Fábio Seixascolunas – Fábio Seixas http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br Automobilismo e pitacos sobre tudo o mais Mon, 18 Nov 2013 13:33:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Nós, os Nakajimas http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/12/nos-os-nakajimas/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/12/nos-os-nakajimas/#comments Fri, 12 Jul 2013 06:00:00 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=3485 Continue lendo →]]> Olhar para o passado é a melhor forma de entender o presente.

No caso dos documentos da F-1 que este colunista recebeu e mostrou nos últimos dias, essa compreensão tem ora tom de decepção, ora tom de alívio.

Vai além das curiosidades. Vai além da reconstituição de uma época marcante. Vai além da exatidão de salários nunca divulgados e da comparação com valores atuais. Tem a ver com a forma como este país vê o esporte, a F-1 em especial.

Os contratos de Senna e de Piquet com a Lotus, disponibilizados na internet pela biblioteca da Universidade da Califórnia, revelam detalhes de uma era que muitos já esqueceram e que outros não viveram.

Quando éramos grandes.

Sim, tanto Senna em 87 como Piquet em 88 e 89 tinham em seus contratos cláusulas que davam a eles status de primeiros pilotos. No caso do primeiro, essa deferência conferia prioridade no uso de peças. No caso do segundo, que negociou com a equipe na condição de bicampeão mundial em luta pelo tri, havia até um “Código de Conduta”.

O outro piloto, Nakajima, era impedido de ultrapassá-lo a não ser que houvesse sinalização expressa.

“Da mesma forma, quando o carro número 2 estiver à frente do número 1, ele vai aceitar ordens dos pits para ceder a posição”, diz o contrato de Piquet, que assegura logo na primeira cláusula que o japonês concordava com tudo.

Familiar? Muito. Não dá para não lembrar de Zeltweg-2002, de Cingapura-2008 ou de Hockenheim-2010, quando estávamos (e ainda estamos) do outro lado. Quando os Nakajimas éramos (somos) nós.

Daí as reações nos cerca de 600 comentários que chegaram ao blog entre terça-feira e ontem.

Muitos acusam desapontamento. “Perdi um ídolo”, lançou um piquetista.

E vários revelam um peso a menos nos ombros, como que vibrando de forma retroativa, jogando para longe o complexo de vira-latas. “Hoje achamos um absurdo. Mas que delícia quando era a nosso favor”, escreveu outro leitor.

O passo seguinte, acredito, é o cair da ficha. É entender a realidade, sem floreios, sem patriotadas, sem torcida, sem chiliques, sem choro.

A F-1 é assim. Já era há 25 anos, continua agora, independentemente de nacionalidades. Em Silverstone e Nurburgring, Grosjean teve que abrir para Raikkonen.

Graças a esses documentos, hoje temos ideia do que está escrito no contrato dos dois. Sabemos o que passou nas cabeças de Barrichello, Nelsinho _que ironia_ e Massa quando ouviram ordens pelo rádio.

Essa é a maior contribuição daquele passado para este presente.

(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)

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Motivos de sobra http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/05/31/motivos-de-sobra/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/05/31/motivos-de-sobra/#comments Fri, 31 May 2013 06:25:41 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=3121 Continue lendo →]]> 1) Entre os 33 do grid de Indianápolis, no domingo, ninguém carregava recordes tão incômodos como Kanaan. Piloto que mais havia liderado voltas no superspeedway sem nunca ter vencido a prova: 221. Contabilizadas as 97 edições da corrida _vejam bem, noventa e sete!_, terceiro piloto desta estatística.
2) Em 11 participações, Kanaan havia ficado três vezes no quase. De forma dolorosa. Em 2004, cruzou em segundo, a 0s1559 de Rice. Em 2007, liderava quando a prova foi interrompida pela chuva. A disputa foi reiniciada em uma decisão controversa, e Franchitti levou. Em 2010, largou em último e chegou à liderança, mas abandonou a quatro voltas do final, sem combustível.
3) Nas últimas semanas, Kanaan teve de falar inúmeras vezes sobre os seus “azares” em Indianápolis.
Ao site da Indy deu uma entrevista sincera: “Não acho que esse lugar tenha uma dívida comigo. Liderei 8 das 11 corridas que disputei aqui. Seria injusto dizer que mereço a vitória, porque há outros 32 trabalhando por isso”.
4) Antes do embarque para Indianápolis, Kanaan ouviu do filho, Léo, 6, uma reclamação. O menino disse que não lembrava de ver o pai vencendo uma corrida. A última vitória fazia quase três anos: junho de 2010, no Iowa.
5) Pai e filho… Um capítulo à parte. Kanaan tinha 13 anos quando o pai morreu, vítima de câncer. Um trauma.
6) Pensou em abandonar a carreira, mas persistiu e, aos 18, foi correr na Itália. Morava na oficina. Ganhou o campeonato de Alfa Boxer e usou o prêmio de reinvestir na carreira e tentar a F-3.
Trancos e barrancos. É a tônica da sua carreira.
7) Nove anos atrás, durante uma visita a um hospital, Kanaan se emocionou com uma menina de 14 que estava em coma após sofrer um AVC. Entregou à mãe dela um colar, um amuleto dado por dona Miriam, sua mãe, para protegê-lo nas corridas.
Dias antes da última corrida, o piloto recebeu um carta. A remetente era a menina. Com os agradecimentos, a devolução do colar. Ele correu com o amuleto no bolso.
8) Um dos maiores heróis da história do esporte, Zanardi levou um de seus ouros paraolímpicos para Indianápolis. Esfregou a medalha no carro de Kanaan, seu amigo do peito. No pit wall, nas voltas finais, o italiano era dos torcedores mais fanáticos.
9) “TK, TK, TK!”, gritavam as arquibancadas de Indianápolis. Entre seus concorrentes no final da prova, dois pilotos da casa. Americanos não vencem lá desde 2006. Isso dá uma dimensão do carisma do brasileiro na Indy.
10) O cara é das melhores pessoas que este colunista conheceu em 16 anos cobrindo automobilismo mundo afora.

Daria para escrever mais dez colunas como esta. Motivos não faltam para chancelar como merecidíssima a vitória nas 500 Milhas. Ao Tony, parabéns.

(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)

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Nuvem que ronda http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/04/26/nuvem-que-ronda/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/04/26/nuvem-que-ronda/#comments Fri, 26 Apr 2013 06:00:02 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=2894 Continue lendo →]]> A grande novidade deste ano na F-1 parecia ser Massa. O brasileiro começou o ano fazendo coisas que não conseguia havia um bom tempo.

Após o GP da Malásia, colocou-se à frente do companheiro de equipe na tabela, cenário inédito em  três anos. Na China, liderou um treino _a segunda sessão livre_, o que não fazia desde Índia-2011. De quebra, mantinha-se melhor do que Alonso no grid, uma série que já vinha desde o final da temporada passada.

Mais do que os números, porém, o que chamava a atenção era seu discurso. Uma autoconfiança que em nada lembrava o claro abatimento dos últimos campeonatos.
Em suas próprias palavras, a “nuvem negra” que pairava sobre sua cabeça se dissipara. Ele estava de volta.

Durou pouco.

Do apagar das luzes na China à bandeira quadriculada no Bahrein, o Massa que se viu nas últimas duas etapas foi aquele da primeira metade do último Mundial.

Em Xangai, Alonso venceu e ele foi sexto. Em Sakhir, final de semana terrível para a Ferrari, ficou em 15º, sete posições atrás do companheiro.

Comparações à parte _até porque é injustiça comparar a grande maioria do grid ao espanhol_, ele foi mal mesmo. E a explicação pega carona na coluna da semana passada: são os pneus.

Massa abriu mão da luta pela pole no Bahrein. Sua ideia foi sacrificar a performance no sábado, usando os pneus mais duros, e colher os dividendos no domingo, com um primeiro pit stop tardio.

A estratégia havia funcionado com Vettel na China. Poderia funcionar com ele.
Não deu certo. Os pneus do seu carro duraram apenas dez voltas, e ele entrou nos boxes na mesma janela dos pilotos que estavam com os compostos mais macios.

Massa é um piloto rápido, talentoso, mas fica cada vez mais evidente que tem uma deficiência crônica no trato com os pneus. E, de novo evocando o texto da última sexta, isso significa que está lascado: pneus, hoje, são tudo.

Não por coincidência, seu discurso após a prova já foi num tom diferente: “Não consigo encontrar explicação para tantos problemas”.

O Mundial está no começo. Massa é o sexto colocado. Em 2012, após as mesmas quatro provas, era o 17º.

Não dá para delirar em vê-lo lutando pelo título, mas, sim, é possível esperar um ano mais digno. Até por sua sobrevivência na categoria.

No Rio, dias antes de embarcar para a abertura da temporada, Massa não gostou quando foi questionado sobre a pressão do fim do contrato com a Ferrari e as especulações sobre seu provável substituto no time.

“Já vão começar com isso?”, perguntou, na ocasião.

Ele tinha toda a razão naquele momento. Precisa se acertar logo com os pneus para continuar tendo.

(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)

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Fora da ordem http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/04/12/fora-da-ordem/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/04/12/fora-da-ordem/#comments Fri, 12 Apr 2013 06:00:06 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=2783 Continue lendo →]]> Alguma coisa está fora da ordem, também na F-1.

Primeiro, Vettel é recriminado mundialmente por lutar pela vitória. Por desobedecer uma ordem antidesportiva. Por fazer valer seus instintos de atleta. Por ignorar contrato, patrocínio, rádio e leis das relações-públicas em nome da bandeira quadriculada.

Agora, é condenado por ter falado com sinceridade. A crise da Red Bull, claro, seria o assunto na chegada dos pilotos a Xangai. E foi.

(Previsível, imagino, até pelo repórter chinês que, em 2004, indagou Schumacher se a Ferrari estava de vermelho em homenagem ao país.)

Vettel teve três semanas para se preparar para o bombardeio de perguntas. Conversou com Horner, com a assessoria de imprensa da equipe, com seu estafe. Nada do que ele disse, portanto, foi na base do susto, da surpresa.

O que ele disse foi que Webber não merecia vencer o GP da Malásia, que o australiano nunca o ajudou e que faria tudo de novo, igual, caso a situação se repetisse.

E concluiu: “No fundo tudo se resume aos fatos de que aquilo era uma corrida, eu estava mais rápido que ele, fiz a ultrapassagem e venci”.

Pronto. A imprensa inglesa ontem chamou o alemão de “agressivo”, “arrogante”, de ter “mudado o tom”. Um colega italiano, do “La Reppublica”, relatou que o ambiente na sala de imprensa de Xangai foi de incredulidade.

No Twitter, o piloto Marino Franchitti, irmão de Dario, escreveu que foi como ver Anakin Skywalker se transformando em Darth Vader.

Será? Para os consultores de imagem, talvez. Para jornalistas, não deveria ser. Para o público, menos ainda.

Porque a verdade por ser cruel, mas ainda é a verdade.

Vettel falou com sinceridade sobre seus sentimentos, concordem com eles ou não. Sua declaração é melhor do que 99% dos embustes distribuídos pelas equipes em seus press releases coloridos e impressos em papel caro.

Coincidentemente, outro campeão do mundo falou ontem sobre a situação na sua equipe. Em entrevista à imprensa espanhola, no paddock chinês, Alonso foi questionado sobre ter ficado atrás de Massa nos quatro últimos treinos classificatórios.

Saiu-se com ironia: “Não durmo desde a Austrália, só estou comendo arroz e estou perdendo cabelo. É mesmo um enorme drama”.

Provocou gargalhadas.

Postura mais ofensiva para o companheiro do que a de Vettel. Porque debocha da boa fase do brasileiro, trata como piada sua reação, despreza qualquer possibilidade de preocupação em ficar para trás no duelo interno.

Conteúdo à parte: Vettel falou do companheiro com seriedade, Alonso debochou. Mas não, ninguém ligou para o desrespeito. Futriquinha interessa mais.

Alguma coisa está fora da ordem, também na F-1.

(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)

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Fala, Massa! http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/12/07/fala-massa/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/12/07/fala-massa/#comments Fri, 07 Dec 2012 05:00:50 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=2336 Continue lendo →]]> Nesta F-1 cheia de assessores de imprensa, marqueteiros, press releases, monitoramento de redes sociais e patrulhamento da FIA sobre o que os pilotos falam no pódio, é raro ver manifestação espontânea de alguém.

Massa rompeu esse enfadonho bloqueio duas vezes, recentemente. Pode/deve até ter levado puxões de orelhas. Que não se abale por isso.

O primeiro foi o choro em Interlagos. Um choro sentido, doído. Um choro de nítido desabafo após uma temporada em que foi tão mal e em que teve de ceder posições para o companheiro nos poucos momentos em que esteve bem.

Ato contínuo, ainda diante do público, disse a Piquet que a “corrida podia ter acabado de forma diferente” e que “nas circunstâncias normais, talvez pudesse lutar pela vitória”. Recados à torcida, mas que obviamente resvalam na Ferrari.

O segundo momento aconteceu na semana passada, no “Bem, Amigos!”, do SporTV.
Questionado sobre a “era alemã” na F-1, com oito títulos nas últimas 13 temporadas e cinco pilotos no grid em 2012, bateu forte contra a pasmaceira dos que comandam o automobilismo no Brasil.

E falou não só como piloto, mas principalmente na posição de quem tentou emplacar uma categoria-escola no país e se deu mal. Após duas temporadas, a F-Futuro encerrou as atividades em abril, por falta de pilotos. Fazer automobilismo de base no Brasil ficou muito caro, e a família Massa chegou ao limite de colocar a mão no bolso.

A CBA? Não se mexeu.

“A Alemanha ajudou na formação de novos pilotos, o que não acontece no nosso país faz tempo.”

Galvão Bueno pegou o gancho e contou de um papo que ele e Massa tiveram com um dirigente da Federação Francesa de Automobilismo.

A FFSA criou um programa para levar pilotos para a F-1. Começa com mil kartistas, que passam por uma peneira e viram cinco. Eles são bancados na F-Renault e, desses, um é selecionado para avançar até o topo, ajudado por parcerias da federação. “Fe-de-ra-ção”, pontuou Massa, mandando, desta vez, um recado para a CBA.

Franceses e alemães tiveram momentos sem pilotos na F-1 e se mexeram. O Brasil caminha para o mesmo problema, mas sem perspectivas de solução semelhante.

Nas duas ocasiões em que saiu do protocolo, o principal piloto do Brasil falou bem. Deveria falar mais.

Livraria

Tem livro bom nas estantes virtuais. “Fórmula 1 em Interlagos — Volume 1”, de Marc Zimmermann, com fotos da prestigiosa agência Sutton.

Outro sinal da decadência da coisa por aqui, foi publicado por uma editora alemã, a BoD, apesar de ser escrito em português. Custa R$ 59 e pode ser encomendado pelo e-mail interlagos@mandic.com.br.

(Coluna publicada nesta sexta-feira na Folha de S.Paulo)

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Sexta, coluna http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/09/21/sexta-coluna-17/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/09/21/sexta-coluna-17/#comments Fri, 21 Sep 2012 14:19:15 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=1750 Continue lendo →]]> Duas histórias de 2012 ilustram com rara riqueza essa história de vices com sabores diferentes.
A primeira delas foi sacramentada no último sábado.
Depois de liderar a Indy por 10 das 15 etapas, de abrir 36 pontos de vantagem a duas provas do fim do campeonato, de largar para a corrida decisiva nove posições à frente do rival… Power foi vice.
Muito pior: trivice.
É um baque mais inacreditável do que os outros dois.
Porque o primeiro foi até normal, sua estreia lá na ponta da categoria, na disputa pelo título. O segundo também foi no último momento, mas entrou no rol do “acontece”.
Inacreditável é que tenha acontecido de novo. O raio, duas vezes na mesma cabeça. Com cenas de drama, como a batida no muro e o retorno desesperado ao carro para colher mais algumas voltas e tentar tornar mais difícil a tarefa do rival, Hunter-Reay. Não deu. Trivice.
“É deprimente perder o campeonato de novo dessa forma”, disse Power, dando a impressão de que só usou esta definição porque não achou palavra mais funesta.
O contraponto pode estar na F-1.
Com Raikkonen.

A coluna de hoje fala de Power e de Raikkonen. Em tempo: ainda acho que Hamilton tem mais chances de ser vice-campeão _e pode até lutar pelo título_, mas mesmo o terceiro lugar merece ser comemorado pelo finlandês.

A íntegra está aqui. Na Folha Digital e na Folha de papel, pág. D3.

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Sexta, coluna http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/09/14/sexta-coluna-16/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/09/14/sexta-coluna-16/#comments Fri, 14 Sep 2012 13:04:53 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=1725 Continue lendo →]]> Caso Massa renove, serão 13 anos em que o principal piloto do país na F-1 esteve na posição de subserviência ao companheiro _não serão 14 por causa de 2008, cada vez mais com ares de incidente.
Daí a impressão de não ser coincidência: 13 anos são suficientes para transformar costumes, hábitos, culturas. O brasileiro que começou a ver F-1 neste século não sabe o que é ter alguém lá na ponta. Torcedores já se acostumaram. A vontade foi esquecida. E isso pode influenciar gerações de pilotos.
A atitude de Massa já é produto dessa fase. Ele via Barrichello. E os que o veem hoje acham “normal” o que acontece. É um ciclo.
Foi significativo que, 40 anos depois de Emerson conquistar o primeiro título do Brasil, Massa, na mesma Monza, tenha dado passagem ao companheiro. E o pior: foi totalmente justificado, sem crise. Foi “normal”.
Triste nova normalidade.

A coluna de hoje reflete sobre os últimos anos do Brasil na F-1 e a mensagem que essa postura transmite para o público e para os pilotos em formação. Desacostumamo-nos a vencer. Esquecemos como é. A “normalidade”, hoje, é outra.

A íntegra está aqui. Na Folha Digital e na Folha de papel, a coluna orna a pág. D3.

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Sexta, coluna http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/09/07/sexta-coluna-15/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/09/07/sexta-coluna-15/#comments Fri, 07 Sep 2012 12:57:58 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=1658 Continue lendo →]]> Foram só duas voltas.
A F-1 não precisou de muito tempo para começar a assistir a uma das grandes histórias do ano -embora, àquela altura, talvez ninguém imaginasse que alcançaria tal dimensão de estupidez.
GP da Austrália, 18 de março, abertura da temporada. Na segunda volta, Maldonado e Grosjean bateram. O francês abandonou a prova ali. O venezuelano continuou, mas não terminou ileso: rodou sozinho e bateu forte na última volta.
Pronto. Estavam ali, apresentados, os trapalhões do Mundial. Que naquele momento eram vistos assim, sujeitos simplesmente estabanados. Mas que já se tornaram dois dos mais pavorosos estorvos de todos os tempos.
Porque o que Grosjean e Maldonado estão fazendo já extrapolou o “engraçado”, o “curioso”, o “folclórico”. Tornou-se “perigo de vida”, expressão não minha, mas proferida por seus colegas.

A coluna de hoje fala sobre os dois barbeiros da temporada. E reflete sobre a falta de ação da FIA nos dois casos.

A íntegra está aqui. Na Folha Digital e na Folha de papel, pág. D3.

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Sexta, coluna http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/08/24/sexta-coluna-13/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/08/24/sexta-coluna-13/#comments Fri, 24 Aug 2012 12:24:53 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=1518 Continue lendo →]]> O diagnóstico é de um profissional de marketing esportivo de uma das maiores empresas internacionais do mercado: falta energia à F-1.
“Energia.” Jargão do meio, mas que não é difícil de entender. Para estar em alta, gerar interesse e valer o dinheiro investido, um esporte ou evento precisa de energia.
Precisa de protagonistas fortes, com personalidades marcantes. De rivalidades. De espetáculos nas arenas. De boas histórias, dramas chorosos, alegrias contagiantes, destinos indefinidos. Das polêmicas resultantes deste mix.
O exemplo mais claro de como o conceito de energia funciona, explica o homem do marketing, está nas nossas caras todos os dias. O UFC.
E o contraponto, no entender de todo o mercado, é a F-1.

A coluna desta semana fala sobre um efeito colateral do bem vindo profissionalismo que Ecclestone implantou na F-1 a partir dos anos 80. Falta “energia” à categoria.

A íntegra está aqui. Na Folha Digital e na Folha de papel, a coluna está na pág. D3.

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Quinta, coluna http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/08/09/quinta-coluna-15/ http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2012/08/09/quinta-coluna-15/#comments Thu, 09 Aug 2012 13:12:16 +0000 http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/?p=1473 Continue lendo →]]> A corrida estava pra começar, e aquele garotinho não tirava os olhos da pista. Espumas amarelas protegiam seus ouvidos miúdos e eram mais uma diversão, mais uma novidade, naquele final de semana tão divertido e tão novo.
Como ele tinha menos de cinco anos, calculo, era sua estreia num autódromo, deduzo por tabela. Afinal, aquele estava fechado desde 2007.
Aconteceu em Cascavel, no Paraná, no domingo. A razão para os olhos vidrados e os ouvidos protegidos do garoto, a F-Truck. Colorida, veloz, pirotécnica, barulhenta. Um show para ele e para o público que acampou por dias ali.

A coluna de hoje tenta explicar a importância da “primeira vez” num esporte para uma criança. E estabelecer um elo com as cobranças e cornetagens por melhores desempenhos no esporte, tão em voga agora, nesses dias olímpicos.

A boa novidade é que as colunas da Folha, agora, estão abertas para não-assinantes, dentro das regras do online do jornal. A página que reúne as minhas colunas é esta aqui. E o link para a coluna desta semana está aqui.

Na Folha Digital e na Folha de papel, a coluna orna a pág. D11.

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