo-e-gp/#comments Sun, 24 Mar 2013 09:54:33 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=2658 Continue lendo →]]> Por duas voltas, o GP da Malásia fez todo mundo esquecer o sono, levantar da arquibancada, do sofá, da cama, de onde estivesse.

Começou na 44ª, terminou na 46ª: um duelo lindíssimo entre Vettel e Webber.

Briga acirrada, no limite da segurança. Rodas separadas por milímetros. Carros lado a lado por curvas e curvas. Cena antológica, a melhor disputa dos últimos tempos da F-1.

Deu Vettel, que acabou ganhando a corrida. Mas isso tornou-se quase um detalhe.

Minha impressão é que a lembrança que as pessoas levarão desta corrida será a disputa entre os pilotos da Red Bull. Se você dormiu e não viu, dê um jeito de ver.

(Dica: o Sportv mostra o VT da corrida às 12h.)

Foi a 27ª vitória de Vettel, que assim empata com Stewart como o sexto piloto com mais vitórias na história da F-1.

A Webber, coube conformar-se com o segundo posto. Hamilton fechou o pódio.

A corrida foi boa, bem boa.

Choveu antes da largada, e todo mundo foi para a largada com os pneus intermediários.

Os primeiros metros foram intensos. Alonso saiu bem, mas tocou a traseira de Vettel na segunda curva e danificou a asa dianteira. Massa largou mal, tentou evitar toque e perdeu posições. Webber ficou na cola do espanhol. Raikkonen caiu de 10º para 13º.

O top 10 na primeira volta, Vettel, Alonso, Webber, Hamilton, Button, Massa, Rosberg, Pérez, Sutil e Hulkenberg.

Por pouco tempo. Porque, instantes após fechar os primeiros 5.543 m da corrida, Alonso viu a asa ir pro espaço. Foi pra brita, abandonou. 

A pista foi secando, secando e, na quinta volta, Vettel foi o primeiro a entrar nos boxes e trocar os pneus. Optou pelos médios, os compostos mais macios à disposição no final de semana.

Massa entrou logo a seguir e fez a mesma opção.

Começou, então, o corre-corre nos boxes, com todo mundo entrando para trocar pneus.

O momento mais bizarro do GP veio então com Hamilton: ele entrou nos boxes da McLaren e levou alguns instantes até perceber o erro. Saudades?

Também merece nota a opção de Webber. Enquanto todo mundo lá na frente colocou os pneus médios, ele escolheu os duros.

Para ajudar, o australiano ainda voltou à frente de Vettel, que enfrentou tráfego.

Após esta primeira rodada de pits, o top 10 tinha Webber, Vettel, Hamilton, Rosberg, Button, Hulkenberg, Massa, Grosjean, Perez e Raikkonen.

Tudo dava certo para Webber. Mesmo com os pneus duros, ele conseguia tempos melhores do que Vettel. Na 19ª volta, tinha 2s1 sobre o companheiro.

Foi então que a Red Bull chamou o australiano para os boxes. Peraí… Ele tinha feito o primeiro pit duas voltas depois de Vettel, estava com os pneus mais duros e em ótimo ritmo de corrida. Parou por quê?

A resposta veio um pouco mais tarde…

Massa e Grosjean pararam na 21ª volta. O brasileiro optou pelos duros. Hamilton entrou na 22ª. Vettel entrou na 23ª e também colocou os pneus duros.

Então, veio a tal resposta.

Vettel começou a virar mais rápido do que Webber. Grudou no australiano. E, na 28ª volta, lançou pelo rádio: “Mark está muito lento. Tirem-no do meu caminho”.

A equipe retrucou: “Seja paciente, só estamos na metade da corrida”. Foi quase um “calma, meu filho, a gente já está resolvendo isso pra você”.

Na 30ª volta, Van der Garde abriu a terceira janela de pits. Bianchi e Hamilton pararam logo depois.

Webber entrou na 32ª. Vettel entrou na seguinte, mas a estratégia da Red Bull não deu certo. O alemão perdeu tempo nos boxes e voltou atrás do companheiro _e de Hamilton.

Na 35ª, Button entrou, fez sua parada, mas a equipe não apertou direito sua roda dianteira direita. Ele parou no pit lane e precisou ser resgatado pelos mecânicos para voltar à pista. Corrida destruída pro inglês.

Na 38ª, Vettel grudou em Hamilton, abriu a asa e passou no final da reta. Tomou o segundo lugar. Novamente, a luta ficou direta entre os pilotos da Red Bull.

Cinco voltas depois, Vettel entrou. Na volta seguinte, foi a vez de Webber.

Aconteceu, então, o grande momento.

Vettel veio voando pela reta, enquanto o australiano deixava os boxes.

Os dois se encontraram na primeira curva. E fizeram praticamente duas voltas lado a lado, separados por quase nada. Vettel tentava, Webber se defendia. Por pouco, por muito pouco, o toque não aconteceu. 

Pelo rádio, a equipe pedia calma a Vettel.

Mais: pediu para que ele não arriscasse. Webber, por seu lado, reclamava da agressividade do companheiro.

Não teve jeito. Vettel ignorou as mensagens e resolveu no braço o que a estratégia da equipe não fez por ele: tomou a liderança.

Sensacional.

Logo depois, a Mercedes impediu outro lance parecido. Embora Rosberg se esforçasse para atacar Hamilton, a equipe pediu para que ele não tentasse. O alemão obedeceu, infelizmente.

Brawn saiu da Ferrari, mas a Ferrari não saiu dele.

O top 10 na linha de chegada: Vettel, Webber, Hamilton, Rosberg, Massa, Grosjean, Raikkonen, Hulkenberg, Pérez e Vergne.

Para não passar em branco: corrida muito apagada de Massa.

Com o resultado, Vettel passa para a liderança do campeonato, com 40 pontos.  Raikkonen tem 31 e Webber, 26. Depois aparecem Hamilton (25), Massa (22) e Alonso (18).

No Mundial de Construtores, a Red Bull tem 66 pontos, contra 40 de Lotus e Ferrari.

As imagens da saleta antes do pódio deixaram evidente que o clima na Red Bull ficou pesado. Webber estava inconformado.

Mas isso é problema deles. Os torcedores agradecem o que viram.

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Raikkonen, para enterrar desconfianças http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/03/17/raikkonen-para-enterrar-desconfiancas/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/03/17/raikkonen-para-enterrar-desconfiancas/#comments Sun, 17 Mar 2013 07:39:13 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=2606 Continue lendo →]]> Há um ano, Raikkonen voltava à F-1 após dois anos despirocando nos ralis e até na Nascar. Um retorno festejado por muita gente, mas que levantou desconfianças de tantos outros.

Afinal, que Raikkonen retornaria à categoria? Aquele pré-2007, ousado, arisco, veloz? Ou aquele de 2008 e 2009, a fim de nada?

Ele deu logo a resposta. Com um carro apenas mediano, foi o terceiro colocado no Mundial.

E hoje, um ano depois, vence o GP da Austrália e assume a liderança da tabela.

Raikkonen, no pódio do Albert Park (Diego Azubel/Efe)

 

Ok, pode até não ficar muito tempo por lá. Mas quem sabe? Você coloca a mão no fogo?

Fato é que Raikkonen mostrou mais uma vez ter aquele quê especial. Aquela chama. Aquele conceito tão difícil de definir e que batizamos de “talento nato”.

Com uma estratégia de apenas duas paradas, contra três da maioria dos seus pares, o finlandês venceu a abertura do campeonato, em Melbourne.

Alonso ficou em segundo, com Vettel em terceiro. Massa cruzou em quarto.

Uma corrida cheia de alternativas, um bom início de Mundial.

Na largada, Vettel manteve a ponta, e os ferraristas mostraram apetite: cada um ganhou duas posições.

Massa aproveitou a má largada de Webber, jogou o carro pra direita e ganhou a segunda posição. Alonso preferiu sair pela esquerda, duelou com Hamilton e acabou subindo para terceiro.

O top 10 ao fim da primeira volta, Vettel, Massa, Alonso, Raikkonen, Hamilton, Rosberg, Webber, Di Resta, Button e Sutil.

Não demorou muito e começamos a entender que o pneus supermacio e nada é a mesma coisa: corre-corre nos boxes para colocar os médios.

Button foi o primeiro a parar, já na quinta volta. Foi seguido por Webber, Grosjean e Gutierrez. Na sétima, Vettel, Bottas e Chilton pararam. Na oitava, Van der Garde (vai ser um saco escrever este nome comprido o ano todo; não tinha nenhum Zé a fim de correr na F-1, não?)

Massa entrou na nona volta, assim como Di Resta e Pic (olha aí um bom nome!). Alonso entrou logo depois. Maldonado, que já tinha dado um passeio pela grama, fez seu pit na 11º.

Lá na frente, Hamilton e Rosberg mantinham-se na pista e lideravam. Sinal de equilíbrio dos carros da Mercedes, com ou sem a tal suspensão ativa hidráulica.

(Pensando bem, “Karthikeyan” é ainda pior que “Van der Garde”. Não dá pra reclamar muito, não.)

Hamilton só parou na 14ª volta. Rosberg, na seguinte.

Sutil, que largou com os médios, assumiu a liderança. Um acontecimento dos mais bacanas, depois de todos os problemas que ele enfrentou. Logo no primeiro GP, pagou a aposta da Force India.

Outros talvez se desesperariam ao ser verem na ponta com um carro de força média. Sutil mostrou maturidade. Liderou de verdade.

Na 18ª volta, Van der Garde entrou nos pits, com um pneu furado. Na seguinte, Webber parou, já abrindo pra valer a segunda janela de pits _colocou outro jogo de médios.

Na 20ª, Grosjean e Chilton entraram. Na 21ª, Alonso, Sutil e Vettel.

Massa assumiu a ponta e foi mantido na pista pela Ferrari. Por quê? A resposta viria em três voltas.

Quando entrou, na 24ª, voltou em sétimo, atrás de Alonso, Vettel e Sutil.

Odeio teorias da conspiração, ideias fantasiosas, ilações. Mas desta vez, a sacaneada foi clara. Mantendo Massa na pista, a Ferrari deixou claro seu plano pro GP e pra temporada e colocou o brasileiro em seu lugar. Pena. Mais uma vez, a competência esportiva foi deixada de lado.

Alonso é melhor que Massa, isso não é segredo. Mas há (e haverá) dias em que o brasileiro estará melhor. Infelizmente, não vai adiantar nada.

Na 25ª volta, um outro infame clássico: Maldonado abandona, atolado na brita. Pelo menos desta vez ele não levou ninguém junto.

Na volta seguinte, foi a vez de Rosberg encostar o carro na curva 4 e abandonar. Muito rápido, o carro da Mercedes ainda peca na confiabilidade.

Lá na frente, Raikkonen e Hamilton, com apenas um pit, lideravam. Na cola do inglês, Alonso tentava desesperadamente ultrapassar, mas não conseguia.

Hamilton só parou na 32ª. Raikkonen, duas depois.

O top 10, então, ficou assim: Alonso, Vettel, Sutil, Massa, Raikkonen, Hamilton, Webber, Button, Grosjean e Vergne.

Sem conseguir passar Sutil, Massa antecipou-se a todos e abriu a terceira janela de pits, apenas 13 voltas depois da primeira. Vettel parou na sequência.

Button e Grosjean entraram na 38ª. Alonso, líder, entrou na seguinte, entregando novamente a ponta para Sutil, ainda com apenas uma parada.

Na 40ª, Vettel passou Hamilton. Massa veio no embalo e fez o mesmo.

Na 43ª, Hamilton entrou para seu terceiro pit. Lá na frente, Raikkonen respirou fundo, acelerou e passou Sutil. Tornou-se o novo líder do GP.

Alonso babava para chegar lá. Mas precisava se livrar do alemão para tentar alcançar o finlandês.

Ele só conseguiu passar na 46ª volta. Teria 12 voltas para tirar os 4s3 que o separavam de Raikkonen.

Mas faltou combinar com o finlandês. A diferença, em vez de cair, aumentou. Na 47ª, já era de 7s7, muito por culpa do tráfego enfrentado pelo espanhol.

Aí não tem milagre. As últimas voltas foram meramente burocráticas ali na frente.

Raikkonen cruzou com 12s4 sobre Alonso.

É sua 20ª vitória na carreira, o que o iguala ao compatriota, companheiro de copo e ídolo pessoal Mika Hakkinen. É, ainda, a primeira vitória da Lotus numa prova de abertura do campeonato desde 1978, com Mario Andretti, na Argentina.

O top 10 na chegada, Raikkonen, Alonso, Vettel, Massa, Hamilton, Webber, Sutil, Di Resta, Button e Grosjean.

Esta é, obviamente, a classificação do Mundial de Pilotos. No Mundial de Construtores, a Ferrari lidera, com 30, seguida por Lotus, com 26, e Red Bull, com 23.

Um bom início de caminhada, fugindo do previsível. A Red Bull chegou toda badalada, sai de cabeça mais baixa. E isso é ótimo para o campeonato.

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Vettel tricampeão!!! http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/11/25/vettel-tricampeao/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/11/25/vettel-tricampeao/#comments Sun, 25 Nov 2012 17:51:11 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=2262 Continue lendo →]]> A F-1 tem um novo tricampeão. Ele é alemão, tem 25 anos, cara de moleque, está há apenas sete anos na categoria. E pilota muito.

A comemoração do tri em Interlagos (Nelson Almeida/AFP)

 
Um certo Sebastian Vettel.

O sexto lugar bastou ao piloto da Red Bull. Porque Alonso foi segundo.

A vitória ficou com Button. Massa completou o pódio.

E a corrida foi das mais malucas dos últimos tempos. Interlagos é mesmo sensacional.

A largada… Putz, como descrever a largada?

Massa foi bem, veio passando todo mundo por fora, pulou pra segundo.

Vettel perdeu posições, foi parar no pelotão no meio e, na Reta Oposta, levou um totó de Bruno, que se engalfinhava com Pérez. O alemão rodou, levando a torcida espanhola em Interlagos à loucura.

Brasileiro e mexicano abandonaram, Vettel ficou na pista.

“Não há nada que possamos fazer. Continue aí”, disse o engenheiro ao ainda bicampeão.

Lá na frente, a turma fechava a primeira volta e Alonso respirava fundo para passar Webber e Massa antes do S.

A chuva ia apertando, apertando. E as confusões iam se sucedendo. Alonso deu um belo passeio pela nova área de escape do S, Webber rodou, Grosjean bateu…

Vettel? Acelerava feito um louco, escalando posições.

Na oitava volta, Button passou Hamilton e assumiu a liderança.

Na décima volta, o top 10 tinha Button, Hamilton, Hulkenberg, Alonso, Massa, Vettel, Di Resta, Vergne, Kovalainen e Glock.

Começou, então, um corre-corre pros boxes, com alguns pilotos arriscando os pneus intermediários _entre eles, os duelistas pelo Mundial. Os tempos de volta, porém, mostravam que o mais indicado era manter os slicks.

Vettel saiu exatamente atrás de Webber, e o australiano facilitou para o colega. “Obrigado, Mark”, disse o engenheiro pelo rádio, jogando por terra o pretenso repúdio da Red Bull ao jogo de equipe.

Na 15ª volta, a Ferrari chamou Massa para colocar os intermediários.

Na 16ª, Vettel chegou em Alonso. Quarto e quinto. Começou um jogo de marcação.

Enquanto os dois se marcavam, Hulkenberg acelerava. Passou Button na 18ª volta, assumindo a liderança da corrida. Sim, você leu certo: Hulkenberg líder.

A pista mudou de novo, ficou mais para os secos. Alonso e Vettel pararam e trocaram. E Massa, que tinha colocado os intermediários quatro volta antes, teve de voltar aos boxes para novos slicks. Ê, Ferrari…

Na 21ª, Rosberg surgiu com o pneu direito traseiro furado. Culpa de algum detrito. Na 22ª, Alonso fez um alerta de perigo pelo rádio. Na 23ª, veio o safety car.

Hulkenberg e Button aproveitaram a deixa e pararam para pneus duros.

(Ufa, deu pra respirar um pouco aqui. Vou ali buscar um café…)

(Voltei.)

O safety car só deixou a pista na 29ª volta.

O top 10 na relargada, Hulkenberg, Button, Hamilton, Alonso, Vettel, Kobayashi, Webber, Di Resta, Ricciardo e Raikkonen. Massa era o 11º.

Mais agito. Webber escapou no S, Kobayashi deixou Vettel pra trás. E Hamilton passou Button.

Na 32ª, Koba, o mito, deixou Alonso para trás. Na seguinte, o espanhol deu o troco, retomando a quarta posição. Na 34ª, Massa chegou em Vettel, que não dificultou: o brasileiro pulou para sexto. Duas voltas depois, foi a vez de o brasileiro jantar o japonês e assumir o quinto lugar.

Metade da corrida, e a agonia de Alonso para chegar ao pódio _sua única chance de título_ só aumentava. O problema era combinar com os russos (ou com o alemão e os dois ingleses à sua frente).

Ele não conseguia se aproximar. Pior: só se distanciava de Button. Na 39ª volta, a diferença entre os dois era de 3s6. Na 40ª, de 4s. Na 41ª, de 4s3. Na 42ª, de 4s6…

Já Vettel se mantinha em sétimo. Não, não era a situação ideal, mas era suficiente para o tricampeonato.

Na 48ª, Hulkenberg jogou a possível vitória pro espaço. Colocou a roda na tinta branca, úmida e rodou. Segurou bem o carro, é verdade, mas perdeu a liderança para Hamilton.

O top 10, então: Hamilton, Hulkenberg, Button, Alonso, Massa, Kobayashi, Vettel, Webber, Ricciardo e Raikkonen.

Na 53ª, a Red Bull tomou uma decisão corajosa e chamou Vettel para os médios. De sétimo, ele caiu para décimo.

Duas voltas depois, o lance capital da corrida. Hulkenberg mergulhou no S, por dentro, para passar Hamilton. Escorregou, perdeu a traseira e acertou o inglês, que abandonou. Simultaneamente, a Red Bull chamava Vettel para intermediários _sim, apenas três voltas após colocar os slicks.

A FIA acertadamente decidiu punir Hulkenberg com um drive through.

Button era o líder, Massa subiu para segundo, com Alonso em terceiro. Vettel, em sétimo, continuava segurando o caneco.

A nove voltas para o fim, a Ferrari acionou o rádio. Massa cedeu posição para Alonso. (Favor que o espanhol poderia ter devolvido no final, porque inócuo. Mas talvez eu seja muito romântico…)

A seis, foi a vez de Schumacher fazer uma gentileza: não dificultou a ultrapassagem do compatriota, que pulou para sexto.

Todo mundo fazia conta, Alonso dependia de uma quebra de Button ou de Vettel, mas, então… O anticlímax! Na penúltima volta, Di Resta acertou o muro na Curva do Café, exigindo a entrada do safety car.

Uma pena. Um campeonato tão empolgante e uma corrida tão maluca mereciam um final mais vibrante.

O top 10 na linha de chegada, Button, Alonso, Massa, Webber, Hulkenberg, Vettel, Schumacher, Vergne, Kobayashi e Raikkonen.

Vettel, claro, agradeceu.

Com a vitória, foi a 281 pontos. Alonso termina com 278.

Torna-se, assim, apenas o terceiro homem a conquistar três Mundiais de F-1 na sequência. Além dele, só Fangio e Schumacher.

Precisa dizer mais alguma coisa?

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