Fábio Seixaspílulas – Fábio Seixas http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br Automobilismo e pitacos sobre tudo o mais Mon, 18 Nov 2013 13:33:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Pílulas do Dia Seguinte http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/29/pilulas-do-dia-seguinte-28/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/29/pilulas-do-dia-seguinte-28/#comments Mon, 29 Jul 2013 11:31:26 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=3624 Continue lendo →]]> Hamilton foi impecável na Hungria. Rápido o tempo todo, agressivo quando teve de ser. A ultrapassagem dele sobre Webber, após o último pit stop, já é barbada para o vídeo oficial do fim da temporada. “Não participamos dos testes, chegamos aqui na retaguarda, sem expectativa de pole e nos surpreendemos. Esta foi provavelmente uma das vitórias mais importantes da minha carreira”, disse. Certamente ele sentiu uma enorme satisfação pessoal ao se ver no alto do pódio usando um macacão que não o da McLaren. Isso traz confiança. Foi bom ver também que ele não se deixou abalar com os problemas pessoais das últimas semanas. A F-1 ganha quando Hamilton está bem;

Empolgada, a Mercedes falou em luta pelo título. Faltam nove etapas e matematicamente, claro, Hamilton está na luta. Mas esporte é mais do que matemática. O grande adversário de Vettel ainda é Alonso;

Massa vem fazendo um campeonato murcho, sem grandes performances, mas foi espetacular ao comentar o drive through para Grosjean. “Se ele tomou aquela punição por conta do que fez comigo, é totalmente errado. Ele não colocou as quatro rodas fora da pista, mas apenas duas, o que é permitido”, disse o brasileiro. Nos comentários ao post abaixo, alguém fez um paralelo com o futebol e comparou o francês a Luis Fabiano. Tem sentido. Ambos estão marcados pelas lambanças que vivem fazendo. Na dúvida, a culpa é deles. Mas comissários de F-1, assim como juízes de futebol, não podem agir assim. Precisam analisar caso a caso. Da mesma forma, continuo com a opinião de que ele foi inocente no choque com o Button. Por aquela manobra, levou 20 segundos no tempo total do GP, o que não afetou em nada seu sexto lugar _cruzou a linha com 21s524 para o inglês da McLaren;

No mais, onde esses comissários da F-1 estavam nos anos 80? E será que eles não assistiram à MotoGP, um domingo antes? Devem ser todos garotos de apartamento, criados pelo avó, comendo iogurte todo dia;

Ainda sobre Massa, o maior problema para sua negociação com a Ferrari não está na tabela do Mundial de Pilotos: ele é sétimo, com 61 pontos. Está no Mundial de Construtores, que define o prêmio que a equipe ganhará no final do ano. Em Silverstone, a Ferrari perdeu o segundo lugar para a Mercedes. Agora, está perto de perder o terceiro lugar para a Lotus: só 11 pontos as separam. Seu grande adversário para ficar em Maranello passou a ser Grosjean, quem diria;

O papo mais quente do quente paddock húngaro foi o rumor sobre a ida de Alonso para a Red Bull em 2014. O que, para mim, não passa disso: um rumor. Não faria a menor lógica. Tudo isso começou porque Luis Garcia Abad, empresário do espanhol, foi visto no motorhome da Red Bull conversando com Christian Horner. Sua explicação é das mais plausíveis: estavam discutindo o futuro de Carlos Sainz Jr, que ele também representa. Até acho que Alonso não está feliz da vida na Ferrari. Ele esperava mais de Maranello, as trapalhadas da equipe devem irritar. Mas daí a sair agora existe um abismo;

A Ferrari foi punida em 15 mil euros porque Alonso abriu a asa traseira em três ocasiões em que não estava a menos de 1 segundo do carro da frente. O problema, defesa da equipe acatada pela FIA, foi técnico: o equipamento não foi ajustado para a corrida, permanecendo em configuração de treino. A Ferrari ainda alegou que isso na verdade o atrapalhou, porque ele ficou privado de usar o DRS em várias ocasiões da prova. Ok, as explicações são coerentes. Mas em se tratando de Ferrari…;

Raikkonen chegou a 27 GPs seguidos na zona de pontuação. Pelo Twitter, recebi isso…

 

A Michelin deve anunciar, no meio de semana, sua intenção de voltar à F-1. Seria para 2015. E seria um golpe de mestre. Depois do papelão da Pirelli nesta temporada, até a Borracharia do Zé conseguirá uma boa imagem se fizer um serviço mediano ao sucedê-la;

Na GP2, Nasr conseguiu um terceiro e um quinto lugares e reduziu de 27 para 6 pontos sua desvantagem para Coletti. Há duas formas de analisar este final de semana em Budapeste. A turma do copo meio cheio vai dizer que ele esquentou a briga pelo campeonato, que vem fazendo tudo certo ao manter a regularidade. A turma do copo meio vazio vai apontar que poderia ter sido ainda melhor: o monegasco teve duas provas terríveis, e Nasr falhou em vencer no sábado. Talvez por ser ranzinza, fico mais com esta segunda corrente. O brasileiro teve a vitória nas mãos na primeira corrida, que distribui mais pontos, mas preferiu guardar pneus para o domingo. Eu entendo a lógica. Mas entendo ainda mais o instinto de vencer a corrida e só depois pensar no depois.

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Pílulas do Dia Seguinte http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/08/pilulas-do-dia-seguinte-27/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/08/pilulas-do-dia-seguinte-27/#comments Mon, 08 Jul 2013 10:09:30 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=3433 Continue lendo →]]> Vettel disse que se a corrida tivesse mais um ou duas voltas, talvez ele não a vencesse. É quase isso. Ele cruzou a linha de chegada, ao final da 60ª volta, com 1s008 sobre Raikkonen. Na 59ª, a diferença era de 1s077. Na 58ª, de 1s265. Na 57ª, de 1s603. Ou seja, o finlandês tirou 0s595 em três voltas. Neste ritmo, com mais cinco voltas ele jantaria Vettel. Um ritmo alucinante para um fim de prova;

Já Raikkonen terminou o GP com uma pulga atrás da orelha. Acha que teria conseguido alcançar o alemão se não tivesse parado para trocar pneus a 11 voltas do fim. Cabe, mais uma vez, uma análise. No primeiro trecho da prova, os pneus macios do finlandês duraram 8 voltas. Ele então colocou os médios, que aguentaram 16 voltas. Seu terceiro jogo de pneus, médios, aguentou outras 25. Para fazer a prova sem a última parada, ele teria que rodar 36 voltas com os mesmos pneus. Nem Button, célebre poupador de borracha, conseguiu isso _seu stint mais longo teve 27 voltas. Nesta, estou com os engenheiros da Lotus. Acho que Raikkonen não conseguiria manter o ritmo até o final com pneus tão gastos;

E o Grosjean, hein? O que deram pro rapaz no almoço de ontem? Preciso saber;

Alonso foi direto ao falar sobre sua situação no campeonato. “Preciso começar a ficar na frente do Vettel.” É isso, não tem segredo. O grande, o enorme problema é conseguir colocar isso em prática. A Ferrari, por mais um ano, me dá a impressão de estar perdida;

Massa, como de hábito, foi franco na entrevista coletiva após a corrida. “A equipe não viu nada no carro.” Em outras palavras, ele admitiu que errou. “Os pneus traseiros travaram, tentei corrigir, mas rodei. O carro estava engatado em quinta marcha e não descia para primeira, então foi um pouco estranho. Não tenho ideia exata do que aconteceu”, declarou. O fim do mundo? Ainda não. No ano passado, após nove etapas, ele era o 13º no Mundial, com 23 pontos. Conseguiu se recuperar na fase final do campeonato e, mais importante, ganhou um novo contrato com a Ferrari. Hoje ele tem 57 pontos e é o sétimo. Dá para crescer bem na segunda metade da temporada. Mas a cabeça precisa estar no lugar. O problema dele parece ser mais de afobação e agonia para conseguir um bom resultado do que má fase técnica;

(Em tempo, vi ontem na TV uma propaganda da Gillette com um “piloto de F-1”. O sujeito logicamente faz a barba e a peça termina com ele, todo pimpão, de macacão, num festejado grid de largada. A marca precisou usar um ator para o comercial. Que fase…)

A ironia das ironias, com um toque de cara de pau, foi a Mercedes colocando a culpa nos pneus por seu mau desempenho na corrida. Segundo Ross Brawn, o veto à inversão  da montagem dos pneus traseiros derrubou sua equipe. Vou dar uma sugestão: inscrever os carros em corridas de dragster. Não vai ter pra ninguém;

Como se não bastasse, a Mercedes vai recorrer da punição pelo teste secreto. Quer testar por pelo menos um dia em Silverstone, na semana que vem. É demais…;

Após a morte de um fiscal no GP do Canadá, escrevi que a FIA precisa olhar com mais atenção para o treinamento desses caras. Daí, ontem, o carro de Bianchi se solta do guincho e sai rolando sozinho pelo gramado, numa cena dantesca. Instantes antes, um pneu de Webber acertou em cheio um cinegrafista, que trabalhava no pit lane sem nenhuma proteção especial. Nada de macacão, capacete, nada… Bato novamente na tecla de outro texto, a coluna da última quinta-feira: a FIA está contando demais com a sorte. Tanto descaso uma hora vai cobrar seu preço;

Nasr chegou a Nurburgring 22 pontos atrás de Coletti na tabela da GP2. Deixou o circuito com uma defasagem de 27 pontos em relação ao líder. A primeira metade do campeonato já foi. Restam 10 das 22 corridas. O brasileiro é o piloto mais regular da temporada, o que pontuou em mais provas (11 das 12), mas isso não basta. Coletti pontou em dez, mas venceu três. Está aí a diferença;

Na Indy, 1-2-3 da Ganassi, com Dixon, Kimball e Franchitti no pódio. Helinho foi oitavo, Tony ficou em 13º. E o lance da corrida foi protagonizado por Sato, que encheu a traseira de Hunter-Reay em plena entrada dos boxes, ao errar o ponto do freada. Os dois abandonaram, sendo que o americano andava até então entre os primeiros. Por mais chato que tenha sido seu domingo, amigo, não foi pior que o dele.

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Pílulas do Dia Seguinte http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/01/pilulas-do-dia-seguinte-26/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/01/pilulas-do-dia-seguinte-26/#comments Mon, 01 Jul 2013 13:42:26 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=3355 Continue lendo →]]> Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, já dizia o filósofo. Então vamos com calma…

Massa volta aos boxes sem pneu (Lars Baron/Getty Images)

 

Uma coisa é o fato de Ferrari, Lotus e Force India terem sido contra as modificações nos pneus que a Pirelli planejava a partir do GP do Canadá. Essas três equipes são responsáveis diretas pelos pneus continuarem esfarelando e precisam pensar dez vezes antes de reclamarem dos pneus desta temporada. Não por coincidências, o trio unanimamente concordou ontem com quaisquer mudanças que a Pirelli queira introduzir. Quem tem, tem medo, dizia o mesmo filósofo;

Outra coisa é o que aconteceu ontem. Daí a necessidade de separar as coisas. Não teve nada a ver com desgaste dos pneus. E, segundo a Pirelli, não teve relação também com seu novo sistema de “colagem” da cinta de aço, que fixa a banda lateral do pneu à roda. O princípio é o mesmo dos pneus de rua: prevenir que desmontem da roda quando estiverem sem pressão. No ano passado, essa cinta era de kevlar. A Pirelli pensou em voltar para o material nas últimas provas, mas preferiu insistir com o aço, mudando o processo de colagem justamente nos pneus levados para Silverstone;

Parece-me muito suspeito que, justamente na corrida em que a Pirelli mudou algo na fabricação dos pneus, quatro tenham ido pelos ares. De duas, uma. Ou a empresa está tergiversando ou está completamente perdida. Aí, sim, as duas coisas são uma coisa só: péssima, e perigosa, notícia para a F-1;

Aqui e ali já começa um zunzunzum de boicote a Nurburgring. Duvido que aconteça, as equipes morrem de medo de Ecclestone. Mas a pressão é positiva;

Voltar para os pneus de 2012, como quer a Red Bull, também não me parece o certo. Aliás, muito espertinha, a equipe tricampeão;

Muito mais razoável é a ideia de sessões de testes para avaliar de vez esses pneus. Em Silverstone, a sexta-feira foi prejudicada pela chuva. Aqueles pneus só fizeram long runs na corrida. Deu no que deu;

Rosberg já tem duas vitórias no ano e 82 pontos. Já escrevi outro dia sobre o amadurecimento do alemão, que ainda não tem o reconhecimento que merece. Tirando o ano de estreia, ele nunca terminou um Mundial atrás do companheiro de equipe _e foram três anos com Schumacher. Ele já está a sete pontos de Hamilton. Se o inglês não se cuidar…

Alonso foi sincero ao falar sobre sua condição, após reduzir para 21 pontos a folga de Vettel no campeonato. “É uma mistura de sentimentos. Estou feliz pelos pontos e por diminuir um pouco a diferença para o líder, mas vimos neste final de semana que o nosso ritmo não está bom o suficiente”, disse. Foi no ponto. Massa e Domenicali falaram coisas parecidas. O problema, para eles, é que a Ferrari também parece perdida nesta luta para melhorar seu ritmo em classificação;

E não podemos deixar de registrar: Raikkonen bateu ontem o recorde de corridas consecutivas na zona de pontos. Chegou a 25, superando as 24 provas de Schumacher, entre Hungria-2001 e Malásia-2003. O finlandês vem pontuando sem parar desde o GP do Bahrein do ano passado. Outro dado impressionante da sua regularidade: das 28 corridas que disputou desde que voltou à F-1, ele só não pontuou em uma, na China. Mesmo assim, até lá ele levou o carro à linha de chegada. O que a Red Bull está esperando para anunciá-lo?

Falando em recordes, Loeb pulverizou a marca histórica de Pikes Peak. Completou o percurso em 8min13s878. O melhor registro anterior era 9min42s740, de Rhys Millen, segundo colocado ontem. Um monstro. A íntegra da sua participação histórica está aqui…

[There is a video that cannot be displayed in this feed. Visit the blog entry to see the video.]
 
Na MotoGP, no sábado, Rossi conquistou sua primeira vitória em quase três anos. A última havia sido na Malásia-2010. Foi a 80ª da carreira e, nas palavras dele, a mais inacreditável. É muito bom vê-lo de volta. E que Lorenzo se recupere logo. Os fãs de moto esperam ansiosamente por este duelo;

Para passar a régua, GP2. Nasr deu um show ontem. Largando na última fila, após um sábado acidentado, cruzou em sétimo. Melhor: Coletti não pontuou no final de semana, e a diferença entre ambos na tabela caiu mais um pouco, de 24 para 22 pontos. O que o brasileiro precisa agora é de uma vitória. Ir só na base da regularidade talvez não funcione.

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Pílulas do Dia Seguinte http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/06/10/pilulas-do-dia-seguinte-25/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/06/10/pilulas-do-dia-seguinte-25/#comments Mon, 10 Jun 2013 13:14:02 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=3179 Continue lendo →]]> Começando pelo mais importante: a morte do fiscal. Porque danem-se a corrida, o campeonato, as disputas, os atritos, as polêmicas. Uma vida se foi, e isso teve relação direta ao esporte. Não fosse a corrida, ele estaria vivo. O nome dele ainda não foi divulgado, apenas que tinha 38 anos. Minha idade, portanto. Ele estava ajudando na remoção do carro de Gutierrez, abaixou para pegar um rádio que caiu no chão e foi atropelado pelo operador de um guindaste que não o viu. “Minha profundas condolências à família do fiscal que perdeu a vida hoje, nossas orações são para ele e sua família hoje”, escreveu o mexicano no Twitter. A F-1 não registra morte de pilotos desde 1994, graças a uma série de medidas de choque tomadas pela FIA após as tragédias de Imola. Mas esta é a terceira morte de um fiscal desde 2000. Algo precisa ser feito. O treinamento precisa ser mais profissional. Os procedimentos precisam ser seguidos à risca. Protocolos precisam ser revistos. A vida de um fiscal vale tanto quanto a vida de um piloto, do Todt, do Ecclestone, a minha ou a sua;

Vettel cruza a linha de chegada em Montreal (Luca Bruno/AP)

 

O alemão recebeu algumas vaias no pódio. Se alguém souber o motivo exato, me explique. Mas suponho que seja aquela universal torcida contra o mais forte. E ontem ele foi o mais forte, imbatível, inalcançável;

O maior reconhecimento à superioridade de Vettel no final de semana veio de Alonso: “Este segundo lugar tem sabor de vitória”. O comentário ganha outra intensidade vindo de um cara como ele, que odeia perder. (Certa vez, em Mônaco, vi o espanhol chutar mesas e cadeiras do motorhome da Renault após um abandono);

Hamilton voltou a falar dos freios para justificar não ter feito uma corrida melhor: “Estamos progredindo, mas ainda não resolvemos nada. Estou aprimorando algumas técnicas que me ajudam”. O inglês é um baita piloto, tem crédito, não há motivos para desconfiar dele. E o caso ilustra o quão complexo é um carro de F-1. Um dos melhores pilotos do mundo, campeão, em seu sétimo ano na categoria, de repente encontra um problema numa questão teoricamente básica e se estrepa. Na F-1, amigos, não há detalhes;

E o Bottas? Largando em terceiro, festejado por todos _inclusive por mim, na transmissão das rádios Bandeirantes e BandNews FM_, terminou em 14º. “Eu e a equipe demos de tudo. Não importa o que fizéssemos em questão de estratégia, terminaríamos nessa posição mesmo”, disse. Resumindo: o carro é uma porcaria e só se classificou lá na frente por uma enorme conjunção de fatores, entre eles sua perícia no molhado. Mas essas coisas ficam na memória dos torcedores e, principalmente, dos chefes de equipe. Alguém escreveu no Twitter que, em sete GPs, Bottas já conseguiu mais do que Bruno: um brilhareco. É verdade;

Maldonado acha que a punição foi injusta. Ah, tá. Senta lá, meu filho;

Massa fez uma boa corrida, repito. Cometeu um erro no sábado? Sim. Mas estava inspirado no domingo. Fez uma boa largada e brilhou no primeiro trecho da prova. Mas pecou na estratégia, ao colocar pneus supermacios no primeiro pit stop. E reconheceu isso após a prova. “Acho que eu poderia ter ganho mais um ou duas posições se tivesse colocado os médios”, disse. Ok, reconhecer o erro é um mérito. E isso ele sempre faz, diga-se. O que falta é o passo seguinte: agir para que o erro não se repita. E aí vem minha maior crítica: não é a primeira vez que ele dança na estratégia por uma escolha errada de pneu. Não é a segunda, não é a terceira. Será que não está na hora de um papinho mais sério com a direção técnica da equipe? Será que não chegou o momento de trocar de engenheiro?;

Raikkonen pontuou pela 24ª corrida seguida e igualou o recorde histórico da F-1, que pertencia apenas a Schumacher. Já a McLaren ficou fora dos pontos após uma série de 64 GPs, encerrando uma marca também histórica. Nada disso é coincidência. O finlandês é de um talento nato impressionante. E a equipe inglesa começa a sentir os efeitos de uma situação que, repito, só deve começar a amainar em 2015, quando chegarem os motores Honda ;

Na Indy, show dos brasileiros na noite de sábado. Helinho venceu, com Tony em terceiro. Entre os dois, Hunter-Reay. Foi uma vitória com autoridade, reflexo direto do equilíbrio do carro e de sua habilidade na preservação dos pneus. Com o resultado, Helinho voltou à liderança do campeonato. Tem agora 259 pontos, contra 237 de Andretti;

Ainda sobre a Indy: impressiona o equilíbrio da temporada. Foram sete vencedores em oito etapas até agora. Apenas Hinchcliffe venceu duas vezes, em St.Petersburg e São Paulo. Hunter-Reay, Sato, Tony, Conway, Pagenaud e Helinho já tiveram o gostinho da vitória e há vários outros com chances de chegar lá. O campeonato está escancarado;

Em tempo: por todo o sempre vou achar uma enorme babaquice esse ritual de comemorar a vitória no Texas com revólveres, ainda que de brinquedo.

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Pílulas do Dia Seguinte http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/05/27/3098/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/05/27/3098/#comments Mon, 27 May 2013 13:04:49 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=3098 Continue lendo →]]>

Tony comemora vitória nas 500 Milhas com um banho de leite (Chris Graythen/AFP)

 

Algumas cenas de ontem refletem bem quem é Kanaan. Amigo do peito desde os tempos de Itália, Zanardi, herói deste blog, foi a Indianápolis torcer pelo amigo. Levou no bolso uma das medalhas de ouro que conquistou na Paralimpíada de Londres. O brasileiro esfregou a medalha no carro antes da largada para dar sorte. Nas voltas finais, contam, Zanardi era dos mais alucinados no pit wall, torcendo loucamente. Depois da prova, o italiano ganhou o capacete da vitória. E postou no Twitter, com a foto ao lado: “A amizade ainda é um valor? Tony ganhou as 500 Milhas e me deu o capacete de presente. Sou feliz por nunca ter duvidado”;

Outra cena, também relato de quem estava lá: nas voltas finais, sob bandeira amarela, a torcida no Speedway era toda para ele. Um estreante, Muñoz, era o segundo. Dois pilotos americanos vinham na sequência, Hunter-Reay e Andretti. Mas o torcedor soube reconhecer o mérito de um cara que tantas vezes flertou com a vitória. Tony descreveu aquela última volta como “a mais longa da minha vida”. Dá para imaginar, mesmo que à distância, a quantidade de cenas que passaram por sua cabeça. A agonia, a aflição, a espera por aquela bandeirada;

A corrida foi ainda marcada por recordes. Houve 68 trocas de liderança entre 14 pilotos. A média do vencedor também foi recorde: 187,433 milhas por hora, ou 301,6 km/h;

Por fim, não deixa de ser irônico que a bandeira amarela final tenha sido provocada por um toque de Franchitti no muro. O escocês é outro dos grandes amigos de Kanaan. E foi se juntar à sua festa assim que foi liberado do atendimento médico de praxe;

Na F-1, a batata pode assar para os lados da Mercedes. A FIA divulgou nota ontem, após o GP de Mônaco, informando que autorizou o teste da Pirelli com a equipe alemã sob duas condições: que a sessão fosse conduzida pela fabricante de pneus e que a chance fosse aberta para todas as outras dez escuderias. Pelo primeiro item, entenda-se que a Pirelli deveria usar um piloto próprio e gerenciar e reter as informações colhidas. Nada disso aconteceu. Pior: a FIA indica que não recebeu informações acuradas sobre os tais três dias em Barcelona. Em boa gíria, Mercedes e Pirelli tentaram dar um migué. O comunicado termina afirmando que o caso deve ser levado ao Tribunal Internacional da entidade. Um órgão que, sabemos, é político. Mas que complicará a vida dos carros prateados se, desta vez, decidir ser técnico e justo;

Raikkonen, sobre Pérez: “Ele me acertou por trás e é isso. Se diz que a culpa foi minha, após ter entrado tão rápido naquela curva, então ele não tem ideia do que está fazendo aqui. Não é a primeira vez que ele acerta alguém numa corrida. Parece que sempre espera que os outros prevejam o que ele vai fazer”. Questionado se valeria a pena uma conversa com o mexicano, ele foi além: “Acho que não. Mas um soco na cara talvez resolvesse”;

Pérez protagonizou alguns dos bons momentos da prova, mas, sim, exagerou na dose para cima do finlandês;

Outro que exagerou foi Grosjean, punido com a perda de dez posições no grid do Canadá. Ficou barato para ele, dado o fato de ser reincidente;

Pensando em Pérez, Grosjean e Chilton, uma conclusão parece óbvia. Num circuito como Mônaco, estreito e sem áreas de escape, a barbeiragem não fica impune. Em circuitos modernos, talvez algumas colisões fossem evitadas. A vítima, afinal, tem para onde desviar, tem como fugir. No principado, não rola. Deu no que deu;

Em tempo: Pérez ainda tem o meu benefício da dúvida. Vejo qualidades no mexicano, que vem sendo excessivamente cobrado pela imprensa inglesa neste ano. Vamos com calma, o carro da McLaren é uma porcaria e não é sempre que ele faz lambança. Em suma, acho que ele ainda está aprendendo e que há salvação. Sobre Chilton e Grosjean, já tenho a minha avaliação fechada: não são pilotos para a F-1;

Importante: a Ferrari diz que o acidente de Massa na corrida foi causado por um problema no carro. “A dinâmica foi muito similar à da batida de sábado, mas o fato é que os dois acidentes foram bastante diferentes”, disse Pat Fry, diretor técnico da escuderia. Segundo ele, as avaliações preliminares indicam um problema na “dianteira esquerda” do carro. Suspensão, muito provavelmente;

O brasileiro fez questão de dizer que estava bem e de colocar uma foto com sinal de positivo no Twitter. Espero que não seja mais um revés neste temporada em que ele começou tão bem, que caiu, mas em que estava se recuperando novamente;

Tempos atrás, eu disse no Pit Stop que o grande desafio de Vettel nesta temporada seria disputá-la sem ter em mãos um carro de outro mundo. Até agora o alemãozinho vem se saindo muito bem. Venceu 2 dos 6 GPs e quando não ganhou ficou sempre por perto. Tem 21 pontos de vantagem sobre Raikkonen, uma gordura confortável para o momento;

Para terminar: foi hilário acompanhar o desespero do engenheiro na penúltima volta, quando Vettel resolveu cravar a melhor volta da corrida “por diversão”.

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Além de tudo, Alonso tem sorte: seu quarto e último pit foi antecipado porque o pneu estava furado. Mas foi um furo mínimo, que não prejudicou seu tempo no caminho para os boxes;

Depois da farofada nas quatro primeiras corridas do ano, a Pirelli mudou os pneus duros a partir da Espanha. Agora, já admite mais mudanças. Demorou, mas enxergou o óbvio: não dá para seus pneus desmancharem após seis voltas. É ruim pro esporte, é ruim para seu marketing. “Hoje foi exagerado”, disse Hembery, diretor da empresa, após os 79 pit stops de Barcelona. Ele disse que mudanças podem ser implantadas a partir do GP da Inglaterra, no final de junho;

Se os pneus ficarem mais duros, a Red Bull agradecerá. O problema para Vettel e companhia é que sete etapas já terão acontecido. A boa notícia é que haverá outras 12 à frente, tempo suficiente para um reabilitação;

Se a F-1 fosse como a GP2 ou a GP3, com carros idênticos para todos os pilotos, não tenho dúvidas: Raikkonen seria o campeão da temporada;

Ainda sobre Raikkonen: já são 22 corridas consecutivas nos pontos. A última vez em que ele não pontuou foi no GP da China de 2012. Com mais três, ele bate o recorde histórico da F-1, que pertence a Schumacher;

Massa: “Talvez houvesse a oportunidade de brigar com o Kimi, mas no final, foi uma ótima corrida. Fizemos um ótimo trabalho. O desgaste dos pneus não estava tão bom como a da Lotus, mas fizemos o melhor que podíamos e mostramos o desempenho que esperávamos desde a sexta-feira”. O brasileiro fez uma boa corrida, a melhor desde a Malásia. Seu próximo alvo precisa ser superar Hamilton no campeonato. Cinco pontos os separam;

Rosberg e Hamilton devem ter tido uma difícil noite de sono. Primeiro e segundo no grid, terminaram respectivamente em sexto e 12º.  “Foi uma experiência que não quero viver nunca mais. Eu fiz absolutamente as mesmas coisas do Bahrein, mas não tinha aderência e não poderia acelerar, ou os pneus iriam embora. Fiquei totalmente perdido”, disse o inglês. Ele terminou reconhecendo o óbvio: as outras evoluíram muito mais nas últimas semanas;

Nasr continua sem vencer nesta temporada da GP2, mas é dos pilotos mais regulares do campeonato. Só perde para Coletti, não por coincidência o único que está à sua frente na tabela. Em Barcelona, Nasr foi segundo colocado no sábado e terceiro no domingo. A primeira prova foi vencida por Frijns. A segunda, por Coletti. Pilotando pela Carlin, um time que ainda busca crescimento na categoria, o brasiliense vem fazendo certinho: se a vitória ainda não é possível, o negócio é levar o carro ao final, na melhor posição possível. Sem loucuras. Muito piloto já foi campeão assim, e ele está na briga.

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Massa parou no final no final da décima volta. A ideia aqui é fazer uma análise das voltas anteriores do brasileiro em comparação com os pilotos mais próximos.

O tempo de ferrarista é o referencial. O símbolo de menos (-) indica o quanto o piloto em questão foi mais rápido que ele. O símbolo de mais (+), obviamente, o quanto foi mais lento:

volta 7
-1s551 VET
-0s509 DIR
-0s243 ROS
Massa (1min43s481)
+0s025 WEB
+0s009 BUT

volta 8
-0s644 VET
-0s662 DIR
Massa (1min42s766)
+0s079 ROS
+0s750 BUT
+1s103 PER

volta 9
-1s085 VET
-0s249 DIR
Massa (1min43s246)
-0s672 PER
-0s346 RAI
-0s132 HAM

Na décima volta, que ele fechou nos boxes, a situação já era ainda mais crítica. Pérez, que estava no seu encalço, tirou 0s354 na primeira parcial e outro 0s513 na segunda. Não havia o que fazer: o brasileiro não conseguiu conservar os pneus duros, era hora mesmo de entrar nos boxes;

A bem da verdade, Grosjean, que também largou com os duros, enfrentou a mesma dificuldade. Parou ainda mais cedo, na oitava volta. Qualquer comparação a partir daí fica prejudicada porque Massa teve dois pneus furados por detritos na pista;

É possível, porém, tentar prever o que aconteceria. Grosjean conseguiu administrar bem seus outros jogos de pneus pelo resto da prova e terminou no pódio. O histórico recente indica que Massa não conseguiria o mesmo;

Após a prova, o discurso do brasileiro foi de desânimo total: “Se é verdade que muitas coisas podem acontecer neste esporte, não consigo encontrar uma explicação para tantos problemas”. A ver se ele mantém a boa fase das primeiras provas da temporada ou se volta a ser o Massa apagado da primeira metade do Mundial do ano passado;

Button criticou Pérez após a prova. “Ele foi agressivo demais. A 300 km/h, a última coisa que você espera é bater roda com o companheiro de equipe.” Concordo em parte. É o que eu disse ontem: Pérez acertou na atitude (partir pra cima), mas errou na forma de fazer (quase mandou o companheiro pra Dubai);

Em quatro corridas, Hamilton tem 50 pontos. No ano passado, em 20, Schumacher marcou 49. Os números dizem tudo. A Mercedes tem motivos de sobra para ficar satisfeita com a sobra; 

Na MotoGP, Marc Márquez fez história ao se tornar o mais jovem piloto a vencer uma etapa da categoria. Ele completou 20 anos em fevereiro, e ontem ganhou em Austin. Fiquem de olho no garoto, é o mais forte candidato a novo gênio do esporte a motor. Pedrosa foi o segundo, com Lorenzo em terceiro;

Mas, sem dúvida, o acontecimento mais bacana das pistas no final de semana foi a vitória de Sato na Indy. Entrevistei o japonês algumas vezes nos seus tempos de F-1 e ele sempre foi muito simpático. Além disso, acelerava bem, embora, às vezes, cometesse seus exageros. Em 2010, reencontrei-o no paddock da Indy no Anhembi. Ele me reconheceu e fez um pedido: uma boa dica de restaurante japonês em São Paulo. Dei o endereço do Sushi Yassu, na Liberdade. Ele foi e, no dia seguinte, veio agradecer, dizendo que adorou. É um cara bacana, enfim;

Ainda sobre Sato: a última vitória dele havia sido na F-3, em Macau, em 2001. Dá pra imaginar a alegria?

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Pílulas do Dia Seguinte http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/04/15/pilulas-do-dia-seguinte-22/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/04/15/pilulas-do-dia-seguinte-22/#comments Mon, 15 Apr 2013 13:43:47 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=2826 Continue lendo →]]> Não gosto de provas em que os pneus provocam tantas variações de estratégia. Do primeiro pit stop (Webber, na 1ª volta) ao último (Di Resta, a 3 voltas do fim), a classificação que se via na tela não correspondia à realidade. Hulkenberg liderava? Sim, mas todo mundo sabia que aquilo era irreal. Vettel em segundo? Seria por pouco tempo. Button na briga? Não, pura ilusão. Não gosto. Confunde o público. Fico imaginando uma criança começando a acompanhar a F-1, sem entender que aquele piloto na liderança não deveria estar lá e não vai estar ao fim do GP. A F-1 precisa entregar um produto mais direto e reto ao público, não um espetáculo que exija calculadora, caneta e papel. Sim, eu entendo a intenção de Ecclestone ao pedir que a Pirelli produza pneus-farofa. Mas um pneu que dura seis voltas, como aconteceu com os macios em Xangai, não aumentam em nada a emoção (porque todos os usaram por pouquíssimo tempo) e complicam um esporte já complexo por natureza;

Alonso foi cauteloso ao falar em chances de título: “Acho que é muito cedo para dizer. Precisamos esperar até as férias no verão para apontar um candidato claro”. O espanhol tem toda a razão. Ele venceu bem, teve uma pilotagem impecável no domingo, mas carro por carro hoje não há nenhum muito superior a outro;

Para Massa, seu mau desempenho na prova foi causado pelo comportamento dos pneus médios após o primeiro pit. “Após algumas voltas, comecei a ter graining nos pneus dianteiros”, disse, referindo-se àqueles macarrõezinhos que se formam na borracha. Segundo ele, isso provavelmente foi causado por uma conjunção das condições da pista com seu estilo de pilotagem. Ok, faz sentido. Mas que o timing do primeiro pit stop não ajudou, também é verdade. Só ali ele perdeu três posições na pista;

Horner, contam, ficou furioso quando repórteres sugeriram que a Red Bull trabalhou contra Webber no final de semana: “Isso é uma enorme idiotice. Esqueçam teorias da conspiração. Como sempre, tentamos levar nossos dois carros às melhores posições possíveis. Qualquer um que sugira uma conspiração contra um ou outro piloto não sabe o que está falando. Mark sabe exatamente o que aconteceu”. Ok, a fúria de Horner é compreensível. Mas ele precisa entender que, dado o histórico recente, a desconfiança também é;

Como se a vida de Webber não estivesse dura o suficiente, ele foi considerado culpado pelo toque em Vergne e perdeu três posições no grid do GP do Bahrein. Em tempo: a FIA acertou nessa, o australiano forçou mesmo a barra;

Falando em acidente, vi e revi o choque entre Pérez e Raikkonen. Considero o finlandês um dos melhores da atualidade, já escrevi isso algumas vezes. Mas, neste caso, acho que o erro foi dele, otimista demais ao colocar o bico do carro ao lado do McLaren e achar que a ultrapassagem estava feita. O mexicano não o fechou de forma agressiva, apenas manteve a trajetória normal;

Finalmente uma boa notícia no quesito pneu. A partir da Espanha, os pilotos de testes escalados para o primeiro treino livre devem ter um jogo a mais à disposição. Hoje, com a distribuição de compostos para todo o final de semana, o que acontece é que as equipes disponibilizam apenas um jogo para o primeiro treino livre. Por isso tão poucas voltas. De Barcelona pra frente, os pilotos de teste terão este jogo habitual e mais um, extra. É um incentivo para as equipes usarem a molecada e, de quebra, para aumentar o movimento na pista. Parece mentira, tão raros são os acertos.

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Pílulas do Dia Seguinte http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/03/25/pilulas-do-dia-seguinte-21/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/03/25/pilulas-do-dia-seguinte-21/#comments Mon, 25 Mar 2013 14:00:21 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=2672 Continue lendo →]]> Depois de tudo o que li e ouvi e debati sobre o GP da Malásia, vim para a Redação hoje pensando no que escreveria aqui. E a conclusão a que cheguei, enquanto dirigia por esse cenário lindo do Rio, foi a seguinte: “a que ponto chegamos…”;

Sim, a que ponto chegamos. Estamos há mais de 24 horas envolvidos numa polêmica que tem como ponto de origem o fato de um piloto ter ultrapassado o outro. Sim, a essência da F-1, do esporte, da competição. Não vou mais gastar dedo com digressões preventivas contra chatos. Da mesma forma, quero deixar claro que não estou defendendo 100% a atitude de Vettel. Minha opinião sobre o que ele fez está no post abaixo, em que o chamei de desleal. Sei também que a F-1 é também um esporte coletivo, que há interesses de patrocinadores, que o rádio funciona o tempo todo… Tudo o que já discutimos ontem e em situações passadas de interferência de equipes em resultados. Há mil fatores envolvidos. E aí que está o busílis: é tanta coisa envolvida que esquecemos o que ficou lá atrás, na origem: uma disputa de posição;

Deveria ser diferente? Com certeza. Alguns mais radicais sugeriram extinguir o rádio. Ok, até acho que ajudaria. Mas não eliminaria o problema. Basta a equipe combinar um código nas placas aos pilotos. “Olha, Webber, se a gente colocar os números em vermelho, é para você deixar o Vettel passar.” Simples. Não tem jeito, é uma questão de mentalidade. E, sejamos justos, nem toda equipe é assim: a McLaren não mete o bedelho nas disputas entre seus dois pilotos. É o melhor exemplo de que é possível sonhar com uma F-1 menos chata. Mas, repito, é uma questão de mentalidade. E mudar as convicções e condutas de pessoas ou organizações é das tarefas mais complicadas que há;

Segundo a “Autosport”, Webber estava tão furioso que cogitou não ir ao pódio. Ainda segundo o site da revista, Horner sentou com seus dois pilotos no domingo à noite para uma conversa. E marcou um novo papo com Vettel para os próximos dias, quando todos estarão com as cabeças mais frias. Não vai acontecer nada, claro;

Falando em ordens de equipe, frase de Rosberg após a prova: “É claro que foi duro, mas entendi o ponto de vista da equipe.” Pronto. Virou um Coulthard. Uma pena;

Sempre que algo assim acontece, lembro do GP da Austrália de 1998. Era a primeira prova daquela temporada, e a McLaren ressurgia das cinzas após anos difíceis. Hakkinen e Coulthard eram, até então, pilotos promissores, com status semelhantes no paddock. A equipe dominou a primeira fila do grid, com o finlandês na pole. Ocorre que, ao longo da prova, ele entrou nos boxes por engano e acabou ficando atrás do companheiro. A vitória caiu no colo de Coulthard. E poderia mudar os rumos de sua carreira: ele sairia da primeira prova do ano na liderança do campeonato, com punch para se impor na McLaren. Mas não. Ele resolveu respeitar um acordo de cavalheiros estabelecido nos testes de pré-temporada: quem fizesse a primeira curva de uma corrida na frente, mereceria a vitória. Coulthard abriu passagem para Hakkinen. Um gesto que foi decisivo para a carreira de ambos. O finlandês virou bicampeão mundial. O escocês ficou celebrizado como um bundão;

O troféu lambança do final de semana vai para a Ferrari. Alonso tocou em Vettel, ficou com a asa arrastando no asfalto, mas a equipe decidiu mantê-lo na pista. Não durou muito. Na segunda volta, o bico todo voou pelos ares, e o espanhol abandonou a prova, perdendo a chance de marcar pontos importantes no campeonato. “A decisão foi do pitwall. Fernando obviamente não está feliz”, disse Domenicali. E cada vez entendo menos como ele continua na direção da escuderia;

Falando em erro da Ferrari, Massa também considera que foi precipitada a decisão de entrar logo na quinta volta para colocar slicks. Como a pista ainda não estava totalmente seca, ele perdeu tempo e contato com os líderes. Resultado: largou em segundo, terminou em quinto. Duas corridas, dois resultados comprometidos por decisões do pitwall. Algo realmente não anda bem por lá;

A GP2 abriu sua temporada na Malásia com duas boas corridas. Leimer venceu a primeira, Coletti ganhou a segunda. Nasr conseguiu um quarto e um segundo lugares. Um bom começo para o brasileiro. Porque nem Coletti nem Leimer devem entrar efetivamente na luta pelo campeonato. E porque Calado, que deve ser seu rival pelo título, fez lambança e abandonou a segunda prova. Na tabela, Nasr é o terceiro colocado, com 24 pontos. Calado é o quarto, com 18;

Ainda sobre GP2, fiquem de olho num garoto chamado Mitch Evans. Ele é neozeolandês, tem 18 anos e, em 2012, foi campeão da GP3. Pois no final de semana de estreia na categoria, marcou pontos nas duas provas e tornou-se o mais jovem piloto a subir num pódio _foi terceiro colocado no domingo. Piloto bom é assim: chega chegando;

Na Indy, um erro de freada no final da prova custou a vitória a Castro Neves. Hinchcliffe venceu, mas o brasileiro da Penske deu pinta de que pode brigar pelo campeonato. Kanaan fez uma boa prova e terminou em quarto. Bia viveu um final de semana de problemas na sua volta à categoria e abandonou.

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Pílulas do Dia Seguinte http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/03/18/pilulas-do-dia-seguinte-20/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/03/18/pilulas-do-dia-seguinte-20/#comments Mon, 18 Mar 2013 13:08:51 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=2610 Continue lendo →]]> Mesmo com a vitória, não acho que Raikkonen seja candidato ao título. Sacadas estratégicas não acontecem todos os dias. E é bom lembrar que ele saiu do sétimo lugar do grid. Ou seja, não tem um carro dos mais velozes. Numa situação “convencional”, lutaria pelo pódio e olhe lá. Ainda acho que, em dias normais, o finlandês vai brigar com a dupla da Mercedes, com Massa e com Webber. Com enormes chances de ser novamente terceiro na tabela;

Isto dito, admito que eu adoraria queimar a língua (e os dedos). Ver Raikkonen disputando o título no final do ano seria assistir ao triunfo do talento nato;

Domenicali falou mais ou menos nesta linha. Reconheceu os méritos do finlandês e da Lotus, mas acha que esse tipo de “pulo do gato” é passageiro: “Temos que ser prudentes nas análises, porque esta foi apenas a primeira corrida. Muitas coisas mudarão nas próximas semanas em termos de compreensão dos carros, de preparação para os GPs, de administração dos pneus”;

E a McLaren? A situação por lá é tão feia que houve quem cogitasse levar os carros de 2012 para a Malásia. Whitsmarsh acabou descartando a ideia, mas é um poço de desânimo: “Depois de um final de semana como este, eu estaria falando besteira se dissesse que os engenheiros estão confiantes”.

Massa preferiu falar em “aposta certa” de Alonso no momento do segundo pit. Pode ser. Mas, dado o histórico ferrarista, pode também não ser. De qualquer forma, há alto estranho aí. Se o brasileiro estava disputando posição com o espanhol e este entrou nos boxes, ele deveria ter entrado logo depois. É aquele velho jogo de marcação, já cansamos de ver isso. Com estratégias iguais, a chance de as coisas continuarem iguais são bem maiores, isso me parece lógico. Massa ficou na pista quatro voltas a mais. Deu no que deu;

Uma estatística curiosa: havia 55 GPs que a Ferrari não liderava o Mundial de Construtores, desde o GP da Malásia de 2010. Sinal dos tempos;

Depois de Raikkonen, o nome da corrida foi Sutil. E as histórias dos dois exemplificam o apotegma de que talento não se esquece;

Vettel: “Depois de uma boa largada e duas ou três voltas, os pneus começaram a se despedaçar. Não podíamos continuar como o resto do pelotão”. Sim, foi flagrante o mau comportamento dos pneus nos carros da Red Bull. É um problema grave, mas nada que não possa ser solucionado por Newey em dois ou três GPs. Enquanto isso, é importante seguir marcando pontos. E Vettel tirou leite de pedra para conseguir a terceira posição;

Malásia terá pneus duros e médios. É o mesmo cardápio de 2012. O problema é os compostos estão, todos, mais macios. A comparação que a própria fabricante faz é que o duro deste ano equivale ao médio do ano passado. Ou seja: já dá pra prever, com seis dias de antecedência, que, em Sepang, os médios serão usados só pra cumprir tabela. Isso, claro, se não chover. “Esperamos três pits, mas novamente o clima vai comandar as ações”, diz Paul Hembery, diretor da Pirelli.

A maior ironia do final de semana foi Maldonado reclamar que o carro é inguiável. É cada uma…

(Obrigado a todos pelas mensagens bacanas sobre minha participação no Sportv neste final de semana. Meus agradecimentos também ao canal, pelo gentil convite. Foi bem bacana aprender um pouco mais.)

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